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Prof. Vanderlei da Silva UNIDADE I Legislação Social e Previdenciária Objetivos gerais: Propiciar conhecimentos básicos sobre a legislação social brasileira e a legislação social em particular, necessários ao exercício da prática profissional e do exercício de cidadania. Objetivos específicos: conhecer a legislação social brasileira, fundamental ao exercício profissional; refletir e aplicar as legislações reguladoras e os dispositivos legais que contribuem para a garantia dos direitos sociais conquistados; desenvolver estratégias e habilidades que possibilitem o bom exercício profissional e a devida informação ao cidadão usuário dos serviços sociais. Objetivos da disciplina Os primeiros direitos, que foram conquistados pelo homem frente ao poder do Estado foram os liberais (liberdades civis e políticas) e por isso mesmo são chamados direitos de primeira geração. Aos poucos, o Estado foi sendo obrigado a se abster de intervir na vida civil e a garantir direitos sociais por meio de serviços públicos. Surgiu, pela primeira vez, o termo Estado Social, em que aparecem no Direito as demandas sociais, introduzindo a segunda geração dos direitos. Da mesma forma, a partir das conquistas, a sociedade passou a exigir que o Estado não apenas garantisse suas liberdades e concedesse direitos sociais mas que os direitos coletivos ou difusos fossem estabelecidos. São os chamados direitos de terceira geração. A evolução dos direitos O processo de industrialização trouxe uma série de consequências e impôs desafios até então inexistentes. Neste quadro de conflitos surgem as organizações sindicais, o pensamento socialista, a doutrina social da Igreja Católica, entre outras importantes contribuições. A partir daí, o Estado passou a ser não só garantidor das liberdades individuais, mas intervencionista, atuando diretamente para que os direitos sociais como saúde, educação e trabalho fossem assegurados. A política social brasileira, antes de 1988, caracterizou-se pela cobertura aos que se encontravam no mercado de trabalho, pois àqueles que estavam fora deste só haviam ações filantrópicas ou caritativas. Os direitos sociais Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. O objetivo das políticas sociais é proporcionar justiça distributiva, ou seja, tornar iguais pela ação do Estado àqueles que a economia capitalista vigente e aceita pela ordem pública, tornaram desiguais. A Constituição brasileira é imprecisa ao descrever os direitos sociais e sua eficácia, pois as normas são subjetivas e os objetos são extremamente abertos, na maioria das vezes, dependendo de leis posteriores para sua regulamentação. Políticas sociais O nome carinhoso dado à Constituição de 1988 foi de Constituição Cidadã, pelo avanço significativo na égide dos direitos e da proteção social pelo Estado. Dentre os Artigos que compõem a CF, muitos retomam a lógica de justiça, igualdade e equidade social. Na CF ficou estabelecido legalmente que todos têm as mesmas possibilidades de acessos diversos e de apoios para terem seus direitos humanos e sociais garantidos. Estabelece a autonomia com a elaboração das Leis Orgânicas de cada esfera de governo, salvaguardadas as prerrogativas constitucionais. As políticas públicas perpassam pelos Conselhos de Direitos, que contam com a participação popular como controle social. Os direitos sociais na Constituição Federal de 1988 O artigo primeiro da Constituição brasileira afirma que a República Federativa do Brasil constituí-se em estado democrático de direito e que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes ou diretamente. O estado de direito também pode ser chamado de estado constitucional, ou sujeito às normas, valendo o império da lei para os governantes e governados por meio do princípio da legalidade. Por estado democrático pressupõe-se um regime político que assegure a soberania e a vontade popular. Porém, a complexidade do exercício dos direitos e garantias fundamentais conferidas ao cidadão fez com que a vontade popular, na sua essência, fosse efetivada por meio de seus representantes nas várias esferas do poder, a democracia representativa. O Estado Democrático de Direito A todo direito social deve corresponder obrigatoriamente uma política pública para efetivá-lo e a Constituição brasileira inovou ao assegurar a participação social em dois estágios das políticas públicas. O primeiro ocorre durante a elaboração das políticas públicas: são os espaços de debates e as respectivas institucionalizações. No segundo estágio, verifica-se a participação social na execução das mesmas. Como modelo de participação social na elaboração das políticas públicas tem-se os conselhos, que são instâncias públicas, criadas por lei, e asseguram a participação popular na elaboração, na execução e na fiscalização destas políticas. Participação social e políticas públicas O controle social da política pública de saúde se estabelece pela criação e continuidade dos conselhos paritários, com acento dos representantes da gestão pública, indicados pelo gestor, representantes dos profissionais da área e representantes dos usuários do SUS, sendo estes, órgãos de deliberação da política pública, de controle e acompanhamento do financiamento nas três esferas de governo. O controle social da política pública de Assistência Social se estabelece pela criação e continuidade dos conselhos, que tem representação paritária. Nesse Conselhos temos representantes do poder público e representantes da sociedade civil organizada, dos seguimentos de entidades socioassistenciais, de profissionais da área e de usuários. Controle social das políticas públicas sociais As demais políticas públicas se organizam em conselhos com caráter consultivo e com garantia de conferências que indicam a política pública a ser votada em assembleia das conferências nas três esferas de governo, mas com caráter de articulação municipal, estadual e federal. Com relação à política pública para a criança e o adolescente, o controle social se estabelece pelo acompanhamento dos serviços e da sua continuidade, tendo caráter de deliberação da política pública enquanto primazia constitucional. Nesse caso, é uma política intersetorial, pois a criança e o adolescente têm garantia de direitos nas diversas políticas públicas. É fundamental que os municípios se organizem para a efetivação de legislação municipal, garantindo a implantação dos Conselhos de Direitos, que são instâncias de controle social, pactuação e deliberação da política pública. Conselhos de Direitos As audiências públicas: obrigatórias para a elaboração e alteração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Municipal. São ainda exigidas para o Plano Diretor e em caso de concessões de serviços públicos, como transporte, saneamento básico etc. Podem ser usadas em quaisquer assuntos ou temas e nela ocorrem debates, sugestões, esclarecimentos e mesmo votação das matérias propostas. Já as consultas públicas tem outro caráter: contribuição dos interessados sobre instrumentos legais como leis e atos regulatórios. Nelas, os interessados fazem suas considerações sobre esses instrumentos que podem ou não ser aceitos pelo órgão proponente. Outras formas de participação direta Assinale a alternativa que corresponde aos direitos coletivos ou difusos: a) Direitos de primeira geração. b) Direitos de segunda geração. c) Direitos de terceira geração. d) Direitos de quarta geração.e) Direitos sociais. Interatividade Assinale a alternativa que corresponde aos direitos coletivos ou difusos: a) Direitos de primeira geração. b) Direitos de segunda geração. c) Direitos de terceira geração. d) Direitos de quarta geração. e) Direitos sociais. Resposta A seguridade social é uma obrigação constitucional do Estado brasileiro, conforme estabelecem os textos dos artigos 194 a 204 da Constituição Federal de 1988. A Seguridade Social do Brasil compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à Previdência e à Assistência Social. Previdência social: proteção social e subsistência concedida ao cidadão mediante contribuição; Assistência social: políticas sociais que garantam proteção aos cidadãos gratuitamente; Saúde pública: acesso universal aos serviços públicos de saúde e saneamento, evitando o risco e a disseminação de doenças. O princípio da Seguridade Social Irredutibilidade do valor dos benefícios; Equidade na forma de participação no custeio; Diversidade da base de financiamento; Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados; A Seguridade Social segue a lógica da proteção e da garantia de direitos, em que a proteção caminha pelos matizes da universalidade de quem dela necessitar e da contribuição. Os objetivos da Seguridade Social Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Previdência é seguro social mediante contribuição e serve para substituir a renda do trabalhador, quando da perda de sua capacidade laborativa. Da Previdência Social A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os meses. O RGPS tem suas políticas elaboradas pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Este Regime possui caráter contributivo e de filiação obrigatória. Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, contribuintes individuais e trabalhadores rurais. Regime Geral de Previdência Social – RGPS Aposentadoria por idade; Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria por tempo de contribuição; Aposentadoria especial; Auxílio-doença; Auxílio-acidente; Auxílio-reclusão; Pensão por morte; Pensão Especial (aos portadores da Síndrome da Talidomida); Salário-maternidade; Salário-família; Assistência Social BPC / LOAS. Os benefícios da Previdência Social Todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado à Previdência Social. Quem trabalha por conta própria precisa se inscrever e contribuir mensalmente para ter acesso aos benefícios previdenciários. São segurados da Previdência Social os empregados, os empregados domésticos, os trabalhadores avulsos, os contribuintes individuais e os trabalhadores rurais. Até mesmo quem não tem renda própria, como as donas- de-casa e os estudantes, pode se inscrever na Previdência Social. Para se filiar é preciso ter mais de 16 anos. O trabalhador que se filia à Previdência Social é chamado de segurado. Filiação à Previdência Social Aposentadoria especial: benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Aposentadoria por idade: benefício concedido ao segurado da Previdência Social que atingir a idade considerada risco social. Aposentadoria por invalidez: Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Tipos de aposentadoria A aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima.Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição. As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição. A aposentadoria por tempo de contribuição é irreversível e irrenunciável: depois que receber o primeiro pagamento, sacar o PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício. O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria. Aposentadoria por tempo de contribuição Auxílio-acidente: benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Auxílio-doença: benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. Auxílio-reclusão: benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto. Tipos de auxílios Pensão por morte: benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. Pensão especial aos Portadores da Síndrome da Talidomida: O benefício é devido ao portador de deformidade física decorrente do uso da Talidomida, independentemente da época de sua utilização. Tipos de pensão Assinale a alternativa que corresponde à proteção social e à subsistência concedida ao cidadão mediante contribuição: a) Saúde Pública. b) Assistência Social. c) Seguridade Social. d) Previdência Social. e) Educação Pública. Interatividade Assinale a alternativa que corresponde à proteção social e à subsistência concedida ao cidadão mediante contribuição: a) Saúde Pública. b) Assistência Social. c) Seguridade Social. d) Previdência Social. e) Educação Pública. Resposta Salário-família: benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos e aos trabalhadores avulsos com salário mensal de até R$ 915,05, para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. Salário-maternidade: o salário-maternidade é devido às seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas, empregadas domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas especiais, por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Salário-família e Salário-maternidade É um benefício da assistência social, integrante do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo Federal, cuja a operacionalização do reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e assegurado por lei, que permite o acesso de idosose pessoas com deficiência às condições mínimas de uma vida digna. A pessoa deverá comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que não recebe nenhum benefício previdenciário ou de outro regime de previdência e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo vigente. A pessoa com deficiência deverá também ser avaliado se a sua deficiência o incapacita para a vida independente e para o trabalho, e esta avaliação é realizada pelo Serviço Social e pela Pericia Médica do INSS. Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC / LOAS CF/88, Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A Lei Orgânica da saúde, que tem como objetivo, alicerçada neste novo conceito de universalização do atendimento, regular em todo o território nacional as ações e serviços referentes à saúde, dispondo sobre as condições para a sua efetiva promoção, proteção e recuperação, assim como a organização e o funcionamento de suas instituições. O Sistema Único de Saúde – SUS é considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, garantindo o acesso de forma gratuita para toda a população. A Lei Orgânica da saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Princípios do SUS A Atenção Primária é constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelos Agentes Comunitários de Saúde, pela Equipe de Saúde da Família e pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família . A Atenção Secundária é formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência. A Atenção Terciária ou alta complexidade designa o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização. Organiza também procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo. Níveis de atenção no SUS O modelo de gestão do SUS é descentralizado. Ou seja, Governo Federal (União), Estados e Municípios dividem a responsabilidade de forma integrada, garantindo o atendimento de saúde gratuito a qualquer cidadão através da parceria entre os três poderes. Em locais onde há falta de serviços públicos, o SUS realiza a contratação de serviços de hospitais ou laboratórios particulares para que não falte assistência às pessoas. Desse modo, estes locais também se integram à rede SUS, tendo que seguir seus princípios e diretrizes. Municípios e Distrito Federal devem aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação em ações e serviços públicos de saúde, os estados 12%. Na União, o valor deve corresponder ao do exercício financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à variação do (PIB) do ano antecedente ao da LOA. Gestão do SUS A Vigilância Sanitária é um conjunto de medidas que têm como objetivo elaborar, controlar e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário. Estas medidas se aplicam a medicamentos e correspondentes, cosméticos, alimentos, saneantes e equipamentos e serviços de assistência à saúde. Trata-se de uma atividade multidisciplinar que regulamenta e controla a fabricação, produção, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos e a prestação de serviços de interesse da Saúde Pública. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por criar normas e regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País. A Anvisa também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras. Vigilância Sanitária A porta de entrada do usuário no SUS é na Unidade Básica de Saúde (UBS), popularmente conhecida como Posto de Saúde. A UBS é de responsabilidade de gerenciamento do município, ou seja, de cada Prefeitura brasileira. Para facilitar o acesso do usuário, o município mapeia a área de atuação de cada UBS por bairro ou região. Por isso, o cidadão deve procurar a unidade mais próxima da sua casa, munido de documentos e de comprovante de residência (conta de água, luz ou telefone). Ao ir a uma UBS pela primeira vez, o usuário fará um Cartão do SUS receberá um número e/ou uma cor que irá identificar de qual equipe da Estratégia da Saúde da Família (ESF) ele fará parte. Porta de entrada do usuário no SUS O Cartão do SUS ou Cartão Nacional de Saúde é um documento gratuito que reúne dados sobre quando e onde o usuário foi atendido em toda rede de saúde pública. Por meio do cartão, os profissionais da equipe de saúde podem ter acesso ao histórico de atendimento do usuário no SUS. Ainda, o usuário pode acessar o Portal de Saúde do Cidadão para ter acesso ao seu histórico de registros das ações e serviços de saúde no SUS. Além disso, o Cartão do SUS é feito de forma gratuita em hospitais ou locais definidos pela secretaria municipal de saúde, mediante a apresentação de RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento. O uso do cartão facilita a marcação de consultas e exames e garante o acesso a medicamentos gratuitos. Cartão do SUS A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) são estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as portas de urgência hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências. Com isso ajudam a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais. A UPA oferece estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. O papel dos hospitais é oferecer ao usuário do SUS atendimento de saúde especializado de média e alta complexidade, como cirurgias eletivas e tratamentos clínicos de acordo com cada especialidade. Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Qual é o principio do SUS cujo objetivo é diminuir desigualdades? Em outras palavras, tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. a) Universalização. b) Equidade. c) Integralidade. d) Descentralização. e) Participação popular. Interatividade Qual é o principio do SUS cujo objetivo é diminuir desigualdades? Em outras palavras, tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. a) Universalização. b) Equidade. c) Integralidade. d) Descentralização. e) Participação popular. Resposta A Assistência Social é uma política pública, um direito de todo cidadão que dela necessitar. Ela está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (Suas), presente em todo o Brasil. Seu objetivo é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios,programas e projetos. (CF/88 – Art. 203). Segunda a LOAS, a Assistência Social é direito do cidadão e dever do Estado, Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8742/1993) Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito aos benefícios e serviços de qualidade, bem como a convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer promoção vexatória de necessidade; Igualdade de direitos no acesso ao atendimento sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo poder público e dos critérios para sua concessão. Princípios da Assistência Social Assegura que é função da Assistência Social a proteção social básica e especial à população em situação de vulnerabilidade social por meio de ações de prevenção, promoção, inserção e proteção. Proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; Proteção social especial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil etc. demandando atendimento especializado. Política Nacional de Assistência Social – PNAS É um sistema público que organiza os serviços de assistência social no Brasil. Com um modelo de gestão participativa, ele articula os esforços e os recursos dos três níveis de governo. O Suas organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados. No Suas há a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a públicos específicos de forma integrada aos serviços, e também gerencia a vinculação de entidades e organizações de assistência social ao Sistema. Sistema Único de Assistência Social – Suas Visa prevenir situações de risco e vulnerabilidades, investindo no desenvolvimento de potencialidades, no fortalecimento de vínculos familiares/comunitários, e oferecendo a possibilidade de aquisições coletivas e individuais. Tem como referência as condições de vulnerabilidade social decorrentes da situação de pobreza, privação e fragilização dos vínculos afetivos em territórios. É operacionalizada com centralidade nos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, responsáveis pela oferta exclusiva do serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias – PAIF e pela gestão territorial da Proteção Social Básica. A proteção social básica É destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras situações de violação dos direitos. Na proteção social especial, há dois níveis de complexidade: média e alta. Serviços de média complexidade – PAEFI: É um serviço voltado para famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados. Serviços de alta complexidade: são aqueles que garantem a proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram em situação de violação de direitos. Proteção social especial Organiza, para todo o território nacional, os princípios e diretrizes de descentralização da gestão e execução dos serviços, programas, projetos e benefícios inerentes à Política de Assistência Social. Seu conteúdo orienta o desempenho dos diferentes atores do Sistema, definindo ainda o papel dos entes federados e as responsabilidades das instâncias de pactuação e deliberação do sistema. A NOB Suas reafirma a política de Assistência Social como política de Seguridade Social, afiançadora de direitos, tal como consagrado pela Constituição Federal de 1988 e representa uma conquista do Estado, gestores, conselhos, trabalhadores, especialistas, e também da população brasileira, em especial, daquela atendida pelo Suas. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – (NOB-RH/Suas) O Cras é a estrutura física onde o serviço PAIF é executado, sendo a unidade pública estatal de referência da rede de proteção social básica. É a porta de entrada da Assistência Social. É um local público, localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social, onde são oferecidos os serviços de Assistência Social, com o objetivo de fortalecer a convivência com a família e com a comunidade. O Cras oferta o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). No Cras, os cidadãos também são orientados sobre os benefícios assistenciais e podem ser inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Centro de Referência de Assistência Social (Cras) O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) é uma unidade pública da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados. A unidade deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), podendo ofertar outros serviços, como Abordagem Social e Serviço para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas famílias. É unidade de oferta ainda do serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto. Além de orientar e encaminhar os cidadãos para os serviços da assistência social ou demais serviços públicos existentes no município, no Creas também se oferece informações, orientação jurídica, apoio à família, apoio no acesso à documentação pessoal e estimula a mobilização comunitária. Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas Segundo a PNAS, a vulnerabilidade se constitui em situações ou ainda em identidades que concorrem para a exclusão social dos sujeitos. Assim, a vulnerabilidade é constituída por fatores biológicos, políticos, culturais, sociais, econômicos e pela dificuldade de acesso e barreiras a direitos, que atuam isolada ou, sinergicamente, sobre as possibilidades de enfrentamento de situações adversas. Segundo a PNAS, o risco social se configura como uma situação instalada que, “ao se impor, afeta negativamente a identidade e a posição social de indivíduos e grupos. É decorrente dos processos de omissão ou violação de direitos”. Vulnerabilidade e risco no âmbito da Assistência Social Qual nível de proteção, no âmbito da Assistência Social que tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários? a) Proteção social especial. b) Proteção social de média complexidade. c) Proteção social de alta complexidade. d) Proteção social intermediária. e) Proteção social básica. InteratividadeQual nível de proteção, no âmbito da Assistência Social que tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários? a) Proteção social especial. b) Proteção social de média complexidade. c) Proteção social de alta complexidade. d) Proteção social intermediária. e) Proteção social básica. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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