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TRAUMA RAQUIMEDULAR ANATOMIA OBJETIVOS . ○ segmento medular - formato: cilíndrico - cauda equina -> 10 últimos pares de nervos espinais - intumescência: cervical e lombossacral - limite: superior forame magno do occipital e inferior na altura da 2 vértebra lombar ○ topografía vértebro medular correspondência entre o segmento medular determinada vértebra O segmento distal e terminal da medula espinhal apresenta a forma cônica e é denominado de cone medular. De seu ápice, origina-se um delgado filamento meníngeo, denominado filamento terminal, que se estende até a face posterior do cóccix e atua como o ligamento inferior da medula espinhal. Abaixo da terminação da medula espinhal, as raízes nervosas do segmento lombar, sacral e coccígeo apresentam trajeto descendente no interior do canal vertebral, juntamente com o filamento terminal, e esse conjunto de estruturas é denominado de cauda equina. O nervo espinhal é formado por uma raiz motora (ventral) e outra sensitiva (dorsal). A raiz motora corresponde aos axônios cujo corpo celular estão localizados no corno anterior ou lateral da medula espinhal (medula cinzenta). A raiz sensitiva é formada pelos axônios dos neurônios sensitivos, cujo corpo celular está localizado no gânglio da raiz dorsal, e seus axônios são do tipo pseudo unipolar, conectando-se proximalmente com a medula espinhal por meio do sulco póstero lateral e formando a raiz sensitiva do nervo espinhal distalmente, que se conecta com os órgãos sensoriais, pelos quais os impulsos aferentes são transmitidos (dor, calor, tato, etc.) A substância cinzenta apresenta a forma de H e pode ser subdividida em corno anterior, lateral e posterior. No corno anterior, estão localizados os corpos celulares dos neurônios motores e visceral motores (aferentes), no corno posterior, os neurônios sensitivos (aferentes), e no corno lateral, os neurônios do sistema simpático. 1) Fascículo grácil e cuneiforme. 2) Trato corticoespinhal lateral. 3) Trato espinocerebelar dorsal. 4) Trato espinotalâmico lateral. 5) Trato espinocerebelar ventral. 6) Trato corticoespinhal ventral ○ lesão vértebro medular hemisfério cerebral córtex núcleo lentiforme (GP + PUTAMEN) núcleo caudado corpo amigdalóide diencéfalo tálamo hipotálamo transmite informação para o córtex controla o sistema nervoso autônomo tronco encefálico mesencéfalo ponte bulbo núcleos de nervos cranianos, trato longo cerebelo coordenação do movimento neurônios motores: corpos celulares no SNC e axônios que seguem no SNP até alcançarem o músculo esquelético ○ plexo lombar e lombossacra O plexo lombar forma nervos que se dirigem para a parte inferior do tronco e para os membros inferiores. Os nervos do plexo lombar são: Nervo ílio-hipogástrico: origina-se do ramo anterior de L1 e supre a pele da região hipogástrica e da pele que recobre a região lateral do glúteo. Nervo ilioinguinal: origina-se do ramo anterior de L1 e supre a pele da região superior e medial da coxa e a pele do pulmão. Nervo genito-femoral: origina-se dos ramos anteriores de L1 e L2. Divide-se em dois ramos o genital, que supre a pele dos órgãos genitais externos; e o ramo femoral, que supre a pele da região medial da coxa. Nervo cutâneo femoral lateral (da coxa): origina-se dos ramos anteriores de L2 e L3. Emerge na coxa abaixo da espinha ilíaca ântero-superior. Supre a pele da região lateral da coxa. Nervo femoral: origina-se dos ramos anteriores de L2, L3 e L4. Desce para a coxa lateralmente ao músculo psoas maior. Inerva os músculos: quadríceps femoral, articular do joelho, pectíneo e sartório. O nervo femoral origina o nervo safeno, esse nervo segue em direção distal, suprindo a pele da região medial da perna. O nervo femoral supre a pele da face anterior da coxa. Nervo obturatório: origina-se dos ramos anteriores de L2, L3 e L4. Desce para a coxa medialmente ao músculo psoas maior, atravessando o forame obturado. Inerva os músculos: obturador externo, pectíneo, grácil, adutores longo, curto e magno. O nervo obturatório supre a pele da face distal e medial da coxa. plexo lombossacral nervos espinais de T12 a S4 responsável por fornecer o suprimento nervoso para a parede abdominal, assoalho pélvico e membros inferiores. plexo sacral Esse plexo é constituído pelo tronco lombossacral e os ramos ventrais dos nervos espinais de S1, S2, S3 e S4. Além disso, corresponde à porção inferior do plexo lombossacral. Tronco lombossacral Origem: união do ramo inferior de L4 e o ramo ventral do nervo espinal de L5. Trajeto: emerge medialmente ao m. psoas maior, repousando sobre a asa do sacro. Inervação: esse tronco emite ramos motores colaterais que seguem para inervar o m. quadrado lombar, músculos intertransversários, a partir de L1 e L4, e o m. psoas maior, a partir de L2 e L3. Nervio glúteo superior Origem: formado a partir dos ramos ventrais dos nervos espinhais de L4, L5 e S1. Trajeto: passa acima do m. piriforme e segue em direção às nádegas através do forame isquiático maior. Inervação: inerva os mm. glúteo mínimo, glúteo médio e tensor da fáscia lata. Nervio glúteo inferior Origem: formado a partir dos ramos ventrais dos nervos espinais de L5, S1 e S2. Trajeto: passa inferiormente ao m. piriforme, através do forame isquiático maior, atravessando o ligamento sacrotuberal e distribui-se para a região glútea medial. Inervação: inerva o m. glúteo máximo. Nervo cutâneo femoral posterior Origem: originado a partir das divisões posteriores de S1 e S2 e divisões anteriores de S2 e S3. Trajeto: emerge inferiormente ao m. piriforme, deixando a pelve através do forame isquiático maior e segue trajeto descendente profundamente ao m. glúteo máximo, juntamente com os vasos glúteos inferiores. Além disso, encontra-se localizado medialmente ao n. isquiático. Inervação: inerva a pele da face posterior da coxa. Nervo pudendo Origem: formado através da união dos ramos ventrais dos nervos espinais de S2, S3 e S4. Trajeto: emerge da pelve através do forame isquiático maior entre os mm. piriforme e isquiococcígeo, entra na região glútea e cruza o ligamento sacroespinhal próximo à sua inserção na espinha isquiática, onde ele se localiza medialmente aos vasos pudendos internos. Inervação: inerva a pele e os músculos do períneo e dos órgãos genitais externos. Nervo isquiático Origem: O nervo isquiático é considerado o mais extenso do corpo, sendo formado pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L4, L5, S1, S2 e S3. Esse nervo consiste, na verdade, em dois segmentos: o nervo tibial, derivado das divisões anteriores, e o nervo fibular comum, derivado das divisões posteriores, estes são unidos na mesma bainha de tecido conjuntivo. Trajeto: Passa pelo forame isquiático maior (inferiormente ao músculo piriforme) e desce ao longo da superfície posterior da coxa, entre o trocânter maior do fêmur e a tuberosidade isquiática em direção à fossa poplítea, onde geralmente se bifurca para formar o nervo tibial e o nervo fibular comum. Entretanto, em cerca de 12% das pessoas, os nervos separam-se quando deixam a pelve (Moore, 2014). Inervação: No seu trajeto pela face posterior da coxa, emite ramos motores para inervação dos mm isquiotibiais (m. semimembranáceo, e. semitendíneo e a cabeça longa do m. bíceps femoral) e para o m. adutor magno. nervo isquiático de l4 a s3 . Se divide em anterior e posterior (na articulação do joelho): anterior: nervo tibial (sola do pé e parte posterior da perna) posterior: nervo fibular comum importância do nervo pudendo: relação com o períneo NERVOS QUE FORMAM O PLEXO LOMBOSSACRAL(ramos ventrais de L1 a S3): L1: ílio hipogástrico e ílio inguinal L1+L2: genitofemoral L2+L3: cutâneo femoral lateral L2+L3+L4 (parte posterior): femoral L2+L3+L4 (parte anterior): obturador L4+L5: tronco lombossacral (contribui para o plexo sacral) Tronco lombossacral + S1 + S2 + S3: nervo isquiático S1+ S2+ S3: nervo cutâneo posterior da coxa S2 + S3 + S4: nervo pudendo L4+L5+S1: glúteo superior L5+ S1+ S2: glúteo inferior Principais ramos do plexolombar Iliohypogastric Ilioinguinal Genitofemoral Cutâneo femoral lateral Obturatório Femoral L2, L3, L4 femoral e obturador >>lesão ou hérnia ou trauma podem ter muitas implicações S1 + S2 + S3: nervo cutâneo posterior SISTEMA MOTOR . Arcos reflexos simples Programas motores mais complexos Vias descendentes (eferentes) Neurônios motores Modulação das vias descendentes por áreas corticais (e: núcleos da base) Unidade motora: 1 neurônio motor inferior + fibras musculares que ele inerva O tamanho da unidade motora varia de acordo com os músculos que ela inerva (ex: músculos da órbita x glúteo máximo) Os neurônios motores utilizam acetilcolina como seu principal neurotransmissor . A acetilcolina interage com os canais nicotínicos do músculo esquelético (na placa motora). A acetilcolinesterase interrompe a atividade da acetilcolina. E como são organizados os neurônios motores inferiores? Os corpos celulares dos neurônios motores inferiores são organizados sistematicamente no corno anterior da medula (áreas da lâmina de Rexed). Essa organização também se dá de forma que neurônios motores para músculos proximais são mediais aos dos músculos distais e os flexores são posteriores aos extensores. O tamanho do corpo celular do neurônio motor inferior é proporcional ao número de fibras musculares que ele inerva. Há 3 tipos de unidades motoras e tipos diferentes de fibras musculares: lentas, rápidas e intermediárias. Todas as fibras inervadas por um neurônio motor são do mesmo tipo , portanto tbm há 3 tipos de unidades motoras lentas - pouca força e pouca fadiga rápidas - muita força e muita fadiga intermediária - força e fadiga média A diferença entre as fibras associa-se às diferentes propriedades metabólicas, que culminam com diferenças de fatigabilidade. A Maioria dos músculos contém todos os tipos de fibra, mas as proporções podem variar. SISTEMA DE CONTROLE MOTOR E CONEXÕES Conceitos chave: >>Os neurônios motores superiores controlam os neurônios motores inferiores de modo direto e indireto >>O córtex de associação, o cerebelo e os núcleos da base modulam o córtex motor. TAXAS DE DISPARO DOS NEURÔNIOS MOTORES INFERIORES são influenciadas de forma imediata por conexões locais e por inputs provenientes dos neurônios motores superiores. Exemplos de conexões locais: reflexos simples e conexões que fornecem sincronismo para atividades rítmicas (como andar e respirar). As principais fontes de inputs descendentes são o córtex cerebral (trato corticoespinhal), os núcleos vestibulares (tratos vestibuloespinhais) e a formação reticular (tratos corticoespinhal). Também há uma projeção descendente do núcleo rubro (trato rubroespinhal). Núcleos da base, cerebelo e determinadas áreas do córtex de associação também são importantes para produção do movimento, porém tem pouco ou nenhum acesso direto aos neurônios motores inferiores. Eles afetam o movimento, sobretudo, ao modular a atividade dos neurônios motores superiores, especialmente aqueles do córtex cerebral. Lesões nos núcleos da base, cerebelo e córtex de associação resultam em distúrbios do movimento (como falta de coordenação, movimentos involuntários), mas não causam fraqueza acentuada, pois os neurônios motores superiores e inferiores ainda permanecem intactos. A principal via mediadora do movimento voluntário é o trato corticoespinal. O exame neurológico deve ser realizado segundo protocolo da ASIA, onde examinamos a força motora, a sensibilidade e os reflexos. Cabe ressaltar que em casos traumáticos, durante a fase de choque medular, pode haver ausência de reflexos, sendo impossível durante este período predizer se a lesão é completa ou incompleta. lesao medular completa - perde motora e sensitiva Síndrome medular anterior: ocorre perda motora e da sensibilidade térmica e dolorosa esando preservada a propriocepção A Síndrome Medular Central é uma lesão traumática ocorrida na região cervical, que resulta em maior enfraquecimento motor nas extremidades superiores do que as extremidades inferiores. PERGUNTAS . 1. Sobre o Traumatismo raquimedular a) Conceito Variedade de síndromes clínicas que são decorrentes de traumatismo da medula espinhal ou das estruturas adjacentes de forma súbita b) Epidemiologia Lesão medula espinhal : 15% a 20% das fraturas Lesões medulares: 55% coluna cervical , 15 % coluna torácica e 4 % coluna toracolombar Mortalidade de 48,3% a 79% no momento do acidente 25% dos pacientes com traumatismo da coluna apresentam trauma cranioencefálico (TCE) 5% das vítimas com TCE apresentam trauma raquimedular (TRM). Mortalidade após admissão : 4,4 % a 16,7% Faixa etária de 15-40anos sexo masculino 4 : 1 Causas : - Acidente automobilístico : 35,9 % a 55 % - Violência : 14,2% a 29,5% - Quedas : 18,8% a 23% - Injúrias pelo esporte : 7,3% a 11,1% c) Fatores de risco 15-40 anos homem espondilite, osteoporose d) Fisiopatologia mecanismo da lesão 7 cervicais 12 torácica 5 lombares 5 sacrais 4 / 5 coccígeas medula espinal vai até L2 As lesões localizadas acima de T10 resultam em lesão da medula espinhal com participação exclusiva dos neurônios motores superiores, enquanto que as lesões abaixo de L1 resultam em lesão das raízes que formam a cauda equina, com participação do neurônio motor inferior. As lesões localizadas entre T10 e L1 podem apresentar padrões mistos de envolvimento do neurônio motor superior e inferior, apresentando lesão do neurônio motor inferior nos níveis lombares altos, e lesão do neurônio motor superior e inferior nos níveis lombares e sacrais. Essa correlação anátomo-clínica das lesões é de grande importância, pois as lesões dos neurônios motores inferiores comportam-se como lesões dos nervos periféricos e apresentam potencial de regeneração e prognóstico favorável, ao contrário das lesões do neurônio motor superior, que não apresenta bom prognóstico por ser uma lesão do sistema nervoso central. tipos de fratura Tipo A – Lesões Compressivas: As lesões compressivas nada mais são que o achatamento de vértebras. As lesões do tipo A podem ser classificadas de I a IV. • A 1: Fratura em “tear drop”. • A 2: Fratura em “Split”, acomete os dois platôs, como uma rachadura. Trata-se de um caso cirúrgico limítrofe, em que se pode adotar • medidas conservadoras em alguns casos. • A 3: O acometimento do platô superior. • A 4: O acometimento de ambos os platôs. Tipo B – Lesões por Ruptura: • B 1: Lesão por ruptura anteroposterior. • B 2: Lesão por ruptura do platô superior, associada à ruptura ligamentar. • B 3: Lesão por ruptura do disco vertebral, associada à ruptura ligamentar total. • Usualmente, as fraturas do Tipo B são abordadas cirurgicamente, justamente pela comum afecção das estruturas ligamentares. Tipo C - Lesões por Deslocamento: A lesão por deslocamento geralmente envolve compressão, rupturas e deslocamentos, sendo o tipo mais grave de fratura, podendo estar associada a sinais clínicos de rotura parcial ou completa medular. Os tipos de fratura mais frequentes, em ordem craniocaudal, são: • Luxação Atlanto-Occipital: disjunções craniocervicais, pouco comuns, gerada por movimentos acentuados de flexão e tração. Normalmente fatal por destruição do tronco encefálico e apneia. • Fratura do Atlas (C1): A fratura mais comum do Atlas é a fratura por explosão da vértebra (Fratura de Jefferson). O seu mecanismo é normalmente uma sobrecarga axial, como ocorre em mergulhos em superfície rasa. A melhor forma de diagnosticar essa fratura é a radiografia por incidência transoral. • Subluxação por rotação em C1: O doente se apresenta com a cabeça em rotação persistente (torcicolo). Pode-se observar nessa lesão que o odontóide não se encontra equidistante dos processos laterais de C1 , mais comum em crianças. • Fraturas do Áxis (C2): tipos A lesão completa - ausência e atividade motora voluntária e sensibilidade B lesão incompleta - -apenas sensibilidade presente C incompleta - presença de atividade motora voluntária mas com força menor que 3 D presenca de atividad motora atividade motora voluntária com forca> 3 E normal TRM agudo aconteça em 2 etapas - mecanismo primeira: traumatismo mecânico impacto do osso com o ligamento contra a medula - mecanismo secundário: sequências de processos bioquímicos e celulares desencadeados pelo mecanismo primário patologia macroscopica 1. lesão medular sólida - medula aparentemente normal no exame macroscópico 2. lesão medular confusão - sem rupturas ou interrupção na anatomia, mas com hemorragia e necrose 3. lesão medular de laceração - ruptura bem demarcada na anatomia de superfície (prohevea ou fragmentos ósseos pontiagudos) 4. lesão medular de compreensão grave - medula é macerada ou pulverizada alterações histológicas - fase imediata - 1-2 horas depois do acidente lesão primária - ruptura mecânica -> vasodilatação, conexão, hemorragias petequiais - fase aguda - 1-2 dias depois do acidente edema, hemorragia, inflamação, anormalidades dos neurônios lesão de vasos pode causar hemorragia na sub. cinzenta reação inflamatória: afluxo de neutrófilos neurônios morrem por necrose - fase intermediária - dias a semanas reações gliais - fase tardia - semana a meses a anos degeneração walleriana (fragmentação da bainha de mielina, medula pode ser substituída por um tecido conjuntivo fibrose), fibrose astroglial e mesenquimal, formação de cistos e syringes (cavidades com líquidos) e schwannoma (proliferação intra ou extramedular de células de schwann e axônios - pode ser um impedimento físico a regeneração da medula As alterações histopatológicas da medula espinhal duram entre 48 horas a 1 semana após a lesão, ocorrendo diminuição do edema intersticial e reabsorção do hematoma e restos celulares após esse período. O tecido nervoso degenerado é reabsorvido e inicia a formação de uma cavitação central da medula espinhal, podendo ocorrer a formação de cistos que coalescem para formar cavidades que são preenchidas com liquor. O tecido fibroso cicatricial da medula espinhal, que é oriundo dos astrócitos adjacentes, ou dos fibroblastos sistêmicos, abrange a medula espinhal lesada, a leptomeninge (aracnoide e pia-máter) e o periósteo adjacente, resultando em uma medula espinhal esclerótica, aderente e com obliteração dos espaços subaracnóide e subdural. e) Manifestações clínicas (tetraplegia, arreflexia e atonia generalizada?) A paraplegia é a perda dos movimentos dos membros inferiores, ocorrendo por lesões torácicas ou mais inferiores (abaixo de T1). A tetraplegia envolve também a perda de movimentos de membros superiores além da sustentação axial, denotando uma possível lesão cervical (acima de T1). A lesão completa medular envolve a perda de todos os movimentos, enquanto a lesão incompleta cursa com a manutenção do movimento de certos grupamentos musculares, de um hemicorpo, entre outras formas a depender do mecanismo de acometimento medular. O paciente que cursa com uma lesão completa de medula cursa com disfunção esfincteriana, arreflexia, hipotonia generalizada, perda total dos movimentos e da sensibilidade, sendo essa entidade caracterizada como um choque medular. Nesse caso, pode-se observar a ausência do reflexo do bulbo cavernoso, bem como a presença de priapismo, ambos pela descarga adrenérgica expressiva que ocorre no choque medular, indicando um pior prognóstico. disreflexia autonômica - lesões acima de T6 - supressão das respostas autonômicas coordenadas aos estímulos fisiológicos - reações simpáticas podem causar hipertensão extrema mediada por vasoconstrição e o sistema parassimpático reage com vasodilatação e bradicardia -> hipertensão, bradicardia, cefaléia e sudorese vacinar e pneumococo disfunção vesical - bexiga neurogênica infecções do trato urinário constituem a principal fonte de sepse osteoporose espasticidade - supressão das vias inibitórias descendentes com aumento simultâneo da excitabilidade reflexos espinais e do tônus muscular em repouso - dor, limitação da mobilidade, espasmos musculares, contratura depressão, suicidio, drogadição f) Diagnóstico (qual nível tem que acontecer para ser qual paralisia) trauma você suspeita de TRM se Todo politraumatizado deve ser tratado como portador de lesão raquimedular até que se prove o contrário - politraumatismo severo - pequeno trauma com dor no trajeto da coluna espinal - alteração sensitiva e motora - rebaixamento do nível de consciência 30% dos pacien falecem no início dos tratamento por: trauma craniano, choque hemorrágico e desordem fisiológica associado com hemorragia 20% sobrevivem por semana ou meses Critérios de Imobilização ● Dor ou rigidez ● Presença de déficit neurológico ● Alteração do nível de consciência ● Evidência de uso de drogas ou intoxicação ● Outros traumas que podem agir com mecanismo de distração Imobilização Inicial na fase pré-hospitalar - Colar cervical rígido - Prancha rígida - Suporte lateral - ¨ Posição Neutra¨ complicações da imobilização - dor - desconforto - aumento da PIC - escara - risco de broncoaspiração avaliação TRM primária - imobilização adequada e rolamento em bloco - vias aéreas - ventilação - circulação secundária - avaliação sucinta do estado neurológico escalas Escala de Frankel ASIA (American Spinal Injury Association) Índice motor de neurotrauma de Lucas e Ducker Escala Sunnybrook Escala de Botsford Escala de Yale Escala de NASCIS IMSOP Escala de Frankel classificação clínica do paciente com TRM, sendo dividida em A, B, C, D ou E. Essa escala classifica o paciente do mais grave possível (A – rotura completa medular) ao paciente menos grave (E – Normal) de acordo com os critérios clínicos de função motora e sensitiva observados. • A: Paciente não apresenta nenhuma resposta motora. Rotura completa. • B: Paciente apresenta função sensitiva até S4/S5, sem resposta motora. Rotura incompleta. • C: Paciente apresenta resposta motora com força inferior a grau 3 na grande maioria dos grupos musculares. Rotura incompleta. • D: Paciente apresenta resposta motora com força superior a grau 3 na grande maioria dos grupos musculares. Rotura incompleta. • E: Paciente sem alterações motoras ou sensitivas. Normal. - níveis sensitivos - remoção de roupas para exposição - exames de imagem rx de perfil da coluna cervical PA, perfil e transoral para ver processo odontóide Métodos de imagem: Radiografia: sensibilidade limitada na avaliação óssea e impossibilidade de avaliação do comprometimento medular. Tomografia: melhor método para avaliação das estruturas ósseas, mas avaliação limitada do comprometimento medular. -> plano sagital e coronal Ressonância magnética: melhor método para a avaliação da medula espinhal e das estruturas ligamentares. -> déficit neurológico com rx normal, falta de correlação com clínica e rx, deterioração depois da redução fechada lesão medular anterior -Raro -Hérnia discal e fragmento ósseo -Paralisia motora -Propriocepção presente -Prognóstico ruim (90% sem recuperação) lesão medular central + comum lesão medular Déficit em MMSS mais intensa que MMII Força muscular em MMII preservada ou diminuída Prognóstico variável (75% de recuperação funcional) lesão medular posterior Perda da propriocepção Preservação da sensibilidade Superficial Rara TRM primário e secundário A TRM primária trata-se do insulto inicial, onde a fratura ocorreu. A TRM secundária envolve as lesões secundárias medulares, como o edema medular, a ocorrência de disautonomia, espasticidade, entre outros. As lesões medulares podem ser divididas de acordo com o comportamento sensitivo-motor. Na lesão completa da medula espinal, está ausente qualquer função motora ou sensitiva abaixo de determinado nível. Tal diagnóstico não pode ser concluído até que a fase de choque medular não esteja resolvida. Já na lesão incompleta da medula espinal, permanece certo grau de função sensitiva ou motora. O prognóstico, nesse caso, melhora significativamente. A preservação da sensibilidade da região perianal pode ser a única evidência de função residual, que acontece por alguma percepção sensorial na região perianal e/ou pela contração voluntáriado esfíncter anal externo. O nível neurológico é definido como o ponto mais caudal, com preservação bilateral sensitivo-motora. As lesões acima de T1 geralmente causam tetraplegia, e as abaixo, paraplegia. O nível ósseo pode ser diferente do neurológico, o qual pode ser dividido em níveis sensitivo e motor - nível sensitivo: o dermátomo mais baixo, com funções sensitivas normais - nível motor: A documentação da força muscular permite avaliar a melhora ou piora da função neurológica em exames sequenciais. Deve ser quantificada em uma escala de força que vai de 0 a 5, pois podem ocorrer déficits parciais A paraplegia é a perda dos movimentos dos membros inferiores, ocorrendo por lesões torácicas ou mais inferiores (abaixo de T1). A tetraplegia envolve também a perda de movimentos de membros superiores além da sustentação axial, denotando uma possível lesão cervical (acima de T1). síndromes medulares As lesões medulares implicam em síndromes específicas a depender da topografia de acometimento. Lembrando que a medula espinhal possui 3 tratos que podem ser avaliados clinicamente: o trato corticoespinhal lateral (motor), o trato espinotalâmico lateral (dor e temperatura) e os tratos das colunas dorsais (fascículo grácil e corneado, responsáveis pela propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória). Síndrome central medular: perda de força mais acentuada em membros superiores e disfunção vesical. Geralmente ocorre por hiperextensão em pacientes com estenose preexistente do canal medular. Síndrome anterior medular: paraplegia e dissociação da perda sensorial, com perda de sensibilidade à dor e temperatura (Trato Espinotalâmico). Das lesões incompletas, é a de pior prognóstico. Síndrome posterior medular: comprometimento da propriocepção, sensação vibratória e tato epicrítico, preserva sensibilidade a dor e temperatura Síndrome de Brown-Séquard ou Hemissecção medular: (1-5%) comprometimento motor e proprioceptivo ipsilateral (trato corticoespinhal) e perda da sensibilidade postural (coluna posterior), além da perda contralateral à sensibilidade térmica e à dor (Trato Espinotalâmico) - hemiplegia ipsilateral com hemianalgesia contralateral síndromes do cone medular e da cauda equina cone - anestesia com distribuição em sela, arreflexia vesical e intestinal, fraqueza e déficit sensitivo en MI cauda equina - não tem sinais referidos aos neurônios motores superiores g) Tratamento Antes se dava corticoide mas agora nao da mais, pois pode dar efeitos colaterais observados com a utilização de corticoide nesses casos, pode haver elevação na incidência de complicações infecciosas e respiratórias, maior incidência de trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, hemorragia digestiva e pancreatite, piora na evolução de TCE associado e possibilidade de “mascarar” sintomas de traumatismo de vísceras abdominais ocas. hipotensão - tentar manter 7 dias após o acidente no mínimo 85/90 - reposição cuidadosa do volume e vasopressores até 72h depois do TRm começar profilaxia de TEV - heparina úlceras de estresse pode ser evitada com inibidores da bomba de prótons ou bloqueadores H2, com tratamento por no mínimo 4 semanas depois do TRM e mudar os decúbitos começar suporte nutricional em até 72h após o TRM quando possível começar manobras de reabilitação, respiratórios, condicionamento intestinal e vesical e mobilização Na suspeita de lesão, deve-se consultar, assim que possível, neurocirurgião ou ortopedista. Se necessário, deve-se transferir o paciente para uma instituição com recursos para lhe proporcionar um tratamento definitivo. Tratamento cirúrgico - As 2 indicações clássicas para o tratamento de emergência das fraturas da coluna vertebral são a progressão do déficit neurológico e a presença de luxação com déficit neurológico parcial, situações em que o paciente deve ser transferido para um serviço que disponha de ortopedista e/ou de neurocirurgião h) Complicações complicações associadas ao choque medular, principalmente as relacionadas a perda de esfíncter, tanto urinário quanto fecal. Com relação ao descontrole autonômico, podemos também observar complicações crônicas relacionadas ao controle pressórico, justamente pelo desbalance entre o sistema simpático e parassimpático. Além disso, na fase crônica do choque medular o paciente passa a desenvolver hipertonia, hiperreflexia e espasticidade, gerando a necessidade de medicamentos relaxantes musculares ou o uso de toxina botulínica, por exemplo. O tratamento da dor deve sempre ser realizado e otimizado, de forma a possibilitar um melhor enfrentamento do quadro clínico. íleo paralítico bexiga flácida e tônica i) Diagnóstico diferencial 2. Diferenciar choque neurogênico e choque medular choque medular evento transitório após o trauma, com suspensão dos reflexos medulares abaixo do nível da lesão -> reação inflamatória e edema na medula -> déficit sensorial, paralisia flácida, ausência de reflexos medulares e alterações da termorregulação abaixo do nível da lesão -> pode levar 4-12 semanas para sua resolução arreflexia completa déficit neurológico anestesia plegia atonia espasticidade perda docontrle do esficter anal perda de força 1. arreflexia ou hiporreflexia nas 24h 2. em 1-3 dias retorno de alguns reflexos 3. até 1 mês hiperreflexia reflexa pré ccpe 4. 1-12 meses a espasticidade SE for de T4 para cima - compromete os nervos que chegam ao coração - bradicardia SE ate C4 - apneia SE ate C6 - paralisia do nervo frênico há flacidez e perda aguda dos reflexos após lesão da medula de duração variável. Há perda total das funções motora e sensitiva abaixo do nível da lesão. Com o tempo, observam-se retorno dos reflexos e evolução para hiper-reflexia por perda da inibição cranial. Durante o período desse choque, não se pode avaliar o dano real. O diagnóstico pode ser feito pela perda do reflexo bulbocavernoso. Arreflexia Paralisia flácida Ausência total da sensibilidade Ausência do reflexo bulbo-cavernoso -> quando volta quer dizer que terminou o choque medular É reversível, se não tiver lesão após o edema diminuir da medula os sintomas somem Complicações ● Broncopneumonia ● Atelectasia ● Síndrome do desconforto respiratório agudo ● Doenças trombo-embólicas ● Edema agudo de pulmão ● Infecções avaliação radiográfica - diagnóstico , localização, extensão aspectos morfo patológios Raio x simples : frente + perfil + transoral - Raio X de coluna cervical: Trans-oral , ântero-posterior, lateral. - Raio x de coluna torácica e lombar: Ântero-posterior e perfil. Tomografia da coluna ● Áreas com pouca visualização ● 100% sensitividade em pacientes sintomáticos( Raio x e CT). ● Pacientes em coma Imagem de ressonância magnética ● Limitado a estruturas ósseas ● Sensitivo a anormalidades ligamentares, disco intervertebral e medula espinhal. choque neurogênico está dentro dos choques distributivos - perda do controle vasomotor e distúrbio microcirculatório, levando a vasodilatação inapropriada choque hiperdinâmico - alto débito cardíaco e redução da RVS (vasodilatação-> musculatura lisa está lesada) condição hemodinâmica de perfusão tecidual inadequada, por lesão das vias descendentes do sistema simpático da medula espinhal, causando perda do tônus vasomotor e da inervação simpática do coração. menos tônus vascular -> dilatação das arteríolas -> diminuição da RVP-> diminui retorno venoso lesão das vias descendentes do sistema nervoso simpático a nível cervical ou torácico alto (geralmente até T6). Há vasodilatação visceral e dos membros inferiores, com consequentes hipotensão e diminuição da frequência cardíaca ou ausência de taquicardia reflexa. A pressão arterial não se normaliza com a reposição volêmica, e para o tratamento devem ser usados vasopressores. perda do tônus vasomotor (promovendo a vasodilatação dos vasos viscerais e das extremidades inferiores, represamento de sangue e, como consequência, a hipotensão) e a perda da inervação simpática cardíaca (fazendo com que o paciente curse com bradicardia ou descontinueuma taquicardia, em resposta à hipovolemia). O choque neurogênico está associado ao choque hemorrágico, então o tratamento é a reanimação volêmica e, se esta não resolver, pode-se, criteriosamente, optar pelos vasopressores. Por outro lado, o choque medular, não está associado à inervação do vaso e sim, da inervação muscular, sendo assim caracterizado pela flacidez (perda do tônus muscular) e pela perda de reflexos, observada após a lesão medular. Sem o simpático, só tem o parassimpático e tem bradicardia - exacerbação do parassimpático - parassimpático tem a ver com nervo vago PAS <90, pele quente e seca, débito urinário reduzido, estado mental alterado, hiperlactatemia, aumento da proteína c reativa, aumento da procalcitonina marcador de lesão de órgãos alvos - creatinina, ureia, bilirrubinas e tempos de coagulação dopamina para aumentar FC choque neurogenico choque hipovolemico hipotenmsao bradicardia extremidades quentes debito urinario normal perda de função simpatica drogas vasocativas hipotensao taquicardia extremidade friar debito urinario reduzido hemorrgia reposição volemica trauma vértebro medular, trauma raquimedular coluna e dividido em 4 partes - cervical: mais exposta, ter mais mobilidade, 1;3 dos pacientes morrem na hora do acidente - repercussão do bulbo que é responsável pela respiração, secção do nervo frênico que inerva o diafragma, morte rápida choque medular x choque neurogênico - podem acontecer juntos, mas nao sao a mesma coisa choque medular - 1. perda do tônus muscular (plegia é perda de todo o tônus e paresia é quando perde um pouco do tônus) paraplegia - cadeira de rodas paraparesia - muleta tetraplegia - cama tetraparesia - 2. perda de reflexo -arreflexia 3.espasticidade - movimentos involuntários complicações do paraplegia 1. lesão por pressão com ou sem escara - sacral,ísquio 2. infecção urinária por repetição 3. retêm urina - não tem inervação do detrusor - produz urina e retira por sonda (bexigoma ou cistostomia) 4. conteúdo fecal retido - intestino precisa do peristaltismo- lavagem intestinal, colostomia, extração manual com fecaloma 5. alteração de retorno venoso - aumento de evento trombótico 6. disfunções sexuais 7. atrofia muscular - sarcopenia choque neurogênico é um choque distributivo perda do tônus simpático altera a principalmente o coração - tônus vasomotor - vasos dilatam - choque FC diminui bradicardia e hipotensão e hipotermia nao dar volume se não sobrecarrega - congesto vasoconstritor - amina vasoativa - adrenalina para fazer vasoconstrição - atropina para aumentar frequência politrauma - pode ter choque hipovolêmico manejo A avaliar via aérea, B tiragem intercostal, expandido tórax, esforço respiratório, precisa de 02, saturação, ausculta pulmonar -> colar cervical C circulação - pulsos simétricos, cianose, hipoperfusão, pressão, respondeu a droga vasoativa (acesso central), D E raiox TC RM encaminha para centro especializado estabilização da coluna - artrodese TBL trauma raquimedular medula renal medula óssea medula adrenal médula espinal - SNC: encéfalo + médula espinal (no ocupa toda coluna, protegido pelas vértebras, ligamentos liquor) lesoes nao traumaticas - hérnia de disco - processos degenerativos 7 vértebras e 8 segmentos 12 torácicos 5 lombares 5 sacrais 5 coccígeno substância branca- fibras nervosas envoltas por mielina - funículos: anterior, posterior (ascensão de 3 feixes sensitivos: tato, propriocepção e sensibilidade vibratoria), lateral (fibrassensiivas e motora, dor e temperatura é controlada e trato corticoespinhal lateral) - perda de função do nível da lesão para baixo - melhor prognóstico - na periferia substância cinzenta- corpos celulares - corno ou coluna anterior - neurônio tipo alfa (contração muscular) e gama (tônus muscular) lesão tem sintomatologia no nível da lesão - corno ou coluna posterior- neurônios sensitivos - corno lateral - SNA (visceral) T1-L2 neurônios do simpático S2-S4 neurônios do parassimpático nervos emergem dos forames - raiz dorsal- senstivias - raiz ventrais- motoras choque medular - perda de todas as funções após um TRM anestesia plegia atonia arreflexia choque neurogênico - TEM que atinge nível do SNAS lesão torácica alta queda de PA bradicardia destrói fibras do simpático trauma de raiz nervosa - sintomas nível da lesão - raiz ventral - motora - raiz dorsal - sensitiva
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