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CINTIA-LIRA-BORGES

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CINTIA LIRA BORGES 
 
 
 
SARCOPENIA E QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA- CEARÁ 
2019 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA 
DOUTORADO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 CINTIA LIRA BORGES 
 
 
SARCOPENIA E QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA 
 
 
 
 
 
Tese apresentada ao Curso de Doutorado em 
Saúde Coletiva do Programa de Pós-
graduação em Saúde Coletiva do Centro de 
Ciências da Saúde da Universidade Estadual 
do Ceará, como requisito parcial à obtenção 
do título de Doutor em Saúde Coletiva. Área 
de concentração: Saúde Coletiva. 
Orientador: Prof. Dr. José Wellington 
Oliveira Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA-CEARÁ 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CINTIA LIRA BORGES 
 
SARCOPENIA E QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA ESCOLA 
 
Tese apresentada ao Curso de Doutorado em 
Saúde Coletiva do Programa de Pós-
graduação em Saúde Coletiva do Centro de 
Ciências da Saúde da Universidade Estadual 
do Ceará, como requisito parcial à obtenção 
do título de Doutor em Saúde Coletiva. Área 
de concentração: Saúde Coletiva. 
 
Aprovada em 28 de janeiro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a minha família e as 
pessoas mais importantes da minha vida: meus 
pais, meu filho e meu marido. 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por me dar o dom da vida e a sorte de ter todos os meus desejos e sonhos realizados. 
Aos meus pais por lutarem pelos meus estudos e por batalharem, até hoje, para que eu tenha 
uma vida melhor. Sem eles, com certeza, eu não seria quem sou. 
Ao meu marido (Saul Pedrosa) por ajudar nos momentos mais difíceis e compreender a vida 
acadêmica conturbada e a enorme falta de tempo para as atividades em família. 
Ao meu filho (Saul Borges) por existir na minha vida, e por compreender, aos nove anos, todo 
o esforço que demanda um doutorado, mesmo sem entender o motivo disso tudo. 
Ao Prof. Dr. José Wellington e todos os seus ensinmentos e orientações. Durante o doutorado, 
devo o meu aprendizado a você e a sua sabedoria que ultrapassa a dos seres humanos normais. 
Ao Prof. Dr. Arnaldo Peixoto, pois sem a sua paciência e generosidade, eu não teria finalizado 
essa importante etapa da minha vida. Deus colocou um anjo no meu caminho, e esse ser de 
luz foi você que me acolheu e proporcionou finalizar o doutorado. Obrigada imensamente. 
A Prof. Dra. Thereza Magalhães por fornecer considerações essenciais ao meu trabalho, por 
estar sempre disponível e responder prontamente às minhas dúvidas, e por suas palavras 
motivadoras. 
Aos Professores Charlys Barbosa e Jarbas Roriz Filho que no meio de uma vida tão atribulada 
se comprometeram em participar da banca e conceder sugestões fundamentais a minha tese. 
Aos colegas de doutorado com os quais dividi tristezas, ansiedades, alegrias e momentos 
incríveis: Ana Paula Brilhante, Bruna Yhang, Francisco Trindade Silva, Joana Mary Soares, 
Marcia Andréia Barros, Maria Sônia Nogueira, Raquel Sampaio. Maria Lidiany Tributino, 
Ana Luiza de Rezende, Fernando Sérgio, Sarah Vieira, Geyse Lanne Muniz. 
A todos os professores do doutorado, em especial Prof. Dr. Andrea Caprara e Profa. Dra. 
Lucia Conde, cuja memória do aprendizado e dos ensinamentos será eterna. 
Às amigas Beatriz Camurça e Ana Beatriz Vasconcelos por auxiliarem na coleta de dados, 
fazerem parte dos momentos de sofrimento e alegria, e me dedicarem força e apoio. 
Aos idosos que aceitaram participar da pesquisa. Sem vocês esse desafio não seria possível. 
Agradeço imensamente. 
Aos acompanhantes, cuidadores e familiares por entenderem a importância da pesquisa e 
estimularem a participação do seu idoso. 
Aos funcionários e equipe de saúde, do ambulatório da Unichristus, por disponibilizar um 
espaço adequado e ótima estrutura para coleta de dados. 
E por todos aqueles que torceram por mim do começo ao fim. Muito obrigada! 
 
O velho e o moço 
 
Deixo tudo assim 
não me importo em ver 
a idade em mim 
ouço o que convém 
eu gosto é do gasto 
sei do incômodo 
e ela tem razão 
quando vem dizer 
que eu preciso sim 
de todo o cuidado 
e se eu fosse o primeiro 
a voltar pra mudar 
o que eu fiz 
quem então agora eu seria 
ahh tanto faz 
e o que não foi não é 
eu sei que ainda vou voltar 
mas eu quem será? 
deixo tudo assim 
não me acanho em ver 
vaidade em mim 
eu digo o que condiz 
eu gosto é do estrago 
sei do escândalo 
e eles tem razão 
quando vem dizer 
que eu não sei medir 
nem tempo e nem medo 
e se eu for o primeiro 
a prever e poder desistir 
do que for dar errado 
ahhh ora se não sou eu 
quem mais vai decidir 
o que é bom pra mim 
dispenso a previsão 
ahhh se o que eu sou 
é também o que eu escolhi ser 
aceito a condição 
vou levando assim 
que o acaso é amigo 
do meu coração 
quando fala comigo 
quando eu sei ouvir 
 
(Los Hermanos) 
 
 
RESUMO 
Introdução: Sarcopenia é uma doença caracterizada por diminuição de força, massa muscular 
e desempenho físico. Nos últimos anos, tem sido aprofundada sua associação com fatores que 
influenciam o cotidiano e a qualidade de vida dos idosos. Objetivo: Estimar a prevalência, a 
incidência e os fatores associados à provável sarcopenia, à sarcopenia e quedas em uma 
amostra de idosos atendidos em uma clínica escola. Métodos: estudo prospectivo longitudinal 
realizado em um ambulatório com idosos, no período de agosto de 2016 a novembro de 2018, 
na cidade de Fortaleza, Ceará. Foi dividido em dois momentos, sendo o seguimento 
transversal de agosto de 2016 a novembro de 2018 (n=129), e o prospectivo de agosto de 
2018 a novembro de 2018 (n=66). A sarcopenia foi avaliada por meio da medida da força de 
preensão manual por dinamômetro; da circunferência da panturilha; e do teste de velocidade 
em 4,6 metros. As quedas foram avaliadas a partir da seguinte pergunta: Você caiu no último 
ano; ou entre a sua primeira e segunda avaliação? Quantas vezes? Além disso, foram 
aplicados instrumentos para relação com as variáveis independentes, a saber: 1) questionário 
de variáveis sociodemográficas, saúde e hábitos de vida; 2) questionário de sintomas sobre 
doença do refluxo gastroesofágico; 3) questionário de Porto Alegre de sintomas dispépticos; 
4) Índice SOF (avalia fragilidade); 5) critérios de Roma III para constipação funcional; 6) 
Escala GOHAI para autopercepção da saúde bucal. Os dados foram analisados utilizando o 
software estatístico Stata versão 17.0. A relação entre variáveis independentes e sarcopenia 
foi estudada por meio de Regressão logística; e a relação com quedas foi examinada por meio 
da Regressão de Poisson. As variáveis provável sarcopenia e sarcopenia foram transformadas 
em uma categoria única. Resultados: A prevalência de provável sarcopenia e sarcopenia foi 
de 34,1%, e quedas de 44,2%. Os riscos para sarcopenia foram aumento da idade (OR: 1,1); 
não morar com o cônjuge (OR: 3,67); e apresentar mais pontos no questionário de sintomas 
na doença do refluxo gastroesofágico (OR: 1,09). O resultado quedas mostrou associação com 
ser hipertenso (RDI: 2,96); ter IMC ≥ 27kg/m2 (RDI: 2.52) e ter constipação funcional (RDI: 
3.18). A incidência de provável sarcopenia e sarcopenia foi de 35,7%, e quedas de 36,4%, 
Conclusão: Considera-se alta a prevalência e incidência de sarcopenia e quedas entre os 
idosos avaliados, e ressalta-se a necessidade de se estudar os fatores associados a esses 
desfechos, uma vez que contemplam uma cadeia causal ampla e complexa. 
Palavras-chave: Sarcopenia. Idoso. Fatores de risco. Prevalência. Incidência. Fatores 
epidemiológicos. Fragilidade. 
ABSTRACT 
Introduction: Sarcopenia is a disease characterized by decreased strength, muscle mass and 
physical performance. In recent years, it has been deepened its associationwith factors that 
influence daily life and the quality of life of the elderly. Objective: To estimate the 
prevalence, incidence, and factors associated with probable sarcopenia, sarcopenia, and falls 
in a sample of elderly attending a school clinic. Methods: This was a longitudinal prospective 
study carried out in an outpatient clinic with elderly patients, from August 2016 to November 
2018, in the city of Fortaleza, Ceará. It was divided into two moments, with a cross-sectional 
follow-up from August 2016 to November 2018 (n = 129), and the prospective study from 
August 2018 to November 2018 (n = 66). The sarcopenia was evaluated by means of the 
measurement of the manual grip force per dynamometer; of the circumference of the calf; and 
speed test at 4.6 meters. The falls were assessed from the following question: You fell in the 
last year; or between your first and second evaluation? How many times? In addition, 
instruments were applied in relation to the independent variables, namely: 1) questionnaire of 
socio-demographic variables, health and life habits; 2) symptom questionnaire on 
gastroesophageal reflux disease; 3) Porto Alegre questionnaire of dyspeptic symptoms; 4) 
SOF index (evaluates fragility); 5) Rome III criteria for functional constipation; 6) GOHAI 
scale for self-perception of oral health. Data were analyzed using statistical software Stata 
version 17.0. The relationship between independent variables and sarcopenia was studied by 
means of Logistic Regression; and the relation with falls was examined by means of the 
Poisson Regression. The likely sarcopenia and sarcopenia variables were transformed into a 
single category. Results: The prevalence of probable sarcopenia and sarcopenia was 34.1%, 
and falls of 44.2%. The risks for sarcopenia were increased age (OR: 1.1); not living with the 
spouse (OR: 3.67); and present more points in the symptom questionnaire in gastroesophageal 
reflux disease (OR: 1.09). The falls result showed association with being hypertensive (RDI: 
2.96); have BMI ≥ 27 kg / m2 (RDI: 2.52) and have functional constipation (RDI: 3.18). The 
incidence of probable sarcopenia and sarcopenia was 35.7%, and falls of 36.4%. Conclusion: 
The prevalence and incidence of sarcopenia and falls among the elderly are considered high, 
and it is emphasized the need to study the factors associated with these outcomes, since they 
contemplate a broad and complex causal chain. 
Key-words: Sarcopenia. Aged. Risk Factors. Prevalence. Incidence. Epidemiologic factors. 
Frailty. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1- Aspectos envolvidos no algoritmo da triagem de sarcopenia do 
Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas 
(EWGSOP).............................................................................................. 
 
 
20 
Figura 2- Algoritmo da triagem de sarcopenia do Grupo de Trabalho 
Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP)................ 
 
20 
Figura 3- Descrição da amostra do estudo............................................................ 31 
Figura 4- Fluxograma mostrando como os artigos revisados foram 
identificados e selecionados por meio da estratégia PRISMA (2018) 
 
85 
Quadro 1- Recursos informacionais consultados, estratégias de busca e 
referências recuperadas. Fortaleza-CE. Brasil. 2018.......................... 
 
82 
Quadro 2- Descrição dos estudos incluídos na revisão sistemática na base 
Scielo e CINAHL, segundo autores, ano, objetivo, classificação de 
sarcopenia, tipo de estudo e base/portal. Fortaleza-CE. Brasil. 
2018.......................................................................................................... 
 
 
 
86 
Quadro 3- Descrição dos estudos incluídos na revisão sistemática no portal 
Pubmed, segundo autores, ano, objetivo, classificação de 
sarcopenia, tipo de estudo e base/portal. Fortaleza-CE. Brasil. 
2018.......................................................................................................... 
 
 
 
87 
Quadro 4- Relação entre sarcopenia e fatores de risco/proteção, de acordo 
com os modelos de regressão dos estudos incluídos da base Scielo e 
CINAHL na revisão sistemática. Fortaleza-CE. Brasil. 2018............ 
 
 
91 
Quadro 5- Relação entre sarcopenia e fatores de risco/proteção, de acordo 
com os modelos de regressão dos estudos incluídos do portal 
PubMed na revisão sistemática. Fortaleza-CE. Brasil. 2018.............. 
 
 
93 
Quadro 6- Qualidade desta revisão sistemática pelo guia AMSTAR.................. 117 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1- Definição dos pontos de corte para os marcadores e testes clínicos 
de sarcopenia........................................................................................ 
 
19 
Tabela 2- Estudo Transversal da Relação entre variáveis sociodemográficas, 
de estilo de vida e Provável Sarcopenia e Sarcopenia, numa 
amostra (n=129) de idosos atendidos em uma clínica escola da 
cidade de Fortaleza.................................................. 
 
 
 
39 
Tabela 3- Estudo Transversal da Relação entre comorbidades, número de 
doenças, número de medicamentos, fragilidade e Provável 
Sarcopenia e Sarcopenia, numa amostra (n=129) de idosos 
atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................ 
 
 
 
 
41 
Tabela 4- Análise multivariada da provável sarcopenia e sarcopenia, no 
estudo transversal, numa amostra (n=129) de idosos atendidos em 
uma clínica escola da cidade de Fortaleza......................................... 
 
 
42 
Tabela 5- Estudo Transversal da Relação entre variáveis sociodemográficas, 
de estilo de vida e Número de Quedas, numa amostra (n=129) de 
idosos atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza............................................................................... 
 
 
 
43 
Tabela 6- Estudo Transversal da Relação entre comorbidades, número de 
doenças, número de medicamentos, IMC e Número de Quedas, 
numa amostra (n=129) de idosos atendidos em uma clínica escola 
da cidade de Fortaleza......................................................................... 
 
 
 
44 
Tabela 7- Estudo Transversal da Relação entre sintomas dispépticos, 
constipação funcional, sarcopenia, marcadores clínicos de 
sarcopenia, fragilidade e Número de Quedas, numa amostra 
(n=129) de idosos atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................ 
 
 
 
 
45 
Tabela 8- Análise multivariada do número de quedas, no estudo transversal, 
numa amostra (n=129) de idosos atendidos em uma clínica escola 
da cidade de Fortaleza......................................................................... 
 
 
46 
Tabela 9- Estudo Prospectivo da relação entre variáveis sociodemográficas, 
de estilo de vida e Número de Quedas, numa amostra (n=66) de 
 
 
idosos atendidos em uma clínica escola da cidade de Fortaleza...... 47 
Tabela 10- Estudo Prospectivo da relação entre comorbidades, número de 
doenças, número de medicamentos, fragilidade, Teste Time up 
and go, sintomas dispépticos, constipação funcional e Provável 
Sarcopenia e Sarcopenia, numa amostra (n=56) de idosos 
atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................. 
 
 
 
 
 
48 
Tabela 11- Análise multivariada da provável sarcopenia e sarcopenia, no 
estudo prospectivo, numa amostra (n=66) de idosos atendidos em 
uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................. 
 
 
 
49 
Tabela 12- Estudo Prospectivo da relação entre variáveis sociodemográficas, 
de estilo de vida e Número de Quedas, numaamostra (n=66) de 
idosos atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................. 
 
 
 
50 
Tabela 13- Estudo Prospectivo da relação entre comorbidades, IMC, número 
de doenças e medicamentos, sarcopenia, marcadores de 
sarcopenia, sarcopenia, fragilidade, sintomas dispépticos, 
constipação funcional e Número de Quedas, numa amostra (n=66) 
de idosos atendidos em uma clínica escola da cidade de 
Fortaleza................................................................................................. 
 
 
 
 
 
51 
Tabela 14- Análise multivariada do número de quedas, no estudo 
prospectivo, numa amostra (n=66) de idosos atendidos em uma 
clínica escola da cidade de Fortaleza................................................... 
 
 
52 
Tabela 15- Qualidade dos estudos transversais da base PubMed, a partir da 
ferramenta Newcastle-Ottawa Scale. Fortaleza-CE. Brasil. 
2018......................................................................................................... 
 
 
114 
Tabela 16- Qualidade dos estudos transversais da base PubMed, a partir da 
ferramenta Newcastle-Ottawa Scale. Fortaleza-CE. Brasil. 2018.... 
 
115 
Tabela 17- Qualidade dos estudos de coorte a partir da ferramenta 
Newcastle-Ottawa Scale........................................................................ 
 
 
116 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
EWGSOP The European Working Group on Sarcopenia in Older People 
SOF Study of Osteoporotic Fracture Criteria for Frailty 
TUG Time Up and Go 
SPPB Short Physical Performance Battery 
DI Densidade de incidência 
AWGS Algoritmo Asian Working Group for Sarcopenia 
FNIH Foundation for the National Institutes of Health 
IWGS International Working Group on Sarcopenia 
SIG Special Interest Group 
BIA Bioimpedância elétrica 
DXA Varreduras de absorciometria de raios-x de dupla energia 
TC Tomografia Computadorizada 
RM Ressonância magnética 
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica 
DRGE Doença do Refluxo Gastroesofágico 
OR Odds Ratio 
RQPP Razão de Quedas Por Pessoa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 14 
1.1 SARCOPENIA.................................................................................................... 14 
1.2 FISIOPATOLOGIA DA SARCOPENIA........................................................... 15 
1.3 PARÂMETROS DA SARCOPENIA................................................................. 16 
1.4 TERMOS RELACIONADOS À SARCOPENIA............................................... 20 
1.5 TRATAMENTO DA SARCOPENIA................................................................. 23 
1.6 QUEDAS ENTRE IDOSOS............................................................................... 24 
1.7 JUSTIFICATIVA................................................................................................ 25 
2 OBJETIVO........................................................................................................ 27 
3 MÉTODOS......................................................................................................... 28 
3.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................................. 28 
3.2 LOCAL E PERÍODO......................................................................................... 28 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................ 29 
3.4 INSTRUMENTOS E VARIÁVEIS DE COLETA............................................ 31 
3.5 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.................................................. 34 
3.6 ASPECTOS ÉTICOS.......................................................................................... 36 
4 RESULTADOS.................................................................................................. 37 
4.1 RESULTADO ESTUDO TRANSVERSAL....................................................... 38 
4.2 RESULTADO ESTUDO PROSPECTIVO........................................................ 47 
5 DISCUSSÃO...................................................................................................... 53 
5.1 DISCUSSÃO ESTUDO TRANSVERSAL E PROSPECTIVO SOBRE 
SARCOPENIA.................................................................................................... 
 
53 
5.2 DISCUSSÃO ESTUDO TRANSVERSAL E PROSPECTIVO SOBRE 
QUEDAS............................................................................................................. 
 
56 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 61 
 REFERÊNCIAS................................................................................................ 63 
 APÊNDICES..................................................................................................... 73 
 APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E DE SAÚDE... 75 
 APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E 
ESCLARECIDO.................................................................................................. 
77 
 APÊNDICE C- TERMO DE FIEL DEPOSITÁRIO.......................................... 78 
 APÊNDICE D- CARTA DE ANUÊNCIA......................................................... 79 
 APÊNDICE E- ARTIGO DE REVISÃO SISTEMÁTICA................................ 80 
 APÊNDICE F- QUALIDADE DOS ESTUDOS TRANSVERSAIS DA BASE 
SCIELO E CINAHL................................................................................ 
115 
 APÊNDICE G- QUALIDADE DOS ESTUDOS TRANSVERSAIS DA 
BASE SCIELO E CINAHL................................................................................ 
116 
 APÊNDICE H- QUALIDADE DOS ESTUDOS DE 
COORTE............................................................................................................. 
117 
 APÊNDICE I- QUALIDADE DA REVISÃO SISTEMÁTICA PELO GUIA 
AMSTAR............................................................................................................. 
118 
 ANEXOS............................................................................................................ 119 
 ANEXO A- AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS TRANSVERSAIS- 
NEWCASTLE-OTTAWA SCALE..................................................................... 
 
120 
 ANEXO B- AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS DE COORTE- NEWCASTLE-
OTTAWA SCALE.............................................................................................. 
 
121 
 ANEXO C- FERRAMENTA AMSTAR............................................................ 122 
 ANEXO D- FERRAMENTA PRISMA.............................................................. 123 
 ANEXO E- ÍNDICE GOHAI.............................................................................. 124 
 ANEXO F- SINTOMAS DISPÉPTICOS........................................................... 125 
 ANEXO G- ROMA IV (CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL)................................ 127 
 ANEXO H- ÍNDICE SOF (STUDY OF OSTEOPOROTIC FRACTURES)…. 128 
 ANEXO I- PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP................................. 129 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 SARCOPENIA 
Durante o envelhecimento, o organismo sofre diversas alterações estruturais, 
metabólicas e de funções fisiológicas. Essas modificações podem contribuir para maior 
susceptibilidade a desfechos clínicos diferentes das outras faixas etárias. A idade avançada 
está relacionada ao aparecimento de fragilidade e inúmeras comorbidades, como a sarcopenia, 
as quais estão inter-relacionadas e, frequentemente, ocorrem concomitantemente. 
Sarcopenia é um distúrbio muscular esquelético progressivo e generalizado que 
está associado ao aumento de quedas, fraturas, incapacidade física, internações e mortalidade. 
(CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Até final do ano de 2018, o estadiamento podia ser feito, 
conforme a condição do idoso,em pré-sarcopênico, ou seja, baixa massa muscular sem 
alterações de força e desempenho; ou sarcopênico, isto é, quando apresentava baixa massa 
muscular e um dos dois fatores: redução de força ou baixo desempenho; e como sarcopênico 
grave, quando todos os critérios estavam presentes (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). A sua 
origem pode ser primária, quando está unicamente relacionada à idade; ou secundária, quando 
uma ou mais outras causas são evidentes, por exemplo, quando se concatena a déficits de 
atividade, nutrição e/ou doença (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). 
Recentemente, o consenso europeu do The European Working Group on 
Sarcopenia in Older People (EWGSOP) sobre sarcopenia foi atualizado e classifica: idoso 
provavelmente sarcopênico aquele que tem redução da força muscular; idoso com diagnóstico 
confirmado de sarcopenia aquele que tem diminuição de força e de massa muscular; e 
gravemente sarcopênico aquele que tem perda de força, massa e desempenho físico (CRUZ-
JENTOFT et al., 2019). 
Além disso, a sarcopenia pode ser aguda, quando relacionada a uma doença ou 
lesão ocorrida em um período menor de seis meses; ou crônica, quando presente em um 
período igual ou maior de seis meses, e associada a condições crônicas progressivas e ao 
aumento da mortalidade (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). O consenso ainda refere que a baixa 
força muscular é suficiente para considerar intervenções em saúde (CRUZ-JENTOFT et al., 
2019). 
15 
 
A abordagem da sarcopenia, a partir de pesquisas de alta qualidade, levou ao 
reconhecimento da entidade como doença, sendo instituído o código M62.84 na Classificação 
Internacional de Doenças (CID-10), em setembro de 2016 (ANKER; MORLEY; VON 
HAEHLING, 2016). Isso representou relevante avanço, corroborando para o aumento da 
disponibilidade de ferramentas diagnósticas e para motivação das empresas farmacêuticas em 
desenvolver drogas para tratamento (ANKER; MORLEY; VON HAEHLING, 2016). 
Atualmente, em 18 de junho de 2018, foi lançada a CID-11, que cita a sarcopenia 
como transtorno paraneoplásico ou autoimune do músculo (código 8E4A.3) (WHO, 2018a) 
incorporado aos transtornos paraneoplásicos ou autoimunes do sistema nervoso (código 
8E4A) (WHO, 2018b). Além disso, considera sarcopenia como outros transtornos específicos 
dos músculos (código FB32.Y) (WHO, 2018c) referente às desordens específicas dos 
músculos (código FB32). Nesse último caso, a descrição trata-se de comprometimento da 
saúde ou condição de funcionamento muscular anormal que não se encaixa em outra categoria 
(WHO, 2018d). 
A epidemiologia da sarcopenia é diversa entre os países e tem relação estreita com 
o estilo de vida e com o estado clínico do idoso. Dessa forma, em idosos da comunidade pode 
variar entre 8,8% (KÖNIG et al., 2018) e 33,5% (ROSSI et al., 2017); em idosos 
hospitalizados de 30,2% a 50,7% (BIANCHI et al., 2017); em idosos atendidos em 
ambulatório de 15,2% (KILIC et al., 2017) a 27,6% (BEAUDART et al., 2015); e naqueles 
institucionalizados varia de 38,1% (BUCKINX et al., 2017) a 40,2% (SENIOR et al., 2015). 
1.2 FISIOPATOLOGIA DA SARCOPENIA 
A fisiopatologia da sarcopenia envolve diversos mecanismos que merecem ser 
elucidados a fim de melhor compreensão sobre estratégias que podem ser aplicadas em nível 
laboratorial/experimental e na prática clínica. De maneira geral, esses envolvem fatores 
intrínsecos, como inflamação, autofagia (SAKUMA; AOI; YAMAGUCHI, 2015; 
KALINKOVICH; LIVSHITS, 2015); deficiência de síntese proteica; proteólise, problemas na 
integridade neuromuscular (CRUZ-JENTOFT et al., 2010); diminuição do tamanho da fibra 
muscular; homeostase mitocondrial desregulada e apoptose (SAKUMA; AOI; 
YAMAGUCHI, 2015). 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Anker%20SD%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27891296
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Morley%20JE%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27891296
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=von%20Haehling%20S%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27891296
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Aoi%20W%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Yamaguchi%20A%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Yamaguchi%20A%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
16 
 
Nessa doença, muitos reguladores negativos agem inibindo a síntese de proteínas 
e aumentando a degradação proteica no músculo esquelético (SAKUMA; AOI; 
YAMAGUCHI, 2015). Destaca-se que, nos seres humanos, o músculo esquelético é o mais 
abundante, responsável por 40 a 50 % da massa corporal; e desempenha papel vital na 
locomoção e na produção de calor para manutenção do metabolismo (SAKUMA; AOI; 
YAMAGUCHI, 2015). 
Além disso, fatores extrínsecos (SAKUMA; AOI; YAMAGUCHI, 2015; 
KALINKOVICH; LIVSHITS, 2015), como estado nutricional, sedentarismo e imobilidade, 
contribuem para miogênese defeituosa, atrofia muscular e fraqueza (KWAK et al., 2018). 
Com relação a fatores bioquímicos específicos, destacam-se que indivíduos 
tendem a ser sarcopênicos quando apresentam valores aumentados de miostatina sérica (TAY 
et al., 2015), a qual é uma proteína sintetizada e secretada pelo músculo esquelético que 
regula negativamente a massa muscular e faz parte da família do fator de crescimento 
transformador β (TGF-β) (BERGEN et al., 2015; SAKUMA; AOI; YAMAGUCHI, 2015). 
Também, quando apresentam níveis diminuídos de osteocalcina no osso, uma vez que a 
sinalização desse hormônio em miofibras é necessária para promover a síntese de proteínas 
em células musculares (MERA et al., 2016). Ainda, quando possuem menores valores do 
fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1) (TAY et al., 2015; KWAK et al., 
2018), o qual é uma proteína que regula a síntese proteica e o ciclo celular (MOORE et al., 
2018), estando associada a menor força de preensão palmar e pior desempenho físico (VAN 
NIEUWPOORT et al., 2018). 
Dessa forma, a literatura aponta que repor proteínas ou fatores que estão 
envolvidos na fisiopatologia da sarcopenia pode contribuir para prevenir ou tratar a doença. 
1.3 PARÂMETROS DA SARCOPENIA 
Sabe-se que a sarcopenia é identificada na presença de três marcadores: força, 
massa muscular e desempenho físico. A definição do consenso de 2018, sugere que a força 
muscular seja a medida mais confiável da função muscular e o parâmetro primário para 
classificação da sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Essa atualização foi fundamental 
para facilitar a avaliação da sarcopenia na prática clínica e para evitar confusão entre os 
termos dinapenia e sarcopenia. 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Sakuma%20K%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Aoi%20W%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Sakuma%20K%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Aoi%20W%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24797147
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17 
 
Por muito tempo, estudiosos discordaram sobre as definições das nomenclaturas 
sarcopenia e dinapenia. Muitos consideravam dinapenia como perda de força e sarcopenia 
como perda de massa muscular. Acreditavam que a manutenção ou o ganho de massa 
muscular não previnia o declínio de força muscular adquirido com o envelhecimento 
(MANINI; CLARK, 2012). Ainda, que a força muscular seja um fator crítico e determinante 
de incapacidade física e morte entre idosos, sugerindo, portanto, que a sarcopenia poderia ser 
secundária à dinapenia (MANINI; CLARK, 2012). 
Atualmente, a força muscular é o principal marcador de sarcopenia, o que facilita 
a identificação imediata da doença na prática, pois é considerado um método simples e barato 
(CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Esse marcador pode ser medido por meio de um 
dinamômetro para o cálculo da força de preensão palmar; ou pelo teste de suporte da cadeira 
(“chair rise test”) em que é cronometrado o tempo que o paciente sobe cinco vezes, a partir de 
uma posição sentada sem utilizar os braços; nesse caso, se avalia a força dos músculos da 
perna (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). 
A massa muscular é determinante para se definir força muscular. No entanto, a 
perda de massa não pode ser considerada a única ou a principal explicação para a redução de 
força (BEAUDART et al., 2017). Essa diminuição de massa é ocasionada por uma 
desregulação entre a síntese e a quebra de proteínas nas células musculares, e contribui para o 
aumento de morbidade entre idosos, devido, sobretudo, o maior índice de quedas e fraturas 
(MERA et al., 2016). 
Nem sempre o aumento ou a manutenção da massa muscular está relacionado com 
o ganho de força (MANINI; CLARK, 2012). Essa dissociação entre perda de massa versus 
força, entre outros fatores, pode ser explicada pela atrofia e denervação das fibras musculares 
(BEAUDART et al., 2017), e pelas respostas inflamatórias, durante doenças agudas, que 
levam ao desbalanço de nitrogênio no organismo (GARIBALLA; ALESSA, 2017). 
A massa muscular pode ser estimada por uma variedade de técnicas. O consenso 
sugere as medidas de Massa Muscular Esquelética Apendicular (STUDENSKI et al., 2014) ou 
Massa Muscular Esquelética Apendicular/peso2 (GOULD et al., 2014) para quantificar a 
perda de massa (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). 
18 
 
Para estabelecer essas medidas existem várias tecnologias, incluindo imagens de 
ressonância magnética (RM), tomografia computadorizada (TC), varreduras de 
absorciometria de raios-x de dupla energia (DXA), bioimpedância elétrica (BIA) (KWAK et 
al., 2018; BARTLEY; STUDENSKI, 2017) e intensidade de eco ultrassônico (ou ultrasound 
echointensity- EI) (BARTLEY; STUDENSKI, 2017). 
A quantificação relacionada à imagem por RM e TC tem sido considerada como 
padrão-ouro para medir a massa muscular, no entanto, possui alto custo, baixa acessibilidade 
e exposição à radiação gerada por TC (CRUZ-JENTOFT et al., 2010; CRUZ-JENTOFT et al., 
2019). 
A DXA tem exposição mínima à radiação e menor custo do que a RM e TC 
(GUGLIELMI et al., 2016), porém não oferece informações sobre a composição muscular 
(BARTLEY; STUDENSKI, 2017). A BIA é simples e portátil, principalmente para o uso em 
pacientes acamados e ambulatoriais, estima o volume de gordura e massa corporal magra, e é 
considerada uma alternativa portátil para a DXA (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). 
A intensidade de eco ultrassônico é um marcador útil e, relativamente, barato de 
ultrassonografia não invasiva para avaliar a qualidade muscular e fragilidade, tendo a 
vantagem de não sofrer interações dependentes do sexo ou comorbidades (BARTLEY; 
STUDENSKI, 2017). Ressalta-se que níveis mais elevados de intensidade de eco ultrassônico 
estão associados a baixos níveis de força muscular e à fragilidade (MIRÓN MOMBIELA et 
al., 2017). No entanto, ainda é preciso comparar e validar essa ferramenta com os outros 
exames (BARTLEY; STUDENSKI, 2017) para testá-la com mais precisão (MIRÓN 
MOMBIELA et al., 2017). 
Nos locais onde o acesso é precário ao alcance dessas tecnologias, as medidas de 
circunferência da panturrilha podem ser utilizadas (LANDI et al., 2014; CRUZ-JENTOFT et 
al., 2019). Os pontos de corte podem variar entre os países (LANDI et al., 2014; PAGOTTO 
et al., 2018). 
A medida que define a gravidade da sarcopenia é o desempenho físico que pode 
ser medido pelo Short Physical Performance Battery (SPPB), pela velocidade de marcha em 
quatro metros, pelo teste Time Up and Go (TUG), teste de caminhada de 400 m, entre outros 
(CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Os pontos de corte variam para cada teste. Porém, para 
19 
 
simplificar o grupo de trabalho europeu define uma velocidade de marcha com ponto de corte 
≤ 0,8 m/s para sarcopenia grave, já que é mais conveniente na prática clínica e prevê 
desfechos relacionados à doença (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). 
A tabela 1 resume os parâmetros de sarcopenia com os respectivos pontos de 
corte, a partir do consenso atualizado em 2018 (CRUZ-JENTOFT et al., 2019) 
Tabela 1- Definição dos pontos de corte para os marcadores e testes clínicos de sarcopenia 
 
MARCADORES e TESTES PONTOS DE 
CORTE ♂ 
PONTOS DE 
CORTE ♀ 
REFERÊNCIAS 
FORÇA MUSCULAR 
PREENSÃO PALMAR < 27 kgf < 16 kgf DODDS et al. (2014) 
LEVANTAR DA CADEIRA > 15 s > 15 s CESARI et al. (2009) 
MASSA MUSCULAR 
MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA 
APENDICULAR 
< 20 kg < 15kg STUDENSKI et al. (2014) 
MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA 
APENDICULAR/ PESO
2
 
< 7 kg/m
2
 < 6,0 kg/m
2
 
 
GOULD et al. (2014) 
DESEMPENHO FÍSICO 
VELOCIDADE DE MARCHA ≤ 0,8 m/s - CRUZ-JENTOFT et al. (2010) 
TUG ≥ 20 s - BISCHOFF et al. (2003) 
Fonte: Adaptado de CRUZ-JENTOFT et al., 2019. 
Após, realizados os devidos testes, deve-se determinar os casos, o diagnóstico e a 
gravidade da sarcopenia. Para isso, o consenso do EWGSOP recomenda o algoritmo Find-
Asses-Confirm-Severity para uso em pesquisas e na prática clínica com o objetivo do 
raciocínio lógico e prático, durante o diagnóstico (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). A figura 1 
mostra as etapas do algoritmo. 
Destaca-se que na etapa Find (encontrar os casos), a ferramenta SARC-F é 
composta por cinco itens de autorrelato sobre a percepção do paciente quando a limitações de 
força, capacidade para andar, levantar de uma cadeira, subir escadas e sobre quedas 
(MALMSTROM et al., 2016). Soma de zero a dez pontos, e quando maior que quatro 
(MALMSTROM et al., 2016), considera-se positivo para continuar a triagem. 
 
 
 
20 
 
Figura 1- Aspectos envolvidos no algoritmo da triagem de sarcopenia do Grupo de 
Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP) 
 
Encontrar os casos (find): identificar os que estão em risco pela suspeita clínica ou pela 
aplicação do SARC-F (MALMSTROM et al., 2016). 
Avaliação (asses): usar força de preensão palmar ou o tempo de levantar e sentar na cadeira 
por cinco vezes. 
Confirmação (confirm): detectar baixa quantidade e qualidade muscular com DXA, BIA, 
TC, RM ou medidas antropométricas. 
Gravidade (severity): utilizar velocidade de marcha, TUG, SPPB e teste de caminhada de 
400m. 
Fonte: Adaptado de CRUZ-JENTOFT et al., 2019. 
A figura 2 expõe o algoritmo de triagem da sarcopenia, a partir do consenso 
atualizado. 
Figura 2- Algoritmo da triagem de sarcopenia do Grupo de Trabalho Europeu sobre 
Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP) 
 
Fonte : Adaptado de CRUZ-JENTOFT et al., 2019. 
1.4 TERMOS RELACIONADOS À SARCOPENIAÉ importante conhecer a diferença entre sarcopenia, fragilidade, desnutrição, 
anorexia e caquexia, as quais são condições que, muitas vezes, se sobrepõem e são 
confundidas na prática clínica. 
21 
 
Fragilidade e sarcopenia se sobrepõem, ou seja, idosos mais frágeis exibem 
sarcopenia, e alguns idosos com sarcopenia também são frágeis (CRUZ-JENTOFT et al., 
2010). A fragilidade tem um fenótipo estabelecido por perda de peso não intencional (>5 kg 
no decorrer de um ano), fraqueza, autorrelato de exaustão, lentidão e nível baixo de atividade 
física (FRIED et al., 2001). Essa síndrome é multifatorial, por isso inclui outras dimensões, 
além da física, que envolvem aspectos psicológicos e emocionais. 
Mesmo assim, é comum a dificuldade de distinguir fragilidade de sarcopenia. 
Inclusive, a sarcopenia tem sido estudada como substrato biológico do comprometimento da 
função física que caracteriza a fragilidade física (LANDI et al., 2015). Sabe-se que ambos são 
importantes problemas de saúde pública, devido à alta prevalência e à associação com 
diversos desfechos adversos em populações geriátricas (CALVANI et al, 2017). Ademais, a 
falta de uma definição unívoca e a ausência de biomarcadores robustos para fins de triagem, 
diagnóstico e prognóstico, têm sido um obstáculo para implementação clínica (CALVANI et 
al, 2017). 
De fato, encontrar um verdadeiro biomarcador para medir fragilidade e sarcopenia 
ainda é uma tarefa difícil (BARTLEY; STUDENSKI, 2017). Porém, são essenciais, uma vez 
que testes de função física, como força de preensão e velocidade de marcha, podem ser 
interrompidos por comorbidades, como problemas articulares e déficits neurológicos, comuns 
em populações com sarcopenia (KWAK et al., 2018). Medidas objetivas de qualidade 
muscular e fragilidade poderiam ser usadas para diagnóstico precoce e tomada de decisão 
sobre potencial intervenção para aqueles em risco, e determinar quais as opções de tratamento 
são mais apropriadas (KWAK et al., 2018). 
A desnutrição, como uma condição caracterizada pelo desequilíbrio entre a oferta 
e demanda de nutrientes no organismo (REMELLI; VOLPATO, 2018), desempenha papel 
fundamental na patogênese da fragilidade e sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et al., 2017). Os 
idosos são os mais afetados, uma vez que estão mais expostos a processos catabólicos, ao 
reduzido anabolismo do tecido muscular e à baixa ingestão de proteínas (REMELLI; 
VOLPATO, 2018). Os efeitos deletérios da desnutrição incluem diminuição da massa 
muscular, supressão imune, atraso na cicatrização de feridas cutâneas e síndrome da falência 
múltipla dos órgãos (REMELLI; VOLPATO, 2018). 
Em um ciclo vicioso, o declínio da força muscular e do desempenho físico pode 
aumentar o risco de má nutrição, enquanto a nutrição inadequada pode contribuir para 
22 
 
sarcopenia e fragilidade (CRUZ-JENTOFT et al., 2017). Portanto, para manutenção da massa, 
força muscular e do desempenho físico, a quantidade de alimentos e energia consumidos é 
primordial (CRUZ-JENTOFT et al., 2017). 
A anorexia do envelhecimento é causada, especialmente, pela diminuição da 
complacência do estômago - por redução do alongamento antral (pré-pilórico) - e por aumento 
da atividade de colecistocinina - que é o principal hormônio da saciedade gastrintestinal 
(MORLEY, 2017a). Essa condição leva à perda de peso, sendo uma das causas de sarcopenia, 
e pode ser mais grave, quando se tem outras comorbidades e crescente número de citocinas 
inflamatórias, o que pode corroborar para o surgimento de caquexia (MORLEY, 2017a). 
Logo, conclui-se que a anorexia é fator de risco para sarcopenia e caquexia. 
Em contraste com a sarcopenia, a caquexia é uma síndrome metabólica subjacente 
a algum tipo de doença e caracterizada por redução de massa muscular com ou sem perda de 
massa gorda (EVANS et al., 2008). O diagnóstico dessa síndrome é feito por, 
obrigatoriamente, perda de peso de pelo ou menos 5% no último ano (livre de edema), e pelo 
ou menos três dos seguintes critérios: diminuição da força muscular, fadiga, anorexia, baixo 
índice de massa livre de gordura, e bioquímica anormal (Proteína C reativa>5mg/L; 
Interleucina-6>4pg/ml; Hemoglobina<12g/dl; albumina sérica<3,2 g/dl) (EVANS et al., 
2008). 
As doenças mais diretamente associadas à caquexia são as neoplasias, nas quais 
há perda de peso rápido em três a seis meses, e a insuficiência renal, cardíaca e doença 
pulmonar obstrutiva crônica, nas quais a perda ocorre no período, usualmente, de doze meses 
(EVANS et al., 2008). De fato, quase 80% dos pacientes com neoplasias morrem no prazo de 
um ano do diagnóstico de caquexia (BOWEN; SCHULER; ADAMS, 2015). Destaca-se que a 
desnutrição melhora com quantidades adequadas de alimento, já a caquexia não (VON 
HAEHLING; ANKER, 2014). A caquexia contribui para morbimortalidade, piora na 
qualidade de vida e custos em saúde (VON HAEHLING; ANKER, 2014). 
Logo, a diferenciação entre essas síndromes e doenças é relevante, tendo em vista 
que as intervenções podem ser erroneamente programadas e as terapêuticas podem não ser 
eficazes, dependendo do estado de saúde e da condição clínica do idoso. 
 
23 
 
1.5 TRATAMENTO DA SARCOPENIA 
Quanto ao tratamento, ainda não há intervenções terapêuticas bem estabelecidas 
para tratar com sucesso (BOWEN; SCHULER; ADAMS, 2015). De forma geral, as 
intervenções para o manejo da sarcopenia tem nível de evidência baixo e recomendação fraca 
(ARAI et al., 2018). 
Exercícios de resistência em combinação com uma intervenção nutricional parece 
atenuar a sarcopenia (MARTONE et al., 2015). O treinamento de resistência leve, por 
exemplo, induz a pequenas alterações na massa muscular esquelética (SAKUMA; AOI; 
YAMAGUCHI, 2015), o que pode fazer diferença naqueles indivíduos com limitações físicas 
importantes e comorbidades. Já, o treinamento de força induz hipertrofia acentuada dos 
músculos em atividade (SAKUMA; AOI; YAMAGUCHI, 2015). A dieta é um fator que pode 
ser modificável para retardar o início da sarcopenia (CHAN; LEUNG; WOO, 2016), por isso 
alcançar melhorias nutricionais em idosos que estão em risco, pode prevenir ou retardar as 
perdas relacionadas à idade, à massa e à função muscular; como também, serem estratégias 
potenciais de tratamento para pacientes que já são sarcopênicos (DENISON et al., 2015). 
Uma metanálise publicada, recentemente, confirmou o caráter protetor da 
atividade física (OR: 0,45; IC95%: 0,37-0,55) e o seu poder preventivo contra a sarcopenia 
(STEFFL et al., 2017). Outra pesquisa de revisão concluiu que o treinamento físico exerce 
maior influência na manutenção da força muscular do que da massa e do desempenho físico 
(DENISON et al., 2015). 
Ademais, o treinamento aeróbio pode aumentar a sinalização de PGC-1α 
(Peroxisome proliferator-activated receptor gamma coactivator 1-alpha) (MARTONE et al., 
2015) que é uma enzima envolvida no metabolismo biogênico da mitocôndria e contribuir 
para melhoria da resistência muscular, remodelação mitocondrial, treinamento de resistência, 
manutenção do equilíbrio e coordenação motora (GILL et al., 2018). 
Na sarcopenia primária, estratégias com exercícios e dietas podem ser eficazes 
para aumentar a massa, a força muscular e a velocidade de marcha (ARAI et al., 2018). Na 
sarcopenia secundária, o exercício é eficaz em pacientes com câncer de mama, próstata e com 
doença renal crônica; a suplementação de aminoácidos é importante para pacientes com 
doença pulmonar obstrutiva crônica; o exercício mais a suplementação de testosterona 
24 
 
resultam em melhores funções físicas nos pacientes com insuficiência cardíaca crônica; e a 
testosterona pode induzir o aumento da massa muscular esquelética na osteoporose (ARAI et 
al., 2018). 
Evidencia-se que alguns trabalhos apontam para reposição de hormônios e 
proteínas como alternativas benéficas no tratamento da sarcopenia. As pesquisas retratam que 
a reposiçãode miostatina, por exemplo, é um alvo terapêutico promissor em casos de 
comprometimento da saúde muscular, incluindo sarcopenia relacionada à idade, caquexia 
associada à doença, miopatias congênitas, distrofias musculares, atrofia por desuso e traumas 
(TAY et al., 2015). Outras, realizadas com animais, concluem que a introdução de 
osteocalcina pode favorecer a manutenção da massa muscular, porém não afeta a força 
muscular (MERA et al., 2016). 
Dessa forma, ressalta-se que é de suma importância a realização de estudos 
clínicos que verifiquem o efeito da intervenção nutricional combinada ao exercício para 
melhoria da força muscular e do desempenho físico em idosos (CRUZ-JENTOFT et al., 
2014). 
1.6 QUEDAS ENTRE IDOSOS 
O elevado índice de quedas é responsável por malefícios à saúde e à qualidade de 
vida do idoso, e resulta em número aumentado de internações e morte nessa população. Esse 
desfecho tem causa multifatorial e uma série de fatores associados que compõe uma ampla e 
complexa cadeia causal. 
As quedas podem ter causas intrínsecas e extrínsecas. As intrínsecas são inerentes 
às mudanças biopsicológicas do sujeito (SMITH et al., 2017), associadas à lentidão dos 
movimentos e dos reflexos posturais e às inúmeras comorbidades (PORTO GAUTERIO et 
al., 2015); e as extrínsecas resultam da interação com o meio ambiente (SMITH et al., 2017), 
como condições de moradia, iluminação, qualidade do piso, dos transportes públicos, entre 
outros (PORTO GAUTERIO et al., 2015). 
A prevalência de quedas varia de 23,3% a 52% (ROLLAND et al., 2017; 
FRISOLI JR. et al., 2018; POTHIRAJ et al., 2019; BISCHOFF-FERRARI et al., 2015) na 
literatura nacional e internacional. É maior entre idosos com idade avançada (POTHIRAJ et 
al., 2019), residentes de instituições de longa permanência (ZHANG et al., 2019) e em 
25 
 
mulheres (BISCHOFF-FERRARI et al., 2015). Dos idosos que caem constantemente, é 
comum a expressão do medo de cair, de redução das atividades funcionais e de problemas 
com a prática das atividades de vida diária (POTHIRAJ et al., 2019). 
A probabilidade da pessoa idosa cair aumenta quando estão presentes múltiplas 
comorbidades e outras afecções agudas que comprometem seu quadro clínico. De fato, o 
número incidente de quedas é maior entre aqueles idosos com sarcopenia e fragilidade 
(MORI; TOKUDA, 2019), podendo gerar consequências irreversíveis. Uma delas é a 
dependência que gera desafios para o idoso e a família que, muitas vezes, necessitam de uma 
mudança brusca de ambiente e sofrem com os aspectos que envolvem as questões materiais, 
emocionais e de conhecimento (PORTO GAUTERIO et al., 2015). 
Um relatório emitido com dados originados dos bancos de dados dos Estados 
Unidos, constatou que, em 2012, o custo total de quedas não fatais foi de 30,3 bilhões de 
dólares, e as hospitalizações representaram 57% dos custos totais, o que equivale a 17,2 
bilhões de dólares (BURNS; STEVENS; LEE, 2016). Já em 2015, o custo total de uma queda 
fatal foi de, aproximadamente, 637,2 milhões, e o tratamento de uma queda não fatal foi de 
31,3 bilhões de dólares (BURNS; STEVENS; LEE, 2016). Dessa forma, considera-se quedas 
um problema de saúde pública que responde por elevados custos em saúde. 
Acredita-se que a implementação de intervenções baseadas em evidências para a 
prevenção de quedas é essencial para diminuir a incidência e os custos onerosos associados a 
esses eventos (BURNS; STEVENS; LEE, 2016). 
Logo, nesse estudo, o desfecho quedas tem participação fundamental na 
explicação do surgimento de inúmeros outros fenômenos, se comportando como causa 
negativa e desencadeadora; assim como, aparece como consequência de uma situação clínica, 
na qual o idoso já está vulnerável e sujeito a quedas. 
1.7 JUSTIFICATIVA 
O interesse em realizar essa pesquisa justifica-se pelo seu caráter prospectivo e 
pela falta de estudos sobre sarcopenia com esse delineamento no Nordeste e no Brasil. 
Portanto, essa investigação se torna inovadora e pode contribuir para o acompanhamento, 
especialmente dos idosos que se tornaram sarcopênicos e aqueles em risco. 
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Burns%20ER%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Stevens%20JA%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Lee%20R%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Burns%20ER%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Stevens%20JA%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Lee%20R%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Burns%20ER%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Stevens%20JA%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez76.periodicos.capes.gov.br/pubmed/?term=Lee%20R%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27620939
26 
 
Nesse contexto, entende-se a relevância de se estudar esse assunto que exerce 
forte influência na vida da população geriátrica, e contribui para números elevados e 
crescentes índices de morbimortalidade e para piora da qualidade de vida. 
Esse tema deve ser abordado de forma mais intensa pelos estudiosos da área da 
geriatria e gerontologia, pela sociedade, pelos próprios idosos e pelas instituições formadoras 
de opinião. A difusão desse conhecimento poderá contribuir para medidas mais enérgicas de 
prevenção e tratamento da sarcopenia. 
Logo, a pergunta-problema dessa pesquisa é: Qual a prevalência e a incidência de 
sarcopenia provável, sarcopenia e quedas numa amostra de idosos atendidos em uma clínica 
escola? 
A hipótese de pesquisa é: são elevadas as taxas de prevalência e incidência de 
sarcopenia provável, sarcopenia e quedas entre idosos acompanhados a nível ambulatorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
2 OBJETIVOS 
Objetivo geral 
• Estimar a prevalência, a incidência e os fatores associados à provável sarcopenia e 
sarcopenia em uma amostra de idosos atendidos em uma clínica escola. 
• Estimar a prevalência, a incidência e os fatores associados a quedas em uma amostra 
de idosos atendidos em uma clínica escola. 
Objetivos específicos 
• Numa amostra transversal, estudar a relação entre algumas variáveis independentes e a 
✓ presença de Sarcopenia; 
✓ frequência de queda; 
• Numa amostra prospectiva estudar a relação entre algumas variáveis independentes e a 
✓ incidência de Sarcopenia; 
✓ incidência de Quedas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3 MÉTODOS 
3.1 TIPO DE ESTUDO 
Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo. 
Destaca-se que o estudo longitudinal/coorte tem a intenção de descrever a 
incidência de certos desfechos ao longo do tempo e analisar a associação entre preditores e 
fatores de risco (CUMMINGS; NEWMAN; HULEY, 2008). 
No estudo de coorte prospectivo, são observadas modificações nos sujeitos ao 
longo do tempo por meio de medições periódicas das variáveis e dos desfechos de interesse 
(CUMMINGS; NEWMAN; HULEY, 2008). 
A partir da pesquisa retrospectiva é possível fazer relações com o presente e 
comparações sobre as mudanças ocorridas e as taxas de sobrevivência, indicando a influência 
das variáveis contidas no estudo. 
3.2 LOCAL E PERÍODO 
O estudo foi realizado com pacientes idosos (> 60 anos) atendidos em um 
ambulatório de uma instituição de ensino superior na cidade de Fortaleza, Ceará. Esse 
ambulatório realiza atendimentos gratuitos de medicina, enfermagem e psicologia, de forma 
integrada, humanizada e de qualidade para o cuidado, ensino e pesquisa junto a comunidadede Fortaleza e municípios adjacentes. A assistência inclui consulta de enfermagem, 
atendimento psicológico e psicopedagógico e consultas médicas em diferentes áreas, como 
psiquiatria, reumatologia, geriatria, cardiologia, dermatologia, pneumologia, endocrinologia, 
entre outras. O local ainda desenvolve o Programa Serviço de Atenção Especializada (SAE) 
em IST/AIDS, em parceria com o Sistema Único de Saúde. 
O período designado foi de agosto de 2016 a novembro de 2018. Porém, esse 
estudo não se encerrou e continuará até 2022, quando necessitará de nova aprovação pelo 
Comitê de Ética. Esse tempo de coleta se justifica tendo em vista a quantidade restrita de 
pesquisas de cunho prospectivo sobre sarcopenia no mundo, sobretudo, no Brasil. O assunto 
sarcopenia é bastante atual e, por isso, necessita de mais evidências para que possa ser melhor 
abordado na prática clínica, seja com intervenções medicamentosas ou não. 
29 
 
Portanto, faz-se necessário entender o desenvolvimento e a evolução do desfecho 
ao longo do tempo, a fim de auxiliar no diagnóstico precoce e para intervenções eficazes. 
Ressalta-se que, no Ceará, ainda não há estudos de prevalência e incidência sobre sarcopenia, 
o que torna imprescindível sua avaliação em qualquer contexto da prática clínica. 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
A população desse estudo foi formada por todos os idosos atendidos na clínica 
escola que até novembro de 2018 somavam 998 idosos residentes em Fortaleza ou nos 
municípios adjacentes. De maneira geral, os idosos acompanhados na clínica escola possuem 
diferentes níveis de dependência e são atendidos por pelo ou menos uma especialidade 
médica. 
A amostra, foi selecionada semanalmente, de forma não aleatória, e se constituiu 
de 129 idosos, os quais foram selecionados, ao longo da coorte, de forma dinâmica. Quando o 
idoso tinha dependência grave ou, necessitava, de supervisão direta do cuidador ou do ente 
que o acompanhava não era convocado para essa pesquisa. A escolha dos sujeitos do estudo 
visou obter uma amostra significativa da população geriátrica atendida na Clínica Escola de 
Saúde, visando também uma maior representatividade dos dados analisados (DIZ et al., 
2015). 
Os critérios de inclusão para determinar a amostra foram: 1) ter idade igual ou 
maior de 60 anos, conforme preconiza o Estatuto do Idoso como pessoa idosa; 2) ser atendido 
por qualquer especialidade médica na Clínica Escola; 3) ser capaz de entender as instruções. 
Os critérios de exclusão foram: idoso com déficit cognitivo sugestivo de 
demências degenerativas, portador de Parkinson ou Alzheimer avançado, acamado, que sofreu 
sequelas de Acidente Vascular Cerebral com perda de força e afasia, que possui déficits 
visuais e auditivos que prejudicam a comunicação, com amputações, não aptos a deambular 
sem ajuda de órtese ou de outra pessoa. Para o estabelecimento desses critérios, a metodologia 
do estudo FIBRA, no Brasil, foi consultada (FATTORI et al., 2012). 
Como já dito, o período completo do estudo foi de agosto de 2016 a novembro de 
2018. Logo, todos os idosos que foram entrevistados até o mês de julho de 2018 (98 idosos) 
foram convidados por ligação telefônica para uma reavaliação entre os meses de agosto a 
30 
 
novembro de 2018, e fizeram parte do estudo prospectivo. Nessa segunda avaliação, todos os 
instrumentos foram aplicados novamente. 
Destaca-se que mais idosos foram entrando na coorte para fazerem parte da fase 
de estudo transversal. Portanto, entre agosto e novembro de 2018, foram selecionados mais 31 
idosos que não foram reavaliados, mas compuseram o estudo transversal. 
A figura 3 explica mais claramente a descrição da amostra do estudo, de acordo 
com o período de coleta de dados. Resumidamente: 
✓ Total de idosos entrevistados a partir de uma única avaliação: 129 
✓ Total de idosos entrevistados até julho de 2018: 98 
✓ Total de idosos que compareceram à segunda avaliação: 66 
✓ Total de recusas: 14 
✓ Total de óbitos: 2 
✓ Total de idosos que não compareceram à segunda avaliação: 16 
Dos 16 idosos, os principais motivos de não comparecerem à entrevista foi por 
motivo de doença, por dificuldades de deslocamento para o ambulatório, por falta de 
transporte ou por carência de recursos financeiros. Dessa forma, serão remarcadas novas 
reavaliações na clínica escola, futuramente. 
31 
 
Figura 3- Descrição da amostra do estudo 
 
Fonte: Eladorado pela autora (2019). 
3.4 INSTRUMENTOS E VARIÁVEIS DE COLETA 
A coleta ocorreu em consultório, a fim de proporcionar um ambiente calmo, longe 
de barulho ou de outros ruídos que incomodem a intimidade e tranquilidade dos idosos; foi 
privilegiada a privacidade durante o diálogo e foram considerados todos os preceitos do 
relacionamento terapêutico: diálogo atencioso, escuta ativa, tolerância da espera e do tempo 
para falar, empatia, compreensão; bem como, foram realizadas intervenções na conversa, 
quando necessárias, para evitar repetições ou prolongamento excessivo do diálogo. 
Foram explanados os objetivos, riscos e benefícios da pesquisa antes de iniciar a 
aplicação dos instrumentos. A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora e por 
acadêmicos de medicina treinados para realizar as medições e classificar a sarcopenia. A 
média de tempo para coleta individual de todos os dados foi de quarenta minutos a uma hora. 
No início da entrevista, foi aplicado um questionário socioeconômico e de saúde 
semiestruturado, com perguntas sobre sexo, idade, escolaridade, tempo de diagnóstico da 
doença, medicamentos em uso, realização de atividade física (tipo e intensidade), variação de 
peso e altura nos últimos seis meses, etc (APÊNDICE A). 
32 
 
Além disso, foram aplicados outros instrumentos para estabelecimento da relação 
com sarcopenia e quedas a saber: 
• Questionário semiestruturado de variáveis sociodemográficas, de saúde e de hábitos de 
vida, elaborado pelos pesquisadores (APÊNDICE A); 
• Autoavaliação da saúde oral (índice GOHAI) (ATCHISON; DOLAN, 1990) (ANEXO E): 
que se caracteriza por 12 perguntas referentes à função física (mastigação, fala e 
deglutição); psicossocial (preocupação com a saúde oral, satisfação ou insatisfação com a 
aparência, autoconsciência sobre a saúde oral e negação do contato social); dor ou 
desconforto (medicação para aliviar a dor). Os itens variam de sempre a nunca. A sua 
versão em português foi traduzida em 2013, com consistência interna de 0,77 
(CARVALHO et al., 2013). A pontuação maior ou igual a 57 pontos classifica-se como 
alta percepção da saúde oral; de 56 a 51 pontos, moderada percepção; e menor ou igual a 
50 pontos, baixa percepção (ATCHISON; DOLAN, 1990); 
• Questionário de sintomas na doença do refluxo gastroesofágico (QS-DRGE) 
(VELANOVICH et al., 1996) (ANEXO F): composto por dez perguntas, que investiga 
sintomas como tosse, regurgitação e pirose. A pontuação varia entre zero (melhor resposta) 
a cinquenta (pior resposta) pontos. É de fácil aplicação e compreensão, e possui excelente 
reprodutibilidade na língua portuguesa (FORNARI et al., 2004); 
• Questionário de Porto Alegre de Sintomas Dispépticos (SANDER, 2003; SANDER et al., 
2004) (ANEXO F): contém três domínios, a saber: dor, com três itens que somam 12 
pontos; náuseas e vômitos, com quatro itens que somam 16 pontos; e distensão e 
saciedade, com quatro itens que somam 16 pontos. A escala de intensidade varia de 
ausente a muito forte; e as respostas são dadas com base o último mês. É um instrumento 
prático e simples de ser aplicado. Não possui ponto de corte específico (SANDER, 2003; 
SANDER et al., 2004) (ANEXO F); 
• Critérios de ROMA III para constipação funcional (DROSSMAN, 2016) (ANEXO G): é 
positivo quando incluir dois ou mais dos seguintes sintomas em, pelo ou menos, 25% das 
evacuações: esforço evacuatório; fezes grumosas ou duras; sensação de evacuação 
incompleta; sensação de obstrução/bloqueio anorretal dasfezes; manobras manuais para 
facilitar; e menos de três evacuações por semana (DROSSMAN, 2016). Nesse estudo, 
quando o indivíduo referiu apresentar dois ou mais sintomas “algumas vezes”, 
“frequentemente”, “a maior parte das vezes” ou “sempre”, considerou-se diagnóstico de 
constipação funcional; 
33 
 
• Índice SOF (Study of Osteoporotic Fracture Criteria for Frailty) (ENSRUD et al., 2007) 
(ANEXO H): contém três perguntas acerca da perda de peso, intencional ou não, de pelo 
ou menos 5% num período de dois anos; da incapacidade de levantar da cadeira cinco 
vezes seguidas sem ajuda das mãos; e resposta “não” à pergunta “você se sente cheio de 
energia?”. Se o sujeito não apresentar nenhum critério, classifica-se como não frágil; se 
apresentar um critério, é pré-frágil; e se dois ou três, é frágil (ENSRUD et al., 2007). 
Destaca-se que a escolha dos instrumentos que envolvem sinais e sintomas do 
trato gastrointestinal, refere-se a busca por relação com a sarcopenia, entendendo que podem 
corroborar para o aparecimento da doença, ou a sarcopenia pode ser fator de risco para 
complicações gastrintestinais. Esses instrumentos não são específicos para situações clínicas 
oncológicas, porém a literatura reforça que pacientes com câncer gastroesofágico estão mais 
sujeitos à desnutrição e, portanto, ao maior risco de sarcopenia e fragilidade (WAGNER et al., 
2016). Esses fatores justificam a triagem de sintomas do trato gastrintestinal e sua associação 
com sarcopenia. 
Para avaliação da sarcopenia, utilizou-se a fundamentação do último consenso 
europeu publicado, eletronicamente em setembro de 2018, que define: 1) provável sarcopenia- 
perda de força muscular; 2) sarcopenia- perda de força e massa muscular; 3) sarcopenia 
grave- perda de força e massa muscular e baixo desempenho físico (CRUZ-JENTOFT et al., 
2019). 
A força muscular foi aferida pelo teste de preensão palmar por meio de um 
dinamômetro manual SAEHAN, modelo SH 5001, registro ANVISA nº 80211579011. Essa 
medida foi obtida com o idoso sentado, com o cotovelo fletido a 90º sobre uma mesa de 
consultório. Após, foi solicitado que apertasse a alça do dinamômetro, por seis segundos, com 
a mão dominante e depois relaxasse. O comando de início e de parada foi dado em voz alta, e 
foram realizadas três medidas consecutivas, com intervalo de um minuto entre cada uma 
delas. A variável força muscular foi medida por meio da média das três avaliações em 
quilograma-força (Kgf). Foram considerados os pontos de corte do estudo do European 
Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP), sendo <16kgf para mulheres e 
<27kgf para homens (CRUZ-JENTOFT et al., 2019; DODDS et al., 2014). 
A massa muscular foi avaliada por meio da circunferência da panturrilha direita e 
esquerda com fita métrica inelástica, com capacidade para 1,5 metros (m) e sensibilidade de 
34 
 
0,5 centímetros (cm). A circunferência foi aferida no maior volume da perna com o indivíduo 
sentado em uma cadeira. Para análise foi utilizada a média entre as medições das duas pernas. 
O ponto de corte considerado para avaliação da perda de massa muscular foi limitado com 
base na literatura em 33 cm para mulheres e 34 cm para homens (PAGOTTO et al., 2018). 
O desempenho físico foi medido pelo teste de caminhada em 4,6m. O percurso 
totaliza 8,6m, sendo dois metros de aceleração e dois metros de desaceleração, os quais não 
entram na cronometragem. Nos 4,6m, é cronometrado o tempo e calculada a velocidade de 
marcha cujo valor é considerado baixo quando ≤0,8m/s (VIANA et al., 2018; CRUZ-
JENTOFT et al., 2010). Além disso, foi aplicado o teste Time up and go (TUG), com ponto de 
corte estabelecido de ≥20 seg para baixo desempenho (BISCHOFF et al., 2003). O teste de 
desempenho físico tem como vantagem a objetividade e a avaliação da dificuldade de 
deambular do idoso (MARTINEZ et al., 2014). 
O peso e a altura foram aferidos em balança antropométrica manual, devidamente 
testada e calibrada, com capacidade para 150 quilogramas (Kg) e precisão de 100 gramas (g). 
O IMC foi obtido a partir da divisão do peso corporal em Kg pela estatura elevada ao 
quadrado (Kg/m2). Os pontos de corte para a avaliação do IMC foram: baixo peso (IMC < 22 
Kg/ m2); eutrófico ou adequado (IMC entre 22 e 27 Kg/ m2) e sobrepeso (IMC > 27 Kg/ m2) 
(BRASIL, 2006). 
3.5 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 
Os dados coletados referentes às características sociodemográficas dos idosos e 
aos outros questionários foram inseridos em planilha eletrônica do Microsoft Excel 2016 para 
procedimentos de análise descritiva, sendo utilizado o programa Stata versão 17.0. Quando 
necessário, fez-se uso dos prontuários eletrônicos. 
As observações feitas neste trabalho foram divididas em dois momentos: um 
estudo transversal que incluiu todos os idosos examinados na primeira avaliação (129 idosos); 
e um estudo prospectivo que incluiu apenas os idosos que foram examinados na primeira e na 
segunda avaliação (66 idosos). 
As variáveis independentes foram: Sexo, Idade, Índice de Massa Corporal, 
Aposentado, Escolaridade (baixa- analfabeto e ensino fundamental incompleto), Residência 
em Fortaleza, Morar com Filhos, Morar com Cônjuge, Ex-etilista, Etilista, Ex-tabagista, 
35 
 
Tabagista, Atividade Física, Caminhada, Comorbidades (hipertensão arterial, diabetes 
mellitus, hipertireoidismo, artrose, osteoartrite, osteoporose), Número de Medicamentos, 
Número de Doenças, Fragilidade e Sarcopenia. 
As variáveis dependentes ou desfechos foram: Sarcopenia e Número de Quedas. 
Nas tabelas, as categorias provável sarcopenia e sarcopenia (seja ela grave ou não) foram 
agrupadas em uma só. Isso se justifica porque a perda de força como variável isolada já indica 
início de intervenções e acompanhamento em saúde. As quedas foram avaliadas pelas 
seguintes perguntas: Você caiu no último ano, ou entre a sua primeira e segunda avaliação? 
Quantas vezes? Quais foram as consequências? 
As variáveis independentes de contagem Número de Medicamentos e Número de 
Doenças foram categorizadas da forma que melhor discriminassem o desfecho Sarcopenia. 
No estudo prospectivo, foram considerados portadores de Provável Sarcopenia e 
Sarcopenia, os idosos que apresentaram Provável Sarcopenia e Sarcopenia na primeira e na 
segunda avaliação, assim como, os idosos que não apresentaram na primeira avaliação, mas 
eram portadores das mesmas na segunda avaliação. E, foram considerados não portadores de 
Provável Sarcopenia e Sarcopenia, os que não apresentaram esse desfecho nem na primeira 
nem na segunda avaliação. 
O Tempo de Observação foi o tempo decorrido entre a primeira e a segunda 
avaliação. 
No estudo prospectivo, a relação entre variáveis independentes e Número de 
Quedas foi examinada através de Regressão de Poisson levando em conta o Tempo de 
Observação. Nesta análise, Densidade de Incidência (DI) de Quedas foi estimada dividindo-se 
o Número de Quedas pelo Tempo de Observação. Nos dois estudos, a relação entre variáveis 
independentes e Sarcopenia foi estudada através de regressão logística. Adicionalmente, no 
estudo transversal, a relação entre variáveis independentes e Número de Quedas foi avaliada 
por Regressão de Poisson do Número de Quedas por cada uma das variáveis independentes. 
A relação entre Presença de Provável Sarcopenia e Sarcopenia, Número de 
Quedas e várias variáveis independentes foram estudadas através de regressão logística 
múltipla ou regressão de Poisson múltipla. Variáveis foram incluídas nas equações de 
regressão múltipla, de acordo com a magnitude do coeficiente de regressão numa sequência 
36 
 
do maior para o menor coeficiente. Equações de Regressão Múltipla foram comparadas 
através do Teste de Razão de Verossimilhança (TRV). Quando duas equações de regressão 
múltipla com números diferentes de variáveis apresentavam um TRV não significativo (Valor 
p≥0,05), foi então selecionada a equaçãomais simples, com menor número de 
variáveis. Mas, quando a equação mais complexa tinha uma variável que exercia um efeito 
confundidor relevante (uma alteração maior que 10% de um coeficiente de regressão), foi 
então selecionada a equação de regressão com o maior número de variáveis. 
3.6 ASPECTOS ÉTICOS 
A pesquisa foi registrada na Plataforma Brasil e avaliada pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da Unichristus, CAAE: 66527617.6.0000.5049, número do parecer: 2.757.675 
(ANEXO I). 
Destaca-se que durante o procedimento de coleta de dados foi explicado para cada 
idoso, individualmente, os objetivos da pesquisa; e foi lido o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B). Somente, após a assinatura ou marca digital, quando 
analfabetos, foram entrevistados. Os TCLEs com a assinatura por digitais tiveram registro de 
uma testemunha, conforme a resolução 466/12. O TCLE foi assinado em duas vias. 
 O estudo seguiu as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo 
seres humanos, Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Foram seguidos os 
preceitos básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
4 RESULTADOS 
Este tópico da tese inclui os resultados referentes à pesquisa com dados primários 
coletados em ambulatório e a uma pesquisa de revisão sistemática sobre os fatores de risco e 
proteção que envolvem a sarcopenia. 
A revisão sistemática será apresentada na parte de APÊNDICES (APÊNDICE E), 
tendo em vista a organização do corpo da tese. A revisão seguiu etapas rígidas para garantia 
da qualidade do estudo. Foi apresentada em formato de artigo, conferindo as tendências atuais 
de elaboração de teses em programas de pós-graduação. 
Os resultados primários desse trabalho serão apresentados em formato tradicional, 
dividindo-se a parte de resultados do estudo transversal e do estudo prospectivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
4.1 RESULTADOS ESTUDO TRANSVERSAL 
Dos 129 idosos que participaram do estudo, a maioria era do sexo feminino 
(72,9%), com média de idade de 71,3 (DP:±7,95; mínimo: 60, máximo: 106), aposentados 
(79,8%), com baixa escolaridade (65,9%), moravam com o cônjuge (48,8%) e não praticavam 
atividade física (66,6%). 
A prevalência de provável sarcopenia e sarcopenia foi de 34,1%. Desses idosos, 
75% era do sexo feminino, 56,8% possuía idade entre 60 a 74 anos, 88,6% era aposentado, 
75% possuía baixa escolaridade, 63,6% morava com os filhos, e 68,2% não praticava 
atividade física. 
A prevalência de idosos somente com provável sarcopenia foi de 22,5%; com 
sarcopenia foi de 3,8%; e com sarcopenia grave foi de 7,8%. 
A análise de regressão logística mostrou que a idade (como variável contínua), 
não morar com cônjuge e ser ex tabagista representou risco de 1,08 (p=0,002), 2,51 
(p=0,017), e 2,64 (p=0,015) para sarcopenia, respectivamente (Tabela 2). 
Vale ressaltar que idosos com idade entre 75 a 106 anos apresentaram risco 
aumentado para sarcopenia (OR: 2,05), mesmo não obtendo resultado estatisticamente 
significante (p=0,066). Da mesma forma, ser aposentado (OR: 2,56) representou maior risco, 
mas não obteve p significativo (p=0,080). 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Tabela 2- Estudo Transversal da relação entre variáveis sociodemográficas, de estilo de 
vida e Provável Sarcopenia e Sarcopenia, numa amostra (n=129) de idosos atendidos em 
uma clínica escola da cidade de Fortaleza 
Variável Total¥ 
Provável 
sarcopenia e 
Sarcopenia 
Regressão Logística 
n % OR Erro Padrão I.C. 95% p 
Sexo: 
-Feminino 
-Masculino 
 
94 
35 
 
33 
11 
 
35,1 
31,4 
 
1,18 
1 
 
0,499 
- 
 
0,514-2,71 
- 
0,695 
Idade: 
-60 a 74 anos 
-75 a 106 anos 
 
87 
42 
 
25 
19 
 
28,1 
45,2 
 
1 
2,05 
 
- 
0,799 
 
- 
0,953-4,40 
0,066 
Idade€ 129 44 34,1 1,08 0,028 1,03-1,14 0,002 
Aposentado: 
-Sim 
-Não 
 
103 
26 
 
39 
5 
 
37,8 
19,2 
 
2,56 
1 
 
1,37 
- 
 
0,893-7,34 
- 
0,080 
Escolaridade: 
-Menor 
-Maior 
 
85 
44 
 
33 
11 
 
38,8 
25 
 
1,90 
1 
 
0,786 
- 
 
0,847-4,27 
- 
0,119 
Mora em Fortaleza: 
-Sim 
-Não 
 
95 
34 
 
33 
11 
 
34,7 
32,3 
 
1,11 
1 
 
0,473 
- 
 
0,483-2,56 
- 
0,801 
Mora com Filhos: 
-Sim 
-Não 
 
73 
56 
 
28 
16 
 
38,4 
28,6 
 
1,55 
1 
 
0,593 
- 
 
0,736-3,28 
- 
0,247 
Mora com Cônjuge: 
-Sim 
-Não 
 
63 
66 
 
15 
29 
 
23,8 
43,9 
 
1 
2,51 
 
- 
0,968 
 
- 
1,17-5,34 
0,017 
Etilista: 
-Sim 
-Não 
 
10 
119 
 
2 
42 
 
20 
35,3 
 
1 
2,18 
 
- 
1,77 
 
- 
0,443-10,7 
0,338 
Ex-Etilista: 
-Sim 
-Não 
 
20 
109 
 
7 
37 
 
35 
33,9 
 
1,05 
1 
 
0,535 
- 
 
0,385-2,85 
- 
0,927 
Tabagista: 
-Sim 
-Não 
 
11 
118 
 
3 
41 
 
27,3 
34,7 
 
1 
1,42 
 
- 
0,999 
 
- 
0,357-5,64 
0,619 
Ex-Tabagista: 
-Sim 
-Não 
 
38 
91 
 
19 
25 
 
50 
27,5 
 
2,64 
1 
 
1,06 
- 
 
1,2-5,78 
- 
0,015 
Atividade Física: 
-Pratica 
-Não Pratica 
 
43 
86 
 
14 
30 
 
32,6 
34,8 
 
1 
1,11 
 
- 
0,439 
 
- 
0,51-2,41 
0,793 
Caminhada: 
-Pratica 
-Não Pratica 
 
33 
96 
 
12 
32 
 
36,4 
33,3 
 
1,14 
1 
 
0,482 
- 
 
0,5-2,61 
- 
0,752 
Legenda: ¥Total de Idosos; €Como Variável Contínua 
Fonte: Elaborada pela autora (2019). 
Com relação ao padrão de saúde dos idosos com o desfecho entrevistados, 72,7% 
dos idosos eram hipertensos, 36,4% eram diabéticos, 56,8% tinham de três a sete doenças, 
52,3% utilizavam de cinco a treze medicamentos, 52,3% tinham IMC ≥27kg/m2. 
40 
 
Na amostra transversal, dos 129 pacientes observados, 96,12% (124 idosos) 
referiram pelo menos uma doença. Por outro lado, a média geral do número de doenças foi 
2,79 (DP: ±1,58); e, a média entre os que referiram pelo menos uma doença foi 2,91 (DP: 
±1,51). 
Assim como, 124 (96,12%) reportaram o uso de pelo menos um medicamento. A 
média de medicamentos usados foi de 4,65 (DP: ±3,05); e, a média entre os que referiram o 
uso de pelo menos um medicamento foi 4,84 (DP: ±2,96). Vale destacar que houve um 
incremento do risco (OR: 2,1) para sarcopenia quando o idoso era usuário de polifarmácia 
(cinco a treze medicamentos/dia), porém esse aumento não foi significativo (Tabela 3). 
Ainda, 33,3% dos idosos eram não frágeis, 40,3% pré-frágeis e 26,4% frágeis. 
Neste caso, a maioria dos prováveis sarcopênicos e sarcopênicos eram pré-frágeis ou frágeis 
(72,7%). 
No que concerne o tempo para realização do teste Time Up and Go, 53,3% foram 
de idosos prováveis sarcopênicos ou sarcopênicos que completaram o teste no tempo ≥ 20 
segundos. 
A respeito da percepção dos idosos sobre sua saúde oral (GOHAI), 75,9% 
consideraram alta, 12,4%, moderada e 11,6% baixa percepção. Dos idosos prováveis 
sarcopênicos ou sarcopênicos, 81,8% tiveram alta e 18% tiveram moderada a baixa percepção 
(Tabela 3). 
Quanto a presença de sintomas relacionados à Doença do Refluxo 
Gastroesofágico (DRGE), 56,6% não apresentou sequer um sintoma; 26,4% apresentou 
pontuação de um a oito pontos na escala; e 17,1% de nove a 51 pontos. Além disso, 61,4% 
dos idosos prováveis sarcopênicos ou sarcopênicos não apresentaram sintomas; e 38,6% 
apresentou de um a 51 pontos na escala de DRGE (Tabela 3). Em relação a escala de sintomas 
dispépticos, os idosos entrevistados obtiveram média de 5,54 pontos (DP: ±6,79, mínimo: 0, 
máximo: 32). Entre idosos prováveis sarcopênicos ou sarcopênicos, 36,4% não tiveram 
sintomas; 63,6% referiram de um a 32 pontos na escala (Tabela 3). Nessa pesquisa, 45,74% 
do total de idosos e 40,9% dos idosos prováveis sarcopênicos ou sarcopênicos apresentaram 
constipação funcional (Tabela 3). Nenhuma dessas ferramentas mostrou associação com 
sarcopenia no estudo transversal (Tabela 3). 
41 
 
Tabela 3- Estudo Transversal da relação entre comorbidades,

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