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VIGILÂNCIA E CONTROLE DE 
ZOONOSES, ARBOVIROSES E 
COMBATE A ANIMAIS 
PEÇONHENTOS
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE (CONASEMS) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)
Brasília (DF) 
2023 
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 24
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE (CONASEMS) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)
Brasília (DF) 
2023 
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 24
VIGILÂNCIA E CONTROLE DE 
ZOONOSES, ARBOVIROSES E 
COMBATE A ANIMAIS 
PEÇONHENTOS
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx
2023 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, 
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Programa Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da 
Saúde: http://bvsms.saude.gov.br
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde
Departamento de Gestão da Educação na 
Saúde
Coordenação - Geral de Ações Estratégicas 
de Educação na Saúde (CGAES)
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CEP: 70719-040 – Brasília/DF
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Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Saúde da Família
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CEP: 70058-90 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315-9044/9096
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Secretaria de Vigilância em Saúde
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Edifício PO 700, 7º andar
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E-mail: svs@saude.gov.br
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS
MUNICIPAIS DE SAÚDE
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Zona Cívico - Administrativo
CEP: 70058-900 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3022-8900
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO 
SUL
Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha 
CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS
Tel.: (51) 3308-6000
 
Coordenação - geral:
Célia Regina Rodrigues Gil - MS
Cristiane Martins Pantaleão – Conasems
Hishan Mohamad Hamida – Conasems
Isabela Cardoso de Matos Pinto - MS
Leandro Raizer – UFRGS
Lívia Milena Barbosa de Deus e Méllo - MS 
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS
Organização:
Núcleo Pedagógico do Conasems
Supervisão - geral:
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação técnica e pedagógica:
Carmen Lúcia Mottin Duro
Cristina Crespo
Diogo Pilger
Fabiana Schneider Pires
Valdívia Marçal
Elaboração de texto:
Débora Cristina Modesto Barbosa
Revisão técnica:
Alayne Larissa M. Pereira - SAPS/MS
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Camila Mello dos Santos – UFRGS
Carmen Lúcia Mottin Duro - UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Jéssica Rodrigues Machado - SAPS/MS
José Braz Damas Padilha – SVS/MS
Lanusa T. Gomes Ferreira – SGTES/MS
Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
Patrícia da Silva Campos – Conasems
Wendy Payane F. dos Santos - SAPS/MS
Designer educacional:
Alexandra Gusmão – Conasems
Juliana Fortunato – Conasems
Pollyanna Lucarelli – Conasems
Priscila Rondas – Conasems
Colaboração:
Fabiana Schneider Pires - UFRGS
Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS
Katia Wanessa Silva – SGTES/MS
Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems
Marcia Cristina Marques Pinheiro
– Conasems
Rejane Teles Bastos – SGTES/MS
Roberta Shirley A. de Oliveira – SGTES/MS
Rosângela Treichel Saenz Surita 
– Conasems
Assessoria executiva:
Conexões Consultoria em Saúde LTDA
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Cristina Perrone – Conasems
Diagramação e projeto gráfico:
Aidan Bruno – Conasems
Alexandre Itabayana – Conasems
Bárbara Napoleão – Conasems
Lucas Mendonça – Conasems
Ygor Baeta Lourenço – Conasems
Fotografias e ilustrações:
Banco de Imagens do Conasems
Freepik
Revisão:
Gehilde Reis Paula de Moura
Normalização:
Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI
Valéria Gameleira da Mota – Editora
MS/CGDI
 Brasil. Ministério da Saúde.
 Vigilância e controle de zoonoses, arboviroses, e combate a animais peçonhentos [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho 
Nacional de Secretarias Municipais de
 Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
 xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book 24)
Modo de acesso: World Wide Web: 
ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x 
1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Doenças e Vetores. 3. Vigilância de zoonoses . I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de 
Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. 
CDU 614
Ficha Catalográfica
Título para indexação: 
Healthcare agent workers' Fundamentals
Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica
Coordenação-geral:
Cristiane Martins Pantaleão – Conasems
Hishan Mohamad Hamida – Conasems
Leandro Raizer – UFRGS
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS
Direção técnica:
Isabela Cardoso de Matos Pinto - SGTES/MS
Célia Regina Rodrigues Gil – DEGES/SGTES/MS
Organização:
Núcleo Pedagógico do Conasems
 
Supervisão-geral:
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação técnica e pedagógica:
Cristina Fatima dos Santos Crespo
Valdívia França Marçal 
Elaboração de texto:
Débora Cristina 
Modesto Barbosa
 
Revisão técnica:
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Érika Rodrigues De Almeida – SAPS/MS
Fabiana Schneider Pires – UFRGS
José Braz Damas Padilha – SVS/MS
Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
Patrícia Campos – Conasems
Designer educacional:
Alexandra Gusmão – Conasems
Juliana de Almeida Fortunato – Conasems
Pollyanna Lucarelli – Conasems
Priscila Rondas – Conasems
Colaboração:
Antonio Jorge de Souza Marques – 
Conasems
Daniela Riva Knauth - UFRGS
Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS
Katia Wanessa Silva – SGTES/MS
Lanusa Terezinha Gomes Ferreira - 
CGAES/MS
Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems
Marcia Cristina Marques Pinheiro – 
Conasems
Rejane Teles Bastos – SGTES/MS
Roberta Shirley A. de Oliveira – CGAES/MS
Rosângela Treichel – Conasems
Suellen da Silva Ferreira– SGTES/MS
 
Assessoria executiva:
Conexões Consultoria em Saúde LTDA
Antonio Jorge de Souza Marques
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Cristina Perrone – Conasems
 
Diagramação e projeto gráfico:
Aidan Bruno – Conasems
Alexandre Itabayana – Conasems
Bárbara Napoleão – Conasems
Lucas Mendonça – Conasems
Ygor Baeta Lourenço – Conasems
 
Fotografias e ilustrações: 
Biblioteca do Banco de Imagens do 
Conasems
 
Imagens: 
Freepik, Brasil Escola e Wikipédia 
Revisão:
Gehilde Reis Paula de Moura - Conasems
 
Normalização:
Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI
Este é o seu e-book da disciplina Vigilância e controle de zoonoses, 
arboviroses e combate a animais peçonhentos. Quando o assunto é 
doença, modo de transmissão, principais vetores e ações de prevenção e 
controle, a vigilância em saúde e as zoonoses ganham destaque, visto que 
surgem com a proposta de articular saberes, setores e conhecimento, para 
criar estratégias de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos 
de importância de Saúde Pública. É importante ressaltar que essas ações 
sendo desenvolvidas de forma articulada com outros setores e saberes 
proporcionam, além de um olhar ampliado para os problemas de saúde, 
estratégias mais assertivas para solução e antecipação de intervenções 
que reduzem problemas evitáveis. 
Estude este material com atenção e consulte-o sempre que necessário! 
Acompanhe também a aula interativa, a teleaula e realize as atividades 
propostas para assimilar as informações apresentadas.
Bons estudos!
BEM-VINDA (0)!
LISTA DE SIGLAS E 
ABREVIATURAS 
ACE -Agente de Combate às Endemias
ACS -Agente Comunitário de Saúde
APS - Atenção Primária à Saúde 
LISTA DE FIGURAS
34 - Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti
41 - Figura 2 - Aedes aegypti
44 - Figura 3 - Principais sintomas dos arbovírus: dengue,chikungunya e Zika
56 - Figura 4 - Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano) 
da febre amarela no Brasil
68 - Figura 5 - Ciclo epidemiológico e a transmissão do vírus
da febre do Nilo Ocidental
69 - Figura 6 - Ciclo biológico do carrapato
77 - Figura 7 - Espécies de triatomíneos
81 - Figura 8 - Ciclo de transmissão vetorial da doença de Chagas
83 - Figura 9 - Ciclo de vida da Leishmania
84 - Figura 10 - Ciclos epidemiológicos de transmissão
da raiva
83 - Figura 11 - Ciclo biológico do Toxoplasma gondii
84 - Figura 12 - Apresentações clínicas de esporotricose humana
SUMÁRIO
7
20
49
67
85
88
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ECTOPARASITAS
ATIVIDADES DAS UNIDADES DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES 
PARASITOSES: DOENÇA DE CHAGAS, 
LEISHMANIOSES, MALÁRIA, FILARIOSE LINFÁTICA
ARBOVIROSES: DENGUE, ZIKA, CHIKUNGUNYA, 
FEBRE AMARELA, FEBRE DO NILO, FEBRE MAYARO E 
FEBRE OROPOUCHE
CONTROLE DE POPULAÇÕES DE ANIMAIS DE RELEVÂNCIA 
PARA A SAÚDE PÚBLICA, VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E 
CONTROLE DE ZOONOSES
RETROSPECTIVA
REFERÊNCIAS
BACTERIOSES E RIQUETSIOSES
ANIMAIS PEÇONHENTOS
90
96
98
DOENÇAS 
TRANSMITIDAS POR 
VETORES E 
ECTOPARASITAS
Que tal começarmos por 
resgatar alguns conceitos 
como agente etiológico, vetor e 
hospedeiro?
O trabalho conjunto e complementar entre os Agentes de Combate às 
Endemias (ACE) e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) “é 
estratégico e desejável para identificar e intervir, oportunamente, nos 
problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso da 
população às ações e aos serviços de saúde e prevenir doenças”. 
Também, um dos fatores essenciais para conseguirmos atender às 
reais necessidades de saúde da população e, consequentemente, 
impactar os indicadores de saúde referentes às principais zoonoses 
que acometem a comunidade (BRASIL, 2019, p. 19). 
Integrar significa discutir as ações, considerando a realidade local, seu 
território e suas prioridades, tendo o compromisso com a saúde da 
população, para que se tenha um cuidado efetivo pautado na 
qualidade de vida. 
Que tal, começarmos 
por resgatar alguns 
conceitos como agente 
etiológico, vetor e 
hospedeiro?
8
O conhecimento epidemiológico sobre as doenças nos permite 
classificá-las e obter uma medida de sua importância, de seus 
impactos e da possibilidade de prevenção. 
O conhecimento da história natural de uma doença nos permite 
prevenir, tratar e entender toda a sua evolução, como também a 
importância de cada intervenção. 
O modo de transmissão é o elemento introdutório dessa discussão, 
visto que traz à tona a forma com que o agente infeccioso se 
transporta para o hospedeiro, ou seja, como ocorre o contágio, 
abrindo espaço para trabalharmos, quem são os agentes 
infecciosos e seus vetores; como se dá a interação; como é a 
distribuição e frequência da doença. Assim, passamos a ter 
condições de refletir sobre a nossa prática profissional, 
principalmente, naquilo que é referente às ações de prevenção e de 
controle. 
Está aí o nosso relevante objetivo com 
essa disciplina.
Qual a importância de saber 
o modo de transmissão das 
doenças e o seu agente de 
transmissão? 
9
Que tal começarmos falando 
sobre vetores? Você lembra o que 
são vetores?
A Organização Mundial da Saúde tem ressaltado em suas publicações, 
a relevância das doenças transmitidas por vetores, já que essas 
doenças repercutem, de forma significativa, nas taxas de 
morbimortalidade e são problemas de saúde pública (BRASIL, 2021)
10
Vetores são seres vivos que possuem a capacidade de 
transportar organismos patogênicos (agente etiológico/ agente 
infeccioso de uma doença). Eles fazem a articulação entre o 
agente etiológico e o hospedeiro, produzindo a infecção de 
pessoas ou animais. No caso de zoonoses que apresentam 
grande disseminação no país, são criados programas 
específicos para auxiliar no manejo adequado de cada situação 
(vigilância de fatores de risco e controle de vetores).
Vamos focar nosso conteúdo nessas ações, pois é 
neste cenário que você, Agente de Combate às 
Endemias (ACE), faz o mapeamento das áreas de 
risco, vigilância entomológica, vigilância 
epidemiológica, avaliação das ações realizadas, 
orientações e ações direcionadas ao controle dos 
vetores e dos riscos de contágio das doenças.
A abordagem do conteúdo será separada por doença e / ou agravo e, 
consequentemente, pelos agentes infecciosos e vetores envolvidos. 
Então, apenas para relembrar: agente etiológico é considerado agente 
infeccioso responsável por causar doenças infecciosas com potencial 
de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não, e o 
hospedeiro é uma pessoa ou animal vivo que em circunstâncias 
naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente 
infeccioso (BRASIL, 2021). 
11
Ah, muitas vezes, quando realizamos essa discussão, 
sempre, pensamos numa relação em que: vírus, 
bactéria, parasito está dentro do vetor. Mas é 
importante ressaltarmos que podemos ter situações 
em que isso ocorre de forma diferente. Você lembra 
do conteúdo da aula de Noções de Microbiologia e 
Parasitologia do curso? Vamos resgatar alguns 
elementos sobre o parasitismo que vocês 
estudaram lá?
2
12
O parasitismo é a relação desarmônica 
entre espécies diferentes, sendo que um 
(parasito) se beneficia, e o outro é 
prejudicado (hospedeiro). Ele ocorre, 
basicamente, de duas formas:
O parasito tem uma dependência do hospedeiro e 
fica alojado internamente a ele, como no caso de 
vermes e protozoários, e neste caso, é classificado 
como endoparasitas.
1
O parasito vive na parte externa, sobre o hospedeiro 
(na pele, no pelo), como o carrapato, a pulga, e neste 
caso são chamados de ectoparasitos (NEVES, 2016).
Antes de prosseguir a leitura, 
tente se lembrar de alguns outros 
parasitos que você conhece e 
procure classificá-los como 
ectoparasitos ou endoparasitos. 
Todos esses parasitos que você 
pensou, apresentam a mesma 
gravidade na população humana?
13
As duas doenças têm maior frequência na infância, sendo de fácil 
transmissão, principalmente, pelo período de contato próximo e 
duradouro de crianças nas creches e escolas, podendo assim acometer 
várias pessoas da mesma família, ou instituição. Outro aspecto 
compartilhado pelas duas doenças é que, apesar de terem alta 
transmissibilidade, apresentam baixa letalidade e baixa taxa de 
complicações importantes. 
As duas principais ectoparasitoses são:
Veremos que não. Temos duas 
ectoparasitoses que são importantes, 
por sua frequência na população, mas 
que não causam grandes 
complicações no ser humano.
PEDICULOSE ESCABIOSE
14
Você consegue lembrar 
quais são? 
Agora que você já resgatou 
alguns conceitos, que tal 
conhecermos um pouco mais 
sobre a pediculose e a 
escabiose? 
No caso da pediculose da cabeça, comumente conhecida como piolho, 
a doença é causada pela infestação do couro cabeludo pelo parasito 
Pediculus humanus capitis (BRASIL, 2002). É uma doença mais 
frequente em meninas e, atualmente, atinge todos os grupos 
socioeconômicos, apesar de, historicamente, termos muitos relatos e 
dados atribuindo maior frequência em crianças de famílias 
socioeconômicas menos favorecidas. 
15
O tamanho e a quantidade de cabelos estão relacionados com a 
infestação de piolhos, por isso a indicação de cortar o cabelo como 
medida de controle. 
A pediculose do couro cabeludo não está 
relacionada com o tamanho dos cabelos, mas sim 
com o diâmetro e o espaçamento entre os fios de 
cabelo, tendo preferência pelos mais espessos e os 
mais densamente implantados. Assim, ao contrário 
da falsa crença de que "quanto mais cabelos... mais 
piolhos", seria de interesse enfatizar que Pediculus 
humanus capitis é um habitante normal do couro 
cabeludo e não dos cabelos (NEVES, 2016).
Apesar de encontrarmos a pediculose mais em 
meninas, vale a pena verificar se é mito ou 
verdade que:
16
Por serem ectoparasitas, os piolhos, conseguemsobreviver fora do couro cabeludo, por até, 
aproximadamente, 2 dias, pois apresentam uma 
dependência metabólica apenas parcial, mas não 
conseguem “voar” para outro hospedeiro. Sendo 
assim, sua transmissão ocorre, preferencialmente, 
pelo contato direto com os cabelos da pessoa 
infestada. 
Quer saber mais sobre o modo de 
transmissão? Acesse: BRASIL. Ministério 
da Saúde. Dermatologia na Atenção 
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 
(Série Cadernos de Atenção Básica; n. 09). 
Clique aqui ou escaneie o QR Code.
O controle/tratamento da pediculose consiste basicamente em lavar 
os cabelos com shampoos e aplicação de loções específicas para 
pediculose, além de realizar a remoção total dos parasitos e seus 
ovos (lêndeas). Todas as pessoas de convívio frequente com a 
criança também devem ser examinadas e tratadas, se necessário 
(NEVES, 2016). Outro mito e verdade importante de ser discutido é:
Se possível, massagear o cabelo com óleo/azeite antes de 
passar o pente fino. Isso imobilizará o parasito, fazendo com 
que a extração seja mais eficaz (NEVES, 2016).
17
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guiafinal9.pdf
Agora que você estudou um 
pouco mais sobre pediculose, 
que tal assistir ao vídeo para 
saber mais sobre os cuidados 
para controlar a pediculose?
Você sabe quais são os cuidados necessários para 
controlar a pediculose? Assista ao vídeo do Núcleo 
Telessaúde Estadual do Rio Grande do Sul intitulado: 
“Quer saber mais sobre Cuidados com a pediculose: o 
piolho”, disponível em: 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/T
elessauders_pediculose.mp4 Acesso em: 17 abr. 2023.
O agente etiológico da escabiose é o ácaro Sarcoptes scabiei. É 
endêmico em países em desenvolvimento, por sua disseminação ter 
associação com pessoas de menor poder aquisitivo (maior 
aglomeração), condições sanitárias precárias e compartilhamento de 
objetos contaminados. O contágio ocorre, essencialmente, de duas 
formas: contato direto, íntimo e duradouro com pessoa infectada, ou 
contato duradouro, frequente e íntimo com objetos contaminados, 
como roupas, lençóis e toalhas compartilhados. Apesar do termo estar 
em desuso, devido às características pejorativas, a escabiose ainda é 
popularmente conhecida como sarna, e em algumas regiões do país 
como, pereba, curuba, pira e quibá.
E a escabiose? O que é? 
18
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/Telessauders_pediculose.mp4
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/Telessauders_pediculose.mp4
A sarna que acomete gatos e cachorros não é 
a sarna humana. É importante saber que os 
ácaros que infestam animais domésticos, 
causando escabiose, podem também atingir 
o homem, mas o parasito não consegue 
completar seu ciclo de vida. Quer saber mais 
sobre o modo de transmissão? Acesse: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Dermatologia na 
Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 
2002. (Série Cadernos de Atenção Básica; n. 
09). Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
guiafinal9.pdf . Acesso em: 17 abr. 2023.
Manter a doença sob controle é o grande objetivo, pois assim 
evitam-se os surtos. Outro ponto importante é adotar medidas como: 
lavar as roupas de banho e de cama com água quente (pelo menos 
a 55°C); usar roupas, toalhas e lençóis individuais; cortar as unhas. A 
probabilidade de contágio das pessoas mais próximas (integrantes 
da família, creche e instituição) é grande, sendo importante a 
investigação e os tratamentos dos comunicantes também. O 
tratamento tanto da pediculose quanto da escabiose é feito através 
de medicações tópicas e orais. Não são doenças de notificação 
compulsória, mas pela alta contagiosidade, possibilitando surtos, é 
importante que a pessoa seja afastada das atividades, até iniciar o 
tratamento, assim como é fundamental que a população saiba dos 
cuidados necessários.
Na sequência de nossa conversa, 
falaremos sobre as Arboviroses.
19
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guiafinal9.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guiafinal9.pdf
ARBOVIROSES: 
DENGUE, ZIKA, 
CHIKUNGUNYA, FEBRE 
AMARELA, FEBRE DO 
NILO, FEBRE MAYARO 
E FEBRE OROPOUCHE
Abordaremos sobre as principais arboviroses que são listadas como 
problemas de Saúde Pública no país e onde o(a) ACE, conjuntamente com 
o(a) ACS desenvolvem “atividades de promoção da saúde, de prevenção 
de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, 
e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de 
ações educativas individuais e coletivas”, sendo terreno comum para o ACE 
executar “ações de controle de doenças utilizando as medidas de controle 
químico, biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo integrado 
de vetores”, quando necessário (BRASIL, 2017). 
Iniciaremos a discussão pelas arboviroses urbanas, 
que têm como vetor o mosquito Aedes aegypti, 
seguido das arboviroses de transmissão silvestre. 
Algumas arboviroses têm destaque nas discussões sobre doenças 
transmitidas por vetores, como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela, 
devido a sua emergência e reemergência no país, e por serem problemas 
de saúde pública mundial. É importante ressaltar que as arboviroses 
apresentam algumas características em comum, como sintomatologia 
semelhante, mesmo vetor e formas de transmissão similares, mas também 
apresentam características distintas como grau de gravidade, letalidade e 
prevalência que precisam ser conhecidos, pois impactarão no manejo dos 
casos. Os serviços de saúde e profissionais nele atuantes precisam estar 
atentos a essas características, pois isso ajudará na adoção das medidas 
mais assertivas para a prevenção e o controle da doença.
21
As Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por 
artrópodes hematófagos, sendo que a maioria dos arbovírus de 
importância em saúde pública pertencem aos gêneros Flavivirus, 
Alphavirus ou Orthobunyavirus, que são transmitidos através da 
picada de insetos. 
De acordo com Brasil, 2017, destacam-se, neste cenário, como vírus 
neroinvasivos de maior interesse epidemiológico a:
● dengue, 
● chikungunya 
● Zika 
Você sabe 
o que são 
arboviroses?
22
Mas por que esses 
insetos são de 
importância para 
Saúde Pública? 
O Brasil, como país de extensão territorial importante, 
com presença de vegetação tropical e clima quente, 
além de apresentar cidades populosas, com 
aglomerados urbanos invadindo espaços rurais e 
área de mata, torna-se o local com as principais 
características para disseminação desses insetos. 
E esses insetos são os principais vetores de arboviroses de ciclo 
urbano (dengue, chikungunya e Zika) de alta prevalência, e risco para 
a população. A identificação do inseto vetor se faz necessária para 
que os programas de vigilância e controle das populações de insetos 
sejam realizados corretamente e de forma eficaz, assim como as 
orientações para prevenção e manejo ambiental. 
23
Você sabe qual o mosquito de 
maior relevância nacional, 
que é responsável pela 
transmissão de importantes 
doenças urbanas, sendo uma 
dessas sem transmissão 
urbana há mais de 80 anos? 
?
Que tal ler a matéria divulgada no site do 
Ministério da Saúde? BRASIL. Ministério da 
Saúde. Brasil integra debate da OMS 
sobre iniciativa global de controle das 
arboviroses. Clique aqui ou escaneie o 
QR Code.
O trabalho realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil para prevenção 
e controle das arboviroses – dengue, Zika, chikungunya e febre 
amarela – ganhou destaque, em 2022, na reunião Global Integrated 
Arboviruses Initiative, promovida pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS). 
Como muitas dessas arboviroses são causadas por um mesmo vetor 
transmissor, vamos fazer uma divisão por vetores transmissores, para 
que as ações de prevenção e controle possam ser abordadas 
conjuntamente, e as similaridades e diferenças serem evidenciadas. 
Se você 
pensou noAedes 
aegypti, 
acertou.
24
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/brasil-integra-debate-da-oms-sobre-iniciativa-global-de-controle-das-arboviroses
O Aedes aegypti tem papel de destaque nas ações de saúde pública, 
visto que, comprovadamente, é o principal vetor de transmissão das 
arboviroses urbanas: dengue, chikungunya e Zika. Doenças essas de 
disseminação nacional (BRASIL, 2021). A febre amarela de ciclo urbano 
também é transmitida pelo Aedes aegypti, mas sua transmissão em 
meio urbano não ocorre desde 1942. O Aedes aegypti é um mosquito de 
disseminação nacional, que se desenvolve na água limpa e parada, em 
locais quentes como as regiões tropicais e subtropicais. O repasto 
sanguíneo das fêmeas, assim como a oviposição, ocorre quase sempre 
durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer (BRASIL, 
2016). 
Aedes aegypti 
25
Fonte: FIOCRUZ, 2019. 
É um mosquito essencialmente 
urbano cujo ciclo de vida é completo 
após as quatro fases: ovo, larva, 
pupa e adultos.
Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti
26
As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti 
constituem-se um dos principais problemas de saúde pública no 
mundo (BRASIL, 2021), sendo a dengue a arbovirose urbana de 
maior relevância nas Américas. “As infecções por arbovírus 
podem resultar em um amplo espectro de síndromes clínicas, 
desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas 
neuroinvasivas. Entretanto a maior parte das infecções humanas 
por arbovírus são assintomáticas ou oligossintomáticas (poucos 
e leves sintomas)” (BRASIL, 2017, p.7). É um mosquito de hábito 
hematófago, pertencente à ordem Diptera, subordem 
Nematocera, família Culicidae (BRASIL, 2016, p. 43). 
Agora que você sabe 
um pouco mais sobre o 
mosquito Aedes 
aegypti e sobre 
arboviroses, que tal 
aprofundarmos nas 
doenças: dengue, Zika, 
chikungunya?
27
A dengue é a arbovirose de destaque, não apenas no Brasil, mas 
nas Américas como um todo. Vem apresentando um crescimento 
exponencial nas últimas quatro décadas, proporcionando risco 
importante à população mundial, por isso é considerada um dos 
principais problemas de saúde pública mundial. Dados da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados em Brasil (2009, 
p. 11) estimam que cerca de “2,5 bilhões de pessoas (2/5 da 
população mundial) estão sob risco de contrair dengue e que 
ocorram anualmente cerca de 50 milhões de casos”. Outro dado 
alarmante é que deste total, “cerca de 550 mil necessitam de 
hospitalização e pelo menos 20 mil morrem em consequência da 
doença”. 
Dengue
28
Eles são conhecidos como: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, 
sorotipos intimamente interligados e proporcionam imunidade 
vitalícia contra o sorotipo adquirido (homóloga), mas apenas 
imunidade parcial e temporária para outros sorotipos 
(heteróloga). No Brasil, temos uma ampla distribuição do Aedes 
aegypti em todas as regiões, com circulação simultânea, mais 
frequente de três sorotipos virais (DENV1, DENV2 e DENV3), onde o 
DENV2 é o que tem apresentado maior intensidade de circulação. 
É uma doença infecciosa cuja transmissão ocorre através da 
picada da fêmea do Aedes aegypti infectada com vírus da 
dengue (DENV), do gênero Flavivirus, pertencente à família 
Flaviviridae. É uma doença que acomete pessoas de todas as 
idades, mas os casos mais prevalentes são de adultos jovens 
(BRASIL, 2009). 
Você sabia que a dengue 
apresenta quatro 
sorotipos distintos? 
29
Porque havendo a circulação de mais um sorotipo no país, a 
probabilidade da pessoa contrair mais de um sorotipo torna-se 
maior e Infecções subsequentes aumentam o risco do 
desenvolvimento de dengue grave e até morte.
A dengue é uma doença febril aguda que pode oscilar de casos 
leves e assintomáticos a casos graves. De forma geral, apresenta 
curso de evolução benigna, mas pode causar óbito. 
Por que a presença do 
sorotipo DENV4 no Brasil 
é preocupante? 
30
Outro ponto importante a salientar é que a principal forma de 
transmissão é a vetorial. Ela ocorre pela picada de fêmeas de Aedes 
aegypti infectadas, no ciclo humano-vetor-humano. Sendo assim, a 
transmissão da doença ocorre através da picada da fêmea do 
mosquito vetor em uma pessoa sadia. A fêmea do Aedes aegypti 
adquire o vírus, através da picada a uma pessoa doente, e uma vez 
infectado, esse vetor continua a transmitir a doença durante toda a 
sua vida. 
O Aedes aegypti adulto, principal transmissor da dengue, da 
chikungunya e da febre amarela urbana, é escuro, com faixas 
brancas nas bases dos segmentos tarsais e com um desenho em 
forma de lira no mesonoto. 
Figura 2 - Aedes aegypti 
Fonte: https://www.freepik.com
 
31
Colocar de forma mais atrativa a caixa 
de texto Mosquito da dengue dentro 
da imagem essa caixa azul não 
combina
MOSQUITO 
DA DENGUE 
MOSQUITO 
ADULTO
LARVA
OVOS
PUPA
feito
https://www.freepik.com
Seus ovos são depositados pela fêmea, nas 
paredes internas dos depósitos que servem como 
criadouros. O repasto sanguíneo das fêmeas, assim 
como a oviposição, ocorre quase sempre durante o 
dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. A 
fêmea grávida é atraída por recipientes escuros ou 
sombreados, com superfície áspera, nos quais 
deposita os ovos – ela distribui cada postura em 
vários recipientes.
32
Casos de dengue no Brasil cresceram 43,9% em 2022, segundo 
Ministério da Saúde. Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue 
da Fiocruz, diz que o avanço dos casos pode ter sido efeito da 
redução de ações preventivas durante a pandemia de covid-19 e 
do período chuvoso neste início de 2022. 
E como está a frequência da 
dengue após a pandemia?
2022 Focando nos dados mais recentes do Brasil, nas primeiras 
Semanas Epidemiológicas de 2022, percebe-se uma taxa de 
incidência de pouco mais de 40 casos por 100 mil/hab., o que 
configura um aumento de mais de 40% de casos, quando 
comparado com 2021 (BRASIL, 2022). 
33
O diagnóstico pode ser atrasado, pois como as pessoas infectadas 
com dengue podem apresentar sinais clínicos semelhantes a outras 
arboviroses, os profissionais de saúde podem apresentar dificuldades 
na suspeita inicial e, consequentemente, na adoção adequada do 
manejo clínico. Isso pode predispor à ocorrência de formas graves da 
doença, e de forma mais esporádica, óbitos. Na figura 3, é possível 
fazer essa comparação.
Fonte: FIOCRUZ, 2015
Figura 3 - Principais sintomas dos arbovírus: dengue, chikungunya e Zika. 
34
Fonte: BRASIL, 2021. 
Outro ponto comum entre a dengue, Chikungunya e Zika é que essas 
arboviroses podem ser transmitidas ao homem por via vetorial, vertical 
e transfusional, sendo a frequência de cada via diferente entre eles, 
conforme podemos ver no quadro 1.
  Dengue (DENV)
Chikungunya 
(CHIK) Zika (ZIKV)
VETORIAL Mais frequente Mais frequente Mais frequente
VERTICAL Raros
Gestantes 
virêmicas podem 
provocar infecção 
neonatal grave 
(raro se <22ª 
semana 
gestacional)
Pode ocorrer 
durante a 
gestação, 
causando 
malformação 
fetal e aborto
TRANSFUSIONAL Raros Raros
Quadro 1 - Descrição da transmissão das arboviroses dengue, chikungunya e Zika, 
segundo via vetorial, vertical e transfusional. 
A grande preocupação não está apenas no aumento da prevalência 
da doença, mas também na magnitude e no grau de letalidade dos 
casos de febre hemorrágica da dengue, assim como na possibilidade 
de contágio de outras doenças que têm o mesmo vetor como 
transmissor. Com o aumento dos períodos chuvosos, o problema se 
agrava muito, pois há um aumento na probabilidade de epidemias, 
visto que, uma boa parte dos fatores que contribuem para a ocorrência 
desse agravo é produzida pelo homem no ambiente urbano: os 
criadouros. Como comentado, o cenário torna-se propício para a 
disseminação de outras doenças urbanas que têm o mesmo vetor, a 
fêmea dos mosquitos Aedes aegypti: Zika e chikungunya. 
35
A febre chikungunya é causadapelo vírus chikungunya (CHIKV), 
pertencente ao gênero Alphavirus, da família Togaviridae, transmitido 
ao ser humano através da picada da fêmea do mosquito do Aedes 
aegypti. Ele possui quatro genótipos: 
1. Oeste Africano, 
2. Oceano Índico (IOL), 
3. Leste-Centro-Sul Africano (ECSA), 
4. Asiático. 
Agora que você já leu sobre 
a principal arbovirose 
circulante no país, que tal 
conhecermos um pouco 
sobre a febre chikungunya 
e a Zika? Elas são as outras 
duas arboviroses 
transmitidas pelo mosquito 
do Aedes aegypti. 
Chikungunya
36
Ela possui três fases de evolução: febril ou aguda, pós-aguda e 
crônica com sintomatologia muito semelhante à da dengue. A sua 
principal manifestação clínica, que a difere das outras arboviroses, 
são as fortes dores nas articulações (artralgias), que em mais de 50% 
dos casos, tornam-se crônicas, podendo persistir por anos e até 
mesmo causando incapacidades, influenciando assim na redução 
da produtividade e da qualidade de vida (BRASIL, 2021). 
No Brasil, são encontrados apenas os dois últimos genótipos (BRASIL, 
2021). A doença apresenta baixa letalidade, mas alta taxa de ataque 
(75%-95%), o que pode provocar epidemias, devido à densidade do 
vetor, presença de indivíduos susceptíveis e intensa circulação de 
pessoas em áreas endêmicas (BRASIL, 2021). 
Os primeiros casos confirmados no Brasil foram encontrados nos 
estados do Amapá e da Bahia e datam de 2014. Atualmente, é uma 
doença disseminada em todo o país (BRASIL, 2017).
37
Por isso o nome chikungunya, que em Makonde significa “aqueles que se 
dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com 
a artralgia característica da doença (BRASIL, 2017). Quanto à suscetibilidade 
e imunidade desenvolvida para o vírus Chikungunya (CHIKV), acredita-se 
que também seja duradoura e protetora contra novas infecções, mesmo 
que produzidas por diferentes genótipos desse vírus. 
A Zika é causada pelo vírus Zika (ZIKV) do gênero Flavivírus, pertencente à 
família Flaviviridae. Ela é transmitida ao ser humano através da fêmea do 
mosquito do Aedes aegypti. 
São conhecidas duas linhagens do vírus: uma africana e outra asiática, que 
podem ser transmitidas pelas vias já descritas, vetorial, vertical e 
pós-transfusional, mas também pela via sexual (BRASIL, 2021). É 
considerada uma arbovirose de manifestações clínicas leves e 
autolimitadas, sendo que 50% dos indivíduos infectados que apresentam 
sintomatologia: manifestam exantema pruriginoso, como queixa principal e, 
em alguns casos, artralgia, mas com menor intensidade que a apresentada 
nos casos de chikungunya (BRASIL, 2021). 
Devido ao seu potencial teratogênico, ganhou repercussão nacional ao 
estar associada a casos graves de malformações congênitas (casos de 
microcefalia entre recém-nascidos), que inicialmente estavam restritos à 
região Nordeste (em 2015), mas depois foram disseminados para todo o 
país (BRASIL, 2017). Essa disseminação do ZIKV tem sido associada a um 
aumento da incidência de manifestações neurológicas graves. 
Zika
38
Não há evidências 
científicas que 
permitam assegurar o 
tempo de duração da 
imunidade conferida às 
pessoas infectadas 
pelos vírus Zika.
Acesse o material complementar e leia mais 
informações sobre a Zika. Clique aqui ou 
escaneie o QR Code. 
39
https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-24-ace-1682426473.pdf#page=2
A Febre amarela é uma doença viral aguda, de elevada letalidade 
nas suas formas graves, tornando-se uma zoonose de grande 
importância nacional. Graças a medidas eficazes como a vacinação 
(imunoprevenível), o último registro de um caso de febre amarela 
urbana no Brasil, data de 1942. Seu agente etiológico, o vírus da febre 
amarela, é um arbovírus do gênero Flavivírus, da família Flaviviridae 
que é transmitido por artrópodes (vetores) da família Culicidae ao 
ser humano. 
Você conhece alguma 
outra doença cujo 
vetor é o mosquito do 
gênero Aedes 
aegypti, mas que 
atualmente só há a 
transmissão silvestre 
ativa? 
Febre Amarela
40
Acesse esse material complementar e 
veja mais sobre a doença endêmica no 
Brasil. Clique aqui ou escaneie o QR para 
fazer download. 
Nas Américas, temos dois ciclos de transmissão: “o urbano, no qual o 
vírus é transmitido pelo Aedes aegypti ao homem, que é o hospedeiro 
principal, sendo uma transmissão homem/mosquito/homem, e o 
silvestre, em que o vírus circula entre mosquitos silvestres (Haemagogus 
janthinomys e Haemagogus leucocelaenus) e primatas não humanos” 
(BRASIL, 2001), sendo o homem um hospedeiro acidental. A infecção do 
mosquito ocorre quando este pica um macaco ou um ser humano 
infectado como apresentado na figura 4.
Fonte: BRASIL, 2020
Figura 4 - Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano) da febre amarela no Brasil 
41
https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-24-ace-1682426473.pdf#page=12
Você sabe qual 
outro mosquito 
atua como vetor de 
arbovírus? 
O pernilongo. 
A febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma infecção viral aguda, causada 
por um arbovírus, membro da família Flaviviridae, mais 
especificamente do gênero Flavivírus, o mesmo gênero dos vírus da 
dengue, da febre amarela e da Zika. Ela tem como vetor, 
principalmente, os mosquitos gênero Culex (pernilongo), apesar de 
existirem outros gêneros também infectados. O culex é um vetor de 
grande densidade nacional, potencializando assim o contágio e 
transmissão em âmbito nacional. 
Febre de Nilo
42
A Febre do Nilo Ocidental apresenta várias linhagens. 
• a linhagem 1 é subdividida em três sublinhagens, incluindo a 
sublinhagem 1ª, abrangendo os isolados africanos, europeus e do 
Oriente Médio;
• a sublinhagem 1b compreende cepas da Australásia; 
• a sublinhagem 1c, também conhecida como linhagem 5, compreende 
isolados de vírus da Índia” (BRASIL, 2021, p. 653).
Apenas os vírus das linhagens 1 e 2 foram associados a surtos 
significativos em humanos.
Essa febre é uma arbovirose que apresenta a maioria dos casos com 
sintomas leves de febre passageira, até casos mais graves com sinais 
de acometimento do sistema nervoso central (SNC) ou periférico. Os 
casos graves são mais frequentes em pessoas com mais de 50 anos. 
43
A transmissão para o ser humano ocorre pela picada do mosquito 
infectado pelo repasto sanguíneo em aves infectadas conforme figura 4.
Figura 5 – Ciclo epidemiológico e a transmissão do vírus da febre do Nilo Ocidental
Fonte: BRASIL, 2021
O ciclo de transmissão do vírus na natureza envolve aves silvestres e 
mosquitos, sendo que o VNO pode infectar humanos, equinos, primatas, 
outros mamíferos, apesar de algumas espécies de aves atuarem como 
reservatórios e amplificadores do vírus. O ser humano e os equídeos são 
considerados hospedeiros acidentais e terminais, pois, uma vez 
infectados, devido a viremia de curta duração e baixa intensidade, não 
conseguem infectar os mosquitos. 
44
O Culex apresenta ciclo de vida semelhante ao do Aedes aegypti: ovo, 
larva, pupa e adultos, com a diferença que, para haver 
desenvolvimento da larva, o criadouro deve ter grande quantidade de 
material orgânico. Ou seja, encontra-se larvas de culex em 
reservatórios poluídos, com água barrenta e em esgotos (BRASIL, 2016). 
São as fêmeas do culex que transmitem a doença, ocorrendo a 
infecção, obrigatoriamente, à noite, preferencialmente, durante o 
repouso ou ao anoitecer (BRASIL, 2016). São medidas de proteção: uso 
de repelentes, uso de tela em janelas, redução dos criadouros, melhoria 
de saneamento básico, controle químico e biológico dos criadouros que 
não possam ser descartados. 
Outras doenças 
causadas por 
arbovírus, mas 
em sua forma 
silvestre, são a 
febre do Mayaro 
e a febre 
Oropuche.
45
A Febre do Mayaro é uma arbovirose infecciosa febril aguda, 
transmitida por mosquitos silvestres, principalmente, do 
gênero Haemagogus(Haemagogus janthinomys) que são mosquitos 
que apresentam hábitos estritamente diurnos e vivem nas copas das 
árvores. (BRASIL, 2021). Seu agente etiológico é o vírus Mayaro (MAYV), 
da família Togaviridae, gênero Alphavirus. Seu ciclo epidemiológico é 
semelhante ao da Febre Amarela Silvestre, sendo os primatas os 
principais hospedeiros do vírus. O homem é considerado um 
hospedeiro acidental. Estudos têm demonstrado que outros gêneros 
de mosquitos podem participar do ciclo de manutenção do vírus na 
natureza: como Culex, Sabethes, Psorophora, Coquillettidia e Aedes. E 
que outros hospedeiros vertebrados como pássaros, marsupiais, 
xenartras (preguiças, tamanduás e tatus) e roedores, podem atuar 
como amplificadores na manutenção do vírus em seu ambiente 
natural (BRASIL, 2022). É uma arbovirose que cursa geralmente para 
quadros clínicos benignos, sendo endêmica na região Amazônica 
(região Norte e Centro-Oeste), em áreas de mata, rural ou silvestre. 
Já a Febre do Oropouche é uma arbovirose, causa febre, cefaléia 
seguida de mialgia, e pode evoluir, raramente, para meningite. Os 
sintomas duram poucos dias, mas podem ocorrer recaídas. 
Febre do Mayoro e Febre do Oropouche 
46
O vírus Oropouche (VORO) é transmitido principalmente pelo 
mosquito da espécie Culicoides paraensis (borrachudo, maruim ou 
pólvora), mas também já foi identificado na espécie Culex 
quinquefasciatus (muriçoca ou pernilongo). Acomete principalmente 
as pessoas residentes na região Amazônia, sendo as principais 
epidemias registradas nos estados do Pará, Acre, Maranhão, Tocantins 
e de Rondônia. Os casos mais recentes de notificação datam de 2017. 
Tanto a Febre do Mayaro, quanto a Febre do Oropouche não são 
contagiosas, ocorrendo a transmissão apenas pela picada de 
mosquitos infectados com os respectivos vírus. 
47
Texto errado correto é:
O vírus Oropouche (VORO) é 
transmitido principalmente pelo 
mosquito da espécie Culicoides 
paraensis (borrachudo, maruim 
ou pólvora), mas também já foi 
identificado na espécie Culex 
quinquefasciatus (muriçoca ou 
pernilongo). Acomete 
principalmente as pessoas 
residentes na região Amazônia, 
sendo as principais epidemias 
registradas nos estados do Pará, 
Acre, Maranhão, Tocantins e de 
Rondônia. Os casos mais recentes 
de notificação datam de 2017. 
Tanto a Febre do Mayaro, quanto 
a Febre do Oropouche não são 
contagiosas, ocorrendo a 
transmissão apenas pela picada 
de mosquitos infectados com os 
respectivos vírus. 
feito
A febre do Mayaro e a Febre do Oropouche compõem a lista nacional 
de doenças de notificação compulsória imediata, conforme Portaria 
de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017 (BRASIL, 2017). Como 
não há vacina para imunoprevenir as arboviroses Mayaro e 
Oropouche, e o seu ciclo silvestre não é possível de ser eliminado, as 
medidas de prevenção consistem em: evitar o contato com áreas de 
ocorrência e/ou minimizar a exposição à picada do vetor, seja 
evitando a exposição em áreas de mata, durante o período de maior 
atividade do mosquito transmissor da doença; usar roupas compridas 
e repelentes para ajudar a evitar contato com o vetor silvestre e 
diminuir o risco de infecção; usar de cortinas, mosquiteiros, 
principalmente em área rural e silvestre e, principalmente, se possível, 
evitando a exposição em área afetada (com transmissão ativa) 
(BRASIL, 2022). 
48
BACTERIOSES E 
RIQUETSIOSES
Agora vamos tratar das 
seguintes zoonoses: 
Febre Maculosa, 
Doença de Lyme, Peste, 
Hantavirose e 
Leptospirose.
50
Olá, Bia! Vi, sim! Ontem, percebi 
que além das capivaras e gambás 
que já ficam ali, agora estão com 
três cavalos, e segundo eles é para 
ajudar na locomoção do material 
reciclável que coletam.
Olá, Camila, bom dia! Que bom encontrá-la aqui! 
Você viu a quantidade de hospedeiros 
amplificadores que estamos tendo na 
comunidade?
Então, não bastasse a quantidade de 
entulho, resto de comida e materiais que 
acumulam nos terrenos, agora teremos que 
rever nossas orientações, com a chegada 
desses “novos moradores”.
Precisamos efetivar o 
manejo ambiental.
51
Temos algumas zoonoses, como a peste, leptospirose, febre maculosa 
brasileira, hantavirose, febre amarela, e febre do Nilo Ocidental, que 
ganharam repercussão brasileira, por serem zoonoses monitoras por 
programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde. 
São doenças de notoriedade, pelo seu potencial. Quando avaliamos, 
especificamente, as riquetsioses, entendemos que são zoonoses, 
causadas por bactérias da Família Rickettsiaceae, gêneros Rickettsia. 
Pensando no ser humano como hospedeiro, as bactérias do gênero 
Rickettsia são os únicos agentes etiológicos, transmitidos por 
carrapatos. 
Os carrapatos, principalmente da 
classe Arachnida, têm como 
hospedeiro diversas espécies de 
anfíbios, répteis, aves e mamíferos, 
sendo divididos em três famílias: 
Ixodidae, Argasidae e 
Nuttallielidae. 
52
É importante ressaltar que, uma vez infectado, o carrapato permanecerá 
assim por toda a sua vida. Não ocorre transmissão inter-humana e é 
incomum a transmissão materno-fetal, sendo o tempo de aderência das 
ninfas do carrapato importante para a transmissão da doença. Outro 
ponto importante é participação de animais como: cães, equídeos 
(cavalos), roedores (capivara) e marsupiais (gambá), como hospedeiros 
amplificadores para que o carrapato tenha contato com o homem em 
seu peridomicílio. As enfermidades transmitidas por carrapatos têm um 
caráter zoonótico. O ser humano é um hospedeiro acidental, ou seja, a 
manutenção da circulação desses agentes patogênicos não depende do 
ser humano para existir. A distribuição é sazonal, tanto dos carrapatos 
vetores quanto dos hospedeiros vertebrados e dependem também do 
comportamento humano que pode aumentar o risco de contato com 
carrapatos infectados. 
Os Carrapatos possuem mecanismos de perfuração e penetração da 
pele que auxiliam na sua permanência extracorpórea por períodos 
significativos, tornando-se vetores importantes para transmissão de 
diversos patógenos a seres humanos e a outros animais. Os carrapatos 
são artrópodes ectoparasitas hematófagos, que transmitem elevado 
número de agentes etiológicos relacionados a zoonoses, afetando a 
saúde do homem, bem como dos animais domésticos e silvestres 
(BRASIL, 2022). Ocupa a segunda colocação entre os vetores 
transmissores de doenças, perdendo apenas para mosquito/inseto. 
53
O que é um 
hospedeiro/reservatório 
amplificador?
É um animal no qual as alterações associadas, temporariamente, 
nas dinâmicas da população, que determinam um crescimento 
súbito do tamanho da população hospedeira, podem bruscamente 
aumentar a quantidade do agente infeccioso.
54
Você sabia que depois dos insetos 
(dípteros), são os carrapatos que 
apresentam maior importância como 
vetores de doenças humanas?
Vamos conhecer um pouco mais sobre a Febre Maculosa Brasileira 
(Rickettsia rickettsii) que é considerada a riquetsiose mais prevalente e 
reconhecida no país. É uma doença infecciosa febril aguda, que 
apesar de ocorrer de forma esporádica, apresenta alta letalidade 
(próximo a 50%). Sua transmissão concentra-se nas regiões Sul e 
Sudeste, tanto em áreas urbanas quanto rurais (BRASIL, 2022). 
É transmitida pela picada do carrapato infectado, principalmente, pelo 
“carrapato estrela” (“carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”) do gênero 
Amblyomma (A. cajennense, A. aureolatum e A. ovalee), acomentendo, 
majoritariamente, homens entre 20 a 49 anos, com histórico recente de 
exposição a carrapatos e/ou contato com áreas e animais 
amplificadores/transportadores de carrapatos, ou seja, áreas de mata, 
rios, cachoeiras, com presença de equídeos, roedores e marsupiais. 
Uma vez infectado, o carrapato poderá transmitir a doença durante 
sua vida (18 – 36 meses). Além da Rickettsia rickettsii, a febre maculosa 
pode ser adquirida pela Rickettsiaparkeri, que na cepa Mata Atlântica 
caracteriza-se por uma doença com manifestações clínicas mais 
brandas (sem relato de óbitos). 
Febre Maculosa 
55
O hospedeiro adquire imunidade, possivelmente, duradoura contra 
reinfecção, após infectado. Para que ocorra a transmissão da 
doença, é preciso que o carrapato infectado permaneça entre 4 a 6 
horas no ser humano. Os meses de maior atenção são os meses 
entre abril e outubro, referentes ao período de aumentos das 
atividades dos carrapatos (larval e ninfa), destacando-se o mês de 
outubro como de maior incidência. O ciclo biológico do carrapato é 
apresentado abaixo.
Fonte: USP. UNIVESP, s.d. 
Figura 6. Ciclo biológico do carrapato
56
Os sintomas são 
inespecíficos, podendo ser 
confundidos com outras 
doenças: febre elevada, dor 
de cabeça, dor no corpo, 
mal-estar generalizado, 
náuseas e vômitos. 
57
O tratamento é através de 
antibioticoterapia. 
Área de transmissão
Área de risco
Área predisposta 
Área de alerta segundo ensaio 
soroepidemiológico e com 
validade preestabelecida. 
Para melhor manejo 
dos casos e 
vetores/hospedeiros, é 
importante realizar 
uma análise de risco, 
realizando a 
classificação das 
áreas infestadas 
(aquelas nas quais a 
investigação de foco 
de carrapato tenham 
identificado carrapatos 
do gênero 
Amblyomma) em:
Para saber mais sobre a Febre Maculosa, 
acesse: BRASIL. Ministério da Saúde. Febre 
maculosa: aspectos epidemiológicos, clínicos 
e ambientais. Brasília: Ministério da Saúde, 
2022. Clique aqui ou escaneie o QR Code. 
58
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf
Em contrapartida, em zonas mais temperadas do hemisfério Norte, é a 
doença transmitida por carrapatos mais frequente, com dezenas de 
milhares de casos reportados anualmente (BRASIL, 2022). A doença é 
causada por espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi, tendo 
como manifestações clínicas a febre alta inicial, seguida por uma série 
de recidivas. Tanto a Febre Maculosa Brasileira, quanto a Doença de 
Lyme, por serem doenças transmitidas pelo carrapato, apresentam 
risco aumentado de infecção em humanos. 
Há bactérias de outras ordens, que não a Rickettsiales, que também 
são transmitidas por carrapatos. Entre elas destacam-se as borrelioses, 
especialmente a doença de Lyme. 
A doença de Lyme é também transmitida por carrapatos. As ninfas do 
carrapato devem ficar aderidas à pele do hospedeiro, por pelo menos 
24 horas, para que haja a transmissão. É uma doença de baixa 
incidência no Brasil, tendo-se registro de casos isolados em estados 
como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Amazonas. 
Após conhecer um pouco mais sobre a 
Febre Maculosa Brasileira e a Doença 
de Lyme, veja quais são as medidas de 
manejo e controle mais adequadas? 
Clique aqui ou escaneie o QR Code.
Doença de Lyme
59
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Roedores são mamíferos pertencentes à ordem Rodentia, com 
grande capacidade de adaptação e sobrevivência em situações 
adversas de clima e altitudes (sinantrópico). 
Das três espécies consideradas sinantrópicas, apenas a ratazana 
possui maior relevância para a saúde pública. 
As três espécies de ratos urbanos são Rattus norvegicus (ratazana 
ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e 
Mus musculus (camundongo). 
Tanto a Hantavirose quanto a leptospirose são doenças que têm o 
roedor como seu principal vetor, mas no caso da Hantavirose o 
vetor é o rato silvestre e da lepstospirose animais sinantrópicos, 
domésticos e selvagens. 
Para falarmos das próximas zoonoses, é 
importante falar dos roedores, pois ganharão 
notoriedade, por atuarem como vetor e/ou 
reservatório nas doenças que trataremos a 
seguir: Hantavirose, Leptospirose e Peste. 
Hantavirose e Leptospirose 
60
O agente etiológico da Hantavirose é o vírus RNA, pertencente à família 
Bunyaviridae, gênero Hantavirus, transmitido ao ser humano através de 
mamíferos, principalmente, roedores silvestres. 
Os marsupiais e morcegos, também, podem ser vetores, em menor escala. É 
uma doença que oscila de febril aguda a quadros pulmonares e 
cardiovasculares mais graves, com alta letalidade (40%). Acomete mais 
homens, com idade de 20-39 anos, residentes/trabalhadores da zona rural, 
principalmente, das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Como a 
transmissão ocorre, majoritariamente, pela inalação de aerossóis, originados 
de secreções dos roedores silvestres infectados (fezes, urina, saliva), é 
fundamental a identificação rápida, para evitar surtos, devido à facilidade de 
contágio. 
A transmissão percutânea, por mucosa e de pessoa a pessoa, pode ocorrer de 
forma mais eventual. As cepas patogênicas das hantaviroses se dividem em 
do “Velho Mundo” (Europa e Ásia – FHSR - Febre Hemorrágica com Síndrome 
Renal) e do “Novo Mundo” (Américas – SCPH). No Brasil, temos sete variantes 
associadas a casos da Síndrome Cardiopulmonar Por Hantavírus - SCPH 
(Araraquara, Juquitiba/ Araucária, Castelo dos Sonhos, Anajatuba, Laguna 
Negra, Paranoá e Rio Mamoré), sendo essas variantes disseminadas por 
roedores de espécies distintas, presentes em regiões específicas do país. 
61
São eles:
Roedores silvestres 
Necromys lasiurus 
transmitem a 
variante Araraquara, 
mais frequente no 
Cerrado e Caatinga. 
Roedores 
Oligoryzomys 
nigripes, reservatório 
do vírus Juquitiba, 
presente nas áreas de 
Mata Atlântica.
Oligoryzomys 
utiaritensis, identificado 
como reservatório da 
variante Castelo dos 
Sonhos, e Calomys 
callidus, que alberga a 
variante Laguna Negra, 
ambas detectadas em 
uma área de transição 
entre Cerrado e Floresta 
Amazônica. 
O roedor Oligoryzomys 
microtis foi capturado 
na Floresta Amazônica 
albergando a variante 
Rio Mamoré, e 
Holochilus sciurus, no 
estado do Maranhão, 
como reservatórios das 
variantes Anajatuba e 
Rio Mamoé (BRASIL, 
2021, p. 940). 
62
● redução de fontes de abrigo e de alimentação de roedores, 
redução ao máximo de todos os resíduos que possam servir de 
proteção e abrigo para os roedores no peridomicílio; 
● eliminação de todas as fontes de alimentação internas e externas 
às habitações;
● impedimento do acesso dos roedores às casas e aos locais de 
armazenamento de grãos (BRASIL, 2013). 
Para prevenção da doença e 
controle dos vetores, é 
fundamental a adoção de 
medidas como: 
Quando paramos para avaliar os 
fatores ambientais que estão 
associados com o aumento no 
registro de casos de hantavirose, é 
possível listar, principalmente, o 
aumento do desmatamento 
desordenado associado à expansão 
das cidades para áreas rurais. O 
aumento de áreas destinadas para 
plantio também está associado ao 
de grande plantio. 
63
Evitar o contato da população com reservatório e realizar o controle do 
reservatório, através de estratégias como saneamento e melhoria nas 
condições de moradia, tornando as habitações e os locais de trabalho 
impróprios à instalação e à proliferação de roedores (antirratização), com 
terrenos limpos, destino adequado a entulhos, alimentos devidamente 
estocados/fechados. Essas ações podem ser associadas às desratizações 
focais (no domicílio e/ou no peridomicílio), quando extremamente 
necessário. 
A utilização de produtos à base de compostos fenólicos, solução de 
hipoclorito de sódio a 2,5%, lisofórmio, detergentes e álcool etílico a 70%, 
ajudam na eliminação do vírus no ambiente. 
Veja mais informações no material 
complementar sobre a doença 
leptospirose. Clique aqui ou 
escaneie o QR Code. 
Seguindo as orientações 
repassadas pelo Guia de Vigilância 
em Saúde (2021), são medidas de 
prevenção e controle para 
Hantavirose: 
64
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https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-24-ace-1682426473.pdf#page=18As pulgas são os vetores biológicos da peste bubônica e pertencem à 
ordem Siphonaptera. Os machos e as fêmeas são hematófagos, e 
possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador, parasitando 94% 
mamíferos, 6% aves e 74% os roedores são os seus hospedeiros 
preferenciais.
As pulgas são os vetores biológicos da peste bubônica e pertencem à 
ordem Siphonaptera. Os machos e as fêmeas são hematófagos, e 
possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador, o artrópode ingere o 
sangue do hospedeiro bacterêmico e o bacilo multiplica-se no seu 
estômago, preenchendo a parte anterior do canal intestinal, o 
proventrículo, determinando o fenômeno de “bloqueio” (BRASIL, 2016). 
As pulgas “bloqueadas” são as que possuem maior capacidade de 
infectar, principalmente pela regurgitação que provocam ao tentarem 
se alimentar, infectando o hospedeiro. Os gêneros que apresentam 
maior relevância no Brasil, são: Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides, 
Polygenis, Craneopsylla, Tunga e Adoratopsylla (BRASIL, 2016).
Peste
65
Veja mais informações no material 
complementar sobre a Peste. 
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A peste é uma doença infecciosa 
aguda, causada pela bactéria 
Yersinia pestis, que é 
transmitida, principalmente, 
pela picada de pulga infectada a 
um mamífero, podendo se 
manifestar em três formas 
clínicas: bubônica, septicêmica 
e pneumônica. 
Na peste bubônica, a transmissão ocorre pela picada de pulgas 
infectadas e concentra-se em regiões específicas do Nordeste e do 
Rio de Janeiro. É uma doença de alta letalidade e tem o homem como 
hospedeiro acidental, sendo infectado ao invadir áreas com presença 
de roedores reservatório. 
66
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Parasitoses: 
Doença de Chagas, 
Leishmanioses, 
Malária, Filariose
Linfática
A doença de Chagas, também, conhecida como tripanossomiase 
americana, é uma doença parasitária, causada pelo Trypanosoma 
cruzi, protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, família 
Trypanosomatidae e transmitido ao homem através do inseto da 
subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), popularmente 
conhecidos como: barbeiro, chupão, procoto ou bicudo (BRASIL, 2021). 
No Brasil, os três gêneros mais frequentes estão apresentados na 
figura 7.
Fonte: MEIS; CASTRO, 2017 
Figura 7 - Espécies de triatomíneos
Doença de Chagas
68
Algumas dessas espécies são de importância regionaL, como Triatoma 
rubrovaria (Rio Grande do Sul), Rhodnius neglectus (Goiás), Triatoma 
vitticeps (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), Panstrongylus 
lutzi (Ceará e Pernambuco), Rhodnius nasutus (Ceará e Rio Grande do 
Norte) e Triatoma maculata (Amapá) (BRASIL, 2021, p. 772). 
A Doença de Chagas é considerada uma doença tropical negligenciada, 
de expressiva morbimortalidade, sua transmissão ocorre principalmente 
pela via vetorial, em que as fezes do barbeiro, que defeca após o 
repasto, entram na corrente sanguínea, após o indivíduo “coçar” a lesão 
da picada como pode ser visto na figura 8. 
Você sabe quais são as outras formas de transmissão além da 
vetorial? 
As outras formas de transmissão são vertical, oral e transfusional. 
 Fonte: BRASIL, 2021, p. 774
Figura 8 - Ciclo de transmissão vetorial da doença de Chagas
69
Uma vez infectado pelo Trypanosoma cruzi, o ser humano albergará 
o parasito por toda a vida, podendo a doença manifestar-se 
clinicamente em duas fases distintas: a aguda (aparente ou não) e a 
crônica (indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva). A 
transmissão pessoa/pessoa só ocorre através do sangue 
(transfusão ou placenta) (BRASIL, 2021). A fase aguda caracteriza-se 
basicamente por quadro de febre, mal estar, edema e falta de 
apetite, sendo o sinal de Romaña (edema bipalpebral unilateral, de 
coloração róseo-violácea) importante para suspeita diagnóstica. 
Mas, frequentemente, pode ser uma fase assintomática. 
A fase crônica pode também apresentar-se assintomática, mas os 
casos comprometem, principalmente, o coração e o aparelho 
digestivo, em que a cardiopatia chagásica crônica (CCC), que é a 
principal manifestação de morbimortalidade da doença, tem 
prevalência de 10% a 40% (BRASIL, 2021). 
ASSISTA AO VÍDEO
Quer saber mais sobre as fases 
aguda e crônica da Doença de 
Chagas? Assista ao vídeo: 
TORRES, Rosália Morais. As fases 
aguda e crônica da doença de 
Chagas. 
Belo Horizonte: Nescon/UFMG. Disponível em: 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/a
s%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1
080p.mp4. Acesso em: 18 abr. 2023.
70
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/as%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1080p.mp4
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/as%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1080p.mp4
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/as%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1080p.mp4
O ambiente natural dos barbeiros é o ambiente silvestre (na mata), 
sendo encontrados em ninhos de pássaros, buracos de árvores e 
em palmeiras, mas quando o ambiente natural é alterado, esses 
insetos podem colonizar o ambiente peridomiciliar (galinheiros, 
currais, locais que sirvam de armazenamento de grãos) e 
domiciliar, desde que encontrem alimentos e o ambiente favorável 
ao seu desenvolvimento (MEIS, 2017). 
71
As atividades de educação em saúde que se destacam 
como medidas de proteção são: 
● melhoria da habitação (reboco e tamponamento de rachaduras); 
uso de telas (portas e janelas); 
● redução de entulhos/lenha/madeira no peridomicílio; 
● construção de galinheiro, armazéns, paiol, afastados das casas; 
● retirada de ninhos de pássaros dos beirais das casas; 
● limpeza periódica nas casas e em seus arredores; 
● não confeccionar coberturas para as casas com folhas de 
palmeira; 
● encaminhamento dos insetos suspeitos de serem “barbeiros” para 
o serviço de saúde mais próximo. 
Agora que você recordou as 
principais informações sobre 
a Doença de Chagas, que tal 
listar as principais formas de 
prevenção que devem ser 
reforçadas junto à população? 
72
Os cuidados quando o morador encontrar triatomíneos no 
domicílio são: 
● não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto. 
● proteger a mão com luva ou saco plástico.
● acondicionar os insetos em recipientes plásticos, com tampa de 
rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos. 
● acondicionar as amostras coletadas em diferentes ambientes 
(quarto, sala, cozinha, anexo ou silvestre), separadamente, em 
frascos rotulados, com as seguintes informações: data, nome do 
responsável pela coleta, local de captura e endereço. (BRASIL, 2021, 
p. 795). 
73
A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por 
protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da 
fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles (ordem 
Diptera, infraordem Culicomorpha, família Culicidae), comumente 
conhecido como mosquito-prego. 
Geralmente, ela apresenta quadro com presença de febre alta 
acompanhada de calafrios, suores e cefaleia, cansaço e mialgia, 
que podem evoluir para casos graves e óbito (10%), sendo 
considerada um importante problema de saúde pública global. 
São cinco espécies que podem causar a malária humana: 
Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi 
(BRASIL, 2021).
Malária
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complementar sobre a 
classificação de Incidência 
Parasitária Anual. Clique aqui ou 
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74
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https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-24-ace-1682426473.pdf#page=28As leishmanioses constituem importante e crescente problema de 
saúde pública que não é exclusivo do Brasil. Apesar de se relatar a 
sua importância, ressaltamos que tanto a leishmaniose 
tegumentar, quanto a leishmaniose visceral apresenta 
subnotificações que podem mascarar sua real magnitude. 
Leishmanioses
75
A leishmaniose tegumentar é uma doença 
de evolução crônica, infecciosa, não 
contagiosa que é causada pelo protozoário 
do gênero Leishmania. No Brasil, são 
encontradas as espécies: Leishmania 
(Leishmania) amazonensis; Leishmania 
(Viannia) guyanensis e Leishmania 
(Viannia) braziliensis. Sua transmissão é 
vetorial através da picada de fêmeas de 
flebotomineos (ordem Diptera, família 
Psychodidae, subfamilia Phlebotominae, 
gênero Lutzomyia), infectadas, conhecidos 
popularmente como mosquito palha, 
tatuquira, birigui (BRASIL, 2021). É uma 
doença que não apresenta transmissão de 
pessoa a pessoa. Ela ocorre em ambos os 
sexos e em todas as faixas etárias. 
Qual a diferença entre a 
Leishmaniose tegumentar 
e a visceral? 
Que tal ler mais sobre a 
Leishmaniose. 
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76
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A leishmaniose visceral, devido a sua incidência e alta letalidade, 
principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, é 
também considerada emergente em indivíduos portadores da 
infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tornando-se 
uma das doenças mais importantes da atualidade (BRASIL, 2014).
É uma doença crônica e sistêmica em que 90% dos casos não tratados 
evoluem para óbito. É causada por Protozoários tripanossomatídeos do 
gênero Leishmania, sendo a Leishmania infantum a espécie mais 
comumente envolvida na transmissão da leishmaniose visceral (BRASIL, 
2021). Assim como a Leishmaniose tegumentar, o vetor da leishmaniose 
visceral é o mosquito palha (Dípteros da família Psychodidae, 
subfamília Phlebotominae), principalmente, Lutzomyia longipalpisser. O 
cão é a principal fonte de infecção na área urbana, enquanto que no 
ambiente silvestre, destaca-se as raposas e os marsupiais. No Brasil, a 
forma de transmissão é através da picada das fêmeas dos vetores (L. 
longipalpis ou L. cruzi ) infectados pela Leishmania (L.) chagasi. (BRASIL, 
2021). Seu ciclo de vida pode ser visto na figura 9.
Fonte: BRASIL, 2014.
Figura 9 - Ciclo de vida da Leishmania
77
A Filariose Linfática (Elefantíase) é uma doença parasitária 
crônica, causada por vermes nematoides das espécies 
Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, transmitida 
ao ser humano (único reservatório) pelos mosquitos da espécie 
Culex quinquefasciatus, também conhecidos como pernilongo, 
carapanã ou muriçoca. É uma doença que desencadeia 
incapacidades permanentes e duradouras, acometendo, 
principalmente, os membros inferiores e o trato urogenital, sendo 
as suas principais apresentações clínicas o linfedema e a 
hidrocele (BRASIL, 2021).
Filariose Linfática
Não há casos confirmados de Filariose Linfática no Brasil desde 2017, 
sendo sua área endêmica restrita em quatro municípios da Região 
Metropolitana do Recife/Pernambuco: Recife, Olinda, Jaboatão dos 
Guararapes e Paulista (BRASIL,2008).
Ficou interessado(a) em saber mais? Acesse: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Coleta 
de Amostras Biológicas para Diagnóstico de 
Filariose Linfática. Brasília, 2008. Clique aqui ou 
escaneie o QR Code. 
78
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/elefantiase/publicacoes/manual-de-coleta-de-amostras-biologicas-para-diagnostico-de-filariose-linfatica.pdf/@@download/file/Manual%20de%20Coleta%20de%20Amostras%20Biol%C3%B3gicas%20para%20Diagn%C3%B3stico%20de%20Filariose%20Linf%C3%A1tica.pdf
A transmissão da Filariose Linfática ocorre através da picada da 
fêmea do mosquito vetor com larvas infectantes do parasito. Após a 
penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas 
infectantes migram para a região dos linfonodos (gânglios), onde se 
desenvolvem até a fase adulta. Os sintomas crônicos da Filariose 
Linfática podem evoluir para: acúmulo anormal de líquido (edema) 
nos membros, seios e bolsa escrotal; aumento do testículo 
(hidrocele) e crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios 
e bolsa escrotal (BRASIL, 2021). É importante salientar que a Filariose 
Linfática está em fase de eliminação no Brasil. As propostas de 
prevenção e controle têm como objetivo diminuir a transmissão, a 
distribuição e a ocorrência da doença na população e eliminá-la 
como problema de saúde pública. (BRASIL, 2021). 
79
A raiva é uma doença transmitida através da mordedura, 
principalmente, de cães e gatos infectados, que possuem em sua 
saliva o vírus RNA rábico (Rabies lyssavirus). Acomete tanto 
humanos quanto outros mamíferos, principalmente, animais de 
produção (bovinos, equinos), na zona rural. Possui uma taxa de 
letalidade muito alta (próxima a 100%), visto que sua progressão é 
rápida (2 a 7 dias) de encefalite aguda progressiva seguida de 
óbito. Por isso o significativo investimento em ações preventivas 
(soro e vacina) dos serviços de saúde. Além dos reservatórios 
urbanos/domésticos, a transmissão também ocorre na forma 
silvestre, no Brasil, sendo transmitida, principalmente, pelos 
morcegos (quirópteros). Mas há outros mamíferos que podem ser 
reservatórios: canídeos silvestres (raposas e cachorro-do-mato), 
felídeos silvestres (gatos-do-mato), outros carnívoros silvestres 
(jaritacas, mão-pelada), marsupiais (gambás e saruês) e primatas 
(saguis) (BRASIL, 2021, p. 989). 
Conforme apresentado no quadro 2, há cinco variantes 
rábicas circulantes no Brasil e reservatórios específicos. 
AgV1 e 2 AgV3 AgV4 e 6,    
isoladas de 
cães
de morcego 
hematófago 
(Desmodus 
rotundus)
isoladas de 
morcegos 
insetívoros 
(Tadarida 
brasiliensis e 
Lasiurus cinereus; 
respectivamente).
Cerdocyon 
thous 
(cachorro-do-m
ato)
Callithrix 
jacchus 
(sagui-de-tufo-
branco.)
Quadro 2 - Variantes rábicas circulantes no Brasil e reservatórios específicos.
Fonte: BRASIL, 2021.
 
Raiva
80
A doença apresenta quatro 
ciclos de transmissão: 
urbano, rural, silvestre 
aéreo e silvestre terrestre, 
sendo o ciclo urbano 
passível de eliminação, 
devido às medidas efetivas 
de prevenção (homem e 
fonte de infecção).
Fonte: BRASIL, 2021.
É uma doença que não apresenta distribuição uniforme, visto que nos 
casos em que os cães são os reservatórios, a região Norte (27%) e 
Nordeste (53%) têm destaque no percentual de casos de raiva, enquanto 
a região Sul e alguns estados da região Sudeste (Rio de Janeiro e São 
Paulo) e o Distrito Federal, estão sob controle.
Figura 10 - Ciclos epidemiológicos de transmissão da raiva. 
81
A evolução da doença é muito rápida no reservatório urbano/doméstico, 
sendo o período de transmissibilidade do cão/gato para o ser humano, de 
dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e durante toda 
a evolução da doença (a morte do animal acontece entre cinco e sete 
dias após o aparecimento dos sintomas). Já no reservatório silvestre não 
se tem a precisão, podendo permanecer por longos períodos. No ser 
humano, a progressão da doença oscila de 2 a 10 dias, após o período de 
incubação, com prognóstico negativo: óbito. 
Leia mais sobre as medidas de 
prevenção e controle para evitar 
casos de raiva em seres humanos. 
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82
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A toxoplasmose é mais uma doença que tem o gato como 
reservatório/hospedeiro definido. É causada por um protozoário 
(Toxoplasma gondii), com prevalência progressiva conforme 
idade e distribuição mundial. O ser humano, aparece como um 
hospedeiro intermediário, em que situações deimunocomprometimento podem reativar a doença em pessoas. 
A transmissão ocorre de forma indireta ou direta/vertical, através 
de consumo de alimentos/água contaminada (oral), inalação de 
aerossóis contaminados; inoculação acidental; transfusão 
sanguínea; transplante de órgãos (vias raras), via 
transplacentária para o feto (congênita), conforme figura 11.
 Figura 11 - Ciclo biológico do Toxoplasma gondii
Fonte: BARBOSA, et al., 2014. 
Toxoplasmose
84
Leia mais informações no material 
complementar. Clique aqui ou 
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A esporotricose é a micose de implantação mais prevalente no país, 
de distribuição global e causada, principalmente, por fungos do 
gênero Sporothrix (Sporothrix brasiliensis e S. Schenckii) que são 
encontrados amplamente no solo rico em matéria vegetal, sob 
condições ideais de temperatura e umidade. A infecção ocorre a 
partir do contato do fungo com a pele/mucosa do ser humano, que 
apresenta alguma lesão, trauma ou arranhadura decorrentes de 
acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, contato com 
vegetais em decomposição, ou traumas relacionados a animais 
(gatos). 
A doença é conhecida também como “doença do jardineiro”, 
“doença da roseira” e “doença do gato”, pois o gato tornou-se fonte 
de infecção importante, através das arranhaduras, mordeduras e 
contato com secreções de lesões cutâneo-mucosas e respiratórias 
de animais infectados. É uma doença, geralmente, de curso benigno, 
com modificações restritas à pele e aos vasos (úlceras, nódulos e 
abscessos), conforme figura 12.
Figura 12 - Apresentações clínicas de esporotricose humana
Fonte: BRASIL, 2020.
Esporotricose
84
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ANIMAIS 
PEÇONHENTOS 
Quando se fala de animais peçonhentos, automaticamente, vem à 
mente: escorpiões, aranhas, serpentes, abelhas, formigas, águas-vivas, 
lacraias, entre outros. É importante ressaltar que, apesar de aumentar, 
potencialmente, a gravidade dos acidentes causados, nem todo 
acidente com animais peçonhentos é de grande repercussão (BRASIL, 
2016).
,
Animal peçonhento: animal silvestre que produz toxinas que são 
secretadas através de uma presa, um aguilhão, um ferrão ou cerdas 
urticantes.
Quais são os grupos de 
animais peçonhentos com 
os quais precisamos ter 
atenção? No quadro 3, a 
seguir, vamos conhecer esse 
grupo de animais 
peçonhentos, por 
nomenclatura popular e tipo 
de acidente causado.
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Fonte: BRASIL, 2009. 
Quadro 3 – Animais peçonhentos e acidentes causados 
As notificações de acidentes por animais peçonhentos vêm aumentando 
progressivamente nos últimos anos, chegando a quase 100 mil acidentes por ano.
Você sabia que todos os acidentes com 
animais peçonhentos precisam ser 
notificados?
ATIVIDADES DAS 
UNIDADES DE 
VIGILÂNCIA DE 
ZOONOSES 
O que compete às Unidades de 
Vigilância de Zoonoses? 
As Unidades de Vigilância de Zoonoses, anteriormente, denominadas Centros 
de Controle de Zoonoses, são estruturas físicas e técnicas, vinculadas ao 
Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela execução de parte ou da 
totalidade das atividades, das ações e das estratégias referentes à vigilância, à 
prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados por animais 
peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública, previstas nos 
Planos de Saúde e Programações Anuais de Saúde, podendo estar organizadas 
de forma municipal, regional e/ou estadual (BRASIL, 2017, p.6).
Elas atuam, exclusivamente, com controle de zoonoses e de acidentes 
causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde 
pública, presentes na Portaria MS/GM nº 1.138, de 23 de maio de 2014 e têm 
como atividades:
• o recolhimento de animais de relevância para a saúde pública; 
• a recepção de animais pela UVZ (entrega de animais vertebrados pela 
população); 
• a remoção de animais (apreensão e captura de animais vertebrados); 
• o alojamento e a manutenção dos animais vertebrados recolhidos e 
• a destinação dos animais vertebrados recolhidos. 
Atentando-se que tudo é feito de forma seletiva e, exclusivamente, para 
animais que apresentam risco iminente de transmissão de zoonoses/animal 
peçonhento ou venenos de relevância para a saúde pública. 
Quer saber mais, leia o Manual de Normas 
Técnicas para Estruturas Físicas de Unidades de 
Vigilância de Zoonoses.  Clique aqui ou escaneie 
o QR Code. 
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/normas_tecnicas_estruturas_fisicas_unidades_vigilancia_zoonoses.pdf
CONTROLE DE 
POPULAÇÕES DE ANIMAIS 
DE RELEVÂNCIA PARA A 
SAÚDE PÚBLICA, 
VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO 
E CONTROLE DE 
ZOONOSES
Atividades das 
Unidades de 
Vigilância de 
Zoonoses 
O controle da população de animais é realizado apenas em situações 
excepcionais, em áreas de risco iminente de transmissão de uma zoonose e 
por tempo determinado, pois pode implicar em risco de desequilíbrio 
ambiental. É importante ressaltar que as ações de vigilância e prevenção de 
zoonoses precisam ser executadas de forma permanente, pois possibilitam a 
identificação oportuna de risco iminente de ocorrência desses acidentes e de 
transmissão de doenças à população humana. 
Que tal ler mais sobre as ações de saúde para prevenção de 
zoonoses? Você sabe quais são os tipos de animais cujo controle 
de sua população é de relevância para a saúde pública? 
As ações de controle animal oscilam dependendo do tipo de animal, 
podendo ser desenvolvidas de forma temporária ou permanente. Assumem o 
caráter excepcional e só podem ser realizadas quando o foco é a promoção 
e a proteção da saúde humana, através da redução ou da extinção da 
doença. Sendo assim, seu propósito é reduzir ou eliminar a transmissão de 
doenças e/ou risco de acidentes causados por esses animais, através de 
medidas que podem ser classificadas como: de controle da população 
animal ou medidas de prevenção de doenças / acidentes causados aos 
seres humanos.
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Animais domésticos e 
domesticados
As ações de controle com relevância à 
saúde pública são divididas em três 
grupos:
As ações de controle podem ser executadas de forma temporária ou 
permanente, numa área determinada (área-alvo). Participam do ciclo 
de transmissão de doença, a ratazana ou rato de esgoto (Rattus 
norvegicus), rato de telhado ou rato preto (Rattus rattus) e 
camundongo (Mus musculus) .
Eles têm baixa relevância no controle animal, visto que, apesar de serem 
muitos, nem todo animal doméstico é de relevância para a saúde 
pública. A exceção são animais de áreas endêmicas e/ou epidêmicas 
para determinada zoonose. São realizadas apenas ações temporárias, 
assim como no grupo de outros animais sinantrópicos (pombos e 
morcegos). 
Animais peçonhentos e 
venenosos
As estratégias de controle podem ser executadas de forma temporária ou 
permanente numa área determinada (área-alvo).
Roedores 
sinantrópicos e vetores
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Que tal saber um pouco 
mais sobre roedores 
sinantrópicos.
Quais são as ações diretas 
de controle?
Se a ação for numa área de risco (área determinada, a partir da 
análise da distribuição espacial e temporal de casos de leptospirose) 
ou área-programa (locais de ocorrência endêmica e epidêmica de 
leptospirose), devem ocorrer ações de controle de roedores em caráter 
permanente, pelo menos até que ações de manejo ambiental ou de 
infraestrutura urbana reduzam significativamente o risco de infecção 
da população humana, evitando assim o efeito bumerangue (aumento 
do número de roedores infestantes em determinada área onde foi 
praticada a desratização de maneira errada).
As ações temporárias devem ocorrer nas áreas de ocorrência 
esporádica, visando prevenir a ocorrência de novos casos. 
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Mas o que é esse 
manejo integrado de 
roedores urbanos?
Inspeção do local infestado;
Identificação da espécie(s) 
infestante(s);

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