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Resenha A Espanha e a América nos séculos XVI e XVII

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE – FEUC
FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES – FIC
Larissa beatriz, Matheus Nunes, matheus sena, pedro lima e priscila clemente 
Resenha : “ A Espanha e a América nos séculos XVI-XVII”
RIO DE JANEIRO
2021
Larissa beatriz, Matheus Nunes, matheus sena, pedro lima e priscila clemente 
 
5º PERÍODO
Resenha : “ A Espanha e a América nos séculos XVI-XVII”
Disciplina:
 América Colonial
Professor Responsável:
Scheyla Taveira
RIO DE JANEIRO 
 2021
Introdução 
O texto aborda as condições em que se encontrava a Espanha no momento dos empreendimentos ultramarinos na América e sua relação com o continente, tendo em vista a situação do mercado, amplo número de cargos e instituições que cuidaram da administração dos bens produzidos e exportados das colônias americanas. O recorte temporal trabalhado por Elliot, abarca desde o período de relativa prosperidade vivido pela Espanha, sobretudo o reino de Castela, devido ao monopólio comercial da América pelo reino, até o período de declínio desse grande mercado baseado primeiramente nas minas de ouro, quando da chegada à Hispaniola, e depois uma certa estabilidade da exploração das jazidas de prata, acompanhando o desgaste dos reinados de Carlos V, Fernando, Filipe II e Filipe IV, levando ao fim do império dos Habsburgos não só na América, mas também por toda a Europa, seguindo-se a separação de Portugal proclamada pelos Bragança e o início da era dos Bourbon. 
Nesse grande recorte que é tratado no texto, um grande destaque é oferecido à administração desse grande mercado espanhol concentrado em Sevilha, no interior do reino de Castela, como já mencionado, devido o monopólio que obteve sobre as movimentações comerciais com as colônias nas Américas, sobretudo Nova Espanha e Peru, principais jazidas de prata, grande e principal elemento da fortuna da coroa espanhola durante todo o século XVI, quando o mercado já havia se estabelecido e criavam-se as devidas instituições e essas se desdobravam em complexas tarefas relacionadas à América espanhola e seus vice-reinos, também com suas administrações e respectivos cargos. Por causa desse monopólio castelhano sobre as movimentações comerciais coloniais e, consequentemente, metropolitanas, um amplo número de castelhanos povoou a América no período da conquista, se tornando “encomenderos”, “gobernadores” ou vice-reis, encarregados da administração dos cabildos, das audiencias, e dos vice-reinos. Também contava a coroa com a atuação de funcionários cuja atribuição era a vigilância e o relatório ao Conselho das Índias quanto à justiça e as ações praticadas na colônia. O Conselho das Índias, juntamente com a “ Casa de la Contratación” formavam os conselhos principais metropolitanos em que a monarquia espanhola controlava respectivamente a burocracia e a renda das colônias, visto as suspeições da mesma para com os funcionários que a própria nomeava para atuações nas suas posses ultramarinas. Controle é a palavra-chave do governo real sobre as colônias, visto que os vice-reis e os demais administradores nas colônias encontravam-se, conforme citado no texto, atados à burocracia dos conselhos, embora, Castela fosse um reino tão distante e os colonos dispunham de uma grande vastidão em áreas sob sua tutela.
Também a Igreja possuiu uma ativa participação no cenário colonial espanhol analisado, havendo visto o grande poder eclesiástico delegado as mãos da monarquia espanhola, com o sistema do padroado, em que o rei nomeava bispos e os conferia ampla atuação no caráter religioso das empreitadas coloniais, a evangelização dos povos nativos. Nesse panorama em que o Estado e a Igreja eram quase que uma só entidade, tendo o monarca como arauto dessa união, o empreendimento colonial era justificado pelo viés da vocação castelhana de levar o evangelho às comunidades indígenas e expandir os domínios de Cristo sobre as populações pagãs que povoam aquelas áreas. Um forte debate se estabelece entre Las Casas e Sepúlveda, sobre a forma como os indígenas eram tratados e como proceder a partir de então, entre discursos de animais e bárbaros versos inocentes e capazes, os povos nativos foram alvo desse debate a respeito de sua utilidade, com Las Casas pleiteando à coroa que os indígenas ficassem debaixo da tutela dos religiosos, porém, mesmo que a coroa fosse desconfortável a exploração do trabalho dos indígenas, os conflitos entre as autoridades civis e as ordens religiosas, sobretudos dos dominicanos, por questão de jurisdicionais, levando a nomeação de funcionários civis que cuidariam dos interesses do chamado “república de los índios” coletando os tributos a eles impostos e observando quanto à justiça aos povos originários. Porém esse cargo se torna uma perigo as comunidades indígenas uma vez que esses “corregidores” extorquiam e se infiltravam nas comunidades para obterem vantagens a partir do trabalho e tributação indígena. Essa é uma das inúmeras contradições das políticas da coroa a que estavam sujeitas as colônias. Essas ordenanças contraditórias da coroa por meio do Conselho das Índias começaram a contaminar a administração colonial, tendo em vista as disparidades das expectativas de Castela em relação a realidade das colônias, realidades que não condiziam com o que era determinado a elas, acarretando em uma administração paralela aos ordenamentos, devido a incompatibilidade das leis com a realidade colonial, revelando um grande desgaste dos cargos administrativos, principalmente de vice-reis, que segundo as queixas mencionadas no texto, se destaca a de Don Martín Enríquez de Alamansa, vice-rei da Nova-Espanha entre 1568 a 1580, que em relato a seu sucessor, queixava-se da quantidade de tarefas atribuídas ao destinatário do cargo, tarefas que eram partilhadas por várias pessoas na Espanha. 
As disparidades entre os ordenamentos reais e a realidade das colônias deviam-se ao caráter da distância, visto que o Conselho das Índias se encontrava sediado em Madri, e as colônias em um outro continente, atravessando problemas que não condiziam com o esperado para a monarquia. Uma série de contradições e conflitos faziam parte da vida cotidiana das colônias e esses conflitos adquiriam projeção mundial, uma vez que as flutuações na prata respaldavam na economia dos outros países europeus onde era injetada a partir da exploração colonial e repassada as posses dos Habsburgos na Europa. Ao longo dos dois séculos analisados no texto, percebe-se uma grande reviravolta na política e economia espanholas, somadas aos ataques as colônias e as guerras europeias na qual a Espanha tinha se envolvido, promovendo uma grande amplitude de mudanças, como a economia das próprias colônias de fortalecendo em detrimento da metrópole que se torna mais dependente dela. 
Os séculos XVI e XVII são trabalhados a partir da ótica de contradições que perpassaram as políticas da Espanha, acabando por desencadear conflitos e, finalmente, com o fim da dinastia dos Habsburgos, que deixavam um Brasil ocupado por Holandeses devido a incapacidade da coroa espanhola de proteger Pernambuco e as colônias cada vez mais fortificadas economicamente. 
Referências

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