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Aula Teórica 04 CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS 1. Agentes Físicos (Parte I). 2. Agentes Químicos (Parte II). 1. TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia. 5ª edição, São Paulo, Atheneu, p. 57-66, 2008 2. VERMELHO, A.B.; BASTOS, M.C.F.; SÁ, M.H.B. de. Bacteriologia Geral, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, p. 184 - 263, 2007. E-mail: daniellebiomedaraujo@gmail.com Profa. Dra. Danielle Silva Araújo mailto:daniellebiomedaraujo@gmail.com − Prevenir a transmissão de doença e infecção. − Prevenir a contaminação ou o crescimento de microrganismos nocivos. − Prevenir a deterioração e dano de materiais por microrganismos A condição sanitária de uma população é determinada, em larga escala, por sua capacidade de controlar eficazmente as populações microbianas. Os processos podem ser muito específicos, como o fornecimento de medicamento eficaz na eliminação de microrganismos infectantes, ou podem ser mais gerais, como as práticas sanitárias usadas no lar e em hospitais. O controle de microrganismos é um assunto abrangente e de inúmeras aplicações práticas envolvendo toda a microbiologia e não só aquela aplicada à medicina. IMPORTÂNCIA DO CONTROLE MICROBIANO 1846: Ignaz Philipp Semmelweis – os médicos podem transportar a morte IMPORTÂNCIA DO CONTROLE MICROBIANO JOSEPH LISTER 1867 – uso de fenol (ácido carbólico) em salas cirúrgicas “On a new method of treating compound fracture and abcess” “On the antiseptic principle in the practice of surgery” PARCIAL Superfícies inanimadas Tecidos vivos Desinfetantes Antissépticos Objeto ou habitat Esterilização Esterilizantes TOTAL CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS Esterilização Processo de destruição, inativação definitiva ou remoção de todas as formas de vida de um objeto ou material. Inclui os endósporos que são as formas resistentes de vida. É um processo absoluto, não existe graus de esterilização. TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO A esterilização pode ser realizada utilizando-se agentes físicos e químicos. Reduzir a probabilidade de contaminação em 10-6. Desinfecção Destruição (morte) de microrganismos capazes de transmitir infecções, patógenos, portanto. São usadas geralmente substâncias químicas que são aplicadas em objetos ou materiais. Reduzem ou inibem o crescimento, mas não esterilizam necessariamente. TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO Antissepsia Desinfecção química da pele, mucosa e tecidos vivos. Antissepsia é um caso particular de desin- fecção. Antisséptico: é uma substância que se opõe a sepsis ou previne o crescimento ou a ação de microrganismos, pela destruição dos mesmos ou pela inibição de seu crescimento ou atividade. Geralmente está associado com substâncias aplicadas ao corpo do homem. TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO NÍVEL DE CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO POR AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS Inibição do crescimento Eliminação Total - Morte “Stático”: bacteriostático, fungistático “Cida”: bactericida, fungicida, virucida, esporocida TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO Efeitos sobre o crescimento microbiano de um agente microbiostático e microbicida. Efeito microbiostático: condição na qual o crescimento bacteriano está inibido, mas a bactéria não está morta. Se o agente (substância) for retirado, o crescimento pode recomeçar. Efeito microbicida: o número de células viáveis decai rapidamente após a adição do agente microbicida, e sua remoção não leva ao aumento do número de células. Assepsia Técnicas que impedem a entrada de microrganismos em um ambiente estéril. Técnicas assépticas previnem a entrada de (sem infecção) microrganismos. Nota: Comentar as técnicas de manipulação asséptica utilizadas na prática microbiológica (bancada convencional e fluxo laminar). TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO Degermação Remoção de microrganismos da pele por meio da remoção mecânica ou pelo uso de antis- sépticos. Antes das injeções, o algodão embe- bido em álcool é passado na pele; igualmente o álcool-iodado, preparando o campo cirúrgico. Nota: Sabão comum (não medicamentoso), álcool (antisséptico), clorexidina ou povidona-iodo (antisséptico associado a um detergente = sabão medicamentoso). TERMINOLOGIA RELACIONADA AO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO Morte microbiana Em microbiologia a palavra “morte” é definida como a perda irreversível da capacidade de reprodução. Os microrganismos viáveis se multiplicam, enquanto que os germes mortos não se reproduzem. Nota: Os microrganismos morrem pela desnaturação de proteínas e fluidificação dos lípides na presença de calor úmido e por oxidação quando se trata do calor seco. Há variações de resistência de organismo para organismo. Determinação da morte - requer o uso de técnicas laboratoriais. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS Principais métodos físicos empregados no controle do crescimento microbiano. Aplicação: dependente de vários fatores, como por exemplo a natureza do material 1- Temperatura 2- Radiação 3- Filtração Calor Úmido ✓Fervura (100ºC) ✓Pasteurização ✓UHT (ultra high temperature) ✓Autoclave (vapor sob pressão) Calor Seco ✓Chama direta ✓Esterilização em ar quente (Forno) ✓Incineração CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS - CALOR CALOR ÚMIDO X CALOR SECO • Métodos mais utilizados. • Eficaz. • Econômico e de fácil aplicação. • Depende do número de células, espécie do microrganismo, natureza do produto. • Escolha do método: destruição de endósporos bacterianos. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS - CALOR Ponto de morte térmica: a temperatura mais baixa que mata em 10 minutos (suspensão). Tempo de morte térmica: menor tempo capaz de matar todos os microrganismos, em uma sus- pensão, numa dada temperatura. Tempo de redução decimal (D): o tempo em minutos, no qual 90% da população é morta, numa data temperatura. Nota: Estes três parâmetros têm utilidade nas práticas de esterilização quer em aplicações médico- hospitalares e laboratoriais como também em microbiologia industrial (alimentos por exemplo). PARÂMETROS DE MORTE OU DE RESISTÊNCIA DE MICRORGANISMOS AO CALOR RELAÇÃO DA TEMPERATURA E TIPO DE CELULAR. DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE REDUÇÃO DECIMAL OU VALOR D. CALOR ÚMIDO − Fervura (100ºC) Desnaturação de proteínas. Mata bactérias, fungos e muitos vírus, em 15 minutos. Não é eficaz para todos os esporos. Processo de desinfecção de larga utilização caseira. Nota: Vìrus da hepatite sobrevive até 30 minutos de fervura. Endósporos bacterianos até 20 horas. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR ÚMIDO CALOR ÚMIDO – Autoclavação (121ºC) Desnaturação de proteínas. Calor úmido sob pressão. Método eficaz de esterilização. Ficar atento a trinômio tempo x temperatura x pressão. Meios de cultura, soluções, utensílios e instru- mentais que tolerem temperatura e pressão. Nota: Tempo de esterilização “versus” volume do líquido (e.g., 15 min/500mL, 30min/1500mL). Prions – 134oC. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR ÚMIDO CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS − Autoclavação. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS − Autoclavação. VALORES D PARA SUSPENSÕES DE ESPOROS (EM SEGUNDOS). Nota: Prions – 134oC. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS − Autoclavação. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS − Autoclavação. Exemplos de indicadores de este- rilização. As tiras indi- cam se o item foi este- rilizado corretamente; a palavra NÃO (NOT) aparece se o aqueci- mento for inadequado. Na ilustração, o indica- dor que estava envolto na lâmina de papel alu- mínio não foi esteri- lizado porque o vapor não conseguiu penetrar na lâmina. O que deveria ter sido usado ao invés de papel alumíniopara enrolar os itens? CALOR ÚMIDO – Pasteurização (63ºC/30min) Desnaturação de proteínas. Mata bactérias patogênicas eventualmente trans- missíveis pelo leite e reduz o número de todos os microrganismos presentes. Leite, creme de leite, cerveja, vinho. Nota: Brucella abortus, Coxiela burnetti, Mycobacterium bovis. Pasteurização: antes 63ºC por 30 minutos, hoje 72ºC por 15 segundos. Leite longa vida (140ºC por alguns segundos e imediatamente resfriado). MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR ÚMIDO CALOR SECO – Flambagem Oxidação de macromoléculas. Método eficaz de esterilização. Alças e agulhas de platina (alças de níquel- cromo − aquecidas ao rubro). Nota: “flambagem” da boca dos tubos de ensaio (vidraria) na manipulação asséptica. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR SECO MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR SECO CALOR SECO – Incineração Oxidação de todo material até tornar cinzas. Temperatura 500 oC por até 1 hora. Método eficaz de esterilização. Papéis, carcaças de animais, restos de curativos, algodão e gazes utilizados em hospitais. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – CALOR SECO Nota: Evita a contaminação ambiental com microrganismos patogênicos. CALOR SECO – Forno (160 – 180ºC − 2 horas) Oxidação. Método eficaz de esterilização. Ficar atento ao binômio tempo x temperatura. Vidraria e outros materiais resistentes a altas temperaturas. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Relação entre o grau de umidade e a temperatura de coagulação da ovalbumina Umidade % Temperatura necessária para a coagulação (ºC) 50 56 25 74-80 18 80-90 6 145 0 160-170 RADIAÇÃO IONIZANTE RADIAÇÃO NÃO-IONIZANTE Radiação Ultravioleta ✓BAIXO poder de penetração: ✓não atravessa sólidos. ✓formação de dímeros de timina. Radiação Gama e Raio X. ✓ALTO poder de penetração. ✓ Ionização de átomos: perda da elétrons. ✓Destruição do DNA. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Radiações. RADIAÇÕES – Ionizantes (gama, raios X) Destroem DNA, formam radicais super-reativos. Método eficaz de esterilização mas de custo elevado (raios gama). Utilizado para a esterilização de produtos cirúrgicos. Nota: Isótopos radioativos (e.g., Cobalto90 ou Césio137) podem emitir radiações gama e estas podem ser canalizadas para os processos de esterilização. O principal efeito da radiação ionizante é a ionização da água, formando radicais super-reativos (superóxidos) e estes reagem com componentes orgânicos, dentre eles o DNA, matando ou inativando os microrganismos. Elimina esporos dependendo do tempo (menor quantidade de água). MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Radiações. RADIAÇÃO IONIZANTE – radiação Gama MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Radiações. RADIAÇÕES – Não ionizantes (UV) Alteram o DNA através da formação de dímeros. As radiações ultravioleta têm emprego restrito como esterilizante. Lâmpadas germicidas (UV). Lâmpadas UV (260nm) são usadas para o controle de microrganismos do ar e frequentemente são encontradas em centros cirúrgicos, enfermarias, berçários, câmara de fluxo laminar e etc. Desvantagens: baixo poder de penetração e queimaduras graves (pele, olhos). MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE – Radiações. Lesão do DNA pela luz ultravioleta e mecanismos de reparação. (A) O DNA normal exposto à radiação ultravioleta, torna-se defeituoso como resultado da formação de um dímero de timina. A reparação pode ocorrer (na luz) por uma enzima que cinde o dímero, restaurando os resíduos originais de pirimidina. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Radiações ultravioleta Lesão de DNA pela luz ultravioleta e mecanismos de reparação. (B) Reparação por excisão (reativação no escuro). Uma série de enzimas, como mostra a ilustração é capaz de remover a porção defeituosa do DNA e de substituí-la por um segmento complementar, restaurando a estrutura original. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Radiações ultravioleta MICROONDAS – Forno de micro-ondas Alto comprimento de onda >106nm, baixo poder de penetração. O calor gerado é responsável pela morte microbiana. É possível esterilizar materiais, meios de cultura, mas são escassos os trabalhos mostrando o tempo e a potência a serem usados (validação). MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE - Radiações BAIXAS TEMPERATURAS – Geladeira (0-4ºC), congelador (-20ºC) e nitrogênio líquido (-179ºC) Interrupção do metabolismo. Efeito microbiostático. Preservação de microrganismos. Nota: Método, mecanismo de ação, comentários, uso preferencial. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE FILTRAÇÃO – Líquidos e gases Remoção mecânica. Separação de bactérias, fungos em meios ou soluções líquidas e gases. Útil na eliminação total de bactérias e fungos em produtos líquidos termolábeis e na filtração do ar em câmaras e salas. Nota: Diâmetro dos poros: 0,45 µm, 0,22 µm, 0,1 µm. Ultra-filtração 0,005 – 0,02 µm. Nitrocelulose – hidrofóbica. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Membranas filtrantes. (a) Montagem de um aparato de filtração reutilizável contendo uma membrana filtrante. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Filtração. Células de levedura sobre um filtro nucleopore®, com poros de 0,8 µm de diâmetro. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Filtração. Contagem de bactérias utilizando o método de filtração: (a) As bactérias presentes em 100 mL de água foram filtradas na superfície da membrana de filtro. (b) O filtro como mostrado na foto (a) contendo as bactérias bastante espalhadas, foi colocado sobre um suporte saturado com meio líquido de Endo, que é seletivo para bactérias gram-negativas. Uma única bactéria se transformou em colônias visíveis. Foram contadas 124 colônias, sendo portanto, possível estimar que existiam 124 células por 100 mL da amostra de água. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Filtração (contagem de bactérias). MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE − Filtração e Radiações ultravioleta. Nota: Filtros HEPA (filtros de partículas de ar de alta eficiência); Diâmetro dos poros: 0,3 µm. PRESSÃO OSMÓTICA A alta concentração de sais e açúcares cria um ambiente hipertônico que provoca a saída de água do interior da célula microbiana, conden- sando o citoplasma e retraindo a membrana. Nestas condições o microrganismo deixa de crescer. Nota: Altas concentrações de sais e açúcares são usadas para a preservação de alimentos, principalmente peixes, carnes (salga) e frutas (conservas), evitando a deterioração causada por bactérias e bolores. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS − Pressão osmótica. Plasmólise. (a) Célula normal em solução isotônica: Nessas condições, a pressão osmótica no interior da célula é equivalente a uma concentração de soluto de 0,85% de cloreto de sódio (NaCl). (b) Célula plasmolisada em solução hipertônica: Quando a concentração do soluto como NaCl se apresenta maior no meio extracelular do que intracelular (hipertônica), a água tende a sair da célula. O crescimento será inibido. (a) (b) DESSECAÇÃO (Liofilização) Na falta de água, os microrganismos não são capazes de crescer, multiplicar, embora possam permanecer viáveis por vários anos. Quando a água é reposta, os microrganismos adquirem a capacidade de crescimento. Nota: Na liofilização a água é sublimada do interior das células e os microrganismos são armazenados em ampolas, fechadas a vácuo, podendo ser preservados viáveis por dezenas de anos. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO − Indicadores químicos. CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO − Integrador Nota: Neste tipo de integrador não se considera a coloração, e sim o avanço da substância na janela “Accept”. Tentativa de controlar a temperatura e o tempo de exposição. 1ª Geração: Envelopes com esporos 2ª Geração: Suspensão de esporos em ampolas, ou pequenos tubos. Leitura 2-5 dias. 3ª Geração: Suspensão de esporos em ampolas. Leitura em três horas (Glicosidase). Nota: Geobacillus stearothermophilus (antigo Bacillus stearothermophilus) usado para calor úmido e Bacillus athrophaeus (antigo Bacillus subtilis) para calor seco. Bacillus pumilus (radiações). Bacillus athrophaeus(óxido de etileno). INDICADORES BIOLÓGICOS CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO − Indicadores biológicos (1ª , 2ª e 3ª gerações) Controle de Microrganismos por Agentes Químicos: Alcoóis, aldeídos, fenóis. Halogênios (povidona-iodo). Ácidos orgânicos e inorgânicos. Agentes de superfície. Biguanidinas (clorexidina). Metais pesados, agentes oxidantes (peroxigênios). Características ideais de um desinfetante ou antisséptico: • Possuir alta eficácia germicida (efeito rápido, amplo espectro e ação prolongada). • Ter estabilidade química e ser solúvel em água e líquidos orgânicos. • Ser inodoro ou ter odor agradável. • Ser incolor. • Não produzir manchas. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Desinfetantes: Usados em superfícies inanimadas. Capacidade de penetração nas camadas de matéria orgânica sem perder sua ação germicida e a ausência de ação corrosiva. Antissépticos: não ser irritante, não interferir no processo de cicatrização e não ser absorvido pela pele. DESINFETANTES E ANTI-SÉPTICOS − Características específicas. Fenóis e Derivados: Rompimento da membrana plasmática. Desnaturação de proteínas. Tem alta solubilidade lipídica. Fenol 0,2-1% (ácido carbólico). Cresóis (3x, metacresol), creolina (vaso sanitário). Triclosan (bisfenol). Nota: Os compostos fenólicos e seus derivados, dado seu poder biocida, têm ampla aplicação na indústria de madeiras, nas indústrias de cosméticos e perfumarias, além do uso nas áreas médicas humanas, veterinária e odontológica. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Álcoois: Baixo custo, de fácil obtenção e bactericidas. Atua pela desnaturação de proteínas e pela solubilização de lipídeos Álcool etílico 70%, álcool isopropílico 60-90%. Nota: Na ausência de água, as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na sua presença e isto explica por que álcool etílico absoluto é menos ativo do que as misturas de álcool e água. O álcool etílico 70% (p/p) é um dos antissépticos mais usados na prática hospitalar. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Halogênios e Derivados: Iodo a 2% em solução alcóolica (tintura) é bactericida, fungicida, esporocida. Iodeto de povidona (polivinilpirrolidona) (surfactante) – 10% Cloro (Cl2 + H2O = 2HCLO H2O + ½O2). NaOCl – 10.000 ppm (1%) – superfícies e artigos semi-críticos. Inativado pela parcialmente pela presença de matéria orgânica, luz do sol e calor. Nota: O mecanismo de ação do iodo é a combinação irreversível com proteínas, atua nos grupos sulfidrila (-SH) e amina (NH2), que leva a mudanças conformacionais. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Aldeídos e Derivados: Atua pela alquilação dos grupos funcionais das proteínas. Formaldeído (37%). Aldeído fórmico (aquoso a 3-8%). Aldeído glutárico (solução aquosa alcalina, 2%). Orto-ftaldeído (0,5%) – 12 minutos. Nota: Glutaraldeído: leva a ligação cruzada entre os grupos amina de diferentes proteínas. 2%: desinfecção e esterilização de equipamentos odontológicos, endoscópio, broncoscopia. Mycobacterium chelonae – resistente. Esporos – 10 horas. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Ácidos Orgânicos e Inorgânicos: Atuam no metabolismos celular. Ácido bórico (antisséptico popular). Ácidos acético e lático, ácido benzoíco e seus derivados, ácido sórbico e cítrico (preservação de alimentos devido ação bacteriostática e fungistática). PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Agentes de Superfície: Detergentes aniônicos: Um sabão comum = C9H19COO −Na+ Lauril-sulfato de sódio = C12H25OSO3 −Na+ Nota: As substâncias que reduzem a tensão superficial, ou agentes umectantes, são utilizados primariamente para limpar superfícies, são chamados de detergentes. Detergente aniônico: aqueles que ionizam com a propriedade detergente presente no ânion. Detergente catiônico: aqueles que ionizam com a propriedade detergente presente no cátion. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Agentes de Superfície: Detergentes catiônicos: Quaternários de amônio (cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio, cloreto de cetilpiridíneo e cetrimi- de, concentrações de 0,005%-1%). Cloreto de cetilpiridíneo Detergente catiônico: o modo preciso de ação não está totalmente esclarecido, sabendo-se porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a respiração e a glicólise de formas vegetativas de bactérias, tendo ação também sobre fungos, vírus e esporos bacterianos. Nota: Inativados pelo sabão. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Biguanidinas: Clorexidina (antisséptico, preservante e desinfetante). Adsorve a parte externa dos microrganismos, ligando-se aos grupos fosfatos da parede e depois da membrana provocando danos e liberando o conteúdo citoplasmático. Nota: A clorexidina tem sido usada com excelente resultados na antissepsia da pele, na lavagem das mãos de cirurgiões e de pessoal médico e paramédico em geral, na preparação de pacientes antes de cirurgias, em urologia, em obstetrícia e ginecologia, em queimados e na prevenção e tratamento de doenças orais (concentração de 0,5% é bacteriostática e bactericida a 4%). Anti-sépticos bucais 0,1%. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Metais Pesados e Derivados: Sais de mercúrio. Mercurocromo (fraca atividade bactericida e bacteriostática). Sais de prata (nitrato de prata em soluções oftálmicas a 1% - prevenção oftalmia neonatorum). Nota: Sais de cobre como o sulfato tem sido usado no tratamento de águas (piscina, reservatórios e águas de refrigeração de ar condicionado, atuando sobre algas, fungos e muitos vírus. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Agentes Oxidantes: Água oxigenada em solução a 3% e 6-7,5%. Gás de plasma – atividade esporocida Permanganato de potássio (1:5000 a 1:2000). Ozônio no tratamento de água de consumo. Ácido peracético 0,35% (com H2O2 + ácido acético). Tem atividade esporocida. Usado em equipamentos hospitalares. Nota: A propriedade comum destes agentes é a liberação de oxigênio nascente, que é extremamente reativo e oxida, entre outras substâncias, os sistemas enzimáticos indispensáveis a sobrevivência dos microrganismos. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS Esterilizantes Gasosos: Óxido de etileno (autoclave). A beta-propionolactona. Nota: Possuem mecanismos de ação análogo aos aldeídos, qual seja, a alquilação direta de grupos carboxilas, hidroxilas e sulfidrilas, inativando certas enzimas. O óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos. Deve ser empregado com cautela e em mistura com outros gases (N2 ou CO2), pois em combinação com o ar, forma mistura explosiva. PRINCIPAIS GRUPOS DE AGENTES QUÍMICOS RESISTÊNCIA DOS MICRORGANISMOS AOS DESINFETANTES FIGURE 1. Microorganisms’ resistance to disinfectants. HSV, herpes simplex virus; CMV, cytomegalovirus; RSV, respiratory syncytial virus; HBV, hepatitis B virus. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DOS DESINFETANTES Pelczar et al., p. 492-516, 1981 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DOS DESINFETANTES ESCOLHA E USO DOS DESINFETANTES Não existe um desinfetante ideal que seja barato, de fácil obtenção, não corrosivo, não tóxico e eficaz contra a maioria dos microrganismos inde- sejáveis. Portanto, é necessário adequar o uso, bem como a escolha, de um desinfetante dentre muitos disponíveis. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DOS DESINFETANTES ARTIGOS CRÍTICOS Artigos destinados a penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular. Requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõe. Brasil, Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS Disponível: www.anvisa.gov.br ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS Artigos destinados ao contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de médio ou de alto nível, ou esterilização, para ter garantida a qualidade do múltiplo uso destes. Brasil, Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfíciesem Estabelecimentos de Saúde. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS Disponível: www.anvisa.gov.br ARTIGOS NÃO CRÍTICOS Artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. Brasil, Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS Disponível: www.anvisa.gov.br LIMPEZA DE SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE Ms-Anvisa. Manual de limpeza e desinfecção de superfícies, 2010. Figura 1 – Limpeza de superfície sem presença de matéria orgânica. Figura 2 – Limpeza de superfície com presença de matéria orgânica. QUADRO 2 − PRODUTOS DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFICIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Ms-Anvisa. Manual de limpeza e desinfecção de superfícies, 2010. ATIVIDADE ANTIBACTERIANA Boa Ótima Melhor ainda Sabão Clorexidina, Povidona- iodo Álcool (líquido ou gel) CDC − MMWR 2002; 51(No.RR−16):1-45. CDC − HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS − NOVAS RECOMENDAÇÕES Higienização simples das mãos: uso de água e sabão; 40-60 segundos. Higienização antisséptica das mãos: uso de sabão medicamentoso (e.g., povidona-iodo, clorexidina); 40-60 segundos. Fricção antisséptica das mãos: uso de preparações alcoólicas líquidas ou na forma de gel; 20-30 segundos. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS − Recomendações da ANVISA. Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos: sabão medicamentoso ou álcool; 3- 5 minutos (1ª cirurgia) e 2-3 minutos (cirurgias subsequentes). ANVISA − Higienização das mãos em serviços de saúde, 2007. Quadro 1: Espectro antimicrobiano e características de agentes antissépticos utilizados para a higienização das mãos (+++ excelente; ++ bom, + regular, − sem atividade ou insuficiente). MS, ANVISA – Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos em Serviços de Saúde. MS BRASIL − HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE. HIGIENE AS MÃOS: SALVE VIDAS! Higienização simples das mãos (sabão) Higienização antisséptica das mãos (clorexidina) HIGIENE AS MÃOS: SALVE VIDAS! Higienização das mãos com preparações alcoólicas (Gel ou solução a 1-3% de glicerina) A − MÃOS SEM HIGIENIZAÇÃO. x x TECNICA DESLIZAMENTO: X, polegar, perpendicular ao X dedo Indicador, seguido do médio, anular e mínimo. Mão direita (esquerda) e mão esquerda (direita). Placas contendo TSA. 1 2 3 4 4 3 2 1 B − MÃOS APÓS HIGIENIZAÇÃO SIMPLES (água e sabão) x x TECNICA DESLIZAMENTO: X, polegar, perpendicular ao X dedo Indicador, seguido do médio, anular e mínimo. Mão direita (direita) e mão esquerda (esquerda). Placas contendo TSA. 1 2 3 4 4 3 2 1 C − MÃOS APÓS A FRICÇÃO ANTISSÉPTICA COM ÁLCOOL x x TECNICA DESLIZAMENTO: X, polegar, perpendicular ao X dedo Indicador, seguido do médio, anular e mínimo. Mão direita (direita) e mão esquerda (esquerda). Placas contendo TSA. 1 2 3 4 4 3 2 1
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