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GUIA COLORIMETRIA

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2 
 
SUMÁRIO 
SOBRE A PROFESSORA ............................................................................................... 6 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................... 12 
Conceitos e princípios .................................................................................................... 13 
Cor, luz, volume e textura .............................................................................................. 13 
Fundamentos de colorimetria e cromologia ................................................................... 13 
Cor no sistema visual e nos processos cerebrais ............................................................ 14 
Colorimetria: um estudo sobre a percepção física da cor ............................................... 15 
Propriedades das cores.................................................................................................... 15 
Cromologia: um estudo sobre a percepção psíquica da cor ............................................ 18 
Arquétipo de cores .......................................................................................................... 18 
Cor e personalidade ........................................................................................................ 21 
Fundamentos de luz e sombra ........................................................................................ 22 
Linguagem visual sobre volumes e texturas ................................................................... 24 
Volume ........................................................................................................................... 24 
Textura ............................................................................................................................ 25 
Conceito e princípios da colorimetria capilar ................................................................. 25 
Colorimetria capilar ........................................................................................................ 26 
Origem da cor do cabelo ................................................................................................. 26 
Definição e conceitos em colorimetria capilar ............................................................... 27 
Sistema internacional de nomenclatura de colorações ................................................... 33 
Ação dos pigmentos na haste capilar .............................................................................. 34 
Tipos de cabelo ............................................................................................................... 35 
Quanto ao formato .......................................................................................................... 35 
Quanto à porosidade ....................................................................................................... 37 
Quanto ao diâmetro ........................................................................................................ 38 
Quanto à elasticidade ...................................................................................................... 38 
Quanto ao grau de oleosidade e hidratação .................................................................... 38 
Danos da colorimetria e cuidados ................................................................................... 39 
Cuidados com a haste capilar pós-coloração .................................................................. 41 
Produtos e técnicas de transformação de cor: colorantes e clareadores ......................... 43 
Colorimetria: processo de formação da cor das hastes capilares.................................... 44 
Princípios de formação da cor ........................................................................................ 46 
Transformação da cor das hastes capilares ..................................................................... 48 
Colorações: ação de formulações temporárias e tonalizantes semipermanentes ............ 49 
3 
 
Colorações permanentes ................................................................................................. 50 
Pré-pigmentação e pigmentação ..................................................................................... 52 
Pré-pigmentação e cuidados capilares ............................................................................ 52 
Processo de coloração ..................................................................................................... 52 
Técnica de pré-pigmentação ........................................................................................... 53 
Cuidados com o cabelo antes da pré-pigmentação ......................................................... 55 
Tinturas permanentes oxidativas .................................................................................... 56 
Mecanismo de ação de tinturas permanentes oxidativas ................................................ 57 
Composição .................................................................................................................... 58 
Forma de apresentação ................................................................................................... 59 
Precauções no uso de tinturas permanentes .................................................................... 59 
Indicações das tinturas permanentes............................................................................... 59 
Vantagens e desvantagens do uso ................................................................................... 59 
Tinturas temporárias e mecanismo de ação .................................................................... 60 
Mecanismo de ação ........................................................................................................ 60 
Indicações das tinturas temporárias ................................................................................ 62 
Vantagem e desvantagem ............................................................................................... 62 
Apresentação e formulação ............................................................................................ 62 
Tinturas semipermanentes e mecanismo de ação ........................................................... 63 
Formulação e apresentação ............................................................................................. 65 
Luzes e mechas capilares ................................................................................................ 67 
Tendências em luzes e mechas ....................................................................................... 67 
Ombré hair ...................................................................................................................... 68 
Californianas ................................................................................................................... 69 
Sombre hair .................................................................................................................... 69 
Balaiagem ....................................................................................................................... 69 
Mechas marcadas ............................................................................................................ 70 
Texanas ........................................................................................................................... 70 
Efeito tartaruga ou tortoiseshell hair .............................................................................. 70 
Dip-dye ........................................................................................................................... 71 
Produtos utilizados na realização de luzes e mechas ...................................................... 71 
Descoloração.................................................................................................................. 71 
Técnicas de aplicação de luzes e mechas ....................................................................... 76 
Técnica de desfiar, eriçar ou de empilhamento junto à raiz do cabelo ........................... 77 
Mechas costuradas ou tricotadas .................................................................................... 78 
4 
 
Mechas em véu, transparência ou lâminas ..................................................................... 78 
Free hands ....................................................................................................................... 78 
Mechas na touca ............................................................................................................. 79 
Mechas com uso de papel alumínio ................................................................................ 79 
Mechas com uso de plaquetes ........................................................................................ 80 
Matização e correção de cores ........................................................................................ 81 
Princípios de colorimetria para a correção de cores ....................................................... 82 
Erros nos resultados finais de colorações ....................................................................... 82 
Correção de cores ........................................................................................................... 83 
Matização........................................................................................................................ 85 
Tintura permanente oxidativa para correção de cores .................................................... 87 
Tintura semipermanente ou temporária para a correção de cores .................................. 89 
Cobertura de cabelos brancos e grisalhos ....................................................................... 92 
Envelhecimento capilar .................................................................................................. 92 
Produtos para cobertura de cabelos brancos e grisalhos................................................. 96 
Técnicas empregadas na cobertura de cabelos brancos e grisalhos................................ 97 
Técnica de mordaçagem ................................................................................................. 98 
Técnica de pré-pigmentação ......................................................................................... 100 
Técnica de adição de base ............................................................................................ 101 
Técnica de redução ....................................................................................................... 102 
Técnica de deposição de pigmento ............................................................................... 103 
Técnica de rinsagem ..................................................................................................... 103 
Colorimetria na maquiagem ......................................................................................... 106 
Conceitos de cor ........................................................................................................... 106 
Teoria das cores ............................................................................................................ 107 
Colorimetria e maquiagem ........................................................................................... 108 
Temperatura das cores .................................................................................................. 109 
Pele: tipos cromáticos ................................................................................................... 109 
Aplicando a colorimetria à maquiagem ........................................................................ 110 
Estações: classificação de peles brancas ...................................................................... 110 
Classificação de peles negras ....................................................................................... 111 
Camuflagem de disfunções estéticas faciais ................................................................. 113 
Disfunções estéticas da pele ......................................................................................... 113 
Acne .............................................................................................................................. 113 
Rosácea ......................................................................................................................... 114 
5 
 
Psoríase ......................................................................................................................... 115 
Olheiras pigmentares e vasculares ................................................................................ 115 
Manchas vinho do porto e hemangiomas ..................................................................... 116 
Equimoses e hematomas ............................................................................................... 116 
Discromias .................................................................................................................... 116 
Hiperpigmentação ......................................................................................................... 117 
Hipopigmentação .......................................................................................................... 119 
Acromias ....................................................................................................................... 120 
Camuflagem cosmética................................................................................................. 121 
Colorimetria para camuflagem cosmética .................................................................... 121 
Técnicas de camuflagem .............................................................................................. 122 
Referências ................................................................................................................... 124 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SOBRE A PROFESSORA 
 
Daniani Boscaini Lira, proprietária de um Estúdio de Maquiagem e 
uma pequena Clínica de Estética na Cidade de Tucuruí. Ministra 
cursos na área da Maquiagem em seu Estúdio. Atualmente também 
trabalha na Faculdade de Teologia Filosofia e Ciências Humanas - 
Gamaliel, como coordenadora e professora no curso de Tecnologia em 
Estética e Cosmética. Concluiu em 2011 a Especialização em Estética 
e Cosmetologia pelo Instituto Brasileiro de Estética e Cosmetologia – IBECO, São 
Paulo. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade de Rio Preto - UNIRP, São 
Paulo no ano de 2007. Formada pelo Senac e Catharine Hill em Maquiagem 
Profissional e Especialista em Maquiagem Air Brush também pela escola Catharine 
Hill, São Paulo. Possui muitos cursos de Extensão em Estética e já atua na área a 8 
anos. Nos anos de 2012 a 2016 foi professora de Cursos Técnicos em Estética, tanto em 
Tucuruí como em Parauapebas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
PLANO DE ESTUDO 
O plano de estudos visa orientá-lo (a) no desenvolvimento da Disciplina. Nele, 
você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e sugerirão formas 
de organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na Faculdade Gamaliel leva em conta 
instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de 
competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas 
de ação/mediação. 
São elementos desse processo: 
a) O Guia didático de estudos; 
b) O Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, onde você encontrará as atividades 
virtuais de verificação da aprendizagem; 
c) A prova presencial.ATIVIDADES WEB 
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 
No Ambiente Virtual de Aprendizagem da Faculdade Gamaliel, você terá o 
conteúdo da disciplina e as atividades a serem realizadas. Discriminamos abaixo cada 
uma delas: 
 Fórum da Disciplina: é um espaço web de discussão-interação-reflexão de temas 
relativos ao conteúdo, com mediação do tutor EaD. É uma ferramenta 
importante para o desenvolvimento da aprendizagem no processo educativo à 
distância. O Fórum é parte do processo de avaliação da aprendizagem, tendo em 
vista que através dele não só a escrita é exercitada, mas o exercício da análise, 
da reflexão, permitindo o debate plural de ideias e a crítica coletiva do grupo. 
Quando o estudante participa das discussões, trocando ideias e experiências, 
contribui, também, com a consolidação da aprendizagem de seus pares. O fórum 
é elemento avaliativo e vale 01 (um ponto). 
 Na prática: esse elemento consiste em um exercício em que a questão elaborada 
pelo professor-autor permitirá ao estudante mobilizar os conhecimentos tratados 
8 
 
e analisar, na prática, um caso (estudo de caso), voltado ao ambiente 
organizacional educacional. Essa atividade avaliativa vale 02 (dois pontos). 
 Exercite: trata-se de um exercício nos moldes de um questionário com questões 
a serem resolvidas e terá um único formato de resposta: o de escolha múltipla, 
ou seja, você escolherá a resposta correta dentre quatro opções. Essa ferramenta 
será usada como exercício de fixação de conteúdos e fará parte do processo de 
avaliação web. Tem o valor de 01 (um) ponto. 
 Prova presencial: a prova encerra o conjunto de atividades avaliativas da 
disciplina e deve ser realizada no Polo de Apoio Presencial. A prova vale 06 
(seis) pontos. 
O conjunto de atividades avaliativas e sua pontuação estão resumidas na tabela 
abaixo: 
 
Fórum da 
disciplina 
Na prática Exercite Prova 
presencial 
Total de pontos 
1.0 2.0 1.0 6.0 10.0 
Para aprovação na disciplina o estudante deve obter aproveitamento final de no mínimo 7.0 (sete) 
 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES 
Nossos fóruns temáticos terão data de início e término, por isso você deve ficar 
atento aos avisos e comunicados disponibilizados no AVA. Assim, o acesso a esse 
ambiente deve ser diário. 
Cada contribuição nos fóruns não poderá conter mais de 200 palavras, pois este 
limite é importante para garantir-lhes uma maior e mais leve dinâmica. Contribuições 
formadas por um número de palavras maior do que 200 deverão ser divididas em mais 
de uma postagem ou serão penalizadas ao final da avaliação. 
Postagens e tarefas têm caráter autoral, ou seja, devem ser opiniões próprias e inéditas, 
sendo desejável o uso de citações para corroborá-las com referências seguindo as 
normas da ABNT. 
Sobre a avaliação da participação nos fóruns: 
 Serão consideradas para aferição de notas somente as postagens consistentes 
feitas pelo aluno. Considera-se postagem consistente aquela que faça referência 
9 
 
à temática exigida, respondendo às questões norteadoras do fórum ou em 
debates com os colegas e tutor. 
 O aluno deverá participar com, no mínimo, três postagens consistentes e 
distintas, e em três dias diferentes de cada semana de vigência do fórum 
temático. A participação concentrada em apenas 2 dias distintos reduzirá a nota 
total na atividade em 20%, e se concentrada em apenas 1 dia, a redução será de 
40%. Por fim: postagens concentradas apenas no último dia do fórum sofrerão 
redução de 50%. 
 As postagens nos fóruns deverão ser de caráter autoral sendo facultado o direito 
de inclusão de citações de acordo com as Normas da ABNT, portanto 
acompanhadas de citação de autoria. 
 Serão considerados para a avaliação dos fóruns, além da frequência e da 
realização das atividades propostas, a interação com colegas e tutor, a clareza e 
correção das postagens, a proatividade e a cortesia no trato com os colegas e 
com o tutor. 
 Na correção das tarefas, além da realização das atividades propostas, serão 
considerados na avaliação das notas os seguintes critérios, no que tange à forma 
e ao conteúdo da tarefa: estrutura do texto, clareza, correção gramatical, 
bibliografia, linha de raciocínio, coerência com as orientações, embasamento no 
conteúdo e exemplificação. 
 
 
CUIDADOS NO ENVIO DAS ATIVIDADES AVALIATIVAS 
 
Cada contribuição nos fóruns que contiver trechos retirados de textos de outros 
autores (incluindo referências eletrônicas) deverá conter, obrigatoriamente, a fonte da 
qual estes foram retirados, explicitada em acordo com as normas de citação (NBR 
10520) e de referências (NBR 6023) da ABNT. 
É extremamente importante destacar que cópias de livros (digitadas e/ou 
digitalizadas), artigos, dissertações, teses e textos da internet serão detectadas 
facilmente e acarretarão na nota zero ao aluno, sem oportunidade de substituição do 
trabalho. Recomendamos que o envio das tarefas não seja feito na última hora, a fim de 
10 
 
evitar que eventuais transtornos (problemas com internet, falta de luz, sobrecarga da 
rede, etc.) inviabilizem o envio. Se, no horário final de entrega, ocorrer algum problema 
com a plataforma, o prazo de envio será dilatado e devidamente comunicado em nossa 
plataforma/e-mail. 
Não será permitido o envio de tarefas por qualquer outro meio que não o local 
específico para isso na plataforma ou fora do prazo. O não envio de uma tarefa no prazo 
acarretará na nota zero ao aluno sem oportunidade de substituição do trabalho. 
Só serão aceitos tarefas e trabalhos enviados em doc, docx ou rtf. Não enviem 
tarefas em pdf, odt ou nenhum outro formato que não os especificados, pois não serão 
aceitas e acarretarão na nota zero ao aluno sem oportunidade de substituição do 
trabalho. 
As notas de fóruns/tarefas serão divulgadas posteriormente ao 
encerramento/envio dos mesmos. Fique atento aos calendários. 
O aluno terá o direito de, junto ao tutor, requerer a revisão de sua nota. Para 
tanto há um "Fórum de Pedido de Revisão de Notas" onde o aluno deverá postar seu 
requerimento até 4 (quatro) dias depois de liberada a nota que será questionada. Em 
qualquer pedido de revisão devem ser informados o nome do aluno, seu grupo e os 
comentários necessários à revisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
EMENTA 
Teorias da cor. Princípios de colorimetria. Natureza, estrutura e propriedades. Tintas e 
corantes. As cores na moda. Aplicações da cor em materiais diversos. Análise de 
resultados. Tendências em coloração para os diferentes tipos de cabelo. Coloração e 
alergias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 Bem vindos ao mundo das cores! Esse mundo é fascinante e de extrema 
importância para o profissional da beleza. 
 Nossa disciplina será dividida em 3 unidades temáticas: 1 – Conceitos e 
princípios: • Cor, luz, volume e textura; • Conceitos e princípios da colorimetria capilar; 
• Produtos e técnicas de transformação da cor. 
2 – Técnicas capilares: • Pré pigmentação e pigmentação; • Luzes e mechas capilares; • 
Matização e correção de cores; • Cobertura de cabelos brancos e grisalhos. 
3 – Teorias e aplicabilidade: • Colorimetria em Maquiagem; • Camuflagem em 
disfunções estéticas faciais. 
 Mergulhe de cabeça nos estudos e venha se aprimorar e aperfeiçoar nesse 
assunto tão complexo e importante. 
Bons estudos! 
Professora Daniani Boscaini Lira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Conceitos e princípios 
Cor, luz, volume e textura 
 
Aqui você compreenderá os conceitos de cor, como funciona sua percepção 
visual e cerebral e qual a relação das cores com a luz. Além disso, aprenderá sobre as 
propriedades físicas da cor e a respeito de sua percepção psíquica, ou seja, como ela é 
percebida de forma psicológica pelos seres humanos e como elas influenciam no 
comportamento e na expressão visual. 
Complementando o assunto, falaremossobre volume, que abrange luz, sombra e 
textura, e veremos como essas características influenciam também na composição de 
uma imagem, pois são elas que conferem movimento, ritmo, profundidade, emoção e 
até sensações táteis para o objeto observado. É por meio dos requisitos de cor, luz, 
sombra e textura que se dá vida ao conjunto visual tridimensional. São basicamente 
esses atributos que serão utilizados na imagem pessoal para a execução de um trabalho 
de visagismo, ou qualquer outra forma de se personalizar uma composição visual, 
somados às linhas e às formas. 
Fundamentos de colorimetria e cromologia 
 
Quando falamos em cor, é preciso, inicialmente, entender a diferença entre cor–
luz (ou cor–energia) e cor–pigmento. A cor–pigmento é a substância material refletida 
por um objeto, isto é, sua cor, seu pigmento. Já a cor–luz é aquela que se forma pela 
emissão direta de luz difundida sobre o objeto, ou seja, a cor–energia da fonte de luz 
antes do objeto e a cor–luz modificada pela cor–pigmento do objeto, e, então, aquela 
que o olho humano percebe. Cor, então, é o resultado da interação da luz com um 
objeto, que reflete, então, a sua cor–pigmento, modificando a cor–luz incidida sobre 
este. Cor é pura energia, do ponto de vista físico, e é pura emoção, do ponto de vista 
psíquico. É algo que vemos com os olhos e traduzimos com o cérebro. 
A ciência da cor estuda o efeito físico e psíquico das cores, e está relacionada a 
física, ótica, anatomia, ciência cognitiva e psicologia. São processos complexos, assim 
como o funcionamento de todo e qualquer sistema orgânico do ser humano. Pode-se 
dizer, então, que as cores e suas percepções permeiam diversas áreas de estudo, da 
ciência à arte, no âmbito técnico ao estético (PEDROSA, 2009). Neste capítulo, será 
14 
 
abordada a colorimetria em relação à percepção física das cores, e a cromologia, cujos 
fundamentos são relacionados à parte psicológica da cor. 
Cor no sistema visual e nos processos cerebrais 
 
Obviamente, as cores não existiriam sem os sistemas visual e cerebral, pois é 
neles onde toda a percepção da cor começa e encerra. Até o século XVI, as pessoas 
acreditavam que os olhos emitiam luz, quando, na verdade, os olhos são apenas 
receptores de luz. Para que a visão ocorra, é necessário que haja uma fonte de luz que 
possa conduzir a energia da cor até os nossos olhos. É assim que a comunicação visual 
se inicia. Sem o condutor da cor (a luz), a única coisa que veríamos seria a cor preta, 
que significa o vácuo, a ausência de cor, a ausência de energia. 
A luz é uma fonte de energia que, quando refletida em um objeto qualquer, tem 
sua cor modificada. Este novo feixe de luz, agora colorido, será recebido fisicamente 
pelo sistema visual e processado emocionalmente pelo cérebro. Os olhos captam 
informações externas e as codifica para, depois, serem processadas pelo sistema 
cerebral (Figura 1) (RIBEIRO, 2011). 
 
Dessa forma, e de acordo com o objeto de estudo, podemos relacionar a 
colorimetria com o processo físico e visual da percepção da cor–luz, ao passo que a 
cromologia tem ligação com o processo cerebral, ou seja, psicológico, da cor–luz em 
relação à cor–pigmento. 
15 
 
Colorimetria: um estudo sobre a percepção física da cor 
 
 Colorimetria é a parte da ciência das cores que estuda sua utilização com o 
propósito de especificar numericamente a cor de um determinado estímulo visual, e se 
preocupa em especificar pequenas diferenças de cor que um observador pode perceber 
e, assim, chegar a efeitos de acordo com a necessidade de tal criação (ESQUERRE 
MENDOZA, 2017). 
 A colorimetria trata da cor em um nível físico, em relação a matiz, saturação, 
intensidade, tom, luminosidade. Neste capítulo, foram adicionados, ainda, os conceitos 
de temperatura, contraste e harmonia das cores. O conhecimento e a aplicação da 
colorimetria são essenciais em áreas de atuação artística, como fotografia, decoração, 
publicidade, artes, beleza, moda, arquitetura, decoração, entre outras. 
Propriedades das cores 
 
A seguir, serão descritas as principais propriedades das cores. 
Tom, matiz ou tonalidade é a cor em si, em seu estado puro, sem adição de 
outras cores. Essa é a propriedade que diferencia uma cor da outra. Podemos dizer que é 
o ―nome principal da cor‖ (Figura 2a). 
 Saturação ou intensidade é a característica de pureza ou mistura de uma cor, ou, 
ainda, a quantidade de cinza em sua composição. Demonstra a vivacidade ou a palidez 
da cor e transmite sensação de maior ou menor movimento. Quanto mais saturada uma 
cor, maior é a sensação de que o objeto está se movendo. O amarelo, por exemplo, é 
uma cor muito viva. A vibração de sua cor–luz é bastante agitada. Conforme a Figura 
2b, o mais saturado é o terceiro tom no caso apresentado — menos calmo que os outros 
para nossa visão. 
Valor, luminosidade ou brilho é a característica de claridade ou escuridão de 
uma cor, ou a quantidade de preto ou de branco que a cor contém. É um termo que se 
usa para descrever quão clara ou escura parece uma cor (Figura 2c). 
A temperatura indica a movimentação energética da cor, ou seja, cores quentes 
são mais estimulantes e energéticas, já cores consideradas frias são mais calmas e 
refrescantes (Figura 2d). As cores consideradas neutras são o preto, o branco e suas 
misturas, sendo, então, o cinza também um neutro, por derivar da mistura de preto e 
branco em diferentes tonalidades claro–escuro. As tonalidades de marrom (que vão do 
16 
 
marrom ultra escuro ao bege mais claro) também são consideradas neutras, pois nada 
mais são do que cinzas com pitadas de cores primárias. Os marrons são neutros muito 
versáteis, mas já possuem certa característica de temperatura em decorrência desta 
mistura, que não é 100% neutra. 
Contraste é a relação entre cores que, quando combinadas, ressaltam ou 
amenizam as diferenças entre elas, dependendo da combinação. As Figuras 2e e 2f 
demonstram alguns tipos de contraste. 
 
 
17 
 
 
Harmonia são formas diferentes de combinar as cores do círculo cromático. 
Cada uma das combinações passa uma sensação diferente em relação à sua percepção, 
como descrito a seguir: 
• Harmonia monocromática: são variações de força e luminosidade da cor, 
dentro de seu próprio tom. Revela médio a baixo contraste (Figura 3a). 
 • Harmonia análoga: combinações de uma cor primária e duas outras vizinhas 
no círculo cromático. Revela baixo a médio contraste (Figura 3b). 
 • Harmonia complementar: combinações de duas cores complementares entre si, 
normalmente quente e fria. São as que estão localizadas em oposição no círculo 
cromático. Revela alto contraste (Figura 3c). 
• Harmonia triádica: combinações formadas por três cores equidistantes no 
círculo cromático. Causa bastante impacto e revela alto contraste (Figura 3d). 
• Harmonia tetrádica: combinação de dois pares de cores complementares — 
uma combinação muito rica e não fácil de aplicar, uma vez que pode causar peso visual, 
dependendo de como for apresentada. Revela alto contraste (Figura 3e). 
 
18 
 
Cromologia: um estudo sobre a percepção psíquica da cor 
 
Também chamada de psicologia da cor, cromologia é a ciência que estuda as 
reações humanas diante das cores, ou seja, trata da cor em um nível psíquico, em 
relação às emoções e aos comportamentos que elas desencadeiam em nós. 
Johann Wolfgang Goethe concluiu com suas pesquisas que a cor vai além de um 
fenômeno físico, sendo também um fenômeno fisiológico e psíquico. Goethe define cor 
como ―uma informação visual, causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos e 
decodificada pelo cérebro‖ (GOETHE, 2013). 
A cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma. A cor é a tecla, 
o olho, o martelo, e a alma, o instrumento das mil cordas. O artista é a mão que, ao tocar 
nesta ou naquela tecla, obtém da alma a vibração justa. A alma humana, tocada no seu 
pontomais sensível, responde (KANDINSKY, 2015). 
Arquétipo de cores 
 
Assim como acontece com as linhas e formas, as cores são também consideradas 
símbolos arquétipos reconhecidos universalmente e que agem no inconsciente coletivo 
por meio da linguagem visual, comunicando uma ideia, conceito ou sensação, com 
poderes de estimular, acalmar, atrair e trazer à tona emoções e comportamentos de 
acordo com sua tonalidade e energia (HALLAWELL, 2010a; AGUIAR, 2006). Veja, a 
seguir, o significado das cores segundo seus arquétipos, de acordo com Bartlett (2000), 
Aguiar (2006) e Hallawell (2010a). Observe também a Figura 4. 
Vermelho: ligada ao calor e à energia do sangue e do coração, esta cor 
representa a paixão, o desejo, a excitação, e tem o poder, inclusive, de mexer com o 
ritmo cardíaco e a frequência respiratória das pessoas. Embora muito estimulante, é uma 
cor que pode aguçar a raiva, a impaciência e a agressividade. 
Cor de laranja: a cor que dá nome à fruta (ou seria o contrário?) está ligada aos 
sentimentos de energia, vitalidade, entusiasmo e criatividade. É quente como o 
vermelho, mas possui um frescor que a diferencia. Por outro lado, é uma cor que, 
devido à sua própria característica, pode provocar ansiedade, aumentar o apetite e deixar 
as pessoas agitadas. 
Amarelo: uma cor muito quente, energética e alegre, imprime otimismo e bom 
humor. O amarelo tem o poder de nos fazer sentir positivos. No entanto, para algumas 
19 
 
pessoas, pode revelar sensações de inquietação, estresse e nervosismo. 
Verde: uma cor fria, ligada à cor predominante na natureza, e que revela o 
mesmo frescor, equilíbrio, vivacidade e saúde. Está ligada à juventude, remetendo à 
primeira fase do amadurecimento dos frutos. Pode revelar imaturidade e ciúmes 
excessivo. 
Azul: relacionada ao céu e à água, o azul é uma cor fria relacionada ao racional, 
ao progresso, à tranquilidade e à inteligência. Tem o poder de transmitir sensações de 
calma, suavidade, integridade e respeito. Algumas vezes, pode evidenciar características 
de ingenuidade e medo. 
Violeta: essa cor fria está ligada a mistério, intuição, espiritualidade e ajuda na 
concentração. É um tom introspectivo que estimula o pensamento e a estabilidade. Além 
disso, é considerada uma cor nobre e rara, por questões históricas (o roxo era um tom 
muito difícil de ser aplicado em roupas, e isso o tornava valioso). Pode transmitir 
sensações de penitência e culpa. 
Cor-de-rosa: um tom frio com diversas variações, mas, basicamente, sugere 
romantismo, doçura, feminilidade, delicadeza, inocência e ternura. Faz-nos pensar 
positivamente e nos leva de volta à infância. Simboliza o amor romântico, ao passo que 
o vermelho simboliza o amor carnal. Pode ser ingênuo, lúdico e inocente demais. 
Preto: o preto é um neutro luxuoso e ao mesmo tempo depressivo. É uma cor 
ligada ao masculino e demonstra poder, mistério, dominação, dignidade, elegância, 
formalidade. Pode ser excessivamente dramática. Revela autoridade. 
Branco: uma cor neutra, feminina, pura, que estimula a autoestima, o êxito, a 
esperança, a clareza. É a cor da integridade e inspira renovação, mas pode acentuar 
sentimentos de solidão. 
Cinza: é a cor neutra do respeito e da maturidade. Ajuda-nos a encontrar o 
equilíbrio, é repousante, intelectual, eficiente e conservadora. Pode ser considerada uma 
cor indiferente ou triste. 
Marrom: está ligado à terra, e, assim como ela, é seguro, confortável, humilde, 
resistente. Passa uma sensação de simplicidade, qualidade e seriedade. Pode ser formal 
demais e envelhecer a aparência. 
20 
 
 
21 
 
Cor e personalidade 
 
As cores, por revelarem emoções, estão absolutamente ligadas à personalidade, 
portanto, podem complementar os conhecimentos da teoria dos quatro temperamentos e 
suas características particulares (HALLAWELL, 2010b). 
Sanguíneos: características positivas do temperamento: leveza, alegria, 
comunicabilidade, extroversão. Características negativas do temperamento: distração, 
persuasão, inconveniência. Cor que representa o temperamento: amarelos (energético). 
Cor que equilibra o temperamento: roxos (estabilidade) (ver Figura 5a). 
Coléricos: características positivas do temperamento: força, determinação, 
sensualidade, poder. características negativas do temperamento: autoritarismo, 
explosividade, impaciência. Cor que representa o temperamento: vermelho 
(estimulante). Cor que equilibra o temperamento: verde-musgo (estabilidade/ 
refrescante) (ver Figura 5b). 
Melancólicos artísticos: características positivas do temperamento: detalhista, 
romântico, sensível. Características negativas do temperamento: perfeccionismo, 
introversão, altruísmo. Cor que representa o temperamento: azul-claro (calma). Cor que 
equilibra o temperamento: fúcsia (coragem). Melancólicos científicos: características 
positivas do temperamento: confiança, segurança, coerência. Características negativas 
do temperamento: controle, introspecção, arrogância. Cor que representa o 
temperamento: azul- -escuro (confiança). Cor que equilibra o temperamento: rosados 
(ternura) (ver Figura 5c). 
Fleumáticos: características positivas do temperamento: dedicado, pacífico, 
realizador. Características negativas do temperamento: imóvel, desleixado, distante. Cor 
que representa o temperamento: roxos (equilibrado). Cor que equilibra o temperamento: 
amarelos (energético) (ver Figura 5d). 
22 
 
 
Fundamentos de luz e sombra 
 
A luz e a sombra são elementos complementares e fundamentais da linguagem 
visual. O preto é a ausência de luz, ou seja, o que se vê é sombra. O branco é a união de 
todas as cores e é considerado pura luz. São ambiguidades absolutamente 
23 
 
complementares, assim como Yin-Yang, o símbolo do equilíbrio, da reciprocidade, da 
interdependência. Embora opostas, constituem uma relação agradável, e não de 
rivalidade. É como um abraço recíproco, em que uma coisa contém a outra, sem 
prejuízo a nenhuma parte (Figura 6). 
 
Basicamente, a luz é utilizada para destacar um elemento, ampliá-lo, evidenciá-
lo, ao passo que a sombra é usada para afastar, afundar ou diminuir sua percepção. A 
partir do momento que se deseja criar uma imagem como algo tridimensional, ou seja, 
com volume, automaticamente se torna necessário o estudo da luz e da sombra para a 
composição de um desenho ou a criação de um design. Diferentemente das linhas e 
formas abstratas, compostas somente com linhas unidimensionais, o objeto desenhado 
com volume é muito mais realista. Quando olhamos para um objeto, o que vemos é a 
luz refletida em sua face, e, quando falamos de um objeto em três dimensões, 
entendemos que ele projetará uma sombra, posicionada de acordo com o ângulo que a 
luz o atinge. Quanto mais escura a sombra, menos luz está atingindo aquele espaço 
(HALLAWELL, 2010b). Ou seja, quando um foco luminoso alcançar um objeto real, 
apresentar-se-ão uma zona iluminada e uma zona sombreada, que é a projeção da 
sombra do próprio objeto, tanto nele mesmo quanto no ambiente que o cerca. O 
tamanho da sombra e a sua intensidade dependem da intensidade e do posicionamento 
da luz que incide nele (Figura 7) (HALLAWELL, 2017). 
24 
 
 
Linguagem visual sobre volumes e texturas 
Volume 
Luz e sombra são os elementos básicos para produzir o efeito de volume e 
realidade em um desenho ou criação. É o contraste dos requisitos de luz e sombra que 
cria a ilusão de volume e, então, as sensações de aumentar, diminuir, aproximar, afastar, 
afinar, engrossar, etc., além de tornarem as criações mais realísticas e equilibradas. 
Tudo o que tem luz se destaca, se aproxima, ao passo que tudo o que está na 
sombra se afasta, se apaga. Na construção de volume, é assim também que ocorre. Esta 
técnica do jogo ―claro–escuro‖ foi denominada chiaroscuro por Leonardo da Vinci, no 
século XV, e se define pela construção do pinturas utilizando o contraste entre luz e 
sombra.Também chamada de perspectiva tonal, exige técnica, conhecimento e 
experiencia na aplicação dos fundamentos de luz e sombra, sendo utilizada por artistas, 
desenhistas, arquitetos, maquiadores, cabeleireiros, etc. A Figura 9 traz exemplos de uso 
das técnicas aqui descritas. 
 
25 
 
Textura 
 
O requisito textura confere uma sensação visual e tátil de ritmo e densidade, 
criando a sensação de aspereza, maciez, dinamismo, frieza, etc. Composta de pontos, 
linhas, formas, padrões, curvas, cores e técnicas de luz e sombra, as texturas resultam 
em ilusão de movimento e ritmo ao conjunto tridimensional, de uma forma visual e 
cinestésica. Além de relacionada com a linguagem visual, a textura tem também um 
aspecto tátil, podendo passar uma sensação de toque, mesmo sem serem tocadas, 
somente vistas. 
No design, a textura é muito importante e precisa ser considerada para reforçar 
uma ideia, sendo o conjunto de elementos que indica o grau de polidez do objeto, a 
composição química, o nível de rigidez, o estado físico, a direção e intensidade do 
movimento e sua percepção tátil, e se parece fofo, áspero, fluido, rígido. Promove uma 
experiência sensorial e ativa nossa memória tátil, trazendo sensações e vivacidade ao 
objeto ou à imagem. Algumas vezes, no entanto, a textura não traz sensações táteis, e 
sim ópticas, mas em todos os casos, as texturas nos passam a vibração, visual ou tátil, 
de determinado material ou composição artística (LAMP, c2019). 
As texturas, devido à sua própria característica visual e tátil, também podem ser 
estratégias para a criação de volume, ou seja, ampliando ou reduzindo a ilusão de 
aumentar, diminuir, afinar ou expandir as proporções de um objeto ou de uma pessoa 
que veste uma roupa. 
Conceito e princípios da colorimetria capilar 
 
Tem sido muito grande a procura por tratamentos na área da estética. Os clientes 
buscam técnicas e tratamentos para mudar a cor dos cabelos, melhorando contraste, 
reflexos e tons de acordo com as características pessoais e a moda. Muitos profissionais 
apostam no uso da colorimetria para garantir tratamentos mais eficazes. Trata-se de uma 
ciência que estuda as cores e suas combinações; entretanto, para que possa ser 
empregada corretamente, precisa levar em consideração os diferentes tipos de cabelo e 
os danos que podem ocorrer na haste capilar. 
O futuro profissional da área de estética aplicada à área capilar terá, neste 
capítulo, uma introdução aos princípios da ciência da colorimetria, entenderá sua 
aplicação, conhecerá os diferentes tipos de cabelo e verá também os principais agentes 
26 
 
lesivos da haste capilar, podendo orientar e prevenir danos através de alguns cuidados 
diários. 
Colorimetria capilar 
Origem da cor do cabelo 
 
A coloração natural do cabelo se deve a particularidades nos pigmentos que se 
encontram dentro da fibra capilar, que ao absorverem raios luminosos, são responsáveis 
pelas variações de cores dos cabelos. Esses pigmentos são derivados de uma substância 
chamada melanina. São produzidos por células chamadas de melanócitos, que se 
encontram dentro do bulbo do cabelo e que através de processos químicos naturais 
desencadeiam a formação de dois tipos distintos de melanina: a eumelanina e a 
feomelanina. Os pigmentos de melanina encontram-se em formato de grânulos e em 
diferentes concentrações, de acordo com a cor do cabelo. A presença de maior 
quantidade de eumelanina gera a formação de cabelos nas cores marrom para preto e a 
maior quantidade de feomelanina gera a formação de cabelos nas cores amarelo a 
avermelhado. 
Além do tipo de pigmento encontrado, a cor do cabelo será definida por outras 
variáveis, como: espessura, quantidade de pigmento e a razão entre a quantidade de 
feomelanina e eumelanina. Sobre a quantidade de grânulos, cabelos mais escuros 
possuem um maior número de grânulos de melanina, enquanto cabelos claros contêm 
poucos grânulos de melanina. 
A cor do cabelo ainda é influenciada por fatores genéticos e fisiológicos, que 
determinarão que tipo de melanina será mais encontrada, variando também com a idade, 
uma vez que à medida que envelhecemos, a concentração de pigmentos se reduz de 
modo a causar a despigmentação dos cabelos e os surgimento de cabelos brancos. 
Algumas disfunções capilares podem gerar também o aparecimento precoce dos cabelos 
brancos. 
Inúmeras pessoas buscam tratamentos artificiais para corrigir os cabelos brancos 
ou até mesmo mudar a cor natural, de acordo com tendências estéticas e com as 
preferências pessoais, uma vez que a coloração dos cabelos desempenha um papel 
importante na autoestima. Diante disso, a colorimetria é uma ciência que trata 
especificamente desses tratamentos, que envolvem basicamente a coloração artificial 
27 
 
dos fios e que busca garantir a qualidade, satisfação e segurança (COLORDESIGN, 
c2002; TERRIBILE, 2013). 
Definição e conceitos em colorimetria capilar 
 
A colorimetria é a ciência que estuda as características da cor da haste capilar 
aplicadas na área da estética. É conhecida desde a antiguidade, quando as primeiras 
colorações foram utilizadas pelos egípcios, que foram os precursores dessa ciência. O 
primeiro corante sintético utilizado para colorir os cabelos foi utilizado em 1883, a 
partir daí houve um intenso desenvolvimento da ciência, o que possibilitou a criação de 
colorações cada vez mais efetivas e seguras (HALAL, 2011). 
Sabe-se que o termo cor trata de uma definição subjetiva, uma vez que a cor é 
uma informação visual e depende da presença de luz, que resulta num estímulo físico 
percebido pelos olhos e interpretado pelo cérebro. Inicialmente, nossos olhos recebem 
uma energia em forma de onda eletromagnética de diferentes comprimentos, capazes de 
excitar o sistema visual e neurológico. Para tanto, o olho humano capta apenas parte dos 
feixes de ondas eletromagnéticas, chamada de faixa visível, através de células 
especializadas chamadas de bastonetes e cones, que após serem captadas pelo olho 
humano, enviam o sinal ao cérebro onde ocorre o processamento da formação da cor. 
Considerando que o olho capta apenas as cores da faixa visível, a imensa variedade de 
cores que vemos é resultante da interpretação que nosso cérebro produz após o 
recebimento de combinações de diferentes comprimentos de onda de três cores 
primárias, a partir dessas três cores, formam-se cores secundárias, terciárias e inúmeras 
combinações. 
As cores e a relação entre elas constituem a base de estudo da colorimetria 
capilar. Através de suas leis, surge em uma variedade ilimitada de novas cores. Nesse 
sentido, as colorações químicas alteram a estrutura do cabelo de forma que ele absorva 
algumas ondas e reflita outras, assim, a cor do cabelo após a coloração é exatamente a 
cor do comprimento de onda de luz disponível e da luz que é absorvida por ele. 
Qualquer mudança realizada a fim de alterar a luz disponível, alterará a cor que vemos 
no cabelo. 
Baseando-se nesse entendimento, as cores podem ser classificadas em primárias, 
secundárias, terciárias e complementares. As cores primárias são cores puras e não 
podem ser produzidas por qualquer mistura. São a origem de todas as colorações, dos 
28 
 
tons mais claros aos mais escuros, sendo sempre produzidas a partir das cores primárias: 
azul, vermelho e amarelo em diferentes concentrações. Recebem esta denominação 
porque ao se misturar cada uma delas entre si, criam-se cores e ao dilui-las obtêm-se as 
mesmas cores iniciais. A partir da mistura de duas cores primarias se originam cores 
secundárias. 
As cores secundárias são resultado da mistura de duas cores primárias em 
quantidades iguais. As cores secundárias são: magenta, amarelo e ciano — também 
chamadas de roxo, laranja e verde (Figura 1). As cores terciárias são as demais cores 
produzidas que não se encaixam em primárias ou secundárias. Sua origem se dá pela 
mistura de uma corsecundária e uma primária, em proporções iguais, formando as 
cores: vermelho-violeta, violeta-azul, verde-azulado, verde-amarelado, laranja-
amarelado, e laranja-avermelhado. Além disso, pode-se criar uma cor terciária 
misturando-se duas primárias em proporções diferentes ou misturando as três primárias 
de modo a criar a cor marrom, por exemplo (Figura 2). 
Além da definição de cores primárias, secundárias e terciárias, existe a definição 
de cores complementares, que se referem à interação e combinação dessas cores e pode 
ser representada por uma imagem, chamada de círculo cromático ou estrela de Oswald, 
que serve basicamente como um gráfico para auxiliar o profissional da colorimetria 
(Figura 3). As cores complementares referem-se às cores primárias e secundárias que se 
encontram dispostas opostamente no círculo cromático, formando um par. Os pares de 
cores complementares são formados por uma cor primária e uma cor secundaria. Por 
exemplo: os pares complementares são o verde e o vermelho, o laranja e o azul, e 
amarelo e violeta. Possuem relevância na colorimetria, pois quando misturadas 
neutralizam uma à outra, o azul, por exemplo, é utilizado para neutralizar a cor laranja 
ou podem também potencializar uma cor desejada. 
29 
 
 
 
30 
 
 
É desse raciocínio das cores complementares que se busca um equilíbrio nos 
tratamentos de coloração, através da neutralização de uma cor indesejada, ou seja, a 
busca por equilibrar e uniformizar a cor por meio das cores primárias. Além disso, os 
pigmentos utilizados nas colorações podem ser classificados em acromáticos ou 
cromáticos. Os acromáticos, que não possuem cor, referem- -se à mistura do preto e do 
branco em diferentes concentrações, que resulta nos pigmentos preto, branco e cinza. 
Enquanto que os pigmentos cromáticos podem ser de cores primárias, secundárias ou 
terciárias. 
A cor ou pigmento ainda possui dois componentes importantes na área da 
colorimetria, e referem-se ao nível ou saturação e à tonalidade ou nuance. O nível, ou 
saturação, também é chamado de altura de tom e a tonalidade ou nuance também é 
chamada de reflexos da cor. O nível/saturação ou altura de tom é a concentração de cor, 
informando a intensidade e quantidade de cor existente. Esses termos indicam o quanto 
uma cor é clara ou escura. Nesse aspecto, quando o uso de proporções iguais e puras de 
cores primárias tem como resultado tons de cinza, preto ou branco, o branco é a 
ausência de cor e preto e cinza se diferenciam pela concentração de pigmento. 
Entretanto, esse sistema não é tão simples, uma vez que em alguns dos métodos 
de coloração utilizados na área capilar, mesmo dentro as leis de colorimetria, a 
formação da cor não ocorre apenas pela mistura de pigmentos, mas também por um 
processo químico chamado de oxidação. Dessa maneira, misturar cores é muito mais 
simples do que controlar reações químicas de oxidação, que se darão pela mistura de 
31 
 
pigmentos e agentes intermediários. Na prática clínica da colorimetria capilar, a cor 
marrom representa a cor de equilíbrio das colorações, por isso, os tons de marrom são 
chamados de fundamentais ou cores bases e se formam a partir da mistura das três cores 
primárias em diferentes concentrações e determinando os vários tons existentes, 
chamados de altura de tom. 
Para graduar a altura de tom, é utilizado um esquema numérico de 1 a 10, sendo 
que o preto refere-se a maior concentração de pigmento, recebendo o número 1 e o 
branco refere-se ao número 10, que é a cor sem pigmento, a mais clara de todas, 
enquanto que do 2 ao 9 tem-se as mais variadas graduações de cinza (Figura 4). 
 
Além disso, a altura de tom traz uma outra definição importante para a prática 
clínica da colorimetria, que é o fundo de clareamento. Foi visto que a cor do cabelo é 
formada, naturalmente, pela combinação dos tipos de melanina. 
Quando o cabelo é exposto a um processo de descoloração, com finalidade de 
clareá-lo, as concentrações de melanina são reduzidas, o que resulta na alteração da cor 
dos cabelos, obtendo-se uma coloração mais fraca que a natural. À medida que o cabelo 
é descolorido, outras cores vão surgindo, o que é chamado de fundo de clareamento. 
Para compreender melhor, observe o Quadro 1 e compare com a Figura 5. 
32 
 
 
 
 
 
33 
 
A variação do fundo de clareamento será sempre de tonalidades vermelhas, no 
caso de alturas de tons baixas, ou seja, mais escuras, enquanto que as alturas de tons de 
louros terão como fundo de clareamento cores na altura de amarelo. Por exemplo, em 
um cabelo preto com altura de tom número 1, à medida em que vai sendo clareado surge 
o vermelho, podendo apresentar várias tonalidades durante o processo. O amarelo 
aparece e também apresenta algumas tonalidades no processo de clareamento dos fios 
louros. São justamente essas cores ―de fundo‖, que o cabelo apresenta, que são 
chamadas de fundo de clareamento. 
 A tonalidade, também chamada de nuance ou reflexo da cor, refere-se a um 
pequeno desequilíbrio nas cores, e recebe a denominação de reflexos primários, 
secundários, podendo ser suaves, intensos ou profundos. Nesse caso, estes termos 
informam a quantidade de cores existentes na haste capilar. Por exemplo: o cabelo de 
cor castanho ou louro pode ser formado por variações do amarelo, vermelho e azul, 
conforme o objetivo desejado. Todas as cores naturais se formam do balanço de cores, 
variando apenas o nível de cor. 
Vale lembrar que esses reflexos não modificam a cor do cabelo, mas sim a altura 
de tom do mesmo. Por ser uma matriz muito fraca, ela não chega a ter profundidade na 
cor. São utilizadas com intuito de causar mais brilho, intensidade e ser um diferencial 
das alturas de tons. Como visto anteriormente, a altura de tom de um cabelo é definida 
por numerações. Os reflexos podem ainda ter predominância de cores, nesse caso a 
predominância quente inclui a formação de reflexos nas cores amarelo, laranja ou 
vermelho, e a predominância fria, inclui reflexos nas cores: azul, verde ou roxo 
(COLORDESIGN, c2002). 
Sistema internacional de nomenclatura de colorações 
 
Existe um sistema internacional através de números com o objetivo principal de 
universalizar a leitura das colorações. Um exemplo de código de cor é mostrado na 
imagem a seguir (Figura 6). 
 Nesse sistema, a partir da leitura do número você define a altura de tom e o 
reflexo primário e secundário. O primeiro número antes da vírgula, refere-se à altura de 
tom. O primeiro número após a vírgula, refere-se ao reflexo primário. O segundo 
número após a vírgula representa o reflexo secundário. Nesse caso o 4 representa a 
altura de tom que é o castanho-médio, o número 6 representa o reflexo primário que é o 
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vermelho e o número 5 representa o reflexo secundário que é o mogno. Para tanto, a 
leitura dessa numeração é feita da seguinte forma: castanho-médio, vermelho-mogno. 
Vale lembrar que se pode ter apenas um reflexo, nesse caso terá apenas o número 
antecedendo a vírgula e, após, um número que representará o reflexo principal. 
 
Ação dos pigmentos na haste capilar 
 
Quanto às ações dos pigmentos na haste capilar, elas irão agir inicialmente na 
cutícula e algumas atuarão na camada intermediária da haste capilar chamada de córtex. 
Algumas moléculas de pigmentos existentes nos colorantes conseguem atravessar a 
cutícula do cabelo e difundir-se através do córtex, gerando efeitos de coloração mais 
duradouros, enquanto outras permanecem na camada mais externa das cutículas, tendo 
efeitos a curto prazo. A imagem a seguir (Figura 7) mostra a cutícula, que é a camada 
mais externa da haste capilar, seguida pelo córtex e medula. 
35 
 
 
As colorações existentes são classificadas conforme o objetivo de tratamento e o 
tempo de duração na haste capilar, podendo ser permanentes, semipermanentes ou de 
tom sobre tom. As colorações de tom sobre tom apenas acentuam osreflexos naturais, 
sem alterar a cor do cabelo (GOMES, 2018). 
Diante dessas informações, é essencial que o profissional da área capilar entenda 
os princípios de colorimetria antes da realização de qualquer tratamento, uma vez que 
envolve uma série de conhecimentos prévios. 
Tipos de cabelo 
 
Assim como é importante conhecer os princípios da colorimetria, faz-se 
necessário conhecer os mais diferentes tipos de cabelo, uma vez que cada um responde 
aos tratamentos de colorimetria de maneiras distintas. Existem várias classificações 
acerca dos tipos de cabelo e elas envolvem diferentes características, como formato, 
porosidade, diâmetro, elasticidade, grau de oleosidade e hidratação, dentre outras. 
Quanto ao formato 
 
O formato é uma característica natural dos fios e se refere às diferentes 
elipticidades do fio. A diferença dos fios se dá pelos formatos dos bulbos capilares e 
pelas inclinações destes na superfície cutânea, características que sofrem influências 
36 
 
étnicas. Quanto à forma, o cabelo pode ser: liso, encaracolado, ondulado ou em espiral. 
O cabelo liso é também chamado de mongol ou oriental. Possui forma reta, 
nenhuma onda é evidenciada na haste capilar. O modo como o folículo está implantado 
faz com que o cabelo cresça reto e perpendicular ao coro cabeludo. Possui uma taxa de 
crescimento média de 1,3 cm/mês. Representado na Figura 8 pelo número 1. 
O cabelo ondulado é também chamado de caucasiano. Há sempre a formação de 
―S‖ quando está curto e uma série de ondas quando é de comprimento longo. Seu 
crescimento se dá num ângulo oblíquo ao couro cabeludo e é levemente curvado e com 
uma taxa de crescimento de 1,2 cm/mês. Conforme a Figura 8, o cabelo 2a é um cabelo 
ondulado que não tem muito volume, a raiz é mais oleosa, porém o comprimento possui 
uma oleosidade adequada. O fio é fino e possui um formato de ―S‖, mas bem alongado. 
Por já possuir uma ondulação natural, é mais fácil de modelar. No cabelo 2b é mais 
evidente a tendência a ter frizz e a modelagem fica um pouco mais comprometida, pois 
o ―S‖ já é mais definido, assim o cabelo tem basicamente uma ―memória‖ da sua 
curvatura original. No 2c a forma de ―S‖ ―começa a apresentar alguns cachos espaçados 
ao longo do cabelo. A formação dos cachos faz com que os fios já não fiquem mais tão 
grudados na cabeça, resultando em um cabelo com mais volume e movimento. 
No cabelo encaracolado há presença de ondas e assume um formato semelhante 
a um ―C‖ quando o comprimento é curto e um formato semelhante a ―S‖ quando possui 
comprimento mais longo. Representado na Figura 8 pelo número 3. Esse tipo de cabelo 
ainda apresenta uma subdivisão, de 3a, 3b e 3c. O primeiro deles, o 3a, possui raiz mais 
lisa, porém, logo na sequência, os cachos já começam a aparecer. Normalmente, são 
bem grandes e largos. O tipo 3b possui cachos desde a raiz, com textura áspera, não tão 
sedosa quanto os fios 3a. O fio é mais encorpado e forma cachos mais fechados, alguns 
formam até ―molinhas‖. E o tipo 3b apresenta cachos muito fechados desde a raiz. Por 
estar se aproximando do cabelo espiral, já possui um nível de ressecamento maior do 
que as subcategorias anteriores, principalmente nas pontas. 
No cabelo espiral, também chamado de crespo, afro-americano ou étnico, a haste 
capilar se apresenta como uma onda contínua que, tal como o nome, assume uma forma 
em espiral desde o momento de saída da haste do couro cabeludo. Pode ocorrer a 
formação de ondas da largura de um anel. Como o cabelo cresce quase paralelo ao coro 
cabeludo, ele cresce enrolado nele mesmo e tem uma taxa de crescimento média de 0,9 
cm/mês. São representados na Figura 8 pelo número 4. O tipo 4a se caracteriza por 
possuir cachos bem estruturados, independente se estão molhados ou secos. O tipo 4b 
37 
 
possui muito volume e é conhecido como cabelo black power, são mais frágeis e 
merecem muitos cuidados. Já o cabelo 4c, caracteriza-se por alternar entre mechas que 
seguem o padrão zigue-zague e fios que não possuem nenhuma definição. Pela 
curvatura estar ainda mais junta, os cabelos 4c sofrem com o fator encolhimento e 
ressecamento, e por sua estrutura, podem ser muito difíceis de cuidar (BIOQUÍMICA 
da beleza, 2005; FERREIRA, 2018; TERRIBILE, 2013). 
 
As diferenças nos formatos dos cabelos afetam diretamente as características dos 
fios como a resistência, oleosidade, fragilidade, influenciando também na reatividade a 
agentes químicos. As colorações, alisamentos e outros procedimentos químicos, devem 
ser indicados considerando a forma, uma vez que alguns cabelos apresentarão maior 
fragilidade quando comparados a outros. 
Quanto à porosidade 
A porosidade é a capacidade da haste capilar de absorver água. Essa 
característica da haste capilar é determinada pelas condições da cutícula do cabelo, que 
é a parte mais externa da haste capilar. Nos cabelos com porosidade normal, a cutícula é 
compacta e impede de maneira semipermeável a penetração de umidade dentro do 
cabelo, seja para entrar no cabelo ou para sair. Nos cabelos com porosidade baixa, a 
cutícula é muito compacta e impede esta penetração. Nesse caso, a haste capilar é de 
difícil tratamento com coloração, uma vez que dificulta a penetração. Esse tipo de 
cabelo pouco poroso necessita de tratamentos prévios à coloração para melhorar sua 
38 
 
porosidade, assim como os cabelos com alta porosidade, pois são cabelos com a cutícula 
muito aberta e, portanto, absorvem e perdem muita umidade, tornando-se facilmente 
desidratados e frágeis. 
Quanto ao diâmetro 
Essa classificação define os cabelos em grossos, médios ou finos, de acordo com 
a circunferência da haste capilar. Cabelos grossos possuem maior circunferência, sendo 
mais fortes. Na colorimetria, é este tipo de cabelo que resiste mais às colorações quando 
comparado aos demais. Cabelos médios possuem uma circunferência média em 
diâmetro e normalmente não apresentam problemas nos tratamentos capilares. Enquanto 
que os cabelos finos são os que possuem menor circunferência. Tem como característica 
a maior possibilidade de dano por tratamentos químicos, pois perdem densidade muito 
fácil. Nas colorações, são os que respondem mais rapidamente aos tratamentos, uma vez 
que são mais finos e mais fáceis de modelar. 
Quanto à elasticidade 
A elasticidade é a capacidade que a haste capilar possui de ser distendida e 
voltar ao seu comprimento normal sem lesões em sua estrutura. Nas condições normais 
de um cabelo saudável, ele é elástico. Os cabelos de baixa elasticidade, ao serem 
distendidos, quebram facilmente e é difícil realizar tratamentos químicos. O cabelo de 
alta elasticidade apresenta um efeito chamado chicletes, pois ao distender o fio ele 
retorna muito facilmente, o que é um sinal de alerta, pois pode estar relacionado ao 
excesso de porosidade do fio. A elasticidade em excesso pode ocorrer após alguns 
tratamentos químicos de descoloração. 
Quanto ao grau de oleosidade e hidratação 
O grau de oleosidade e hidratação do cabelo é decorrente da atividade das 
glândulas sebáceas e sudoríparas da pele do couro cabeludo. De acordo com a função 
desempenhada pelas glândulas, o cabelo pode ser classificado em: normal, seco, oleoso 
ou misto. Os cabelos normais possuem um equilíbrio na quantidade de substâncias 
produzidas, enquanto que os cabelos oleosos se caracterizam por uma hiperfunção 
dessas glândulas e cabelos secos por uma redução na função. Os cabelos mistos 
39 
 
associam caraterísticas de cabelos oleosos na raiz e secos nas pontas (FERREIRA, 
2018; O ASPECTO dos cabelos, 2018). 
Percebe-se que a haste capilar se apresenta com diferentes classificações e 
características, sendo que alguns tipos de cabelo são mais sensíveis enquanto outros são 
mais resistentes aos tratamentos de coloração. Conhecer os tipos de cabelo antes da 
realização de tratamentos de colorimetria é essencial para realizar um tratamentoindividualizado e que atenda às reais necessidades do cliente, respeitando as 
características naturais do mesmo. 
Danos da colorimetria e cuidados 
 A haste capilar é formada por três camadas distintas, com funções especificas. 
A camada mais externa é chamada de cutícula e é formada por células sobrepostas, 
dando a aparência de escamas à haste capilar. Possui como função regular a entrada e 
saída de água da haste, de modo a manter um equilíbrio hídrico. A camada intermediária 
é o córtex, que possui como função primordial abrigar os grânulos de melanina que são 
responsáveis pela coloração dos fios, assim como é responsável pelas funções 
mecânicas de cada fio de cabelo, como a elasticidade, permeabilidade, resistência e 
também fotoproteção. A camada mais interna, chamada de medula, possui alto teor de 
lipídios e há relatos de que as células dessa camada podem sofrer desidratação e seus 
espaços serem preenchidos por ar, de modo que afete o brilho e a cor do cabelo. Em 
uma haste capilar saudável, o córtex é inatingível, pois está totalmente isolado do meio 
externo pelas camadas de células da cutícula. São essas camadas, formadas por células 
especializadas, que garantem ao cabelo condições favoráveis ao desempenho de suas 
funções (SANTOS, 2017). 
 Inicialmente, os agentes lesivos, que podem ser químicos, físicos ou térmicos, 
causam agressões na camada externa da haste capilar, danificando a cutícula, alterando 
a efetividade das mesmas na função de proteção, tornando assim as camadas mais 
internas (córtex e medula) mais facilmente expostas aos danos. Os danos na cutícula 
geram como consequência o aumento da fragilidade capilar. 
Basicamente, tratamentos de origem química, mesmo que bem indicados e 
realizados com segurança, geram alterações na estrutura da haste capilar, em suas 
40 
 
características, e predispondo ao aparecimento de danos e disfunções. A aplicação de 
produtos químicos nos cabelos pode ser realizada com o objetivo de colorir os cabelos, 
mas para gerar os efeitos esperados os agentes químicos precisam chegar ao córtex e 
gerar reações químicas, para tanto fazem a abertura das cutículas e expõem córtex e 
medula. A abertura das cutículas gera maior fragilidade local, tornando a haste ainda 
mais suscetível a agentes externos, como umidade, poluição, calor etc. Essa exposição 
tende a tornar o cabelo cada vez mais poroso e frágil. 
Além dos tratamentos químicos de coloração, os cabelos estão expostos a 
agentes químicos diariamente, através do uso de cosméticos capilares, que quando não 
bem indicados, podem tornar-se vilões para os cabelos. A escolha e uso correto dos 
produtos cosméticos capilares tendem a reduzir danos e também prevenir os mesmos. A 
escolha de produtos específicos para tratamentos capilares é o primeiro passo, uma vez 
que as características do couro cabeludo e da haste capilar se diferenciam de outras 
regiões do corpo humano, principalmente referente ao pH. Portanto, é importante 
selecionar produtos cosméticos capilares com pH neutro, pois produtos muito ácidos 
contraem e endurecem o cabelo, enquanto produtos alcalinos dilatam e amaciam. Dessa 
maneira, os produtos escolhidos devem considerar o pH natural do cabelo, em torno de 
5, para evitar muitos danos (LOPES et al., 2018). 
Na escolha de xampus, que por possuem função tensoativa acabam causando 
ressecamento dos fios por alterarem as cutículas, é necessário escolher os que tenham 
um pH indicado para o cabelo, principalmente para cabelos coloridos, a fim de evitar a 
descoloração precoce. Xampus que possuem silicone em sua formulação podem 
amenizar os efeitos de ressecamento. Além disso, o ideal é utilizar cosméticos 
condicionadores após a aplicação do xampu, pois estes amenizam os danos, uma vez 
que são formulados à base de gorduras e de um detergente diferente dos usados nos 
xampus. Os condicionadores fecham as cutículas, aumentando a capacidade dos fios de 
refletirem a luz e, consequentemente, ficarem mais brilhantes. Além disso, o 
condicionador altera as propriedades mecânicas do cabelo, deixando os fios mais 
homogêneos em sua capacidade de resistir ao estiramento, tornando assim o cabelo 
menos frágil. 
Além dos danos químicos, cabelos quimicamente tratados com coloração estão 
predispostos a agentes lesivos, uma vez que estão mais fragilizados. Dentre os agentes 
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físicos causadores de danos, estão hábitos diários como lavar os cabelos, secar com a 
toalha, pentear, passar as mãos, exposição à água do mar ou água tratada, vento, 
poluição provocam um desgaste que vai se tornando perceptível à medida em que os 
fios crescem. Esse desgaste físico causa um levantamento das cutículas e aumenta a 
porosidade dos fios, tornando-os mais suscetíveis à desidratação e ao ressecamento, 
surgindo sinais como frizz e aparência nitidamente danificada do fio. O fato de 
friccionar os fios do cabelo exageradamente durante a lavagem ou na secagem com uso 
de toalhas é prejudicial, pois a fricção causa aproximadamente 90% das lesões nas 
cutículas (SANTOS, 2017). 
 O uso de cabelos presos por longos períodos de tempo também causa danos na 
haste capilar, uma vez que a predispõem a quebras e podem levar à queda de cabelo 
quando a tração é exagerada. Cabelos tratados com coloração apresentam como 
resultado uma redução na elasticidade e hidratação, fazendo com que a tração quebre 
mais facilmente os fios. Os traumas físicos citados anteriormente, inicialmente alteram a 
camada de proteção, mas a longo prazo levam à ruptura e ao desprendimento dessa 
camada da haste, causando disfunções capilares comuns como, por exemplo, as pontas 
duplas. 
Além disso, os cabelos tratados quimicamente com coloração devem evitar 
danos adicionais de origem térmica, como a exposição ao calor do secador, chapinha e 
radiação solar. O calor excessivo em contato com a cutícula rompe imediatamente a 
camada de proteção, reduzindo a hidratação do cabelo, deixando mais facilmente 
exposto o córtex e as camadas mais internas dos fios. 
Cuidados com a haste capilar pós-coloração 
Diante dos possíveis danos encontrados na haste capilar após tratamentos 
químicos com a coloração, alguns cuidados podem amenizar ou retardar o aparecimento 
de sinais de lesões, incluindo cuidados para evitar danos adicionais, como térmicos e 
físicos. A seguir são descritos alguns cuidados. Lembre-se que cabelos tratados com 
coloração possuem uma fragilidade aumentada e estão mais expostos a outros agentes 
lesivos, portanto é importante considerar os cuidados para garantir uma coloração mais 
efetiva, duradoura e saudável ao cabelo. 
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Quanto ao uso de produtos químicos para coloração, é importante que o cliente 
busque profissionais capacitados e que se faça utilização de produtos adequados e 
seguros, visando fornecer ao cliente tratamentos de qualidade e segurança, que possam 
causar o mínimo de danos à haste capilar. 
Na lavagem dos cabelos, dê preferência à água morna, nem fria, nem quente, 
pois previne lesões no couro cabeludo e também na haste capilar. Indica-se o uso de 
água com temperatura um pouco menor que 25°C e mantendo o chuveiro a uma 
distância adequada do couro cabeludo, pois a própria pressão da água pode causar 
danos. A água muito quente, além desses danos, causa descoloração precoce nos fios 
submetidos à coloração. 
Utilize para a higiene dos fios xampus que possuam indicações específicas para 
o cabelo colorido, aplicando na raiz do cabelo com movimentos de massagem. Após o 
uso, utilize produtos cosméticos que amenizam os efeitos do xampu sobre os cabelos, 
como o uso de desembaraçante, hidratante e redutor de volume, assim como cremes 
capilares sem enxágue, pois ajudam a proteger os fios. Além de proteger os cabelos das 
agressões externas, preservam as cutículas íntegras e formam um filme protetor que 
simula as cutículas perdidas durante o tratamento de coloração. 
Como os cabeloscoloridos possuem uma tendência à desidratação, há de se 
enfatizar o uso de hidratantes capilares, que aumentam o poder de retenção de água, 
evitando o ressecamento. Para tanto, ele deve ser aplicado sobre os cabelos limpos e 
levemente umedecidos, enfatizando a aplicação nas pontas, uma vez que esta região da 
haste é a que mais possui lesões nas cutículas. Além do xampu, condicionadores, 
cremes, existe no mercado uma variedade de produtos para proteger e tratar os fios, 
como leave in, mousses, máscaras, destinados a cabelos pós-coloração e que devem ser 
utilizados seguindo a orientação do profissional da área capilar. 
No processo de secagem dos cabelos, é importante evitar friccionar os fios. A 
secagem deve ser feita com toalha macia, mas sem exageros de fricção, apenas retirar o 
excesso de água com a toalha e após utilizar-se do secador. Sobre o uso do secador, 
recomenda-se manter a distância mínima de 30 centímetros da raiz dos cabelos, sempre 
em movimento e em temperatura morna e a chapinha a cerca de um centímetro e meio 
do couro cabeludo. Sobre o uso de modeladores e alisadores, é necessário fazer uso 
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moderado dessas técnicas. Para amenizar os efeitos do aquecimento provocados por 
secadores, chapinhas e modeladores, deve-se fazer uso de cosméticos com proteção 
térmica prévia à aplicação dessas técnicas. 
Não exagere no número de vezes em que realiza a escovação capilar e dê 
preferência ao uso de pentes e escovas de dentes largos. Quando necessário o uso de 
penteados presos, evite excesso de tração e também a permanência do penteado por 
períodos longos. 
É importante evitar a exposição exagerada ao sol, devido aos efeitos nocivos 
para a haste capilar. Na necessidade de expor-se ao sol, é necessário o uso de chapéus, 
bonés e produtos cosméticos protetores da haste capilar. 
Um último cuidado a ser citado na redução de danos à haste capilar, são os 
cuidados referentes à alimentação, que quando balanceada, rica em vitaminas, nutrientes 
e proteínas, é fundamental para garantir a integridade da fibra capilar, principalmente 
em cabelos tratados quimicamente e que estão mais predispostos à perda de substâncias. 
A ingestão adequada de aminoácidos e proteínas, como carnes, ovos e leite, estimulam o 
crescimento e o fortalecimento dos fios, enquanto a ingestão de zinco, através das 
nozes, frutos do mar, gérmen de trigo e levedo de cerveja, estimula o crescimento e 
reduz a oleosidade. A ingestão de óleos funcionais, como o ômega-3 e o ômega-6, 
ajudam na hidratação dos fios. 
Adotar uma rotina diária de cuidados com o cabelo, que inclui uso de cosméticos 
adequados a cabelos tratados com coloração, cuidados com lavagem, secagem e 
escovação, assim como evitar a exposição solar e alimentar-se adequadamente, são 
ações essenciais para amenizar os danos à haste capilar e garantir cabelos coloridos 
artificialmente saudáveis e bonitos (CALEFFI; HELDMANN; MOSER, 2009; HALAL, 
2011; PAGAN, 2016; PAULA, 2001). 
 
Produtos e técnicas de transformação de cor: colorantes e clareadores 
A tendência de modificação da cor dos cabelos nunca esteve em baixa no 
mercado, e os profissionais da beleza, cada vez mais, são procurados com o intuito de 
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promover a coloração e descoloração dos fios, de uma forma que ofereça ao consumidor 
menos riscos à saúde das fibras capilares e do couro cabeludo. O conhecimento técnico 
e teórico do processo de modificação de cor e as reações químicas que acontecem nos 
fios são de extrema importância para que haja a compreensão de como o procedimento 
pode ou não ser efetivo. 
Neste tópico, você estudará a importância da colorimetria e as suas reações no 
processo de modificação da cor, compreendendo como os pigmentos naturais dos 
cabelos influenciam nos resultados das colorações temporárias e permanentes. Você 
entenderá o processo de oxidação de produtos clareadores, como ocorre a permeação de 
novos pigmentos e os danos causados a essas fibras, tornando-se apto a identificar as 
possíveis alterações causadas à estrutura capilar. 
Colorimetria: processo de formação da cor das hastes capilares 
A importância dos cabelos para as pessoas vai além de um ponto de vista social, 
onde os indivíduos se encontram em determinado grupo social e cultural, não apenas 
estética e afirmação de autoestima. Diante das inúmeras revoluções que a indústria 
cosmética tem passado, sem sombra de dúvidas, a que sempre esteve em ascendência 
foi de consumo de produtos responsáveis pela coloração e descoloração dos fios. 
Mesmo com a instabilidade econômica dos últimos anos, observou-se que o Brasil é o 
terceiro maior consumidor do mercado da beleza do mundo e estima-se que metade das 
mulheres da população realiza procedimentos de coloração e descoloração dos fios — 
esse número tem crescido entre os homens também (ROZÁRIO, 2017). 
Diante de todas as características físicas que o corpo apresenta, o cabelo é uma 
das poucas estruturas que podem sofrer alteração parcial ou total em sua morfologia, 
muitas vezes, seguindo tendências de humor, moda, cultura e meio social. Uma das 
funções das hastes capilares é de proteção contra os raios solares, e isso se dá em 
virtude da melanina, responsável pela coloração natural dos fios. 
A melanina presente nos fios é atribuída a fatores genéticos de cada indivíduo e 
produzida por uma célula chamada melanócito, responsável pela pigmentação não só do 
cabelo, mas, também, da pele e dos olhos. O pigmento presente na base do folículo 
piloso é transferido para as células do córtex e da medula durante os estágios de 
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formação das hastes — isso só não ocorre quando temos a presença dos cabelos 
brancos, que são totalmente ausentes de pigmentos. Existem dois tipos de melanina, que 
formam a cor dos cabelos, chamados de eumelanina, que confere os tons castanhos e 
pretos, e feomelanina, que caracteriza os fios de tons avermelhados e loiros. 
A espessura das hastes capilares, o tamanho dos grânulos de pigmento e a 
proporção na combinação de eumelanina e feomelanina são fatores que determinam a 
cor natural, e esse processo acontece por uma cadeia de hidroxilação e oxidação de um 
dos 20 aminoácidos do nosso organismo, conhecido como tirosina — conforme 
demonstrado na Figura 1. As tonalidades escuras, como castanhos e pretos, 
normalmente encontradas nos fios negroides, são as mesmas dos cabelos castanhos de 
indivíduos caucasianos, sendo que a diferença está na maior quantidade de grânulos de 
pigmento (HALAL 2016). Quando cosméticos são utilizados para a alteração da cor, a 
quantidade dos fios deve ser levada em consideração, pois fará diferença no resultado 
final, facilitando ou dificultando o processo químico. 
 
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Princípios de formação da cor 
A ciência que realiza o estudo das cores chama-se colorimetria, a qual 
desenvolve métodos de quantificação da cor e suas medidas, de maneira que sejam 
levados em consideração fatores de transformação das cores cruas, seus reflexos e 
efeitos de luz. Cada indivíduo tem uma percepção particular dos tons e subtons da cor 
que vê, pois essa visão é causada por estímulos físicos que provocam sensações 
cromáticas em virtude da emissão e reflexão da luz — também chamados de ―cor-luz‖ e 
―cor-pigmento‖. 
Newton foi o primeiro estudioso a desenvolver percepções de cores, seguido de 
Johann Wolfgang Von Goethe (Figura 2), que propôs uma nova abordagem do 
entendimento do estudo, trazendo conceitos de psicologia e fisiologia na aplicação do 
cotidiano. Houve inúmeros estudiosos da teoria das cores, empíricas ou não, mas todos 
analisavam comportamentos e suas formações básicas, como, em 1916, com o círculo 
cromático de Oswald e o utilizado no sistema RYB. Em todos os casos, os estudos 
serviram para simplificar e explicar a origem das cores e as suas atribuições (HALAL, 
2016). 
 
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O sistema RYB, que é utilizado pelo setor cosmético para desenvolver as

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