Buscar

FILOSOFIA - Aula 1 - Introduçao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

ORIGEM 
• Surgiu na Grécia por volta do século VI ou VII a.C. O pen-
samento filosófico-científico surgiu com um filósofo cha-
mado Tales. Aristóteles afirmou, poucos séculos depois, 
que Tales foi o primeiro filósofo 
• No período da Antiguidade a grande virada que se pre-
sencia na Grécia, com os primeiros filósofos, é a cha-
mada passagem do mito ao logos. 
→ O logos é um termo em grego que significa discurso, ou 
seja, é uma explicação que apresenta razões. Por isso é 
possível afirmar que o discurso dos primeiros filósofos é 
um logos, pois eles buscavam explicar a realidade por 
meio de causas naturais (pensamento humano apli-
cado ao entendimento da natureza). 
→ Em oposição ao mito (modo como as explicações são 
dadas, tendo um discurso ficcional ou imaginário, sendo 
por vezes até mesmo sinônimo de “mentira”), portanto, 
o logos é um discurso racional e crítico. Os outros povos 
(e também os gregos) recorriam ao mito para explicar 
a realidade, porém, na Grécia, pela primeira vez isso se 
alterou de forma significativa e sistematizada. 
• O mito recorre ao sobrenatural e sempre envolve elemen-
tos relacionados ao sagrado, à magia, ao mistério. As ex-
plicações sempre recorrem aos deuses e sua vontade, o 
mundo humano é governado por forças superiores e ex-
teriores que devem ser respeitadas. Quando surge uma 
insatisfação quanto a essas explicações, surge a possibi-
lidade de se buscar respostas diferentes, baseadas em 
evidências e na lógica, iniciando, portanto, o que chama-
mos de ciência. 
→ O mito deixou de ser a única explicação existente e sur-
giu uma nova forma de procurar respostas para as 
mesmas perguntas, uma forma que procura se basear 
no que, diferentemente do que faz o mito, está ao al-
cance da compreensão humana. O que ocorre, por-
tanto, é uma substituição da cosmogonia (explicação 
da origem do universo baseada em mitos) pela cosmo-
logia (explicação racional e sistemática das caracterís-
ticas do universo). 
 
FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO COSMOLÓGICA 
• A transição do pensamento mítico ao filosófico se operou 
por meio do grupo de pensadores denominados de pré-
socráticos (vieram antes do filósofo Sócrates) 
→ O pensamento dos pré-socráticos é justamente o rom-
pimento com os traços mitológicos e sagrados que 
marcavam as concepções do período anterior 
→ Não se pode falar em uma ideia de justiça uniforme en-
tre os pré-socráticos, por exemplo. As ideias sobre jus-
tiça e injustiça estão arraigadas a seus sistemas filosó-
ficos, mas a discussão sobre justiça não constitui uma 
preocupação particular como a ético-moral ou político-
jurídica 
• Nesse período, existe um interesse forte em buscar des-
cobrir o que seria a substância primordial, ou arché, algo 
que possa ser encontrado em tudo e que seja a origem 
de todas as coisas. 
→ Tentativa por parte desses filósofos de apresentar uma 
explicação da realidade em um sentido mais profundo, 
estabelecendo um princípio básico que permeie toda a 
realidade, que de certa forma a unifique, e que ao 
mesmo tempo seja um elemento natural. Tal princípio 
daria precisamente o caráter geral a esse tipo de expli-
cação, permitindo considerá-la como inaugurando 
a ciência. 
• Pré-Socráticos: 
→ Tales de Mileto (623-546 a.C.) - foi considerado o pri-
meiro pensador grego. Sua dedicação principal era à 
astronomia e à geometria. Para ele, a água é a substân-
cia primordial, a origem de todas as coisas, pois perma-
nece a mesma em todas as transformações dos cor-
pos. Segundo suas concepções, a arché não pode ser 
algo material, deve ser algo que transcende o observá-
vel (realidade ao alcance dos sentidos) 
→ Pitágoras de Samos (570-490 a.C.) - fundou uma so-
ciedade filosófica e atribuiu uma estrutura matemática 
à arché. Para ele, a essência de todas as coisas está nos 
números. 
→ Heráclito de Éfeso (500 a.C.) - a realidade é dinâmica, 
está em permanente transformação. Pertence à 
filosofia 
chamada Escola Mobilista, que se define pela noção de 
que há um fluxo constante impulsionado por forças con-
trárias. Tem o fogo como princípio, chamas vivas e eter-
nas governam o movimento. É dele a famosa frase “não 
se pode entrar duas vezes no mesmo rio”, que traduz e 
sintetiza seu pensamento. 
→ Parmênides de Eléia (510-470 a.C.) - faz oposição a 
Heráclito, fixando as suas teorias no imobilismo e de-
fendendo que a mudança era fruto das aparências. 
Afirma que há dois caminhos: o caminho da filosofia 
e da razão ou o caminho da crendice e da opinião. 
Para o filósofo, havia uma espécie de organização 
racional no universo que era infinita, uma, indivisível, 
imutável e imóvel. A teoria parmenidiana estava cen-
trada no que ele chamou de “ser”. O ser das coisas 
era o princípio fundamental, baseado em uma espé-
cie de ideia infinita e universal. Dessa maneira, tudo o 
que existia possuía o “ser” dentro de si. O que existe, 
ou seja, que possui o ser, pode ser enunciado e pen-
sado. Foi o primeiro filósofo a pensar o ser ideal no 
plano lógico. 
FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO ÉTICA 
• Tem como sentido básico a preocupação com as cau-
sas e efeitos do agir humano. Toda a reflexão a respeito 
de como o comportamento humano em suas ações vo-
luntárias pode levar ou não à realização de determina-
dos fins, será objeto da Ética. 
• O grupo denominado de Sofistas dá início à fase com 
prerrogativas como: 
→ O homem é colocado no centro das atenções (o que 
é um grande mérito da sofística); 
→ Não formam uma única escola, apenas possuem afi-
nidades de ideias e modos de vida: ensinavam de 
modo itinerante a arte da retórica e da persuasão; 
→ Suas reflexões proporcionam uma relativização da 
justiça, por combaterem tudo que é absoluto, fixo, 
eterno, inabalável; 
→ Seus conceitos se afastam de todo tipo de ontologia, 
metafísica ou mistificação de valores sociais; 
→ Na prática judiciária a retórica e a oratória se mos-
tram muito úteis, por isso a atividade dos sofistas era 
muito procurada. 
• Para os sofistas, a lei (nomos) é o que liberta o homem 
da barbárie. Aquele período de pensamento e reflexão 
sobre as coisas da natureza e do universo ficou para trás 
e a afirmação agora é a de que o homem é a causa de 
si mesmo, não a natureza. As leis não são iguais em toda 
parte, o que mostra que são fruto da atividade humana e 
por isso valores e legislação variam dentre as diferentes 
culturas, promovendo uma relativização do conceito de 
justiça 
→ Os Sofistas de maior destaque foram Protágoras, Gór-
gias, Pródico, Hípias, Antífon, Trasímaco, Crítias, Antíste-
nes, Alcidamas, Licófron 
SÓCRATES 
• Sócrates teria vivido no séc. V a.C. teve a Ética como modo 
de vida e filosofia e é considerado um divisor de águas na 
filosofia antiga por centrar suas especulações na natureza 
humana e em suas implicações ético-sociais. Suas inte-
rações principais são com os sofistas, de quem é adver-
sário. Seus ensinamentos e discussões atacam exata-
mente o relativismo, típico do pensamento sofístico. 
→ Acreditava que o mal é praticado quando não se sabe 
diferenciar o bem do mal, por isso é necessário o co-
nhecimento e que a felicidade é o controle das paixões 
e a busca do saber. Defendia a busca do conhecimento, 
a liberdade de pensamento e de expressão. E, por isso, 
foi condenado à morte, obrigado a tomar veneno 
• O Direito é, para Sócrates, o instrumento humano de coe-
são social, para a realização do bem comum por meio do 
cultivo das virtudes (desenvolvimento das potencialida-
des humanas). Se opunha à concepção de que Direito é 
a expressão dos mais fortes, sendo melhor sofrer uma in-
justiça do que cometê-la. 
→ Postula a inderrogabilidade (pena inderrogável, uma vez 
constatada a prática da infração penal, ou seja, não 
pode deixar de ser aplicada) das leis da cidade pela 
vontade humana, em contraposição à efemeridade das 
leis (variáveis no tempo e no espaço) pregada pelos 
sofistas: moralidade e legalidade caminham juntas. 
• Sua Ética é teleológica, ou seja, visa à finalidade. A felici-
dade (controledas paixões e a busca do saber) deve ser 
o fim da ação. Para Sócrates só erra quem desconhece, 
ou seja, a ignorância é o maior dos males. Erradicar a ig-
norância através da educação (paideia) é a tarefa do fi-
lósofo. 
→ Postula que a Ética do coletivo está acima da ética do 
indivíduo. 
PLATÃO 
• Platão foi o discípulo mais famoso de Sócrates(428 a.C a 
328 a.C), desenvolveu uma ética sustentada pelas ideias 
de ordem e de harmonia como caminho para se alcançar 
o bem. 
→ Utiliza o mito com propósitos definidos, embora afirme 
que o mito não é verificável e não tem organização in-
terna. Para ele, o mito não é um mero emaranhado sem 
lógica nem vazio de razão e serve de intermediário ao 
discurso filosófico (ético e político). 
→ Um dos mais conhecidos mitos utilizados por Platão 
para transmitir suas ideias é o mito da caverna, que 
serve como metáfora para os graus do conhecimento e 
a possibilidade da Filosofia. 
• Dentro da ética platônica há alguns conceitos chave, 
como o conceito de alma, de conhecimento, de amor e 
de justiça. Estes conceitos se entrelaçam de forma mais 
ou menos circular, ou seja, é quase impossível explicar um 
sem precisar recorrer ao outro 
→ A alma é discutida no livro Fédro, onde é apresen-
tada a divisão entre alma e corpo. A alma tem uma 
história, é imortal e move a si mesma. É o mais pró-
ximo que o homem pode chegar da divindade, do 
absoluto, pois ela é a sede da racionalidade. Por 
isso, a alma deve ser educada. Educar a alma é 
permitir que a alma se lembre de tudo que viu 
quando estava ainda no mundo das ideias e pos-
sibilitar que o homem seja responsável por seu 
destino por meio da racionalidade. 
→ O conhecimento é a conjugação da formação pe-
dagógica com um caminhar espiritual. 
→ O amor é discutido na obra O Banquete e as res-
postas são dadas por Sócrates, baseado nos ensi-
namentos de Diotima, uma sacerdotisa que afirma 
que o amor é o desejo de qualquer coisa que não 
se tenha e à qual se aspire, ou seja, o amor é a Fi-
losofia. O amor é um intermediário entre o saber e 
o não-saber, entre o humano e o divino. O amor 
participa da imortalidade, é capaz de transmitir aos 
deuses o que vem dos homens e aos homens o que 
vem dos deuses. 
→ Na cidade justa a ordem e a harmonia são respei-
tadas e cultivadas, de forma que a justiça é o dever 
que se impõe a cada um de não exercer mais que 
um emprego na sociedade, aquele para o qual a 
natureza lhe deu mais aptidões. No cidadão, a jus-
tiça é a temperança dos desejos, a coragem das 
paixões e a sabedoria da razão; na polis (organi-
zação social), é a temperança dos produtores e 
comerciantes, a coragem dos soldados e a sabe-
doria dos governantes 
FILOSOFIA HELENÍSTICA 
• Ainda dentro da questão ética no período da Antiguidade, 
tiveram as chamadas Filosofias helenísticas, com ênfase 
no Cinismo, no Epicurismo e no Estoicismo. 
• No período helenístico o cidadão não tem mais participa-
ção ou influência na vida política da cidade e isso acar-
retou um abandono da reflexão política (vida pública) 
pela filosofia, cujas reflexões deslocam-se para a vida pri-
vada. As preocupações, antes coletivas tornam-se preo-
cupações individuais a respeito de temas como a intimi-
dade, a vida interior do homem, busca de filosofias de 
vida, a arte de viver, a busca de paz de espírito e felicidade 
interior 
• O cinismo é uma filosofia derivada da palavra 
grega kynos, que significa “cão”. Seu maior ícone, Dióge-
nes, era conhecido como o cão e por questionar, inclusive 
publicamente, valores e tradições sociais. Foram filósofos 
que se propuseram a viver como cães da cidade, sem 
propriedades nem conforto. Levaram a filosofia de Sócra-
tes ao extremo (procurar conhecer a si mesmo e se des-
prender de bens materiais) 
• O epicurismo foi uma Escola que deve seu nome ao pen-
sador grego Epicuro de Samos (341-270 a.C.) e que elege 
no prazer a finalidade do agir humano. Constitui-se num 
momento histórico de decadência da Grécia e apresenta, 
portanto, uma filosofia de desapontamento com a política 
do seu tempo. Sua doutrina busca explicar o mundo a 
partir dos elementos que o integram, tratando de temas 
como a matéria, o átomo e as sensações. A vida é apenas 
uma interação de átomos no cosmos, o que quer dizer 
que a morte é somente sua desagregação e nada signi-
fica (por estar privado de sensibilidade o que se dissol-
veu). O cosmos se autogoverna. procuram dar explicação 
para tudo por meio da física, inclusive a explicação para 
a ética. O conhecimento humano se dá por meio das sen-
sações, que é como o homem experimenta o mundo, por-
tanto, todas as outras formas de conhecimento possíveis 
submetem-se aos sentidos: a ética está onde estão os 
sentidos 
• A Ética estoica é uma ética da ataraxia (estado de har-
monia corporal, moral e espiritual). O homem ético res-
peita o universo, as suas leis e a si próprio – conhece a si 
mesmo e a suas limitações – e alcança a ataraxia por 
saber distinguir o bem do mal. A ataraxia é o momento 
máximo de um processo mais longo de autodepuração 
da alma, descoberta de sua interioridade, estado imper-
turbável diante de ocorrências externas. A finalidade da 
conduta humana é a ação e a ética estoica determina o 
cumprimento de andamentos éticos pelo dever. O conte-
údo deste dever é simples de encontrar, pois as normas 
do agir emanam da natureza, a que o homem não pode 
pretender se sobrepor. O homem discerne entre o que é 
favorável ou desfavorável em seu agir por ser capaz de 
intuir as normas naturais 
FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO METAFÍSICA 
• O conceito de metafísica como aparece na obra de 
Aristóteles, é num sentido mais estrito, como a ciência 
do ente (aquilo que é) enquanto ente e de seus princí-
pios fundamentais. Discute-se, então, a essência do ser 
e o ato de existir do ser. 
• Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as prin-
cipais questões do pensamento filosófico, como a exis-
tência do ser, a causa e o sentido da realidade, e os as-
pectos ligados a natureza. Serve de base para o conhe-
cimento de todas as ciências, pois busca compreender 
a origem de tudo, inclusive as concepções sobre Deus e 
a alma 
• Platão também trata de temas próprios da metafisica, 
como alma, o existir, a natureza das coisas 
→ A metafísica platônica consiste em sua teoria das 
ideias ou das formas, desenvolvida com a finalidade 
de estabelecer a natureza dos conceitos e das defi-
nições a serem alcançadas. 
→ Platão não acreditava que o conhecimento que nos 
chega através dos sentidos pudesse fornecer um 
caminho seguro para atingir a causa primeira de to-
das as coisas. Dessa forma, a essência de algo não 
estaria vinculada a um elemento físico, como afirma-
vam os pré-socráticos. 
• Para Sócrates, a Filosofia tem o papel de levar o indivíduo 
a se compreender melhor e a sua própria realidade por 
meio de processos de transformações intelectuais e de 
valores, enquanto para Platão a filosofia é essencial-
mente uma teoria, em que se é possível conhecer a ver-
dade última da natureza das coisas por meio de pro-
cessos de abstração e de superação da experiência 
concreta. 
ARISTÓTELES 
• Aristóteles rejeita a teoria das ideias de Platão e postula 
que a realidade sensorial deve buscar as estruturas es-
senciais de cada ser. O conhecimento deve se dar por 
indução, ou seja, do particular para o geral. Procura con-
clusões científicas universais a partir de dados sensíveis 
• As distinções entre ato e potência e entre substância e 
acidente são determinantes em toda a sua filosofia: 
→ Ato é a manifestação atual do ser, aquilo que já 
existe; 
→ Potência são as possibilidades do ser (capacidade 
de ser), aquilo que ainda não é mas pode vir a ser; 
→ Substância aquilo que é estrutural e essencial do 
ser; 
→ Acidente aquilo que é atributo circunstancial e não 
essencial do ser. 
• A passagem de potência em ato depende do agente gui-
ado por uma finalidade, as causas 
→ A causa material: que é a matéria de que alguma 
coisa é feita;→ A causa formal: que é a forma que toma essa matéria; 
→ A causa eficiente: que é o agente que produziu a coisa; 
→ A causa final: que é o objetivo ou razão de ser dessa 
coisa. 
• Para encontrar a essência humana, Aristóteles buscou 
captar a função específica do Humano e concluiu ser uma 
atividade da alma que se traduz no exercício da razão. 
Dessa forma, a racionalidade pode ser apontada como a 
essência humana, ou seja, a felicidade para o ser humano 
se realiza no ato de pensar 
• Na obra Da Alma Aristóteles escreve um tratado de biolo-
gia geral e define a alma como a forma do corpo vivo, 
numa relação em que o corpo deve possuir determinadas 
qualidades físico-químicas que o tornem apto a servir de 
matéria a sua alma correspondente. Sua descrição da 
alma humana identifica quatro capacidades integrantes 
de um todo, cada qual com suas tendências específicas 
e diferentes objetivos: vegetativa, apetitiva, deliberativa e 
contemplativa. 
→ O nível vegetativo da alma: equivale ao funcionamento 
biológico do corpo, compreendendo os processos in-
conscientes e involuntários do organismo concebido 
como uma máquina, para garantir a existência mecâ-
nica da pessoa. É um aspecto da alma que o ser hu-
mano compartilha com as plantas, com a diferença de 
não se dissociar dos demais aspectos da existência hu-
mana. 
→ O nível apetitivo: compreende as emoções e sentimen-
tos, as manifestações dos desejos de uma pessoa, atu-
ando como fonte de motivação e energia para viver. 
Embora seja uma parte da alma que o ser humano tem 
em comum com os animais irracionais, no ser humano 
esse aspecto desejoso é fundamentalmente teleológico 
na visão de Aristóteles 
→ O nível deliberativo (ou calculativo): constitui, junta-
mente com o nível contemplativo, a parte racional da 
alma, que nos distingue dos demais entes. A descrição 
do problema ético de que a parte racional da alma de-
verá controlar as inclinações desejosas e que, com isso, 
se viverá bem, é um traço comum à psicologia moral de 
Platão, Aristóteles, Kant, dentre outros. A deliberação ra-
cional é apenas um aspecto de um todo – o ser inteiro: 
“deliberação ou pensamento racional é apenas uma 
das funções que os seres humanos inteiros desempe-
nham e através da qual podem realizar-se a si mesmos 
em seu ser” 
→ A contemplativa: Se, por um lado, o nível deliberativo se 
ocupa dos meios para alcançar objetivos e àquilo que 
pode ser modificado no mundo por meio da ação hu-
mana, por outro lado, a razão contemplativa concerne 
àquilo que não podemos mudar, ou seja, às coisas eter-
nas e imutáveis. O nível contemplativo é totalmente se-
parado da nossa vida ativa. Pensar sobre temas como 
a origem e a natureza do universo, a existência ou ine-
xistência e a vontade dos deuses, a fonte e o sentido da 
moralidade etc. são parte do que confere sentido à vida 
humana, ainda que não se obtenha respostas ou que as 
respostas não sejam definitivas. A satisfação desse as-
pecto da alma está em contemplar bem 
• Há três gêneros de fenômenos que surgem da alma: 
→ As afecções, que são desejo, ira, medo, audácia, inveja, 
alegria, amizade, ódio, saudade, ciúme, compaixão e em 
geral tudo aquilo que é acompanhado por prazer e ou 
sofrimento; 
→ As capacidades, que são condições de possibilidade 
para sermos afetáveis por afecções; 
→ As disposições, que são os gêneros de fenômenos de 
acordo com os quais nos comportamos bem ou mal re-
lativamente às afecções. As que chamamos de exce-
lências são disposições de caráter, ou virtudes morais 
• A ética aristotélica não é relativista, pois é determinada 
por uma regra. Essa regra, no entanto, não é uma lei: o 
critério de justeza da ação ética virtuosa é o ser humano 
prudente, é o fazer aquilo que o sábio faria. Uma vez al-
cançada a virtude, não há a possibilidade de retorno ao 
vício, de modo que o sábio nunca age mal, pois está ha-
bituado à virtude 
→ A razão conduz à virtude, que é a justa medida, um 
meio-termo, o ponto de equilíbrio entre dois excessos.