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ORIGEM • Surgiu na Grécia por volta do século VI ou VII a.C. O pen- samento filosófico-científico surgiu com um filósofo cha- mado Tales. Aristóteles afirmou, poucos séculos depois, que Tales foi o primeiro filósofo • No período da Antiguidade a grande virada que se pre- sencia na Grécia, com os primeiros filósofos, é a cha- mada passagem do mito ao logos. → O logos é um termo em grego que significa discurso, ou seja, é uma explicação que apresenta razões. Por isso é possível afirmar que o discurso dos primeiros filósofos é um logos, pois eles buscavam explicar a realidade por meio de causas naturais (pensamento humano apli- cado ao entendimento da natureza). → Em oposição ao mito (modo como as explicações são dadas, tendo um discurso ficcional ou imaginário, sendo por vezes até mesmo sinônimo de “mentira”), portanto, o logos é um discurso racional e crítico. Os outros povos (e também os gregos) recorriam ao mito para explicar a realidade, porém, na Grécia, pela primeira vez isso se alterou de forma significativa e sistematizada. • O mito recorre ao sobrenatural e sempre envolve elemen- tos relacionados ao sagrado, à magia, ao mistério. As ex- plicações sempre recorrem aos deuses e sua vontade, o mundo humano é governado por forças superiores e ex- teriores que devem ser respeitadas. Quando surge uma insatisfação quanto a essas explicações, surge a possibi- lidade de se buscar respostas diferentes, baseadas em evidências e na lógica, iniciando, portanto, o que chama- mos de ciência. → O mito deixou de ser a única explicação existente e sur- giu uma nova forma de procurar respostas para as mesmas perguntas, uma forma que procura se basear no que, diferentemente do que faz o mito, está ao al- cance da compreensão humana. O que ocorre, por- tanto, é uma substituição da cosmogonia (explicação da origem do universo baseada em mitos) pela cosmo- logia (explicação racional e sistemática das caracterís- ticas do universo). FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO COSMOLÓGICA • A transição do pensamento mítico ao filosófico se operou por meio do grupo de pensadores denominados de pré- socráticos (vieram antes do filósofo Sócrates) → O pensamento dos pré-socráticos é justamente o rom- pimento com os traços mitológicos e sagrados que marcavam as concepções do período anterior → Não se pode falar em uma ideia de justiça uniforme en- tre os pré-socráticos, por exemplo. As ideias sobre jus- tiça e injustiça estão arraigadas a seus sistemas filosó- ficos, mas a discussão sobre justiça não constitui uma preocupação particular como a ético-moral ou político- jurídica • Nesse período, existe um interesse forte em buscar des- cobrir o que seria a substância primordial, ou arché, algo que possa ser encontrado em tudo e que seja a origem de todas as coisas. → Tentativa por parte desses filósofos de apresentar uma explicação da realidade em um sentido mais profundo, estabelecendo um princípio básico que permeie toda a realidade, que de certa forma a unifique, e que ao mesmo tempo seja um elemento natural. Tal princípio daria precisamente o caráter geral a esse tipo de expli- cação, permitindo considerá-la como inaugurando a ciência. • Pré-Socráticos: → Tales de Mileto (623-546 a.C.) - foi considerado o pri- meiro pensador grego. Sua dedicação principal era à astronomia e à geometria. Para ele, a água é a substân- cia primordial, a origem de todas as coisas, pois perma- nece a mesma em todas as transformações dos cor- pos. Segundo suas concepções, a arché não pode ser algo material, deve ser algo que transcende o observá- vel (realidade ao alcance dos sentidos) → Pitágoras de Samos (570-490 a.C.) - fundou uma so- ciedade filosófica e atribuiu uma estrutura matemática à arché. Para ele, a essência de todas as coisas está nos números. → Heráclito de Éfeso (500 a.C.) - a realidade é dinâmica, está em permanente transformação. Pertence à filosofia chamada Escola Mobilista, que se define pela noção de que há um fluxo constante impulsionado por forças con- trárias. Tem o fogo como princípio, chamas vivas e eter- nas governam o movimento. É dele a famosa frase “não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”, que traduz e sintetiza seu pensamento. → Parmênides de Eléia (510-470 a.C.) - faz oposição a Heráclito, fixando as suas teorias no imobilismo e de- fendendo que a mudança era fruto das aparências. Afirma que há dois caminhos: o caminho da filosofia e da razão ou o caminho da crendice e da opinião. Para o filósofo, havia uma espécie de organização racional no universo que era infinita, uma, indivisível, imutável e imóvel. A teoria parmenidiana estava cen- trada no que ele chamou de “ser”. O ser das coisas era o princípio fundamental, baseado em uma espé- cie de ideia infinita e universal. Dessa maneira, tudo o que existia possuía o “ser” dentro de si. O que existe, ou seja, que possui o ser, pode ser enunciado e pen- sado. Foi o primeiro filósofo a pensar o ser ideal no plano lógico. FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO ÉTICA • Tem como sentido básico a preocupação com as cau- sas e efeitos do agir humano. Toda a reflexão a respeito de como o comportamento humano em suas ações vo- luntárias pode levar ou não à realização de determina- dos fins, será objeto da Ética. • O grupo denominado de Sofistas dá início à fase com prerrogativas como: → O homem é colocado no centro das atenções (o que é um grande mérito da sofística); → Não formam uma única escola, apenas possuem afi- nidades de ideias e modos de vida: ensinavam de modo itinerante a arte da retórica e da persuasão; → Suas reflexões proporcionam uma relativização da justiça, por combaterem tudo que é absoluto, fixo, eterno, inabalável; → Seus conceitos se afastam de todo tipo de ontologia, metafísica ou mistificação de valores sociais; → Na prática judiciária a retórica e a oratória se mos- tram muito úteis, por isso a atividade dos sofistas era muito procurada. • Para os sofistas, a lei (nomos) é o que liberta o homem da barbárie. Aquele período de pensamento e reflexão sobre as coisas da natureza e do universo ficou para trás e a afirmação agora é a de que o homem é a causa de si mesmo, não a natureza. As leis não são iguais em toda parte, o que mostra que são fruto da atividade humana e por isso valores e legislação variam dentre as diferentes culturas, promovendo uma relativização do conceito de justiça → Os Sofistas de maior destaque foram Protágoras, Gór- gias, Pródico, Hípias, Antífon, Trasímaco, Crítias, Antíste- nes, Alcidamas, Licófron SÓCRATES • Sócrates teria vivido no séc. V a.C. teve a Ética como modo de vida e filosofia e é considerado um divisor de águas na filosofia antiga por centrar suas especulações na natureza humana e em suas implicações ético-sociais. Suas inte- rações principais são com os sofistas, de quem é adver- sário. Seus ensinamentos e discussões atacam exata- mente o relativismo, típico do pensamento sofístico. → Acreditava que o mal é praticado quando não se sabe diferenciar o bem do mal, por isso é necessário o co- nhecimento e que a felicidade é o controle das paixões e a busca do saber. Defendia a busca do conhecimento, a liberdade de pensamento e de expressão. E, por isso, foi condenado à morte, obrigado a tomar veneno • O Direito é, para Sócrates, o instrumento humano de coe- são social, para a realização do bem comum por meio do cultivo das virtudes (desenvolvimento das potencialida- des humanas). Se opunha à concepção de que Direito é a expressão dos mais fortes, sendo melhor sofrer uma in- justiça do que cometê-la. → Postula a inderrogabilidade (pena inderrogável, uma vez constatada a prática da infração penal, ou seja, não pode deixar de ser aplicada) das leis da cidade pela vontade humana, em contraposição à efemeridade das leis (variáveis no tempo e no espaço) pregada pelos sofistas: moralidade e legalidade caminham juntas. • Sua Ética é teleológica, ou seja, visa à finalidade. A felici- dade (controledas paixões e a busca do saber) deve ser o fim da ação. Para Sócrates só erra quem desconhece, ou seja, a ignorância é o maior dos males. Erradicar a ig- norância através da educação (paideia) é a tarefa do fi- lósofo. → Postula que a Ética do coletivo está acima da ética do indivíduo. PLATÃO • Platão foi o discípulo mais famoso de Sócrates(428 a.C a 328 a.C), desenvolveu uma ética sustentada pelas ideias de ordem e de harmonia como caminho para se alcançar o bem. → Utiliza o mito com propósitos definidos, embora afirme que o mito não é verificável e não tem organização in- terna. Para ele, o mito não é um mero emaranhado sem lógica nem vazio de razão e serve de intermediário ao discurso filosófico (ético e político). → Um dos mais conhecidos mitos utilizados por Platão para transmitir suas ideias é o mito da caverna, que serve como metáfora para os graus do conhecimento e a possibilidade da Filosofia. • Dentro da ética platônica há alguns conceitos chave, como o conceito de alma, de conhecimento, de amor e de justiça. Estes conceitos se entrelaçam de forma mais ou menos circular, ou seja, é quase impossível explicar um sem precisar recorrer ao outro → A alma é discutida no livro Fédro, onde é apresen- tada a divisão entre alma e corpo. A alma tem uma história, é imortal e move a si mesma. É o mais pró- ximo que o homem pode chegar da divindade, do absoluto, pois ela é a sede da racionalidade. Por isso, a alma deve ser educada. Educar a alma é permitir que a alma se lembre de tudo que viu quando estava ainda no mundo das ideias e pos- sibilitar que o homem seja responsável por seu destino por meio da racionalidade. → O conhecimento é a conjugação da formação pe- dagógica com um caminhar espiritual. → O amor é discutido na obra O Banquete e as res- postas são dadas por Sócrates, baseado nos ensi- namentos de Diotima, uma sacerdotisa que afirma que o amor é o desejo de qualquer coisa que não se tenha e à qual se aspire, ou seja, o amor é a Fi- losofia. O amor é um intermediário entre o saber e o não-saber, entre o humano e o divino. O amor participa da imortalidade, é capaz de transmitir aos deuses o que vem dos homens e aos homens o que vem dos deuses. → Na cidade justa a ordem e a harmonia são respei- tadas e cultivadas, de forma que a justiça é o dever que se impõe a cada um de não exercer mais que um emprego na sociedade, aquele para o qual a natureza lhe deu mais aptidões. No cidadão, a jus- tiça é a temperança dos desejos, a coragem das paixões e a sabedoria da razão; na polis (organi- zação social), é a temperança dos produtores e comerciantes, a coragem dos soldados e a sabe- doria dos governantes FILOSOFIA HELENÍSTICA • Ainda dentro da questão ética no período da Antiguidade, tiveram as chamadas Filosofias helenísticas, com ênfase no Cinismo, no Epicurismo e no Estoicismo. • No período helenístico o cidadão não tem mais participa- ção ou influência na vida política da cidade e isso acar- retou um abandono da reflexão política (vida pública) pela filosofia, cujas reflexões deslocam-se para a vida pri- vada. As preocupações, antes coletivas tornam-se preo- cupações individuais a respeito de temas como a intimi- dade, a vida interior do homem, busca de filosofias de vida, a arte de viver, a busca de paz de espírito e felicidade interior • O cinismo é uma filosofia derivada da palavra grega kynos, que significa “cão”. Seu maior ícone, Dióge- nes, era conhecido como o cão e por questionar, inclusive publicamente, valores e tradições sociais. Foram filósofos que se propuseram a viver como cães da cidade, sem propriedades nem conforto. Levaram a filosofia de Sócra- tes ao extremo (procurar conhecer a si mesmo e se des- prender de bens materiais) • O epicurismo foi uma Escola que deve seu nome ao pen- sador grego Epicuro de Samos (341-270 a.C.) e que elege no prazer a finalidade do agir humano. Constitui-se num momento histórico de decadência da Grécia e apresenta, portanto, uma filosofia de desapontamento com a política do seu tempo. Sua doutrina busca explicar o mundo a partir dos elementos que o integram, tratando de temas como a matéria, o átomo e as sensações. A vida é apenas uma interação de átomos no cosmos, o que quer dizer que a morte é somente sua desagregação e nada signi- fica (por estar privado de sensibilidade o que se dissol- veu). O cosmos se autogoverna. procuram dar explicação para tudo por meio da física, inclusive a explicação para a ética. O conhecimento humano se dá por meio das sen- sações, que é como o homem experimenta o mundo, por- tanto, todas as outras formas de conhecimento possíveis submetem-se aos sentidos: a ética está onde estão os sentidos • A Ética estoica é uma ética da ataraxia (estado de har- monia corporal, moral e espiritual). O homem ético res- peita o universo, as suas leis e a si próprio – conhece a si mesmo e a suas limitações – e alcança a ataraxia por saber distinguir o bem do mal. A ataraxia é o momento máximo de um processo mais longo de autodepuração da alma, descoberta de sua interioridade, estado imper- turbável diante de ocorrências externas. A finalidade da conduta humana é a ação e a ética estoica determina o cumprimento de andamentos éticos pelo dever. O conte- údo deste dever é simples de encontrar, pois as normas do agir emanam da natureza, a que o homem não pode pretender se sobrepor. O homem discerne entre o que é favorável ou desfavorável em seu agir por ser capaz de intuir as normas naturais FILOSOFIA ANTIGA – QUESTÃO METAFÍSICA • O conceito de metafísica como aparece na obra de Aristóteles, é num sentido mais estrito, como a ciência do ente (aquilo que é) enquanto ente e de seus princí- pios fundamentais. Discute-se, então, a essência do ser e o ato de existir do ser. • Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as prin- cipais questões do pensamento filosófico, como a exis- tência do ser, a causa e o sentido da realidade, e os as- pectos ligados a natureza. Serve de base para o conhe- cimento de todas as ciências, pois busca compreender a origem de tudo, inclusive as concepções sobre Deus e a alma • Platão também trata de temas próprios da metafisica, como alma, o existir, a natureza das coisas → A metafísica platônica consiste em sua teoria das ideias ou das formas, desenvolvida com a finalidade de estabelecer a natureza dos conceitos e das defi- nições a serem alcançadas. → Platão não acreditava que o conhecimento que nos chega através dos sentidos pudesse fornecer um caminho seguro para atingir a causa primeira de to- das as coisas. Dessa forma, a essência de algo não estaria vinculada a um elemento físico, como afirma- vam os pré-socráticos. • Para Sócrates, a Filosofia tem o papel de levar o indivíduo a se compreender melhor e a sua própria realidade por meio de processos de transformações intelectuais e de valores, enquanto para Platão a filosofia é essencial- mente uma teoria, em que se é possível conhecer a ver- dade última da natureza das coisas por meio de pro- cessos de abstração e de superação da experiência concreta. ARISTÓTELES • Aristóteles rejeita a teoria das ideias de Platão e postula que a realidade sensorial deve buscar as estruturas es- senciais de cada ser. O conhecimento deve se dar por indução, ou seja, do particular para o geral. Procura con- clusões científicas universais a partir de dados sensíveis • As distinções entre ato e potência e entre substância e acidente são determinantes em toda a sua filosofia: → Ato é a manifestação atual do ser, aquilo que já existe; → Potência são as possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda não é mas pode vir a ser; → Substância aquilo que é estrutural e essencial do ser; → Acidente aquilo que é atributo circunstancial e não essencial do ser. • A passagem de potência em ato depende do agente gui- ado por uma finalidade, as causas → A causa material: que é a matéria de que alguma coisa é feita;→ A causa formal: que é a forma que toma essa matéria; → A causa eficiente: que é o agente que produziu a coisa; → A causa final: que é o objetivo ou razão de ser dessa coisa. • Para encontrar a essência humana, Aristóteles buscou captar a função específica do Humano e concluiu ser uma atividade da alma que se traduz no exercício da razão. Dessa forma, a racionalidade pode ser apontada como a essência humana, ou seja, a felicidade para o ser humano se realiza no ato de pensar • Na obra Da Alma Aristóteles escreve um tratado de biolo- gia geral e define a alma como a forma do corpo vivo, numa relação em que o corpo deve possuir determinadas qualidades físico-químicas que o tornem apto a servir de matéria a sua alma correspondente. Sua descrição da alma humana identifica quatro capacidades integrantes de um todo, cada qual com suas tendências específicas e diferentes objetivos: vegetativa, apetitiva, deliberativa e contemplativa. → O nível vegetativo da alma: equivale ao funcionamento biológico do corpo, compreendendo os processos in- conscientes e involuntários do organismo concebido como uma máquina, para garantir a existência mecâ- nica da pessoa. É um aspecto da alma que o ser hu- mano compartilha com as plantas, com a diferença de não se dissociar dos demais aspectos da existência hu- mana. → O nível apetitivo: compreende as emoções e sentimen- tos, as manifestações dos desejos de uma pessoa, atu- ando como fonte de motivação e energia para viver. Embora seja uma parte da alma que o ser humano tem em comum com os animais irracionais, no ser humano esse aspecto desejoso é fundamentalmente teleológico na visão de Aristóteles → O nível deliberativo (ou calculativo): constitui, junta- mente com o nível contemplativo, a parte racional da alma, que nos distingue dos demais entes. A descrição do problema ético de que a parte racional da alma de- verá controlar as inclinações desejosas e que, com isso, se viverá bem, é um traço comum à psicologia moral de Platão, Aristóteles, Kant, dentre outros. A deliberação ra- cional é apenas um aspecto de um todo – o ser inteiro: “deliberação ou pensamento racional é apenas uma das funções que os seres humanos inteiros desempe- nham e através da qual podem realizar-se a si mesmos em seu ser” → A contemplativa: Se, por um lado, o nível deliberativo se ocupa dos meios para alcançar objetivos e àquilo que pode ser modificado no mundo por meio da ação hu- mana, por outro lado, a razão contemplativa concerne àquilo que não podemos mudar, ou seja, às coisas eter- nas e imutáveis. O nível contemplativo é totalmente se- parado da nossa vida ativa. Pensar sobre temas como a origem e a natureza do universo, a existência ou ine- xistência e a vontade dos deuses, a fonte e o sentido da moralidade etc. são parte do que confere sentido à vida humana, ainda que não se obtenha respostas ou que as respostas não sejam definitivas. A satisfação desse as- pecto da alma está em contemplar bem • Há três gêneros de fenômenos que surgem da alma: → As afecções, que são desejo, ira, medo, audácia, inveja, alegria, amizade, ódio, saudade, ciúme, compaixão e em geral tudo aquilo que é acompanhado por prazer e ou sofrimento; → As capacidades, que são condições de possibilidade para sermos afetáveis por afecções; → As disposições, que são os gêneros de fenômenos de acordo com os quais nos comportamos bem ou mal re- lativamente às afecções. As que chamamos de exce- lências são disposições de caráter, ou virtudes morais • A ética aristotélica não é relativista, pois é determinada por uma regra. Essa regra, no entanto, não é uma lei: o critério de justeza da ação ética virtuosa é o ser humano prudente, é o fazer aquilo que o sábio faria. Uma vez al- cançada a virtude, não há a possibilidade de retorno ao vício, de modo que o sábio nunca age mal, pois está ha- bituado à virtude → A razão conduz à virtude, que é a justa medida, um meio-termo, o ponto de equilíbrio entre dois excessos.