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FILOSOFIA MEDIEVAL • Foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Media. • É a relação entre a experiência humana e a existência do sagrado, por meio da busca de provas racionais e lógicas de que o sagrado existe e rege a vida humana. • O poder político exercido pela religião nesse período his- tórico faz com que seja impossível separar a influência da religiosidade na vida cotidiana de todas as pessoas. → Outra dificuldade é separar filosofia e teologia no pen- samento medieval, pois a fé e a divindade são o tema principal tratado pela filosofia, que se torna teológica por consequência. • Idade das Trevas: a Idade Média se fez com luzes e som- bras, que fundamentam que, acerca dela, se tenham pro- duzido lendas douradas e lendas negras. → O classicismo em ruínas foi responsável pela subsistên- cia de um fundo de civilização (positivo) que, embora medievalizado (negativo), serviu como mediação entre a antiguidade clássica e a modernidade. Os bárbaros foram responsáveis pela regressão cultural (negativo), mas, ao mesmo tempo, acolheram, a seu modo, valores clássicos e valores cristãos (positivo). O cristianismo re- volucionou positivamente a visão e a prática da vida tí- picas do paganismo (positivo), ainda que se tenha dei- xado levar por excessos de vária ordem (negativo) APOLOGÉTICA • Apologética: é a defesa da fé baseada em argumentos. Ela visa responder perguntas que podem afastar uma pessoa de Deus e rebater críticas que tentam desmerecer a veracidade da religião • Uma das grandes questões que surgem neste momento é sobre como conciliar fé e razão. No plano político, é so- bre como conciliar a doutrina cristã e a cidadania romana no lado oriental do Império. pensadores cristãos Aqueles que buscam con- ciliar o cristianismo com a filosofia grega(pagã do ponto de vista cristão) Aqueles que repudiam por completo a filosofia pagã e fazem apologia ao cristianismo • A Igreja constituía uma espécie de Estado dentro do Es- tado, uma vez que os cristãos se recusavam a cumprir determinadas obrigações de cidadãos por contrariarem a doutrina cristã. Quanto maior a seita cristã se tornava, maior a ameaça que representava. → Um anticristão chamado Celso afirmou, que eram como bárbaros no interior do império. Ou seja, comparou a ameaça cristã à ameaça que os povos bárbaros repre- sentavam no entorno das fronteiras romanas → Enquanto Celso acusava os cristãos de criarem um Es- tado à parte e recriminava esta conduta, um apologista de nome Tertuliano, um dos mais famosos por seu rigor, reivindica exatamente o status de secessão. Afirma que a República dos cristãos é o mundo e que o Imperador não tem nenhum valor em si, é apenas um instrumento de Deus. → Orígenes foi um apologista de grande relevância e de características mais moderadas que Tertuliano, pois aceita a importância da filosofia grega, acreditando que os pagãos entreviram a verdade. Por se alinhar com as teorias dualistas, defende que as escrituras sagradas possuem dois sentidos, um mundano e um espiritual. • Filosofia cristã: com o desfacelamento do Império Ro- mano. A ascensão da Igreja assume papel religioso, eco- nômico, social. A difusão do cristianismo ocorre na base da lógica de que a fé é a fonte da verdade e que o im- portante é a salvação da alma, para a vida eterna. Trata, então, de questões eminentemente teológicas como a trindade, a dualidade liberdade versus salvação, a relação entre fé e razão. PATRISTICA • Foi uma vertente filosófica que teve inicio no período de transição entre Idade Media e a Antiguidade, é conside- rada a primeira fase da filosofia medieval. • Sua principal característica era a expansão do Cristia- nismo na Europa e o combate aos hereges. Por isso. essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que gradualmente auxiliaram na cons- trução da teologia cristã. → Santo Agostinho foi o maior representante da filosofia patrística. Para ele não havia contradição entre fé e ra- zão. • Para Santo Agostinho, as sensações são as ações que a alma exerce sobre o corpo e nos informam sobre objetos instáveis, contingentes (fatos) e o conhecimento nos filosofia Unidade 1 ALICIA CAVALCANTE (86) 995118095 | @aliciacavalcantx mostra a verdade, que é necessária, imutável e eterna (regras). → Na relação alma e corpo, o cristão afirma que o homem é a unidade da alma e do corpo, mas o filósofo recai na afirmação platônica de que o homem é uma alma que se serve de um corpo. A alma é superior ao corpo e dele não sofre influência e se une ao corpo pela ação que exerce para vivificá-lo. • Tinha como foco a disseminação do cristianismo, a de- fesa da religião cristã e a refutação ao paganismo. FILOSOFIA GREGA MUNDO Eterno, sem começo, nem fim. VERDADE Tudo devia ser questio- nado, à luz da razão, e dessa forma, a verdade seria encontrada. CRISTIANISMO MUNDO Criado por Deus com co- meço e fim. VERDADE Dogmas eram verdades imutáveis e não pode- riam ser discutidas, nem entendidas, por conta da limitação humana JUSNATURALISMO • Direito que, pautado na condição humana e na essência das coisas, não depende de leis, convenções ou legisla- ções. • Defende um direito natural se constitui por um sistema de normas de conduta que regulam as relações humanas, e que é alcançado por meio da razão, independente da vontade de Deus • A definição de justiça de Agostinho é jusnaturalista: “dis- posição do espírito, que respeitando a utilidade comum, que atribui a cada um seu valor” e que tem sua origem na natureza. Direito natural é fruto de uma força inata. → Lex temporalis é a lei positiva; → Lex aeterna é a eterna, da razão suprema; → Lex naturalis é a natural, racional. JUSTIÇA HUMANA É a que se realiza entre os homens e é imperfeita, pois é feita pelos homens, cuja natureza está corrompida JUSTIÇA DIVINA É a que tudo governa e preexiste no céu; é absoluta, imutável e perfeita. Deus produz nos homens as leis através da justiça divina ESCOLASTICA • Foi um período de intensa produção filosófica e de valori- zação do conhecimento científico e da junção entre fé e razão. • Surge no ambiente cultural das escolas e das primeiras universidades, a partir do século IX, no contexto político do Império Carolíngio, em que o rei Carlos Magno promoveu uma verdadeira renascença cultural estimulando as artes e a educação. → Houve uma retomada do período clássico • A principal característica da escolástica, é a integração entre a razão (de base greco-romana) com a fé cristã (baseda na Bíblia). Porém, vale ressaltar que para os filó- sofos escolásticos, a fé devia se sobrepor à razão. • Fases do período escolástico: → Primeira: os pensadores demonstram confiança na exis- tência de uma harmonia perfeita entre fé e razão, entre os séculos IX e XII; → Segunda: elaboração de grandes sistemas filosóficos em que se postula a possibilidade de uma harmonia parcial entre fé e razão, entre os séculos XIII e XIV; → Terceira: decadência da escolástica e a aceitação das diferenças fundamentais entre fé e razão • São Tomas de Aquino foi o “Príncipe da Escolástica”. → Como maior representante dessa corrente de pensa- mento, seus estudos foram chamados de Tomismo. Por fim ele foi nomeado Doutor da Igreja Católica em 1567. → A justiça em Tomás de Aquino deve ser estudada sob o ponto de vista da ação humana, da práxis, da virtude de dar a cada um o que é devido • O homem na concepção tomista é composto de corpo (que é corruptível, material e mortal) e alma (que é in- corruptível, imaterial e imortal). Esse homem é dotado de faculdades, que ele classifica em vegetativas, sensitivas e intelectuais. → faculdade vegetativa: exerce as atividades das quais desconhece forma e fim, são tarefas fisiológicas. → faculdade sensitiva: executa e aprende a forma do agir. faculdade intelectual: sobrevive,executa atividades e ainda apreende a forma e o fim de suas ações. → faculdade intelectual: diferencia o homem dos outros seres dotados de alma • O conceito cristão tomista de indivíduo aparece, assim, como o de um ser dividido de todos os outros seres e, por sua vez, não divisível em outros seres. A humanidade existe em cada homem, e é inclusive porque há homens que a espécie humana existe. Um homem, ao contrário, é distinto de todo outro homem e não se poderia dividi-lo em vários sem o destruir; é por isso que o chamamos de ‘indivíduo’ • O conhecimento se constrói a partir da experiência sensí- vel com as coisas, pois para a escolástica nada está no intelecto que primeiro não tenha passado pelos sentidos. Assim, as sensações usam a razão como ponto de apoio para construir o conhecimento e com o uso racional das experiências é possível ao homem discernir entre fins de- sejáveis e não desejáveis e eleger os meios para alcançá- los. • A ética incide sobre o agir, sobre a razão prática, o que Tomás de Aquino denomina sinderese: conjunto de co- nhecimentos conquistados a partir da experiência habi- tual, com base nos quais se podem construir conceitos sobre o que é bom e mau, justo e injusto. • Na ética do coletivo, Tomás de Aquino segue o aristote- lismo: a ética deve presidir o convívio social, a autoridade dirigente da sociedade deve ser prudente na busca do bem comum. • O princípio da razão prática de fazer o bem e evitar o mal será o pano de fundo da teoria tomista da justiça. O ho- mem, guiando-se pelos princípios que extrai da experiên- cia, forma sua lei natural, seu hábito interior. → Essa lei natural é racional (vem da razão prática e sin- derética); rudimentar (não corresponde à totalidade do direito); insuficiente e incompleta (necessita de uma lei humana positiva para efetivar-se). → O jusnaturalismo tomista prega uma justiça variável e contingente como a razão humana. • Conceitos de justiça → justiça comutativa: para as relações entre indivíduos particulares, em condição de igualdade; → justiça distributiva: para relações entre Estado e indiví- duos, ou seja, a relação da parte com o todo, atribuindo a cada parte o que lhe é devido a partir da participação, capacidade ou mérito em sua atuação na sociedade. → Na Suma Teológica, a justiça é definida como “o hábitus, pelo qual, com vontade constante e perpétua, se dá a cada um o seu direito” ou, ainda, “o ato de justiça con- siste precisamente em dar a cada um o que é seu” NOMINALISMO MEDIEVAL • Doutrina filosófica segundo a qual o conceito é apenas um nome acompanhado de uma imagem individual, sendo os universais (espécies, gêneros, entidades) puras abstrações, sem realidade (opõe-se a realismo). → Não admite a existência do universal (conceito abs- trato), nem no mundo material, nem no mundo inteligí- vel. → Os nominalistas irão defender que universais são ape- nas palavras e que nós humanos classificamos as coi- sas por suas propriedades, mas que na realidade não há universais. Esta corrente foi iniciada por Abelardo, no século XII, que defendeu que os universais seriam as pa- lavras como portadoras de significado. FILOSOFIA MEDIEVAL • O traço que marca a produção filosófica medieval é a permanente discussão a respeito da relação entre razão e fé. Isso faz com que os contornos do pensamento me- dieval sejam, naturalmente, permeados pela teologia. → O estudo dos pensadores do período nos faz perceber que existe uma forte conexão entre teologia e filosofia, existindo, de certo modo, até mesmo uma submissão da filosofia à teologia. Essa submissão terá fim com a Mo- dernidade, que separa definitivamente os dois campos de estudos. • Como reação ao caráter racionalista que a escolástica começou a assumir, encontramos o fortalecimento de manifestações de pensadores que podem ser agrupados dentro do que chamamos de mística cristã, movimento que se inicia na Idade Média e cujo período de ouro dura até o século XVII • Mística Especulativa: apresenta um caráter filosófico em que, através do pensamento, busca-se penetrar o misté- rio do Ser, sendo, portanto, uma mística do conhecimento → São patronos da mística especulativa cristã alguns dos representantes mais ilustres da Patrística grega: os ale- xandrinos Clemente e Orígenes, o capadócio São Gre- gório de Nissa, denominado o “pai da mística cristã”. Evágrio Pôntico, os escritos chamados pseudodionisia- nos, Máximo Confessor → Os temas inaugurados por Platão (o Bem e o Uno, por exemplo) servirão recorrentemente como fundamento de experiências místicas especulativas ao longo da his- tória. Destacadamente, a questão da ascese proposta pelo discípulo de Sócrates em que a experiência do co- nhecimento (que está ligada ao amor) consiste no ca- minho de abandono das ilusões e ascese ao verdadeiro. • Mística Mistérica: essa denominação se presta a delimitar o espaço em que atua a mística, bem como colocar em destaque o mistério do rito ou do culto como espaço pri- vilegiado da experiência do sagrado. O mistério se revela, mas não se racionaliza • Mística Profética: é a forma original da mística cristã, so- bre a qual devem apoiar-se as formas cristãs da mística especulativa e da mística mistérica. Suas origens são o Novo Testamento, o livro sagrado cristão por excelência, embora elementos possam ser encontrados no Antigo Testamento também. A vida contemplativa é a estrutura a ser colocada em prática para se buscar alcançar a ple- nitude, por meio da correspondência entre Palavra e Fé. FILOSOFIA MODERNA • É uma corrente ideológica que surgiu no século XV e pre- valeceu até o final do século XVIII, marcando uma mu- dança de pensamento medieval - que até então era vol- tado à fé cristã - para a reflexão em torno do conheci- mento humano e valorização da razão. • As principais características das filosofias modernas são a valorização da razão e seu uso como meio de alcançar as verdades, a busca pelo controle e a previsão dos acontecimentos, a busca por valores e saberes absolutos e generalistas. • O Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa. Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e gerado pelas modificações eco- nômicas, o Renascimento reformulou a vida medieval, e deu início à Idade Moderna. • O pensamento iluminista acreditava que a natureza di- vina estava presente no próprio indivíduo e, por isso, a ra- zão e o experimento eram meios seguros de compreen- são da essência divina. Inspirados pelas leis fixadas nas ciências naturais, os iluministas também defendiam a existência de verdades absolutas. → A filosofia iluminista direcionava-se para objetivos prá- ticos, visando reformar as instituições políticas, sociais e econômicas para levar a sociedade humana à felici- dade. Por isso atacava a intolerância, os privilégios da nobreza e do clero e, sobretudo, a falta de liberdade. → O Iluminismo, ou Era da Razão, começou na Europa no século XVIII e se difundiu por muitas partes do mundo. Os pensadores iluministas se opunham ao poder abso- luto dos reis e da Igreja Católica, usando a razão (pen- samento lógico) e a ciência para criticar esse poder. RAZÃO E LIBERDADE • A razão tem de considerar-se a si mesma como a autora de seus próprios princípios, por isso, ele tem de conside- rar-se como livre, sendo, portanto, a vontade de todo ente racional uma vontade livre, ou seja, que age segundo a ideia da liberdade. • Liberdade é classificada pela filosofia, como a indepen- dência do ser humano, autonomia, auto-determinação, espontaneidade e intencionalidade. A liberdade pode ser entendida em um sentido amplo ou mais restrito, pensado como liberdades e definidas pelo Direito.
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