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HAS E CARDIOPATIA HIPERTENSIVA A pressão arterial é o produto do débito cardíaco e a resistência vascular periférica. DÉBITO CARDÍACO (DC): É a quantidade de sangue bombeado pelo coração para a aorta a cada minuto. Essa também é a quantidade de sangue que flui pela circulação. É igual ao volume ejetado por batimento (volume sistólico-VS) multiplicado pela frequência cardíaca (FC). VOLUME SISTÓLICO: depende basicamente de três fatores: ● Pré-carga: geralmente considerada a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. ● Pós-carga: é a pressão na aorta que sai do ventrículo (resistência) à ejeção ventricular). ● Contratilidade: propriedade intrínseca do músculo cardíaco que define a capacidade de desenvolver força e ejetar o sangue do coração. Aumento da Resistência vascular periférica artérias de maior calibre perdem sua flexibilidade normal e se tornam rígidas (ex: aterosclerose), não conseguindo expandir para permitir a passagem do sangue bombeado pelo coração. Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta. O aumento da resistência vascular pode acontecer também, por exemplo, quando arteríolas se contraem temporariamente devido à estimulação nervosa (autônoma, especialmente simpática) ou por hormônios presentes no sangue. Mecanismo de Frank Starling Aumento da força de contração quando ocorre um aumento do retorno venoso (pré-carga). Quanto mais o músculo cardíaco for alongado durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeado para a aorta. Dentro dos limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que retorna a ele por meio das veias. Controle em curto-prazo: reflexo baroceptor Controle em longo-prazo: renina-angiotensina-aldosterona ● HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos. Condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/ epigenéticos, ambientais e sociais caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. Existem dois tipos de hipertensão arterial: ● Primária (essencial ou idiopática): não apresenta uma causa específica para o desenvolvimento, geralmente existe uma predisposição genética (classificados em pais, irmãos, tios e avós). ● Secundária (adquirida; 10 - 20% dos casos?)* advém de uma causa identificável, que pode ser tratada com uma intervenção específica, a qual determina a cura ou a melhora do controle pressórico. ● CONTEXTO CLÍNICO Homem de 45 anos de idade afere a pressão arterial em mutirão e o resultado revela 150 x 95mmHg. Sobre esse caso responda qual afirmativa é verdadeira: A) Ele é um hipertenso em estágio 1. B) Ele é um hipertenso em estágio 2. C) Ele pode ser hipertenso mas, apenas com esses dados, não é possível se estabelecer esse diagnóstico, no momento. D) Ele deve ser encaminhado ao pronto-socorro para controlar a pressão arterial imediatamente. ● DIAGNÓSTICO Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja baseado em medições repetidas da PA em consultório em mais de uma consulta, exceto quando é HA estágio 3 e especialmente em pacientes de alto risco. Em cada consulta, três medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 minutos de intervalo, e medidas adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras leituras diferem em > 10 mmHg. A PA do paciente é a média das duas últimas leituras da PA. A PA fora do consultório (ou seja, MAPA ou MRPA ) é especificamente recomendada para várias indicações clínicas, como identificação da HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO e HIPERTENSÃO MASCARADA, quantificação dos efeitos do tratamento e identificação de possíveis causas de efeitos colaterais (ex: hipotensão sintomática). ● FATORES DE RISCO Genética: os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50% (Estudos em famílias e em gêmeos demonstram uma herdabilidade de 30 a 50%). Idade: em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam HA Gênero: + jovens - PA é mais elevada entre homens; Na sexta década de vida, o PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior, alcançando 61,5% e 68,0% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente. mas a elevação pressórica por década se apresenta maior nas mulheres. Etnia: fator de risco, mas condições socioeconômicas e de hábitos de vida parecem ser fatores mais relevantes para as diferenças na prevalência da HA do que a implicação ética propriamente dita. Dados recentes mostraram que, em nosso país, não houve uma diferença significativa entre negros e brancos. Sobrepeso/ obesidade: relação direta, contínua e quase linear. Consumo de sódio: A ingestão elevada de sódio tem-se mostrado um fator de risco para a elevação da PA. De maneira inversa, o aumento na ingestão de potássio reduz os níveis pressóricos. Álcool: maior prevalência de HA ou elevação dos níveis pressóricos naqueles que ingerem seis ou mais doses ao dia. Sedentarismo Fatores socioeconômicos Outros, ex: apneia obstrutiva do sono, drogas, etc. ● SINTOMATOLOGIA Normalmente, cursa assintomática até o desenvolvimento de lesões em órgãos alvos. Sintomas inespecíficos podem estar presentes • Fadiga e baixa resistência física, cansaço • dor de cabeça, dor no pescoço, dor nos olhos • Palpitações e angina • Tontura • Sensação de peso nas pernas Dificuldade no diagnóstico e na adesão ao tratamento ● CONSEQUÊNCIAS ● DOENÇAS ASSOCIADAS Associadas à aterosclerose (lesão de cisalhamento) e às arterioloescleroses: • Infarto do miocárdio (25% dos IAM relacionados à HAS) • Aneurismas • Perda da visão (retinopatia hipertensiva). • Insuficiência renal crônica • AVC isquêmico e hemorrágico (40% das mortes por acidente vascular cerebral são relacionadas à HAS) • Demência por micro infartos cerebrais. Secundariamente ao remodelamento cardíaco pode ocorrer: • Insuficiência cardíaca esquerda • Arritmias cardíacas: Morte súbita ● CONTEXTO CLÍNICO PERGUNTA: explique a evolução deste caso Homem, 73 anos, com histórico de controle clínico inadequado de hipertensão arterial sistêmica há 30 anos, apresentou no último ano, múltiplos episódios de descompensação cardíaca. O paciente procura o pronto socorro com quadro de dispneia importante, sendo diagnosticado com edema agudo de pulmão. Paciente relata perda de acuidade visual, lapsos de confusão mental e perda de memória nos últimos anos. Exame clínico: Presença de edema de membros e face. PA 150 x 110 mmHg. Fundo de olho: tortuosidade de vasos peri retinianos, alguns com aparência de microaneurismas. Eletrocardiograma: sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas. CK-MB: 18 U/L (VR: até 24 U/L); troponina 46 ng/L ( VR: até 53,5 ng/L); Ureia 78 mg/dL (VR: 16-40 mg/dL); Creatinina 2,7 mg/dL (VR: 0,6-1,2 mg/dL); Albumina 3,0 g/dL (VR: 3,5-4,7 g/dL) O paciente foi a óbito. Encaminhado ao serviço de verificação de óbito, foi confirmado a causa básica como edema agudo de pulmão decorrente de uma insuficiência cardíaca por cardiomiopatia cujo aspecto macroscópico está na figura. Com relação a nefroesclerose hipertensiva, devemos observar que, além da HAS mal controlada e de longa data, já observamos lesões em outros órgãos alvo (como coração e fundo de olho), o que torna bem provável que o rim também tenha sido afetado. Ambas ocorrem na hipertensão arterial sistêmica benigna e são designadas como hialinose arteriolar (arteriolosclerose hialina) e hialinização glomerular. São observadas de maneira focal e esparsa na camada cortical dos rins e a segunda é consequência da primeira. A hialinose arteriolar causa espessamento da parede e redução da luz de arteríolas aferentes glomerulares, levando a isquemia e destruiçãode vários glomérulos. Esses glomérulos apresentam fibrose (hialinização), tornando-se atróficos e não funcionantes. ● CARDIOPATIA HIPERTENSIVA Alterações miocárdicas em resposta adaptativa à sobrecarga da pressão arterial (sistêmico ou pulmonar). Pode afetar tanto o ventrículo esquerdo como o direito (cor pulmonale). Critérios Patológicos Mínimos: (1) hipertrofia do ventrículo (geralmente concêntrica) na ausência de outra doença cardiovascular, e (2) história clínica de HA ou evidência patológica de hipertensão em outros órgãos (p. ex., no rim). As pressões elevadas provocam hipertrofia dos miócitos e fibrose intersticial que aumentam a espessura e a rigidez da parede. Nas situações patológicas de hipertrofia, não há estímulo para angiogênese, nem o músculo apresenta uma melhora metabólica no uso dos nutrientes, resultando na hipóxia – aguda (IAM) ou crônica (miocardioesclerose). A hipertrofia acontece pelo aumento da necessidade contrátil (sarcômero em paralelo). No entanto, essa hipertrofia tem um limite. Depois de muito tempo hipertrofiando o coração atinge o seu máximo e passa a dilatar (sarcômeros em série). - PADRÃO DE HIPERTROFIA O padrão de hipertrofia reflete a natureza do estímulo: Na hipertrofia por sobrecarga de pressão (p. ex., devido à hipertensão ou à estenose aórtica): aumento concêntrico na espessura da parede. Os novos sarcômeros estão predominantemente depositados em paralelo aos eixos longos das células, expandindo a área transversal dos miócitos nos ventrículos. Na hipertrofia por sobrecarga de volume ou na dilatação que acompanha a insuficiência de um coração com sobrecarga anterior de pressão: principalmente a dilatação ventricular com espessura de parede variável. Novos sarcômeros que são depositados em série com os sarcômeros existentes. O peso do coração, em vez da espessura da parede, é a melhor medida de hipertrofia em corações dilatados. ● CARDIOPATIA HIPERTENSIVA ESQUERDA (sistêmica) O átrio e o ventrículo esquerdo estão à direita nessa vista das quatro câmaras do coração. Há um marca-passo no ventrículo direito (seta). A parede do ventrículo esquerdo exibe um espessamento concêntrico acentuado que reduz o lúmen dessa câmara. Note também a dilatação do átrio esquerdo (asterisco) causada pela rigidez do ventrículo esquerdo e pelo relaxamento diastólico deficiente, que provocam sobrecarga de volume no átrio. Na cardiopatia hipertensiva sistêmica de longa duração que leva à insuficiência congestiva, o ventrículo normalmente está dilatado. PATOGENIA Hipertrofia: resposta compensatória à sobrecarga pressórica, mesmo a hipertensão leve (acima de 140/90 mmHg), se prolongada, leva à hipertrofia do ventrículo esquerdo. Remodelamento: aumento de expressão de fibrilas contráteis Isquemia por compressão – miocardioesclerose (Indução de apoptose pela hipóxia) Evolução para a insuficiência cardíaca e dilatação CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS FASE COMPENSADA - Hipertrofia concêntrica do miocárdio: hipertrofia das paredes com redução das câmaras cardíacas. Os novos sarcômeros são depositados “em paralelo” aos pré-existentes e a espessura do miocárdio ultrapassa o limite da normalidade. • cardiopatia hipertensiva compensada normalmente é assintomática FASE DESCOMPENSADA - Na evolução do processo, ocorre remodelamento cardíaco e cardiopatia dilatada com diminuição da espessura das paredes cardíacas e diminuição da força de contração OBS: A insuficiência cardíaca pode ocorrer nas duas fases (mais comum na fase descompensada), assim como o óbito, que pode ocorrer por infarto ou arritmia grave. Ao mesmo tempo, surge congestão pulmonar que, se prolongada, resulta em hipertensão pulmonar. Se esta é mantida, ocorre sobrecarga do ventrículo direito, que sofre hipertrofia concêntrica de sua parede, na tentativa de manter o fluxo sanguíneo pulmonar. Após certo tempo, o ventrículo direito também entra em descompensação. O coração como um todo, portanto, dilata-se e torna-se aumentado de volume. Aspectos microscópicos: • Aumento do diâmetro transverso dos cardiomiócitos • Irregularidades nucleares • Fibrose intersticial ● CONTEXTO CLÍNICO Homem, 53 anos, tabagista e presença de história de HAS mal controlada há muitos anos. Procura atendimento médico com queixa de fadiga e ganho de peso nos últimos 6 meses. Refere ter percebido, neste tempo, suas pernas mais edemaciadas com piora no final do dia. Exames complementares revelaram uma taxa de filtração glomerular diminuída, níveis de creatinina sérica elevados e microalbuminúria, configurando um quadro de doença renal crônica. Analise a imagem abaixo e responda as questões: Considerando que a imagem do centro representa corte transversal de coração (ventrículos direito e esquerdo) normal , qual imagem pode representar o coração do paciente apresentado no caso? O coração do paciente será o B, uma vez que ele tem hipertensão arterial sistêmica há muito tempo, apresenta dano renal (creatinina alta, edema de MMII), além do ganho de peso. O processo adaptativo secundário à hipertensão é chamado de: a) Cardiomiopatia dilatada b) Hipertrofia excêntrica c) Hipertrofia concêntrica d) Infarto agudo do miocárdio Considerando as características clínicas da cardiopatia hipertensiva e a imagem apresentada podemos dizer que, a imagens A representa: a) Fase descompensada b) Fase compensada c) Fase sintomática d) Infarto agudo ● CARDIOPATIA HIPERTENSIVA (cor pulmonale) Hipertensão arterial pulmonar é definida como uma anormalidade circulatória caracterizada por aumento da resistência vascular na pequena circulação, em geral por meio de mecanismos mistos, envolvendo vasoconstrição, remodelamento da parede arterial e trombose in situ. Cor Pulmonale Agudo: Dilatação abrupta do ventrículo direito Cor Pulmonale Crônico: Hipertrofia progressiva do ventrículo direito que pode ter dilatação - CAUSAS Causas primárias do pulmão, artérias ou ramos das artérias pulmonares (esq e di) (familiares, adquiridas ou idiopáticas). Aguda: - TEP maciça (à cavaleira ou envolvendo extenso território) Crônica: -DPOC (enfisema), TEP de repetição, fibrose pulmonar. - Algumas das doenças cardíacas esquerdas levam à uma hipertensão pulmonar -Doenças valvares: valva atrioventricular esquerda (mitral/bicúspide) ou aórtica FISIOPATOLOGIA A circulação pulmonar é um sistema de alta complacência, já que possui alto fluxo e baixa pressão (diferente da sistêmica). A hipóxia provoca reflexo de vasoconstrição na circulação pulmonar (para manter a perfusão-ventilação nos casos onde existe “espaço morto”), enquanto na circulação sistêmica existe vasodilatação. MORFOLOGIA Cor pulmonale agudo, VD geralmente apresenta apenas dilatação; se uma embolia causar morte súbita, o coração poderá ter tamanho normal. Cor pulmonale crônico é caracterizado por hipertrofia do ventrículo direito (e com frequência do átrio direito). Nos casos extremos, a espessura da parede do ventrículo direito pode ser igual ou até mesmo exceder a espessura da parede do ventrículo esquerdo. Quando surge insuficiência ventricular, o átrio e o ventrículo direitos com frequência estão dilatados. Como o cor pulmonale crônico ocorre em pacientes com hipertensão pulmonar, as artérias pulmonares frequentemente contêm placas ateromatosas e outras lesões que refletem a elevação prolongada das pressões. Identifique, a partir das características morfológicas, qual é a cardiopatia hipertensiva sistêmica e qual é a cardiopatia hipertensiva pulmonar (cor pulmonale). A. Cardiopatia hipertensiva sistêmica. Há um espessamento concêntrico acentuado da parede do ventrículo esquerdo que causa redução no tamanho da luz. O ventrículo esquerdo e o átrio esquerdo (asterisco) estão à direita dessa vista apical das quatro câmaras do coração. Um marca-passo está presente no ventrículo direito (seta). B. Cardiopatia hipertensiva pulmonar (cor pulmonale). O ventrículo direito está acentuadamente dilatado e apresenta espessamento da parede livre e hipertrofia das trabéculas (vista apical das quatro câmaras do coração, ventrículodireito à esquerda). A forma do ventrículo esquerdo (à direita) foi deformada pelo alargamento do ventrículo direito. ● QUESTÕES NORTEADORAS 1. Defina pressão arterial (P.A.) e explique como o débito cardíaco e a resistência vascular periférica determinam os níveis pressóricos. Pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre uma artéria. A pressão é o produto do débito cardíaco e da resistência periférica. 2. Quais os principais mecanismos fisiológicos de regulação da P.A.? barorreceptores e sistema renina angiotensina aldosterona. 3. Defina Hipertensão Arterial Sistêmica e qual a sua classificação de acordo com a etiologia. A seguir explique seus diferentes estágios. Doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos. 4. Quais as principais causas de hipertensão secundária? Explique alguns exemplos. 5. Quais os principais fatores de risco para hipertensão primária? 6. Cite algumas consequências da elevação crônica da P.A. 7. Quais as apresentações clínicas de complicações e doenças associadas à HAS? 8. Quais os critérios patológicos mínimos de uma cardiopatia hipertensiva? Explique sua patogenia. 9. Quais as características microscópicas de uma cardiopatia hipertensiva? 10. Explique os mecanismos envolvidos na seguinte afirmação: “o padrão de hipertrofia reflete a natureza do estímulo”. 11. Quais as características clínicas da cardiopatia hipertensiva em suas fases compensada e descompensada, respectivamente? 12. Explique a fisiopatologia da hipertensão pulmonar e correlacione com a cardiopatia hipertensiva direita. 13. Qual a classificação do Cor pulmonale e quais suas diferenças morfológicas? 14. Quais os distúrbios que predispõe ao surgimento do Cor pulmonale?
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