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Gerenciamento de Eventos Críticos

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Prévia do material em texto

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GESTÃO DE CONFLITOS E EVENTOS 
CRÍTICOS
AS FASES DO GERENCIAMENTO DE UM 
EVENTO CRÍTICO
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Identificar as fases do gerenciamento de crise.
Caro aluno,
Já estamos na nossa 9ª aula e hoje somos plenos conhecedores que a função de um profissional de Segurança
Pública exige competências próprias que estejam em consonância com os princípios constitucionais. Para tanto,
nesta aula iremos abordar as fases de gerenciamento de um evento crítico, para que o profissional da área tenha
como geri-lo de maneira a respeitar os princípios em consideração e ainda, use de forma proporcional a força
que o Estado lhe concede visando sempre à proteção de nosso maior bem jurídico, a vida.
1 Introdução
A doutrina passou a dividir o gerenciamento de uma crise em fases (Ao longo desta aula, iremos perceber que as
fases começam antes mesmo da eclosão do evento crítico) cronologicamente estruturadas, visando a uma
melhor eficiência e adequação de sua realidade.
O escritor Basset (apud Monteiro, 2004, p. 22), instrutor do FBI, classificou estas fases como sendo:
Mas, a doutrina ao longo dos anos, pelo que se verifica na apostila do curso de gerenciamento de crises da
SENASP (2008, p. 1, módulo 4), inseriu uma quinta fase, que seria a pós-confrontação.
Nesta aula, iremos inovar. Faremos um estudo de caso, antes de adentrarmos propriamente dito no conteúdo
teórico.
Desta forma, leia atentamente o texto a seguir. Trata-se de uma ocorrência policial, na penitenciária de
Contagem, Estado de Minas Gerais.
Antes, ressaltamos que as considerações a serem feitas, em função do texto, são na intenção meramente
acadêmica e instrutiva, não visa aqui a denegrir ou a desrespeitar qualquer pessoa, instituição ou órgão de
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Segurança Pública, mas apenas dentro de todo respeito e da ética buscar, através de um caso concreto muito
bem relatado, subsídios para enriquecer esta disciplina.
2 Pré-confrontação
Conforme a doutrina ensina, esta fase que se inicia antes mesmo da eclosão da crise, trata-se de um momento
destinado à preparação, prevenção e antecipação das crises.
É o momento em que os órgãos de Segurança Pública deverão estar focados no preparo para o gerenciamento
das crises futuras.
Para isso, deverão se ater ao arranjo técnico do efetivo, aquisição do equipamento mais atualizado que exista no
mercado e que melhor possa atender as futuras demandas.
Além de ser o momento destinado a realizar a seleção do efetivo que irá trabalhar diretamente nos grupos de
ações táticas, nota-se que esta fase não se destina apenas ao preparo do efetivo e do órgão, mas também possui
um papel muito importante que, por vezes, é deixado de lado e fica em segundo plano, a antecipação a possíveis
crises que irão surgir.
Figura 1 - Policiais militares conhecem as instalações de favela cenográfica.
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3 Pré-confrontação – continuação
Pensando na ideia de antecipação dita anteriormente, resolvemos destacar o texto contido no 4º parágrafo da
ocorrência policial. Entretanto, durante o deslocamento pelos pavilhões, os detentos foram surpreendidos com a
presença de uma equipe de cinegrafistas que faziam um documentário no interior de um pavilhão desativado,
acompanhados de alguns policiais militares. Após notarem que os militares se encontravam desarmados, os
detentos renderam todos os presentes.
Quando se fala em antecipação e prevenção percebe-se claramente que não houve, por parte das autoridades
responsáveis pela segurança do presídio, qualquer medida preventiva para evitar os fatos iniciais,
principalmente, impedindo que policiais militares estivessem no interior de um presídio e fossem feitos reféns
na ocasião que estavam fazendo a escolta de equipe de reportagem.
Desta forma, acreditamos que não seria excesso de preocupação haver agentes penitenciários fazendo a
segurança da equipe de reportagem ao invés de policiais militares, que por razões óbvias, estavam desarmados e
sem o equipamento necessário.
4 Resposta imediata
Passada a primeira fase, surge outro momento do gerenciamento da crise.
Ela se inicia no momento que o órgão de Segurança Pública toma conhecimento da ocorrência da crise.
Como vimos, a fase anterior acontece antes da eclosão do evento, nesta, já estamos diretamente na crise, ou seja,
é uma situação estressante e crítica.
Daí ser de suma importância o papel do primeiro profissional de Segurança Pública que chega ao local.
Por isso, as fases se correlacionam, pois não adiantaria termos um excelente grupo de gestão de eventos críticos
se o restante do efetivo daquele órgão não receber, minimamente, as instruções necessárias do que fazer no
início de uma crise enquanto o grupo especializado não chega.
Nessas condições, pelo que a doutrina elenca como “alternativas táticas para solucionar uma crise”, visto na aula
8, as primeiras ações que este profissional deverá tomar será conter, isolar e negociar, dentre outras
responsabilidades, além de acionar o grupo corporativo especializado para lidar com crise.
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5 Resposta imediata – continuação
Diante das responsabilidades vistas anteriormente, o 5º parágrafo da ocorrência merece especial atenção, pois
relata que diversas viaturas e policiais chegaram ao presídio, inclusive um coronel que teve a sua esposa tomada
como refém.
Imediatamente, diversas viaturas policiais foram para o local, inclusive a COE e a ROTAM, iniciando as ações de
isolamento e contenção. Como um dos reféns era a esposa de um coronel da ativa da PMMG, o mesmo
compareceu ao local, encabeçando o processo de negociação, inclusive, se fez trocar pela sua esposa, ficando em
poder dos rebelados.
Logicamente este profissional jamais poderia ter sido o responsável por gerir aquela crise, pois estava
emocionalmente afetado e deveria ter sido afastado imediatamente dos atos gerenciais.
Ele poderia colocar em risco não só sua vida como as dos demais presentes, como foi o que acabou por ocorrer,
tendo inclusive contrariado um dos princípios basilares da negociação, que é: “nunca trocar reféns”.
Para piorar ainda mais a situação, como se não bastasse um profissional estar emocionalmente abalado e haver
sido feito refém, diversos outros, provavelmente movidos por forte emoção, afastaram a equipe técnica
responsável por gerir a crise e passaram os mesmos, investidos da autoridade hierárquica que possuíam sobre
os demais presentes, a negociar com os tomadores de reféns (6º e 7º parágrafos).
Com esta agravante, os coronéis pertencentes ao Estado Maior da Corporação, na sua maioria pertencente à
turma do coronel que se encontra em poder dos detentos, passaram a negociar diretamente com os rebelados.
Atendendo as exigências dos detentos, a COE foi retirada do local, sendo cedido aos mesmos um carro-forte, sob
a promessa que os reféns seriam liberados de imediato. Como de fato foram liberados todos os civis, entretanto,
os quatro militares continuaram em poder dos sequestradores.
Isto contrariou mais uma vez o que a doutrina preconiza, pois quem negocia não deve ter poder decisório.
Tal assertiva se verifica pelo simples fato de que se tratava de coronéis do estado-maior da corporação, deixando
claro de que eram pessoas do mais alto escalão da Polícia Militar de Minas Gerais.
6 Plano específico
Pelo contido no 10º e no 11º parágrafo, percebe-se que não havia qualquer plano de gerenciamento da crise
(incluído na primeira fase), pois não havia previsão de ação a ser adotada pelos negociadores. Como a distância a
ser percorrida até Juiz de Fora era longa, na medida em que as viaturas e os veículos particulares dos militares
ficavam sem combustível, eles recorriam aos postos de combustível ao longo da estrada, e sob a promessa de
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indenização pelo estado, abasteciam os veículos; no caso das viaturas policiais, após arrombarem a tranca do
reservatório de gasolina, que nessa época era trancado para evitar furto de combustível. Após mais de 10 horas
de deslocamento, o carro-forteestacionou na praça central de Juiz de Fora, iniciando um novo processo de
negociação. Sob a promessa de uma nova liberação dos reféns, foram cedidas armas, entre elas uma
submetralhadora, testada no local pelos detentos, coletes e capacetes balísticos, além de dois veículos quatro
portas que foram deixados em uma estrada vicinal.
Eles pareciam direcionados pelos tomadores de reféns, ao invés deles direcionarem aqueles.
A situação chegou a um estágio de tamanha gravidade de falta de controle e atenção ao preconizado pela
doutrina, que adotaram medidas extremamente condenadas, como ceder armamento para os criminosos (11ª
parágrafo).
Esta história deve servir de lição para os órgãos de Segurança Pública de todo o país.
Até mesmo o fato das viaturas estarem com o reservatório de combustível trancado, demonstra que não estavam
preparados para agir em uma situação tão delicada, pois jamais teriam imaginado que poderiam precisar
abastecê-las longe dos locais previamente designados.
Ao adotarem tal medida devem ter analisado somente aquela atividade rotineiramente executada.
7 Plano específico – continuação
Passadas estas considerações, é no plano específico o momento em que se começa a verificar as possibilidades
de uma solução para a crise.
Nesta fase, devemos reforçar as medidas previamente adotas de contenção e isolamento, mas no caso em análise,
como nada disso ocorreu, só restou aos negociadores iniciais, conforme se verifica no 14º parágrafo, após
diversas situações que demonstraram o total despreparo desses negociadores, retrocederem e chamar de volta
ao teatro de operações a equipe técnica do COE (Comando de Operações Especiais), que deveria desde o início
ter conduzido as negociações. Como os sequestradores se mostravam irredutíveis quanto à rendição, a Tropa do
COE foi reconduzida à operação e, de imediato, cortou o fornecimento de água e luz, além de não permitir
qualquer tipo de contato com aqueles que fossem alheios aos interesses da operação.
É nesta fase, após ser tomada a decisão para a solução da crise, que se deve intensificar o treinamento para que
nada ocorra fora do esperado.
Essa medida é tão importante que trazemos para você o texto sobre como se deu a retomada da embaixada do
Japão, em Lima, no Peru, e mais algumas considerações.
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8 Resolução
Agora que já passamos pelas três fases iniciais, a resolução é:
o momento que devemos colocar em prática o que foi planejado no plano específico, no nosso estudo de caso,
percebemos que não foi posto qualquer plano em execução, pois diante de tantos insucessos ocorridos naquele
fatídico evento, os negociadores foram surpreendidos com a decisão da rendição por parte dos tomadores de
reféns, e ainda, com libertação do coronel que estava desde o início da crise como refém voluntário.
Este fato pode ser percebido nos parágrafos 22º e 23º. O contato só foi estabelecido no dia seguinte, quando,
para surpresa de todos, dois meliantes negociaram a rendição, pois se encontravam feridos, respectivamente, no
braço e em uma das mãos. No dia cinco, depois de negociarem a transferência para as penitenciárias Dutra
Ladeira e Santa Terezinha, em Juiz de Fora, os cinco sequestradores libertaram o coronel, e se renderam, pondo
fim em uma das mais longas ocorrências de alta complexidade no Brasil.
Outro conhecimento que não podemos deixar ser esquecido das aulas passadas, é que só devemos adotar ações
que sejam legais e moralmente aceitas pela sociedade, qual foi nossa surpresa ao perceber, no 24º parágrafo, que
os policiais sacrificaram gatos e jogaram no terreno onde se encontravam os tomadores de reféns para que o
cheiro forte de carniça viesse a incomodar e desestabilizar os ocupantes. Uma equipe da COE foi responsável
pela condução dos infratores para as referidas penitenciárias, enquanto uma segunda equipe se encarregou de
retirar granadas não deflagradas do interior da residência ocupada pelos sequestradores durante a ocorrência.
Chamava a atenção o grau de destruição que se encontrava os cômodos e o insuportável cheiro de carniça
proveniente dos diversos gatos que foram sacrificados e jogados no quintal durante as operações de inquietação,
com o objetivo de minar a resistência física e psíquica dos meliantes.
Ocorre que esta medida, a nosso ver, além de não ser moralmente aceita, pois há outras formas de atingir o
objetivo proposto sem utilizar este meio, é também ilegal, por força do art. 32º da Lei n.º 6.905/98 (Praticar ato
de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos).
9 Resolução – continuação
A doutrina mais recente, verificada na apostila do curso de gerenciamento de crises da SENASP (2008, p. 9,
módulo 4) indica algumas ações que devemos tomar no curso da resolução de uma crise, de acordo com o
resultado que se apresente:
Em casos de rendição
Ela deve ser revestida de toda a cautela possível para evitar surpresas desagradáveis, pois um movimento
inesperado de ambas as partes poderá trazer danos irreparáveis a todos os envolvidos.
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Quando for usada a força letal
• Incapacitar e controlar os tomadores de reféns;
• Controlar os reféns (se houver);
• Manter o ponto crítico sobre controle evitando invasões de estranhos;
• Socorrer os reféns, mantendo-os sempre escoltados;
• Evacuar os reféns e os seus tomadores, mantendo-se estes algemados e em locais seguros;
• Identificar com segurança todos os reféns, mantendo o controle da situação até que todas as verdadeiras 
identidades sejam confirmadas e cuidando para que os marginais não se façam passar por reféns.
10 Pós-confrontação
Findada a crise, onde os criminosos foram presos ou, em casos extremos, mortos pelo uso legítimo e legal da
força letal, o trabalho das equipes não está encerrado, pois há necessidade de recomposição dos meios utilizados
naquele teatro de operações.
Além do preenchimento de toda a documentação burocrática necessário ao caso.
O mais importante nesta fase, além do apoio que deve ser dado às vítimas, deve-se ter preparo para dar apoio,
até mesmo psicológico, aos profissionais de Segurança Pública que tenham ficado abalados por qualquer ato
ocorrido naquele gerenciamento.
Por fim, deve ocorrer assim que seja possível, uma reunião com todos os envolvidos para que nessa
oportunidade sejam verificados erros e acertos, de maneira a aperfeiçoar o trabalho daquele órgão de Segurança
Pública e, nas próximas crises, tenham mais chances de obter o êxito esperado.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Armamentos utilizados no gerenciamento de crise, como os letais e não letais, meios utilizados como 
táticas de defesa, dentre outros.
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Fique ligado
Não podemos esquecer as medidas de praxe, que são rotineiras em ocorrências policiais e que
são requeridas em qualquer local de infração penal (local de crime).
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu quais as fases cronologicamente estruturadas em um gerenciamento de crise.
• Descobriu que o gerenciamento de uma crise começa mesmo antes dela eclodir.
• Aprendeu que o gerenciamento da crise não termina com a rendição, prisão ou morte de um tomador de 
refém.
• Identificou o quanto é importante o preparo do profissional de Segurança Pública para lidar com esse 
tipo de evento.
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	Olá!
	1 Introdução
	2 Pré-confrontação
	3 Pré-confrontação – continuação
	4 Resposta imediata
	5 Resposta imediata – continuação
	6 Plano específico
	7 Plano específico – continuação
	8 Resolução
	9 Resolução – continuação
	10 Pós-confrontação
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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