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Aula 06 - Conteudo Interativo - Bases Gestão Engenharia

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Bases de Gestão para
Engenharia
Aula 6 - Microeconomia
INTRODUÇÃO
O estudo da Economia se divide em dois grandes ramos, como já foi visto: a Micro e a Macroeconomia. Nesta aula, vamos
dar início à abordagem microeconômica, ou seja, analisar como a oferta e a demanda interagem e estabelecem o
equilíbrio de mercado. 
Para análise de mercado, vamos apresentar os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio. Ou seja, o comportamento
daqueles que querem adquirir bens e serviços e daqueles que querem vender bens e serviços em busca de um ponto de
equilíbrio. 
Vamos contextualizar as decisões de consumo da sociedade e os seus re�exos no mercado de bens e serviços, e como o
Estado pode alterar esse equilíbrio com impostos, políticas de subsídios e tabelamento de preços. 
Existem vários fatores que podem alterar a demanda e oferta do mercado. Fundamentalmente, a Teoria Microeconômica
enuncia que as empresas pretendem maximizar o seu lucro total, e para isso tentam encontrar uma determinada
quantidade de produção onde a RMg = CMg. 
Mas todos os mercados são iguais? O comportamento do ofertador no mercado onde ele é o único produtor daquele bem
é o mesmo de um ofertador que possui concorrentes? Claro que não. As empresas estão envolvidas em várias formas, ou
estruturas, de mercado. 
Nesta aula, vamos compreender as principais estruturas dos mercados existentes na economia e suas características.
Apresentar os parâmetros de identi�cação das estruturas de mercado e suas características: concorrência perfeita,
monopólio, oligopólio e concorrência monopolística.
OBJETIVOS
Reconhecer os conceitos de demanda, oferta e equilíbrio de mercado.
Analisar como o Estado pode interferir e alterar o equilíbrio de mercado.
Reconhecer as características que diferenciam as estruturas de mercado.
Distinguir as estruturas de mercado.
O QUE É MERCADO?
É o local onde atuam as forças de demanda e oferta em busca de um equilíbrio. As trocas econômicas são realizadas nos
mercados interno e externo. Nestes mercados, atuam conjuntamente as forças da demanda e da oferta por mercadorias
ou produtos. 
Então, os preços dos produtos podem ser de�nidos em
função da quantidade de reais (R$) necessários para
obter em troca de uma determinada quantidade de
mercadorias. 
Fixando preços para todos os produtos, o mercado
permite a coordenação dos compradores e dos
vendedores, assegurando a viabilidade do sistema
capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e
demanda.
Por isso, é importante compreender a demanda e a
oferta. Mas, ao estudar Microeconomia, precisamos
estabelecer em mente a hipótese de trabalho “tudo
mais constante” (coeteris paribus, em latim) na
construção dos seus modelos.
... isolar uma determinada variável, cujo efeito
se pretende investigar, supondo-se que outras
variáveis permaneçam constantes, ou seja,
que não inter�ram no fenômeno investigado.
Vejamos um exemplo:
Como exemplo, sabemos que a demanda (ou a procura) de um bem é afetada pelo preço e pela renda dos consumidores. 
Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda. 
Para analisar o efeito dessa variável (preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos consumidores constante (coeteris paribus),
faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na demanda.
Entendendo a demanda e a procura
Porque nos são úteis, ou seja, há uma satisfação de nós,
consumidores, proporcionada pelo consumo. Podemos,
então, hierarquizar nossa cesta de consumo. 
A demanda (ou a procura) de uma determinada pessoa ou de um grupo de pessoas, por um determinado produto, indica o
quanto essa pessoa ou esse grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço, esse produto em um determinado
período de tempo. 
Segundo Vasconcellos (2010), na maioria das vezes, os fatores que afetam a quantidade procurada (demandada) do
produto podem ser representados por uma função, chamada geral da demanda, como segue:
Entendendo a oferta 
Em Microeconomia, a empresa (ou �rma) é o local onde fatores de produção são combinados, segundo um processo de
produção escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus resultados em termos de produção e lucro.
Equilíbrio de mercado 
Pode ser de�nido pela interação entre demanda e oferta de mercado para um bem ou serviço. 
Da interação entre essas curvas de�ne-se um ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço e a quantidade de
equilíbrio. 
Desse modo, a noção de equilíbrio de mercado corresponde à coincidência de desejos entre consumidores e produtores,
evidenciando uma situação onde não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Neste ponto, os planos dos
compradores são consistentes com o plano dos vendedores.
Fonte da Imagem:
Em uma economia de mercado, o mecanismo de preços leva automaticamente ao equilíbrio. 
Na Figura 1 apresentada, perceba que para qualquer preço superior a p0 a quantidade que os ofertantes desejam vender é
maior do que a que os consumidores desejam comprar, evidenciando um excesso de oferta. Por outro lado, para qualquer
preço inferior a p0, surgirá um excesso de demanda. 
Nessas situações, não existe compatibilidade de desejos. No entanto, quando ocorre excesso de oferta, os vendedores
com estoques não planejados terão que diminuir seus preços, concorrendo pelos escassos consumidores. Já quando
ocorre um excesso de demanda, os consumidores estarão dispostos a pagar mais pelos produtos escassos. 
Figura 1. Equilíbrio de mercado.
Atenção!
Estas ações resultam em ajustes de preços, retornando-se a uma situação de equilíbrio no ponto e na qual são eliminadas as
pressões para alterar preços.
Interferência externa 
Mas é importante salientar que essa “convergência” para o equilíbrio ocorre sem qualquer interferência do governo ou de
outro agente externo.
Claro que SIM! 
Vejamos agora.
ESTABELECIMENTO DE IMPOSTOS
Um imposto sobre bens e serviços vai recair em um aumento de custos para a empresa. Se quiser manter a quantidade ofertada, a
empresa deverá aumentar o preço do seu produto (repassando o imposto para o consumidor), ou reduzir o custo em outra área de
produção. Ou ainda, reduzir a quantidade ofertada.
POLÍTICA DE PREÇOS MÍNIMOS NA AGRICULTURA
A �nalidade é garantir preço para as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas. O governo pode comprar os produtos dos produtores
(atualmente menos utilizado) ou conceder empréstimos a produtores ou a cooperativas para estocar seu produto e vender em um
período mais favorável.
TABELAMENTO
Intervenção do governo na tentativa de coibir abusos de preços por parte dos ofertadores e frear um processo in�acionário. Já foi
utilizado aqui no Brasil, com o Plano Cruzado, por exemplo.
Premissa
Na análise-padrão, que �zemos de demanda e oferta, implicitamente estava suposta uma estrutura de mercado chamada
de concorrência perfeita. 
Observamos, por outro lado, que as relações entre compradores e vendedores seguem padrões diferentes dependendo do
tamanho desse mercado, do número de vendedores, do número de compradores e, até mesmo, do tipo de produto
comercializado. 
Consequentemente, a forma como os preços são determinados varia de acordo com as características do mercado. Essas
características é que fornecem base para uma classi�cação genérica dos diversos tipos de mercados.
As estruturas de mercado dependem, fundamentalmente, de três características: 
1. NÚMERO DE EMPRESAS QUE COMPÕEM ESSE MERCADO 
2. TIPO DE PRODUTO 
3. POSSIBILIDADE DE ACESSO DE NOVAS EMPRESAS NO
MERCO
A análise simplista que faremos irá considerar quatro alternativas de estruturas de oferta para
atender ao mercado consumidor de um determinado produto. 
Conceitualmente, esses mercados são denominados de concorrência perfeita, concorrência
monopolística, oligopólio e monopólio. As características de cada um desses serão apresentadas
a seguir. 
Concorrência perfeita 
Pelo próprio nome, o mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os agentes econômicos, devido
ao seu grande número, é a mais signi�cativa.A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz de, sozinho, alterar
as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não conseguem afetar os níveis de oferta e
procura do produto e o seu preço de equilíbrio. 
Existência de um grande número de compradores e
vendedores, re�etindo uma situação de mercado atomizado,
como se fossem "átomos". 
Produtos homogêneos, ou seja, não há diferença entre os
produtos ofertados pelas outras empresas. São substitutos
perfeitos entre si, inviabilizando preços diferentes no
mercado. 
Transparência do mercado, os agentes possuem completa
informação e conhecimento sobre o preço do produto. 
Ausência de barreiras à entrada ou à saída de novos
concorrentes, ou seja, há livre entrada e saída de �rmas no
mercado. 
Racionalidade por parte dos agentes, ou seja, a visão da
empresa que faz com que as empresas sempre maximizem
o seu lucro e que os consumidores maximizem a satisfação
ou utilidade derivada do consumo de um bem.
Monopólio 
É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita. 
O pre�xo mono, como se sabe, signi�ca a unidade. Assim, monopólio representa o caso limite de um mercado onde só
existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço. 
Por esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinados pela empresa monopolista. Normalmente, os
produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de investimento, fazendo com que o acesso
de algum concorrente seja muito difícil. 
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
Uma empresa detém 100% da produção de um determinado
mercado. 
Produto sem substituto próximo. 
Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes.
Em uma estrutura em que não há
concorrência nem substituto próximo para o
produto, os consumidores acabam sendo
submetidos às condições impostas pelo
ofertador.
Vejamos algumas situações:
A PRESENÇA DE PATENTES
Quando a empresa é a única que detém a tecnologia para produzir aquele bem. Dependendo do tempo de duração da patente, ela
pode promover uma posição monopolista a uma determinada �rma, no mercado em que opera.
CONTROLE DE MATÉRIA-PRIMA BÁSICA
Quando uma empresa tem um acesso exclusivo a uma matéria-prima essencial pode levá-la à consolidação de posições de
monopólio.
MONOPÓLIO NATURAL OU PURO
Existem situações que promovem esse tipo de monopólio, como por exemplo, quando a empresa já está instalada no mercado
operando com grandes plantas produtivas, elevadas economias de escala e custos unitários baixos. Outra situação é quando o
próprio mercado exige um volume de capital elevado e acaba por criar barreias à entrada de novos concorrentes.
Oligopólio 
É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. O número de ofertadores é
reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as ações de uma das empresas podem afetar as
demais. 
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
Pequeno número de ofertadores; 
Produto pode ser homogêneo ou diferenciado; 
Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes.
Na economia brasileira, setores oligopolistas
são bastante comuns. 
Temos, como exemplo, alguns segmentos
com produtos diferenciados como os
automóveis e outros oligopólios com
produtos homogêneos, como cimento e
alumínio.
Vejamos um exemplo:
Outro exemplo está na telefonia móvel, no qual poucas empresas controlam o mercado. Nesse caso, a fusão das empresas TIM e
Vivo consistiu no primeiro oligopólio nesta área do mercado.
Há uma interdependência entre as �rmas, pois a ação de uma empresa pode produzir efeitos diretos nas outras do
mercado.
Atenção!
Há momentos nos quais as empresas podem optar por não competir e, sim, cooperar, visando evitar uma guerra de preços entre elas.
Geralmente, em um mercado muito
concentrado, com poucas empresas, elas
acabam buscando algum tipo de acordo e
cooperação. 
O Brasil possui uma legislação especí�ca que
busca coibir os abusos de poder econômico
em defesa da concorrência e do consumidor.
Acordo e cooperação 
O cartel ou o conluio em oligopólio corresponde a uma situação na qual algumas empresas estabelecem, em conjunto, os
seus preços ou as quantidades produzidas, repartindo entre si o mercado ou tomando em conjunto outras decisões
produtivas. 
Claro que acabam estabelecendo preços
elevados com a �nalidade de aumentar os
lucros e reduzir os riscos.
Preferência 
A diferenciação do produto pode acontecer pelas diferenças físicas, embalagens, promoção de vendas (propaganda,
atendimento, brindes), e pela manutenção e pós-venda.
Concorrência monopolística 
É um mercado em que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma heterogeneidade dos
produtos. 
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
Grande número de ofertadores. 
Produto é diferenciado, seja por características físicas ou pela propaganda e prestação de serviços complementares
(exemplo: pós-venda), mas há substitutos próximos. 
Não há barreiras à entrada de novos concorrentes.
É interessante destacar uma característica desse tipo de estrutura de mercado: cada empresa possui certo poder sobre os
preços, uma vez que os produtos são diferenciados, ou seja, o consumidor pode escolher, de acordo com a sua
preferência, a marca do produto. 
A empresa americana Apple Inc. é um exemplo que cumpre com todas as características. 
Como não há barreiras à entrada de novos competidores... 
Marque a resposta correta de acordo com a de�nição correta para cada caso: 
I – Oligopólio 
II – Monopólio 
III – Mercado de Concorrência Perfeita 
IV – Concorrência Monopolista 
1. As empresas deste mercado são caracterizados pela existência de um grande número de vendedores e compradores no
mercado. 
2. É o mercado constituído por um número reduzido de �rmas ofertando produtos que podem ser homogêneos e/ou
diferenciados. 
3. É caracterizado como sendo um mercado no qual há uma heterogeneidade dos produtos que são transacionados. 
4. É o mercado caracterizado pela existência de um único produtor (e vendedor), não tendo substitutos próximos.
I – 4; II - 1 ; III – 2 ; IV - 3.
I – 3; II - 2 ; III – 3 ; IV - 4.
I – 2; II - 4 ; III – 3 ; IV - 1.
I – 2; II - 4 ; III – 1 ; IV - 3.
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