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Fundamentos Históricos Serviço Social

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FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL: 
ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROFISSÃO
CAPÍTULO 4 – O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Flávio José Souza Silva
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Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Compreender o contexto histórico mundial do período de surgimento do Serviço Social brasileiro, 
analisando as influências no cenário nacional.
• Discutir a origem do Serviço Social no Brasil relacionando-o com os diferentes momentos histórico-
políticos e econômico do país.
• Identificar as protoformas do Serviço Social brasileiro, entendendo como se deu o percurso histórico da 
profissão e reconhecendo o debate acerca da natureza do Serviço Social.
Tópicos de estudo
• O contexto brasileiro e a configuração da questão social
• O Pós-Primeira Guerra Mundial e o contexto brasileiro
• Crise econômica de 1929 – a quebra da bolsa de valores
• A economia cafeeira do Brasil e a quebra da bolsa de Nova York
• A questão social como uma questão moral ou de polícia
• A reação católica e o Estado brasileiro
• A primeira fase da reação católica no Brasil
• O Estado Novo e a implantação do corporativismo
• Relações entre Estado brasileiro e Igreja Católica
• A questão social e a Rerum Novarum
• As protoformas do Serviço Social brasileiro
• Instituições sociais e suas histórias com as bases do Serviço Social
• Associação das Senhoras Brasileiras e a Liga das Senhoras Católicas (1920 – 1923)
• Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS)
• Natureza do Serviço Social
• A perspectiva endogenista
• A perspectiva histórico-crítica
• Em busca da “especificidade” prometida
• Fatores determinantes da imagem social da profissão
Contextualizando o cenário e Pergunta norteadora
O modo de produção capitalista traz consigo diversas inovações, avanços sociais e rupturas históricas com um
passado social marcado pelos limites objetivo impostos pelo modelo de produção medieval. Porém, ao mesmo
passo que o capitalismo possibilita avançar, ele expressa a sua contradição, a “questão social”.
A “questão social” não é fenômeno inaugurado pelo capitalismo, ela existia antes, no modelo de produção
medieval, porém, as suas causas eram notadamente diferentes. A “questão social”, no medievo, era marcada pelo
acaso: uma praga surgia, acabava com toda a plantação; uma doença que se espalhava logo, por conta das más
condições higiênicas etc.
No sistema capitalista, as expressões da “questão social” emergem como fruto de como a organização social de
produção, neste sistema, está articulada: produção socializada e frutos dessa produção, cada vez mais privatizados
do conjunto da sociedade. Assim, cada vez mais, nesta sociabilidade, se produz mais alimento, mas, em
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contradição, morre mais pessoas de fome no mundo. Ao passo que as expressões da “questão social” ganham
novas configurações, em uma específica fase do capitalismo, há a possibilidade de abertura, na divisão social e
técnica do trabalho, à requisição de uma profissão que lide diretamente com tais expressões, tendo o Estado e o
próprio capital como “patrões”, é neste contexto, na era dos monopólios, que nasce o Serviço Social.
Diante desse cenário, surge o seguinte questionamento: O Serviço Social emerge, na realidade capitalista, como
uma resposta conversadora do Estado e do Capital às expressões da “questão social”?
4.1 O contexto brasileiro e a configuração da Questão Social
Nosso ponto de partida, neste primeiro momento, é apresentarmos a definição sobre o conceito de “questão social
”, o qual, segundo Iamamoto e Carvalho (2011), representa no real a movimentação, organização, formação e
desenvolvimento da classe trabalhadora, que se reconhece enquanto classe, exigindo do Estado e do conjunto da
sociedade o reconhecimento da sua exploração pelos capitalistas.
Assim, a “questão social” se manifesta como uma expressão política, caracterizada a partir das relações de
exploração dos capitalistas sobre os trabalhadores. As configurações (ou expressões) da “questão social” serão
específicas dadas às particularidades de cada país. Em nossa realidade, Iamamoto e Carvalho (2011, p. 133)
afirmam que o “[...] seu aparecimento, diz respeito diretamente à generalização do trabalho livre numa sociedade
em que a escravidão marca profundamente o seu passado recente”.
DICA
Sobre o porquê do uso das aspas no conceito de “questão social” consultar o texto de José Paulo
Netto: “Cinco Notas a Propósito da “Questão Social”, um clássico da produção de conhecimento
no Serviço Social sobre a temática.
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Fonte: © Everett Historical / / Shutterstock
Neste sentido, no Brasil, a “questão social” tem alicerce no modelo de produção escravocrata e a sua ruptura foi
objetivada sem levar em consideração os traços da formação sócio histórica brasileira, que, em comparação aos
outros países, não vivenciou revoluções (industriais, burguesas e de ideias e ideais), particularizando a constituição
da “questão social” em nossa realidade.
Ao passo que a formação social e histórica do nosso país expressa mediações importantes às expressões da
“questão social”, o contexto de fim da Primeira Guerra Mundial também demonstra algumas mediações, as quais
iremos trabalhar a seguir.
4.1.1 O Pós-Primeira Guerra Mundial e o contexto brasileiro
No início do século XX, as nações imperialistas europeias iniciaram um processo de “partilha do mundo”,
conhecida como processo neocolonial, tendo como foco os continentes asiático e africano (LENIN, 2012). Tais
continentes eram (e ainda são) conhecidos pelas suas riquezas naturais e matérias primas. Nessa divisão, países
como Inglaterra e França tiveram primazia.
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Tal partilha descontentou alguns países imperialistas, como, por exemplo, Itália e Alemanha, que haviam ficado de
fora desse processo neocolonial do século XX. Assim, além da França e da Inglaterra poderem colonizar os
continentes citados, ambos poderiam também explorar os mercados dos países colonizados, caracterizados como
de grande porte de consumidores. No esquema a seguir, iremos melhor expressar tal contexto.
Esquema de partilha
Como visto no esquema, é esse contexto de insatisfação entre as nações imperialistas europeias que pode ser
considerado estopim para a explosão da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918). Nesse período histórico, a
produção brasileira era centrada na exportação de matérias-primas primárias, com primazia à produção de café,
sobretudo no Estado de Minas Gerais. Em um contexto de Guerra, as exportações brasileiras foram seriamente
comprometidas.
CURIOSIDADE
O continente africano é um dos continentes mais ricos do planeta, sobretudo, na produção de
diamantes. Por questões de inserção no processo produtivo, é um país que, apesar de possuir
minério tão rico, vivencia a pobreza extrema.
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Fonte: © Everett Historical / / Shutterstock.
A tensão internacional gestada pela Primeira Grande Guerra fez com os mercados internacionais
desregulamentassem, mas na nossa realidade, mostrou que a produção cafeeira havia métodos antiquados de
escoamento da produção, impulsionando o país a uma profunda modernização da produção. Porém, o contexto
que segue, o de pós-guerra, onde a recessão alastrou-se pelo planeta, fez a produção cafeeira, mesmo
modernizada, sofresse com as quedas dos valores. Isso aconteceu como expressão da queda da bolsa de valores
em 1929, como melhor analisaremos a seguir.
4.1.2 A crise econômica de 1929 – a quebra da bolsa de valores
Durante e após a Primeira Grande Guerra mundial, o Estados Unidos da América vivenciaram um largo processo de
consolidação de mercados internacionais, de desenvolvimento das indústrias bélica (principalmente) e de
exportações. Tal regime de produção, sustentado pela produção em série, sofreu grande impacto no momento que
a Europa diminui o ritmo de exportações e as mercadorias começaram a ficar estocadas, impedido a sua
comercialização.
Os efeitos da queda das exportações culminaram em 1929, causando a desvalorização de diversas ações nas bolsas
de valores e levandoinvestidores a vender as suas ações o mais rápido possível. O efeito dessa ação foi
catastrófico, causando grande desvalorização nas ações e empresas e resultando no empobrecimento de muitos
donos de empresas da noite para o dia. Nesse cenário, diversas empresas também fecharam e o índice de
desemprego chegou a 30% entre os trabalhadores.
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Fonte: © Albachiaraa / / Shutterstock
A Grande Depressão, como ficou conhecida a crise da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, logo mostrou a
interligação dos mercados, tendo em vista que essa crise se espalharia para outras nações que mantinham
relações comerciais com o EUA. Assim, no próximo subtópico, procuraremos apreender as expressões da crise de
1929 à economia cafeeira brasileira.
4.1.3 A economia cafeeira do Brasil e a quebra da bolsa de Nova York
As operações de industrialização do setor agrícola brasileiro após a Primeira Grande Guerra Mundial modificaram o
cenário de parco desenvolvimento econômico do país neste setor, como já dito anteriormente, centrado na
produção de café. Porém, com a crise de 1929, as expressões para um país que importava produtos
industrializados e exportava matérias-primas, são bastante sérias.
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Fonte: © Natali Zakharova / / Shutterstock
O parco início da industrialização foi insuficiente para dar bases sólidas ao mercado brasileiro, mesmo mantendo
uma taxa de crescimento na implantação de fábricas, principalmente por conta dos efeitos da Grande Depressão.
Pausa para refletir: A desigualdade que se expressa na contemporaneidade entre as regiões do país poderia
ser apreendida por meio do processo de formação do nosso país?
Tais modificações expressam, para o conjunto da sociedade brasileira, novas mediações em relação as expressões
da “questão social”. Veremos a seguir quais as respostas do Estado para tais demandas.
4.1.4 Questão social como uma questão moral ou de polícia
A “questão social”, como afirmam Iamamoto e Carvalho (2011), nada mais é do que a formação da classe
trabalhadora e a sua entrada no cenário político. Isso se dá a partir da sua necessidade de reconhecimento pelo
Estado e por meio da construção de políticas públicas que, de alguma forma, levem em consideração as suas
demandas.
Porém, a luta travada pelo proletariado, neste momento histórico, representou à sociedade burguesa uma ameaça
aos seus mais sagrados valores, como a sua moralidade, religião e ordem pública. Naquele momento, foi imperiosa
a exigência de um controle social sobre a organização política do proletariado, sendo tratada como um desvio
moral e sendo criminalizada pela polícia.
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Ao passo que a moralização e o enfretamento por via da força repressiva do Estado não conseguiram amenizar o
agravamento das expressões da “questão social”, outros setores da sociedade se sentiram na “obrigação” de
intervirem. No próximo tópico, iremos trabalhar a reação católica e a relação com o Estado brasileiro no
enfrentamento das expressões da “questão social”.
4.2 A reação católica e o Estado Brasileiro
O reconhecimento do proletariado enquanto classe expressa a externalização definitiva da “questão social”, como
expressão das desigualdades que alicerçam o modelo de produção capitalista. Ao mesmo tempo, tal clareza
mostra que a moralização e a criminalização da “questão social” por parte do Estado não conseguem alcançar o
“fim proposto”, que seria o seu controle, exigindo, assim, outras ações.
A Igreja Católica, desde o fim da Primeira Grande Guerra, vinha perdendo prestígio e fiéis. Na Europa, por exemplo,
os processos de redemocratização exigiram que partes das grandes terras da Igreja fossem cedidas à burguesia. Na
realidade brasileira, a reação católica se deu por via da recristianização da sociedade, conhecida por nós enquanto
reação católica que atenderá ao Estado burguês brasileiro, para o controle ideológico da “questão social” (AGUIAR,
2011).
Fonte: © patty_c / / iStock
Iremos analisar, a seguir, a primeira fase da reação católica no Brasil, destacando seus elementos mais essenciais.
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4.2.1 A primeira fase da reação católica no Brasil
A primeira fase da reação católica no Brasil aconteceu, segundo Iamamoto e Carvalho (2011), a partir da segunda
metade da chamada República Velha, e teve como norte a recuperação dos privilégios e prerrogativas perdidos
com o fim do Império. A reformulação da atividade iminentemente política da Igreja Católica, comandada pela alta
hierarquia da Igreja, se deu nesse contexto.
Pausa para refletir: Seria possível afirmar que ideologias contestatórias, baseadas em princípios não
religiosos ou conservadores, seriam um risco à ordem social capitalista?
Esse movimento foi condensado nos primeiros anos da década de 1920, simultaneamente para outras
manifestações sociais progressistas, como é caso da fundação do Partido Comunista do Brasil e da realização da
Semana de Arte Moderna. Isso trouxe as transformações sociais decorrentes do contexto em que o capitalismo
estava se aprofundando em nível nacional e mundial (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
Voltando à reação católica, as diretrizes dadas pelo então Papa Leão XIII, “[...]) exigia a utilização das liberdades
constitucionais garantidas pela república para a recatolização da nação, que a Igreja assuma a questão social;
ataca a acomodação do clero subserviente à aristocracia etc.” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 151). Assim, a
reação católica consistia na busca da Igreja de refazer as suas bases para manter o seu poder frente à sociedade.
Novas mediações foram postas em 1930, como sendo período que marca o início do Estado Novo brasileiro, as
quais iremos analisar a seguir.
4.2.2 O Estado Novo e a implantação do corporativismo
O fim da década de 1920, na realidade brasileira, foi marcada pela decadência da economia cafeeira – como já dito
anteriormente, a base da economia brasileira à época –, mas também marcada pelo amadurecimento das
contradições econômicas e pela complexidade social geradas pelo desenvolvimento do capital, que se firmava
sobre as bases da expansão do café (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
Diante desses fatores, a crise de mundial de 1929 atuou como um catalisador dessas contradições, “[...] acelerando
o surgimento das condições objetivas e subjetivas que possibilitaram o fim da supremacia da burguesia ligada ao
complexo cafeeiro” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 159). A partir desta conjuntura de crise, foi possível a
aglutinação de oligarquias regionais que não estavam vinculadas à economia cafeeira, como, também, de setores
do Estado (especialmente o seu prolongamento militar).
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Assim, formou-se uma coalizão de forças extremamente heterogênea, que com a bandeira da diversificação do
aparelho produtivo e da reforma política, desembocou em um movimento político-militar que pôs fim à República
Velha. Para o novo modelo de Estado que estava sendo gestado, nasceu a necessidade de preservação da
economia cafeeira, como sendo ainda o principal eixo de acumulação, mas havia a necessidade de favorecer o
sistema produtivo voltado para o mercado interno, com intuito de diversificar a pauta de exportações (IAMAMOTO;
CARVALHO, 2011).
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Fonte: © Chalffy / / iStock
Esse “Estado de Compromisso” pressupunha uma relativa automatização do aparelho estatal, “[...] o qual canaliza
para seu interior as contradições econômicas e sociais do desenvolvimento capitalista, [...] resultam no
fortalecimento de um novo polo hegemônico” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 160), voltado para uma redefinição
da inserção da economia brasileira no mercado mundial.
Assim, paulatinamente, o Estado Novo brasileiro assumiu uma organização corporativa das contradições inerentes
para os diversos interesses que emergiram das diferentes frações dominantes e das reivindicações dos setores
populares, com o objetivo de “[...] em nome da harmonia social e desenvolvimento, da colaboração entre as
classes, repolitizá-las e discipliná-las, no sentindo de transformar num poderoso instrumento de expansão e
acumulação capitalista”(IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 161).
Ao passo que o Estado brasileiro assumiu o compromisso de repolitizar e disciplinas a classe trabalhadora, com
interesses vinculados à expansão e acumulação capitalista, também estabeleceu relações com a Igreja Católica,
como veremos, a seguir.
4.2.3 Relações entre Estado Brasileiro e Igreja Católica
Com a queda da República Velha, iniciou-se uma nova fase da reação católica no Brasil, intitulada por diversos
historiadores como segundo ciclo das mobilizações do movimento católico laico. Segundo asseveram Iamamoto e
Carvalho (2011), a conjuntura política e social naquele contexto, de crise de hegemonia entre as frações da
burguesia e da classe trabalhadora, permitiu à Igreja a abertura de um enorme campo de intervenção na vida
social.
A sistematização a seguir ajudará a melhor compreensão deste contexto histórico.
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Contexto histórico
Neste sentido, como exposto pela sistematização, a Igreja, nessa nova fase, abandonou a sua visão meramente
contemplativa sobre a “questão social” e se lançou em uma mobilização social sem precedentes em sua história
social, com marcas ideológicas serviço do capital. Cabendo, portanto, à Igreja a tarefa de reunificar e recristinizar a
sociedade burguesa “[...]) por intermédio da ação sobre corporações e demais grupos básicos, concluindo o
alinhamento doutrinário do Estado Laico ao direito natural orientado por suas novas transcendentes” (IAMAMOTO;
CARVALHO, 2011, p. 169).
Pausa para refletir: Para a Igreja Católica, a sociedade estava organizada sobre qual forma?
Neste sentido, caberia à reação católica abandonar a sua passividade frente a expressões da “questão social”, mas
deveria, sobretudo, objetivar uma reação ideológica sobre o proletariado, com vista da recuperação à harmonia
social, livrando-os de lideranças perturbadoras (leia-se: a influência dos sindicatos, da luta coletiva, do socialismo,
do marxismo e do comunismo). Assim, o compromisso seria a restauração dos costumes cristãos.
Veremos a seguir o documento que orientaria a compreensão sobre a “questão social” e, em consequência, o seu
tratamento pela Igreja Católica, a .Rerum Novarum
4.2.4 A questão social e a Rerum Novarum
A Igreja Católica é vista perante a sociedade como um todo unificado por meio de conexões orgânicas que existem
entre os elementos responsáveis por sedimentar estas conexões, como é o caso das tradições, dos dogmas e dos
CURIOSIDADE
Hegemonia é uma categoria de análise gramsciana, que preocupa-se em apreender questões
para além da dimensão material, voltando-se a suas explicações para questões subjetivas, como,
por exemplo, ideologia, cultura, moral etc.
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princípios morais que são depositados na (e pela) sociedade. Assim, a sociedade é apreendida como um
organismo, que, para funcionar bem, precisa estar em plena harmonia com todas as partes que a compõem
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
Clique nos ícones a seguir para saber mais.
Positivismo e referenciais tomistas
Essa percepção da Igreja Católica é alicerçada pelo positivismo, assim como pela influência de referenciais tomistas,
deixadas por São Tomás de Aquino. Neste sentido, a “questão social” seria entendida enquanto um “problema
social”, uma anomalia que deveria ser resolvida com vista à harmonização da sociedade.
Realidade brasileira
Na realidade brasileira, a intelectualidade católica buscou a adaptação do “[...] espírito das Encíclicas Sociais Rerum
Novarum e Quadragessimo Anno, munindo a hierarquia e o movimento laico de um arsenal de posições, programas
e respostas aos problemas sociais” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 168), formulando, assim, uma via corporativa
com vistas à harmonia e o progresso da sociedade.
Encíclica Rerum Novarum
A Encíclica Rerum Novarum (das coisas novas), foi publicada em 1891, pelo então Papa Leão XIII, na qual ele instrui,
a partir dos ensinamentos da Igreja, as diretrizes para se enfrentar a “questão social” expressa pela inserção do
proletariado na arena política.
Diretrizes
A Encíclica defende a propriedade privada, aponta os riscos trazidos pela ideologia do comunismo e chama toda a
comunidade cristã do mundo, burgueses e próprio proletariado, à união em busca da harmonia social.
Até aqui, estamos trazendo os elementos mais balizares, responsáveis pela constituição das primeiras iniciativas
assistências objetivadas pela Igreja Católica e que foram responsáveis por constituírem as protoformas do Serviço
Social, as quais iremos analisar melhor a seguir.
4.3 As protoformas do Serviço Social
O “novo capitalismo” emergente daquele momento histórico, trouxe consigo dois aspectos que lhe permitiram
criar mais facilmente um elo de vinculação com o mundo católico. Em primeiro lugar seria o seu aspecto mais
social, vinculado às obras de assistências, que carregam consigo traços ideológicos, para o convencimento da
classe proletária à adesão à ordem social vigente (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
O segundo aspecto, seria o mais “[...] organizado, hierarquizado, exigente no plano da disciplina e também capaz
de violar o fundo das consciências para assegurar o consentimento e a obediência” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011,
p. 174). Neste sentido, tais aspectos, sobre a égide do novo capitalismo, permitiram a continuidade do espírito
autoritário e dogmático da Igreja, sendo estes indissolúveis.
Assim, as formas embrionárias do Serviço Social (ou as protoformas, como convencionamos chamar) surgem como
desdobramentos da Ação Social e da Ação Católica, assim sendo, não podendo estar imunes aos aspectos que
acabamos de sinalizar no texto. Portanto, as primeiras instituições sociais, que darão suporte para estas formas
embrionárias do Serviço Social, serão tratadas a seguir.
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4.3.1 Instituições sociais e suas histórias com as bases do Serviço Social
O que convencionamos chamar de protoformas do Serviço Social, segundo Iamamoto e Carvalho (2011),
estruturam-se sobre as bases das obras de instituições sociais que emergiram no pós Primeira Guerra Mundial.
Contraditoriamente, ao surgimento dessas instituições, há o nascimento da “[...] primeira nação socialista [Rússia]
e a efervescência do movimento popular operário em toda a Europa (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 176).
Neste sentido, como já fora mencionado, as grandes lutas proletárias do pós-guerra expressavam para sociedade
as contradições, deixando a “questão social” mais visível, exigindo a necessidade de procurar respostas para sua
resolução ou o seu abafamento. Neste sentido, as Instituições Sociais, como base às protoformas do Serviço Social,
serviram para um determinado fim: a despolitização da “questão social”.
Visualizaremos melhor tais informações a partir da seguinte sistematização:
Despolitização da "questão social"
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Como apontando na sistematização, nesta conjuntura, na realidade brasileira, nasceram algumas Instituições
assistenciais como a Associação das Senhoras Brasileiras e a Liga das Senhoras Católicas, como trataremos a
seguir.
4.3.2 Associação das Senhoras Brasileiras e Liga das Senhoras Católicas (1920 - 
1923)
Neste contexto histórico da década de 1920, no Brasil, começaram a surgir as primeiras instituições assistenciais,
entre elas a Associação das Senhoras Brasileiras (1920), na cidade do Rio de Janeiro, e a Liga das Senhoras
católicas (1923), desta vez, na cidade de São Paulo. Ambas as instituições possuíam diferenciações em relação às
atividades tradicionais e de caridade desenvolvidas até então (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
De início, as atividades de tais instituições estavam relacionadas às obras mais diretas e amplas aos nomes das
famílias que integravam a grande burguesia paulista e carioca, sobretudo, a da própria militância de seus
“elementos femininos” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
O surgimento dessas instituições, assim, se deu dentro da primeira fase do movimento de Reação Católica, como
momento de espraiamento do pensamento social da Igreja e da formação das bases doutrinárias e organizativas
do apostolado laico. Prestemos atenção na seguinte sistematização:Formação das bases doutrinárias e organizativas
Como explicitado na sistematização, as atividades desenvolvidas por tais instituições estavam pautadas não ao
socorro dos indigentes, mas já dentro de uma “[...] perspectiva embrionária de assistência preventiva, de
determinadas sequelas do desenvolvimento capitalista, principalmente noapostolado social, atender e atenuar 
que se refere a menores e mulheres” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 177). Portanto, é a partir do
desenvolvimento do Movimento Laico que tais iniciativas embrionárias puderam se multiplicar, sendo inseridas
dentro do que era conhecido como Ação Social Católica.
Assim, o elemento humanitário e a base organizacional viabilizam o surgimento do Serviço Social, a partir da
constituição da mescla entre as antigas Obras Sociais “[...] que se diferenciavam criticamente da caridade
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 – e os novos movimentos do apostolado social, especialmente aqueles destinados a intervir junto aotradicional
proletariado” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 178), ambos englobados na estrutura do Movimento Laico, sendo
impulsionado e controlado pela hierarquia da própria Igreja.
Ao passo que há a complexificação das contradições do capitalismo, expressando novas configurações da “questão
social”, emerge a necessidade de uma formação técnica e especialidade que pudesse instrumentalizar à prestação
da Assistência, como veremos a seguir.
4.3.3 Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS)
O Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) é considerado como “[...] manifestação original do Serviço
Social no Brasil, criado em 1932 com o incentivo e sob o controle da hierarquia da Igreja” (IAMAMOTO; CARVALHO,
2011, p. 178).
Clique nos termos abaixo para saber mais.
Surgimento
O CEAS nasceu como expressão da necessidade emanada pelos setores da Ação Social e da Ação Católica
(sobretudo da primeira), com vistas de tornar a prática assistencial mais efetiva.
Filantropia das classes dominantes
Tais obras eram promovidas pela filantropia das classes dominantes paulistas, mas que eram patrocinadas pela
Igreja, a fim de dinamizar a mobilização do laicado sobre a “questão social”.
Primeiro curso
O início oficial do CEAS se deu a partir do “Curso Intensivo de Formação Social para Moças”, promovido pelas
Cônegas de Santo Agostinho, “[...] para o qual fora convidada Mlle. Adèle Loneaux da Escola Católica de Serviço
Social de Bruxelas” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 178). A turma desse curso era formada por jovens moças,
formadas nos estabelecimentos de ensino religioso, sendo expressão feminina das famílias que compõem as
diversas frações das classes dominantes e abastadas da época (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011).
Objetivo do CEAS
O objetivo central do CEAS, portanto, era o de “[...] promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina
social da Igreja e fundamentar a sua ação nessa formação doutrinária e nos conhecimento aprofundado dos
problemas sociais” (CERQUEIRA, 1944 apud IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 179). Neste sentido, essa formação
deveria servir o propósito de tornar mais eficiente a atuação dos “trabalhadoras sociais”.
No próximo tópico de estudo, iremos analisar a “natureza do Serviço Social”, ou seja, a produção teórica em torno
dos fundamento histórico-teórico-metodológico do surgimento da profissão. 
4.4 A natureza do Serviço Social
O debate dos fundamentos do Serviço Social consta, na literatura específica da profissão, com textos clássicos
responsáveis por situar histórico-socialmente-politicamente-culturalmente a emersão da profissão na realidade
brasileira. Esse é o caso do texto de Iamamoto e Carvalho (2011), e na realidade mundial, o texto de Netto (2011).
“A natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a ‘especificidade’ e sua reprodução”, de Carlos
Montaño (2011) é mais um esforço teórico para situar as bases do surgimento da profissão.
O texto preocupa-se em trazer, para agenda profissional, o debate que engloba as teses que apreendem e
justificam, como consequência, a origem da profissão na sociabilidade capitalista. Entretanto, também, o ensaio
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de Montaño (2011) preocupasse em traçar os elementos que justificam e legitimam essa profissão neste contexto
que a requisitou.
Portanto, no capítulo primeiro da referida obra de Montaño (2011), foi traçado o debate sobre a gênese do Serviço
Social a partir da análise de duas teses específicas sobre a natureza profissional, veremos, a seguir, a primeira tese.
4.4.1 A perspectiva endogenista
A primeira tese sustenta a origem do Serviço Social na “[...] evolução, organização e profissionalização das formas
“anteriores” de ajuda, da caridade e da filantropia, vinculada agora à intervenção da “questão social” (MONTAÑO,
2011, p. 19-20).
Clique nos termos a seguir para conhecer os detalhes sobre a tese.
Bases da
profissão
Para essa tese, as bases da profissão datam das primeiras formas de ajuda, encontrada
geralmente nas obras de Tomás de Aquino e Vicente de Paula, sendo estes precursores da
Assistência Social.
Correntes e
interpretações
Segundo Montaño (2011), tal tese é sustentada pela maioria dos teóricos que estão
preocupados em apreender a história, gênese ou natureza do Serviço Social, expressando,
assim, uma ampla gama de correntes e interpretações que confluem e reatualizam o debate
em torno desta mesma tese.
Montaño (2011), porém, faz um destaque necessário de que, nessa mesma tese, há duas correntes de teóricos, que
coparticipam, sendo elas: uma vinculada ao Serviço Social tradicional junto com autores que marcaram o
movimento de “intenção de ruptura”, no momento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro; e o um segundo
movimento, que apreende o surgimento da profissão vinculado a qualquer forma anterior de ajuda, retroagindo a
sua análise à idade média ou, até mesmo, à origem da história; e outro segmento de autores, que pensam o
surgimento da profissão pós-revolução industrial.
Neste sentido, a tese endogenista, parte da apreensão do surgimento da profissão a partir da própria profissão,
sem preocupar-se em apreender os vínculos históricos, políticos, sociais e culturais que se expressam na
universalidade e particularidade que gestam uma singularidade que permite a emersão da profissão, na
sociabilidade capitalista.
A segunda tese, intitulada pelo autor como “histórico-crítica”, supera essa visão endogenista sobre a emersão da
profissão, apreendendo, portanto, a profissão como um produto histórico, inserindo-a nas complexas relações
sociais capitalistas, como veremos a seguir.
4.4.2 Perspectiva histórico-crítica
A perspectiva histórico-crítica, segundo Montaño (2011), busca um novo caminho de apreensão sobre a emersão
do Serviço Social, em oposição à tese anterior. Essa segunda tese apreende o surgimento do Serviço Social como
um “[...] produto das sínteses dos projetos político-econômicos que operam o desenvolvimento histórico, onde se
reproduz material e ideologicamente a fração de classe hegemônica [...] no contexto do capitalismo na sua fase
” (MONTAÑO, 2011, p. 30).monopolista
Clique para saber mais.
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Surgimento
da profissão
A partir dessa perspectiva de análise, o surgimento da profissão dentro da ordem social e
econômica capitalista está vinculada à uma demanda posta à engrenagem da divisão social
e técnica do trabalho. Esse cenário permite o surgimento de uma profissão que possa
participar na “[...] reprodução da força de trabalho, das relações sociais, quanto ideologia
dominante” (MONTAÑO, 2011, p. 31).
Dessa forma, a apreensão sobre a emersão da parte do entendimento (a qual, durante a escrita do nosso texto, nos
vinculamos) que essa seja um produto histórico e não “[...] como um desenvolvimento interno das formas da ajuda,
descontextualizada ou apenas, no melhor dos casos, inserida numa realidade social; ela é produto e reprodutora
das relações sociais” (MONTAÑO, 2011, p. 31).
Cada tese, portanto, busca legitimar-se na agenda do debate teórico-político da profissão. Neste sentido,
retornaremos à primeira tese com vistasde apreender o que seria a “especificidade” da perspectiva endogenista.
4.4.3 Em busca da “especificidade” prometida
A perspectiva evolucionista (ou endogenista), entende que a legitimidade do Serviço Social estaria alicerçada na
“especificidade” da sua prática profissional (MONTAÑO, 2011). Portanto, para esta tese, a prática profissional do
Serviço Social é compreendida como uma forma de ajuda profissionalizada, e a sua legitimação é derivada dos
elementos específicos em que a ajuda seria objetivada pela ação profissional da profissão, ou seja, a sua
especificidade frente às outras atuações caritativas empregadas por outras profissões.
Diante disso, Montaño (2011, p. 55) assevera que “(...) nesta perspectiva, entende-se o ‘específico’ do Serviço Social
a prestação de serviços direcionados aos setores empobrecidos e carentes da população”. Todas as dimensões do
fazer profissão (formação, pesquisa, atuação e intervenção) seriam, sobre esta perspectiva, “específicos”.
Portanto, caberia o Serviço Social encontrar o sujeito específico da sua atuação profissional: o pobre.
Em contraposição a esta vertente, a segunda perspectiva, aquela histórico-crítica, elabora conhece que busca
apreender a legitimação da profissão a partir da função social que a profissão é demanda a executar, na
sociabilidade capitalista, como veremos a seguir.
4.4.4 Fatores determinantes da imagem social da profissão
Em oposição a “especificidade” da prática profissional do Serviço Social, a perspectiva histórico-crítica, vinculada
para uma perspectiva de totalidade, elabora a sua apreensão sobre a legitimidade da profissão. Ela parte da
apreensão que o “[...] (e no e para o Estado capitalista, seu principal papel que cumpre na e para a ordem burguesa
empregador)”, seria responsável por legitimar a profissão na realidade social (MONTAÑO, 2011, p. 57).
Apreender-se então, o Serviço Social ocupando um lugar na divisão social e técnica do trabalho, inserido, assim,
num projeto político-econômico hegemônico. Dessa forma, ele desempenha, na emersão da profissão, um papel
específico à reprodução e acumulação capitalista. Sua legitimidade recai na função prestada à ordem burguesa.
Portanto, como afirmam Iamamoto e Carvalho (2011), a legitimidade do fazer profissional dos Assistentes Sociais
surge, não pela a especificidade do fazer profissional, mas pela sua função política, marcada em sua gênese, pelo
caráter educativo, moralizador, disciplinador e conservador. Neste sentido, a legitimidade profissional não deve
ser apreendida de forma endogenista, mas, sim, pelas respostas que a profissão constrói as demandas advindas da
realidade social.
92
Proposta de atividade
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um mapa conceitual destacando as
principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir seu mapa conceitual, considere as leituras básicas e
complementares realizadas. Tente situar historicamente cada período, tendo o cuidado de relacionar com o
surgimento da profissão, partindo, assim, de uma apreensão histórica e crítica sobre o surgimento da profissão na
realidade brasileira a partir de determinações universais e particulares.
Recapitulando
Neste capítulo, buscamos inserir a profissão no complexo, contraditório e antagônico movimento da história.
Assim, apreendermos o surgimento da profissão a partir de demandas advindas e construídas em um determinado
momento histórico da humanidade, ou seja, da sociabilidade capitalista, sobretudo, na era dos monopólios. As
formas embrionárias do Serviço Social, ou seja, as suas protoformas, foram as primeiras expressões das respostas
da Igreja e do Estado burguês às movimentações do proletariado, no pós-fim da Primeira Guerra Mundial, onde tais
movimentações transmitiam à sociedade a clareza das expressões da “questão social”. Ao passo que chegamos a
tal contextualização histórica, situando a profissão, neste movimento, deixamos clara a nossa opção metodológica
por uma perspectiva que apreende a profissão de forma histórico-crítica, mas ao debatermos a “natureza do
Serviço Social”, trazemos para o cenário a perspectiva endogenista, que analisa a profissão a partir dela mesma.
Assim, a legitimação profissional, na nossa apreensão, não surge pela “especificidade” do fazer profissional, mas
pelas respostas que a profissão elabora às demandas advindas da sua posição na divisão social e técnica do
trabalho. O fazer profissional, assim, deve responder, na contemporaneidade, às particularidades das expressões
da “questão social” que se expressam de forma desigual, fruto da formação sócio-histórica do nosso país. O riso do
fazer profissional, orientado por uma dimensão interventiva, crítica e propositiva, em contrapartida a gênese
conservadora, expressa as potencialidades e críticas ao ordenamento capitalista. Por fim, superar a visão
naturalizada da Igreja Católica, que apreende a sociedade por meio de um corpo orgânico e que deve, pelo
exercício profissional, procurar a sua “harmonia” é o maior esforço do processo de renovação profissional.
Referências
AGUIAR, Antonio Geraldo. : das origens a Araxá. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2011.Serviço Social e Filosofia
IAMAMOTO, Marilda; CARVALHO, Raul de. : esboço de umaRelações Sociais e Serviço Social no Brasil
interpretação histórico-metodológica. 35º ed. São Paulo: Cortez, 2011.
LÊNIN, Vladimir Ilitch. : estágio superior do capitalismo. 1ºed. São Paulo: Expressão Popular, 2012.Imperialismo
MONTAÑO, Carlos. um ensaio sobre sua gênese, a “especificidade” e suaA Natureza do Serviço Social:
reprodução. 2º ed. São Paulo: Editora Cortez, 2011.
NETTO, José Paulo. . 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.Capitalismo Monopolista e Serviço Social
93
	FSSHP_C00
	FSSHP_C01
	Compreenda seu livro: Metodologia
	Compreenda seu livro: Percurso
	Boxes
	Apresentação da disciplina
	A autoria
	Flávio José Souza Silva
	Leandro Rocha da Silva
	Manuela Soares Silveira
	Marcone Costa Cerqueira
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário
	1.1 A revolução industrial e a construção das bases para a sociedade capitalista
	1.1.1 As revoluções burguesas e industrial e a construção de uma sociedade moderna
	1.1.2 Origens do capitalismo
	1.1.3 O liberalismo como fundamento econômico-filosófico
	1.1.4 Fases do capitalismo
	1.2 O capitalismo como relação social
	1.2.1 A produção de mercadoria
	1.2.2 O processo de trabalho
	1.2.3 As relações mistificadas em capital e trabalho
	1.2.4 Reprodução do capital por processos ideológicos e de alienação
	1.3 O modo de produção capitalista: a exploração do trabalho
	Riqueza
	Exploração da força de trabalho
	Classe social
	1.3.1 A produção da mais-valia
	1.3.2 Trabalho concreto e abstrato
	1.3.3 Trabalho produtivo e improdutivo
	1.3.4 Exploração do trabalho
	1.4 O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais
	1.4.1 Relações sociais: bases conceituais
	1.4.2 Relações sociais e Serviço Social
	1.4.3 A produção capitalista e a reprodução das relações sociais
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C02
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário e pergunta norteadora
	2.1 A origem da Questão Social
	2.1.1 Primeiros debates conceituais sobre a questão social
	2.1.2 A questão social como resultado de relações contraditórias
	2.1.3 A questão social como expressão da contradição entre capital e trabalho
	2.1.4 Identificação da contradição e construção das primeiras reflexões
	2.2 Questão Social X pauperismo
	2.2.1 Desígnio divino
	2.2.2 Pobreza extrema
	2.2.3 Problemas sociais
	2.3 Questão social – polêmicas em torno de seus conceitos
	2.3.1 Questão social ou questões sociais?
	2.3.2 Existiria uma nova questão social?
	2.3.3 Os autores franceses e as polêmicas
	2.4 Questão social: principais pensadores
	2.4.1 Questão social segundo Cerqueira filho
	2.4.2 Questão Social segundo Jose Paulo Netto
	2.4.3 Questão social segundo Marilda Iamamotto
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C03
	Objetivosdo capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário e Pergunta norteadora
	3.1 Bases teóricas e metodológicas
	3.1.1 As primeiras escolas de Serviço Social
	3.1.2 Caridade e assistencialismo vinculados à igreja
	Ordem dos Frades Menores
	Ordem das Clarissas
	Ordem Terceira
	3.1.3 A origem do Serviço Social como profissão
	3.2 Tomismo e Serviço Social Europeu
	3.2.1 São Thomas de Aquino e a busca do bem-estar comum
	O sensível
	O intelectivo
	3.2.2 O Serviço Social e a influência da filosofia Tomista
	3.2.3 A doutrina social da igreja e a formação profissional
	3.3 Os precursores do Serviço Social
	3.3.1 Juan Luiz Vivés (Espanha)
	3.3.2 Vicente de Paula (França)
	3.3.3 Canon Barnett (Inglaterra)
	3.3.4 Jane Adams (Inglaterra)
	3.4 A influência norte-americana
	3.4.1 Mary Richmond
	3.4.2 Mary Parker Follet
	3.4.3 Caridade organizada (COS)
	3.4.4 O método case social work
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C04
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário e Pergunta norteadora
	4.1 O contexto brasileiro e a configuração da Questão Social
	4.1.1 O Pós-Primeira Guerra Mundial e o contexto brasileiro
	4.1.2 A crise econômica de 1929 – a quebra da bolsa de valores
	4.1.3 A economia cafeeira do Brasil e a quebra da bolsa de Nova York
	4.1.4 Questão social como uma questão moral ou de polícia
	4.2 A reação católica e o Estado Brasileiro
	4.2.1 A primeira fase da reação católica no Brasil
	4.2.2 O Estado Novo e a implantação do corporativismo
	4.2.3 Relações entre Estado Brasileiro e Igreja Católica
	4.2.4 A questão social e a Rerum Novarum
	4.3 As protoformas do Serviço Social
	4.3.1 Instituições sociais e suas histórias com as bases do Serviço Social
	4.3.2 Associação das Senhoras Brasileiras e Liga das Senhoras Católicas (1920 - 1923)
	4.3.3 Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS)
	4.4 A natureza do Serviço Social
	4.4.1 A perspectiva endogenista
	4.4.2 Perspectiva histórico-crítica
	4.4.3 Em busca da “especificidade” prometida
	4.4.4 Fatores determinantes da imagem social da profissão
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C05
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário e pergunta norteadora
	5.1 Primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil
	5.1.1 Características das primeiras escolas de Serviço Social
	5.1.2 Perfil dos primeiros profissionais
	5.1.3 Primeiros locais de trabalho do assistente social
	5.2 O trato da questão social no Brasil em 1930
	5.2.1 Binômio: repressão e assistência
	5.2.2 A moralidade como base para manutenção da ordem social
	5.2.3 Manifestações e greves de trabalhadores
	5.2.4 Estado Brasileiro e controle sobre a questão social
	5.3 O Serviço Social na década de 1940
	5.3.1 Congressos de Serviço Social e sua influência no perfil profissional
	5.3.2 Congressos pan-americanos – Chile e Brasil
	Linha 1
	Linha 2
	Linha 3
	5.3.3 A inserção dos profissionais nas primeiras instituições
	5.3.4 Fim da Segunda Guerra Mundial
	5.4 1950: período democrático-popular
	5.4.1 A chegada do Desenvolvimento de comunidade no Brasil
	5.4.2 A ideologia do Desenvolvimento de comunidade
	5.4.3 Propostas e equipes de Desenvolvimento de comunidade no campo e na cidade
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C06
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário e pergunta norteadora
	6.1 O Estado Novo e o desenvolvimento das grandes Instituições
	6.1.1 Legião Brasileira de Assistência (LBA)
	6.1.2 Proteção do Estado: desvalidos, maternidade e infância
	6.1.3 Ministério do Trabalho e o direito a carteira assinada
	6.2 Instituições de apoio ao atendimento da população
	6.2.1 Obra assistencial – Leão XIII
	6.2.2 SENAI e SESI como espaços profissionais
	6.2.3 As Santas Casas de Misericórdia e o atendimento aos desvalidos
	6.3 A previdência social e o Serviço Social
	6.3.1 Lei Eloy Chaves
	6.3.2 Caixas de aposentadorias e pensões
	6.3.3 O Assistente Social como esclarecedor do Seguro Social
	6.4 Década de 1950 e início dos anos 1960: contexto histórico, político e econômico
	6.4.1 Processo de crescimento econômico
	6.4.2 Controle da inflação e o presidente Getúlio Vargas
	6.4.3 O desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek
	6.4.4 Jânio Quadros e João Goulart
	Proposta de Atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C07
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário
	7.1 A teoria estadunidense e a prática do assistente social brasileiro
	7.1.1 O Serviço Social de caso
	7.1.2 O Serviço Social de grupo
	7.1.3 O Serviço Social de comunidade
	7.2 A metodologia americana nas obras de profissionais brasileiros e latino-americanos
	7.2.1 Balbina Ottoni Vieira
	7.2.2 Tecla Machado Soeiro
	7.2.3 Suely Gomes Costa
	7.3 A perspectiva teórico-prática de Serviço Social para integração social
	7.3.1 A carência como objeto profissional
	7.3.2 A disfunção social como objeto
	7.3.3 Indivíduo e sociedade como foco de problemas sociais
	7.4 A construção do objeto: o debate teórico por diferentes autores
	7.4.1 José Lucena Dantas
	7.4.2 Helena Iraci Junqueira
	7.4.3 Natálio Kisnerman
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	FSSHP_C08
	Objetivos do capítulo
	Tópicos de estudo
	Contextualizando o cenário
	8.1 Positivismo
	8.1.1 Serviço Social e positivismo
	8.1.2 A sociedade sob a perspectiva positivista
	8.1.3 A concepção de homem segundo Augusto Comte
	8.1.4 A lei dos Três Estados
	8.2 Funcionalismo
	8.2.1 A sociologia de Durkheim
	8.2.2 O fato social
	8.2.3 Anomia
	8.2.4 Serviço Social e funcionalismo
	8.3 O estrutural funcionalismo
	8.3.1 Principais características
	8.3.2 Talcott Parsons: o principal representante
	8.3.3 Sistemas e subsistemas
	8.4 Preocupação profissional com critérios técnicos e científicos
	8.4.1 Teorias próprias com foco na eficácia da ação
	8.4.2 Assistente social a serviço das instituições
	8.4.3 Orientação funcionalista
	Proposta de atividade
	Recapitulando
	Referências
	Blank Page
	Blank Page
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	Blank Page
	Blank Page
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