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Desafio 
A opção por ter ou não filhos é considerada pela psicologia do desenvolvimento uma tarefa 
evolutiva característica da vida adulta; por isso, a gravidez durante a adolescência é 
denominada precoce. No Brasil, a maternidade nessa fase é tida como um problema de saúde 
pública, em função de suas consequências físicas e psicológicas, bem como de seus efeitos na 
intensificação de desigualdades sociais. 
Pensando nisso, acompanhe a seguinte situação: 
Você é residente em psicologia hospitalar e recebeu a solicitação de visitar Rita, de 17 anos, 
internada em função de complicações advindas da gravidez. Durante o primeiro contato, a 
paciente informou que solicitou o atendimento, pois está “arrasada” com as dores físicas e 
com o fato de o ex-namorado ter optado por não reconhecer o filho. Ela relatou não se sentir 
preparada para ser mãe, ter engravidado por se esquecer frequentemente de usar métodos 
contraceptivos (apesar de reconhecer seu papel preventivo), e acredita que a falta de desejo 
e sua irresponsabilidade tenham se refletido nas complicações que está vivenciando. 
Ou seja, a adolescente vivencia sentimentos de culpa por não se sentir preparada para a 
gravidez, tendo em vista que sua mãe engravidou dela logo cedo e que, em sua visão, “fez um 
bom trabalho” em sua criação, sem reclamar, como Rita está fazendo. 
Após o atendimento, por solicitação de seu professor-supervisor, você vai apresentar um 
relato do caso na reunião de residentes, relacionando-o com discussões da psicologia do 
desenvolvimento. Para tanto, responda aos seguintes questionamentos: 
a) Que fatores presentes no caso de Rita estão associados à gravidez na adolescência? 
Segundo a psicologia do desenvolvimento, que outros fatores podem estar associados? 
b) Considerando casos como o de Rita, quais são elementos que você deve levar em conta 
para trabalhar na prevenção da gravidez precoce? 
 
 
Resposta esperada 
 
Padrão de resposta esperado 
a) No caso de Rita, pode-se identificar como fatores relacionados à gravidez na 
adolescência: desdobramentos da puberdade que se refletem no atingimento da maturidade 
sexual; uso inadequado de métodos contraceptivos, que pode ser resultante da negação da 
possibilidade de engravidar, comum em adolescentes; e histórico familiar. Conforme estudos 
da psicologia do desenvolvimento, esses e outros aspectos, como demográficos, uso de 
álcool e drogas, e também socioemocionais relacionados à expectativa do papel da mulher 
na família, perdas familiares, baixa autoestima e desejo de engravidar, não são 
determinantes, mas podem estar associados à gravidez precoce. 
b) O caso de Rita demonstra que, mesmo esclarecida do potencial preventivo dos métodos 
contraceptivos, ela frequentemente se esquecia de utilizá-los. Estudos revelam que o 
aumento na disseminação de informações voltadas à educação sexual e o uso de métodos 
contraceptivos por si só não reduziram significativamente os casos de gravidez na 
adolescência. Nesse sentido, para além de campanhas de conscientização sobre os riscos 
associados à gravidez nessa etapa da vida, é pertinente promover reuniões com grupos de 
jovens e iniciativas voltadas à reflexão a respeito do que significa ser mãe, as consequências 
desse papel em termos de responsabilidades assumidas, a importância do estabelecimento 
de redes de apoio e outros aspectos envolvidos. Ao reconhecer os desafios da maternidade, 
Rita teria mais motivos para se engajar no uso de métodos contraceptivos e também poderia 
lidar com o momento atual de modo diferente, sem sentimentos de culpa, ao distinguir as 
tarefas complexas advindas da maternidade.

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