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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA CRIADO PELO DECRETO PRESIDENCIAL NO 168/12 DE JULHO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANAS GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E MARKETING TRABALHO INVESTIGATIVO DE INTRODUÇÃO À GESTÃO DE EMPRESA ÍNDICE DE GRAVIDEZ PRECOCE NO DISTRITO DO ZANGO CASO PRÁTICO HOSPITAL MUNICIPAL DO ZANGO II NO PERÍODO DE 2022 Zango , Dezembro, 2022 Lic. Sandra Ilda Dala Jafeth _____________________________ INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA CRIADO PELO DECRETO PRESIDENCIAL NO 168/12 DE JULHO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANAS GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E MARKETING ÍNDICE DE GRAVIDEZ PRECOCE NO DISTRITO DO ZANGO CASO PRÁTICO HOSPITAL MUNICIPAL DO ZANGO II NO PERÍODO DE 2022 Elaborado por: 1. Domingas Cunha 2. Elisa Joaquim 3. Lino Necas 4. Mario Paulo 5. Odeth Zinga 6. Pedro Manuel 7. Rossana Sampaio Zango , Dezembro, 2022 EPÍGRAFE "O verdeiro lider consegue liderar em terrenos onde ele não possui autoridade formal, influencindo pessoas fora de sua equipe de trabalho, em sua mesma linha hierarquica ou, até mesmo, hierarquicamente superior". Moabe Teles RESUMO A sexualidade é considerada aspecto importante na adolescência e a gravidez aparece como problema nessa fase de vida. A presente contribuição insere-se nessa área, cujo objetivo é o de verificar o conhecimento que as jovens adolescentes têm sobre a gravidez e sua prevenção, assim como os riscos que acarreta quanto à formação acadêmica e quanto ao ajustamento pessoal. As participantes compreendem 22 adolescentes grávidas, de 14 a 16 anos. Após seu consentimento livre e esclarecido, bem como o de seus pais, respondem a um questionário específico. Os resultados mostram que as participantes da pesquisa têm conhecimento sobre prevenção da gravidez, mas não o colocam em prática. Suas fontes de informação são a escola e a família; seu comportamento sexual de risco ocorre com maior frequência após os 14 anos, e os sentimentos relacionados ao fato, para a maioria são positivos. Todas elas demonstram adequada frequência ao tratamento pré-natal. Palavras-chave: Gravidez precoce, adolescência, Hospital Municipal da Zango ABSTRACT The sexuality is considered important aspect in the adolescence and the pregnancy appears as problem in that life phase. To present contribution he/she interferes in that area, whose objective is it of verifying the knowledge that the adolescent youths have about the pregnancy and his/her prevention, as well as the risks that it carts as for the academic formation and as for the personal adjustment. The participants understand 22 pregnant adolescents, from 14 to 16 years. After his/her free and illustrious consent, as well as the one of their parents, they answer to a specific questionnaire. The results show that the participants of the research have knowledge about prevention of the pregnancy, but they don't put him/it in practice. Their information sources are the school and the family; his/her sexual behavior of risk happens more frequently after the 14 years, and the feelings related to the fact, for most they are positive. All of them demonstrate appropriate frequency to the prenatal treatment. Word-key: Precocious pregnancy, adolescence, Municipal Hospital of the I Get angry LISTA DE FIGURAS E GRÁFICO Figura 1: Métodos contraceptivos de barreira .........................................................................20 Figura 2: Métodos contraceptivos comportamentais ...............................................................22 Figura 3: Métodos contraceptivos hormonais..........................................................................23 Figura 4: Métodos cirúrgicos........................................................................................................24 Gráfico 1: Média por Idade .....................................................................................................29 SUMÁRIO EPÍGRAFE ............................................................................................................... 3 RESUMO ................................................................................................................. 4 ABSTRACT ............................................................................................................. 5 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICO ....................................................................................... 6 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 10 HIPÓTESE ............................................................................................................. 10 OBJECTIVO GERAL ............................................................................................. 10 OBJECTIVO ESPECÍFICO .................................................................................... 10 METODOLOGIA DE ESTUDO .............................................................................. 11 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 11 CAPITULO- I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 12 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ..................................................................................... 12 CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS ................................................................................ 16 CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS ................................................................... 16 CONSEQUÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS .......................................................... 17 CONSEQUÊNCIAS PARA O BEBÊ ...................................................................... 17 CAUSAS DA GRAVIDEZ PRECOCE .................................................................... 17 CONSEQUÊNCIAS E RISCOS ............................................................................. 18 PRINCIPAIS FATORES ........................................................................................ 19 COMO EVITAR A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA .................................................. 19 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS ....................................................................................... 20 1. Métodos de Barreira ....................................................................................................... 20 2. Métodos Comportamentais ............................................................................. 21 3. Métodos Hormonais ......................................................................................... 23 4. Métodos Cirúrgicos ou Esterilização ........................................................... 24 SITUAÇÃO DA GRAVIDEZ PRECOCE EM ANGOLA SEGUNDO A INAC ............. 25 Base de dados ...................................................................................................... 25 Consequências graves ........................................................................................ 25 Reforço dos programas de informação ............................................................. 26 Partos em adolescentes ........................................................................................................... 26 CAPITULO- II FUNDAMENTAÇÃO PRÁTICA .............................................................. 28CASO PRATICO NO HOSPITAL MUNICIPAL DO ZANGO II .................................... 28 Participantes ........................................................................................................ 28 Material ................................................................................................................. 29 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 30 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ...................................................................................... 31 9 INTRODUÇÃO Neste presente trabalho falaremos sobre o indice de gravidez precoce no distrito do zango caso prático Hospital Múnicipal do Zango 2, sendo que a gravidez precoce é considerada a que ocorre entre 10 à 20 anos, de acordo a Organização Mundial da Saúde(OMS). Apontando como uma gestação de alto risco decorrente das preocupações que traz à mãe e ao recém nascido, a gravidez nesta faixa etária pode acarretar problemas sociais e biológicos, em Angola apresenta elevados índices de adolescentes grávidas. Adolescência é um período da vida rico em manifestações emocionais, caracterizadas por ambiguidade de papéis, mudança de valores e dificuldades face à procura de independência pela vida, a gravidez na adolescência é muitas vezes encarada de forma negativa do ponto de vista emocional e financeiro das adolescentes e suas famílias, alterando drasticamente suas rotinas e vida social 10 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O Real motivo do alto índice de gravidez precoce no distrito urbano do zango? HIPÓTESE H1: Baixo nível financeiro e social H2: Conflito e mau ambiente familiar Variável Dependente Hospital públicas Variável Independente Gravidez precoce OBJECTIVO GERAL Estabelecer as reais razões das gravidez precoce no Distrito Urbano do Zango. OBJECTIVO ESPECÍFICO Aprofundar os conhecimentos sobre as diversas formas de conflitos causados pela gravidez precoce. Reflectir criticamente sobre a forma como os adolescentes tem brincado com a Sexualidade. Estudar a quantidade de adolescente gravidas precocemente numa determinada zona. 11 METODOLOGIA DE ESTUDO Para a realização deste trabalho utilizarei a norma American Psycological Association (APA), sexta edição. Em termos metodológicos propôs-me fazer uma pesquisa bibliográfica com vista a revisão da literatura a fim de aferir as distintas perspectivas dos principais conceitos abordados a longo do trabalho. “A metodologia em ciências sociais corresponde ao estudo sistemático dos métodos, concretizados em diferentes técnicas válidas e validadas permanentemente” (Santo, 2010, p.10). Nessa ordem de ideias, pretendo fazer um estudo descritivo com abordagem qualitativa, sem a necessidade de recorrer a software estatísticos. Segundo Sousa e Batista (2011), o método qualitativo permite uma maior qualidade na recolha de dados e permite que o investigador desenvolva conceitos e chegue à compreensão de fenómenos a partir de padrões que resultam da recolha de dados. Para o efeito pretendo, por um lado, fazer entrevistas semiestruturadas e compostas por perguntas fechadas aos técnico de enfermagem do hopital geral dos cajueiro para compreender, na sua óptica e enquanto chefes, qual a melhor forma de adaptar ao meu tema de estudo à realidade dos técnicos da saúde. Ketele e Roegiers (1999, p.18), define a entrevista como “um método de recolha de informações que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas cuidadosamente selecionadas cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de informações”. JUSTIFICATIVA A escolha do tema deu-se com o intuito de aprofundar de uma forma local sobre as grandes causas e consequência da gravidez precoce. Delimitação do tema O presente trabalho está delimitado índice de gravidez precoce no Distrito Urbano do Zango, Hospital Municipal do Zango II. 12 CAPITULO- I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Nas últimas décadas, a gestação na adolescência tem sido considerada um importante assunto de saúde pública, em virtude da prevalência com que esse fenômeno vem ocorrendo ao redor do mundo. A chamada epidemia da maternidade na adolescência só foi reconhecida por volta de 1970, quando as taxas de fecundidade nesta faixa etária já começavam a cair nos Estados Unidos e em outros países do primeiro mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a gravidez na adolescência como gestação de risco. A grande dificuldade encontrada na análise de trabalhos publicados na literatura nacional e internacional se deve ao fato de se atribuir um possível pior desempenho obstétrico e repercussões sobre o recém-nascido simplesmente à idade materna, com um cortejo de situações de risco como: pobreza, baixa escolaridade, falta de assistência pré-natal adequada, entre outras. O conhecimento dos fatores relacionados à gravidez na adolescência dentro de cada realidade social pode se constituir em um importante caminho para a implementação de medidas que possam modificar esse quadro e favorecer o exercício pleno e saudável da sexualidade desses adolescentes. A preocupação com a gravidez na adolescência vem de longa data, mas a questão da repetição das gestações nesta faixa de idade não recebeu, por muito tempo, a mesma atenção. Assim, são ainda escassos os trabalhos sobre reincidência de gravidez na adolescência, o que dificulta, inclusive, o conhecimento da sua frequência, com variação entre 25 e 50% na literatura mundial. O empenho em empreender este estudo decorre do fato de que o cuidadoso diagnóstico de situação representa o caminho para orientar intervenções apropriadas capazes de surtir um desejado efeito preventivo. 13 Nesta fase pode ocorrer uma necessidade de experiências novas e então diante desta busca, o uso de drogas, bebidas alcoólicas, cigarros, iniciação da vida sexual, bem como o desenvolver de uma gestação, enquanto se completa a definição de EU a qual se subordinam as identificações infantis, que diz ser a adolescência "um período de moratória psicossocial por ser uma época na qual o jovem se sente livre para experimentar papéis e estilo de vida adulta" (TAKIUTT, 1986, p. 127) Pode-se observar que os meninos e meninas entram na adolescência cada vez mais cedo; o início da ejaculação e da menstruação indica que eles estão começando sua vida fértil, isto é, que chegarão àquela fase da vida e que são capazes de procriar. As transformações físicas não são as únicas que enfrentam e suas mentes também passam por grandes alterações. Referência? Entretanto essa é uma fase de dubiedades: no momento o jovem pode tomar-se mais sonhador ou independente e arrojado, passando a querer experimentar novas possibilidades e vivências. Ao mesmo tempo em que se vê retraído, inseguro, pode achar que não precisa de ninguém, acha que é capaz de tudo, apesar de temer o mundo, acredita que nada pode acontecer.(FREITAS, 1990) A fase onde há modificação do corpo chama-se de puberdade, no caso das garotas, os seios desenvolvem ganha nova tonalidade vocal, as pernas engrossam, os lábios vaginais se tomam foco da experiência e finalmente, a menstruação. Fator preponderante, que a torna uma adolescente e não mais uma garota. No caso dos garotos, surgem as espinhas e a voz engrossa, o pênis se desenvolve, a musculatura define o corpo e o foco de atenção são as novidades do sexo oposto. Inicia-se a masturbação, as fantasias e as historinhas ligadas ao ato sexual. É um período de grandes diferenças individuais e notáveis mudanças físicas. Os hormônios de crescimento e sexuais são produzidos emaltas doses pelo organismo e esses impulsos que estavam em repouso agora explodem segundo FREITAS, (1990). Para DUARTE (1990), ao adquirir personalidade própria, o jovem geralmente distancia- se da família, procurando maior autonomia. Com isso, sua vida social se modifica, passa preferir companhia de outros adolescentes, recusando a de irmãos e de pais. Os amigos da mesma idade passam a ser mais importantes, começa a se vestir de acordo com o figurino do grupo e casa. falar sua linguagem, a frequentar lugares diferentes, chegar mais tarde em casa. 14 Observa-se então que a adolescência é um período onde ocorre turbulências e instabilidades, afirmação essa, que pode ser confirmada por Mandu (1997) que diz: "A adolescência quase nunca é vivenciada com simplicidade tranquilidade. Frequentemente é um momento instável. Os sentimentos dos jovens não são mais de como a criança, tampouco como os de adulta. A adolescência caracteriza-se por um período de descobertas do mundo, dos grupos de amigos, de uma vida social mais ampla. Assim a gravidez pode vir a interromper, na adolescente, esse processo de desenvolvimento próprio da idade, fazendo a assumir responsabilidades e papéis de adulta antes da hora, já que dentro em pouco verá obrigada dedicar-se aos cuidados maternos. O prejuízo é duplo: nem adolescente plena, nem adulta inteiramente capaz. (MANDU, 1997, P???) Como foi afirmada na citação acima, uma gravidez precoce pode desestruturar o psicológico de um adolescente. Assim, a gravidez na adolescência é resultado de um conjunto de fatores estruturais da sociedade. Dentre estes estão os culturais econômicos e sociais. Portanto, ela desencadeia uma crise sistêmica caracterizada por um período temporário de desorganização, precipitado por mudanças internas ou externas. Tanto a adolescência quanto a gravidez são crises, sendo a primeira necessária e imprescindível para o desenvolvimento humano, enquanto a segunda pode ser desestruturam-te, pois pode apresentar pesada carga emocional, física e social, fazendo com que não sejam vivenciados importantes estágios de maturação psicossexual. Referência? Atualmente essas crises não mais configuram em tragédias sociais, e sim em problemas tanto para as famílias quanto para as adolescentes, por causa do aborto, do casamento e de todos os valores sociais que o cercam tais como: implicações financeiras e morais, desejos frustrados com relação aos filhos, novas responsabilidades entre outras. (MARTINS, 2000). Dessa forma, na adolescência a gestação é quase sempre uma desagradável surpresa, onde a vergonha e o temor ocasionam a negação e ocultação da gravidez de maneira que a adolescente grávida que não recebe uma assistência médica adequada nesse período, pode resultar em uma incidência aumentada de patologias para ambas as partes. 15 Os fatores socioeconômicos implicados no problema da adolescente grávida, que ocasionam o abandono definitivo da escola em 90% das vezes, fará com que a mãe não esteja preparada para enfrentar e conquistar um lugar adequado e bem remunerado no mundo adulto (MANDU, 2000. Para GOMES, (2000) os conceitos em relação à saúde reprodutiva da adolescente vem mudando nos últimos 30 anos. Inicialmente, considerava-se toda mulher grávida como sendo de "risco", em virtude da possibilidade de ocorrer algum dano binômio mãe-filho. Além do elevado índice de complicações como toxemia, é frequente a prematuridade ou o nascimento de bebês de baixo peso em mães adolescentes. Ocorre até mesmo uma competição feto-materno por nutrientes, já que ambos precisam de substâncias especiais para o desenvolvimento. De acordo com SANTOS, (2000) havia pouca preocupação com contexto social no qual a mãe adolescente vivia, mas isto mudou nos anos 70. Os especialistas reconheceram que as jovens do ponto de vista biológico poderiam ter um filho por ano, já que a partir dos 15 a 16 anos, sem representar qualquer risco reprodutivo, mas alertam para o fato de maior risco por conta das precárias condições sociais em que, via de regra, vivem as adolescentes. A população alvo passou a ser mulheres em idade reprodutiva, pertencentes ás classes sociais menos favorecidas economicamente. "Mais recentemente, o critério para definir risco não é mais o nível de renda, pois se considera somente que o fator econômico não explica as determinações do processo saúde- doença. Na maioria dos casos, a caracterização de gravidez de alto risco está ligada a pressão psicológica por que passa a jovem e as dificuldades psíquicas e financeiras de acesso a profissionais de saúde. Do ponto de vista psicológico, a jovem precisa de uma atenção maior, e a falta de orientações gera riscos". (CAVALCANTI, 2000,p.124). 16 A Organização Mundial de Saúde considera gravidez precoce sempre que a menina engravida antes dos 19 anos, sendo que a maioria dos casos acontece entre os 15 e os 19 anos. A gravidez precoce geralmente se deve à cultura, ao baixo nível econômico e à dificuldade de acesso a métodos contraceptivos. A gravidez numa fase precoce da vida, como a adolescência, pode resultar em diversas consequências tanto para a gestante quanto para o bebê, como depressão durante e após a gravidez, parto prematuro e aumento da pressão arterial. A gravidez precoce pode gerar várias consequências tanto para a mãe quanto para o bebê, podendo ter impactos físicos, psicológicos e socioeconômicos: CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS Devido ao fato da mulher não estar totalmente pronta fisicamente para uma gestação, há maior chance de parto prematuro, rompimento precoce da bolsa e aborto espontâneo, por exemplo. Além disso, é possível que ocorra diminuição do peso, anemia e alterações no processo de formação dos vasos sanguíneos da placenta, podendo resultar em aumento da pressão arterial, cuja situação recebe o nome de pré-eclâmpsia. Entenda o que é a pré- eclâmpsia. CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS A maior parte das meninas que se encontram em uma gestação precoce não estão preparadas emocionalmente para serem mães, por isso é comum o desenvolvimento de depressão, tanto durante a gravidez, como no pós-parto. Pode ainda acontecer diminuição da autoestima e problemas afetivos entre a mãe o bebê. 17 CONSEQUÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS É muito comum que durante e após a gravidez a mulher precise abandonar os estudos ou o trabalho, pois pode ser difícil conciliar as duas coisas, além de sofrerem imensa pressão da sociedade, muitas vezes, da própria família em relação ao casamento e ao fato de estar grávida ainda na adolescência. Além disso, estar grávida é muitas vezes considerado um motivo para empresas não contratarem, pois tende a representar um maior gasto para a empresa, uma vez que dentro de alguns meses entrará em licença maternidade. CONSEQUÊNCIAS PARA O BEBÊ O fato da mulher não estar preparada fisicamente e emocionalmente pode aumentar as chances de parto prematuro, do nascimento com baixo peso e, até mesmo, do risco de alterações no desenvolvimento da criança. Devido a todas as implicações que a gravidez precoce pode provocar, este tipo de gestação é considerado uma gravidez de alto risco e deve ser acompanhada por profissionais de saúde qualificados para evitar ou diminuir o impacto das consequências. Conheça os riscos da gravidez na adolescência. CAUSAS DA GRAVIDEZ PRECOCE As principais causas da gravidez precoce devem-se a vários fatores diferentes, mas podem incluir: • Primeira menstruação muito cedo; • Desinformação sobre gravidez e métodos contraceptivos; • Baixo nível financeiro e social; • Famílias com outros casos de gravidez precoce; • Conflitos e mau ambiente familiar. A gravidez precoce pode acontecer em qualquer classe social, mas é mais frequente nas famílias de baixa renda, já que muitas vezes as jovens, devido afalta de objetivos ou 18 incentivos da família em relação aos estudos, passa a acreditar que ter um filho representa um projeto de vida. Em caso de gravidez precoce, o que a jovem pode fazer é marcar uma consulta médica para iniciar o pré-natal e contar a sua família para obter o apoio necessário. Médicos psicólogos e obstetras, assim como enfermeiro e assistente social devem ser informados para que haja uma correta vigilância pré-natal para reduzir as complicações na mãe e no bebê. Este tipo de acompanhamento também ajuda a evitar uma nova gravidez na adolescência e a incentivar a jovem mãe a voltar à escola. CONSEQUÊNCIAS E RISCOS A gravidez na adolescência pode trazer consequências emocionais, sociais e econômicas para a saúde da mãe e do filho. A maioria das adolescentes que engravida abandona os estudos para cuidar do filho, o que aumenta os riscos de desemprego e dependência econômica dos familiares. Esses fatores contribuem para a perpetuação da pobreza, baixo nível de escolaridade, abuso e violência familiar, tanto à mãe como à criança. Além disso, a ocorrência de mortes na infância é alta em filhos nascidos de mães adolescentes. A situação socioeconômica, a falta de apoio e de acompanhamento da gestação (pré-natal) contribuem para que as adolescentes não recebam informações adequadas em relação à alimentação materna apropriada, à importância da amamentação e sobre a vacinação da criança. Também é grande o número de adolescentes que se submetem a abortos inseguros, usando substâncias e remédios para abortar ou em clínicas clandestinas. Isso tem grandes riscos para a saúde da adolescente e até mesmo risco de vida, sendo uma das principais causas de morte materna. Essas ações acarretam prejuízos às crianças, gerando um impacto na saúde pública, além da limitação no desenvolvimento pessoal, social e profissional da gestante. 19 PRINCIPAIS FATORES Há diversos fatores de natureza objetiva e subjetiva que levam à gravidez no início da vida reprodutiva, tais como: Falta de conhecimento adequado dos métodos contraceptivos e como usá-los; Dificuldade de acesso a esses métodos por parte do adolescente; Dificuldade e vergonha das meninas em solicitar o uso do preservativo pelo parceiro; Ingenuidade e submissão; Violência; Abandono; Desejo de estabelecer uma relação estável com o parceiro; Forte desejo pela maternidade, com expectativa de mudança social e de obtenção de autonomia através da maternidade; Meninas com início da vida sexual cada vez mais precoce. O ambiente familiar também tem relação direta com o início da atividade sexual. Experiências sexuais precoces são observadas em adolescentes em famílias onde os irmãos mais velhos já apresentam vida sexual ativa. É comum encontrar adolescentes grávidas cujas mães também iniciaram a vida sexual precocemente ou engravidaram durante a sua adolescência. Por outro lado, famílias onde existe o hábito da conversa e há orientação sobre a vida sexual, a situação pode ser diferente e a sexualidade melhor aproveitada pelos adolescentes no momento certo. COMO EVITAR A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA A melhor forma de evitar a gravidez na adolescência é se informar adequadamente e conhecer o próprio corpo e do parceiro antes de começar a vida sexual. Meninos e meninas devem se informar sobre os métodos anticoncepcionais. A camisinha é o mais comum, mais barato e mais fácil de utilizar. Além da gravidez indesejada, ela também protege contra as doenças sexualmente transmissíveis. https://www.todamateria.com.br/o-que-e-sexualidade/ https://www.todamateria.com.br/metodos-contraceptivos/ https://www.todamateria.com.br/dst-doencas-sexualmente-transmissiveis/ 20 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Existem diversos métodos anticoncepcionais ou contraceptivos, que dividem-se em 4 tipos: 1. Métodos de Barreira Utilizam produtos ou instrumentos que impedem a passagem dos espermatozoides pela vagina. São eles: 1. Preservativo masculino (camisinha) e feminino; 2. Diafragma; 3. Espermicidas. Métodos contraceptivos de barreira https://www.todamateria.com.br/espermatozoide/ 21 2. Métodos Comportamentais Dependem sobretudo do comportamento da mulher e exigem um conhecimento prévio do corpo feminino para que possam ser aplicados. São eles: 1. Tabelinha; 2. Muco; 3. Temperatura. 22 Métodos contraceptivos comportamentais 23 3. Métodos Hormonais Comprimidos ou injeções produzidos com hormônios não naturais. Este tipo de método interfere no equilíbrio hormonal do corpo da mulher, alterando o desenvolvimento do endométrio, o movimento das tubas uterinas, a produção do muco cervical e impedindo que ocorra ovulação. São eles: 1. Pílulas; 2. Injeções; 3. Adesivos; 4. Dispositivo Intrauterino - DIU: Trata-se de um objeto colocado no interior da vagina para evitar a concepção. Métodos contraceptivos hormonais 24 4. Métodos Cirúrgicos ou Esterilização Não é propriamente um método anticoncepcional, mas sim uma cirurgia realizada no homem ou na mulher para evitar definitivamente a concepção. A esterilização da mulher é chamada de laqueadura e a masculina, vasectomia. Métodos cirúrgicos 25 SITUAÇÃO DA GRAVIDEZ PRECOCE EM ANGOLA SEGUNDO A INAC Base de dados Outras situações que preocupam o INAC, segundo Paulo Kalesi, têm a ver com meninas que engravidam, algumas por abusos sexuais, serem forçadas a abandonar os lares dos progenitores e de outras que só descobrem a condição de gestantes quando submetidas a exames por causa de doenças transmissíveis. Por causa dessas situações, o diretor-geral do INAC referiu que muitas adolescentes acabam por ter os bebés na rua, principalmente a nova geração. Neste sentido, Paulo Kalesi sublinhou que o INAC está a trabalhar com os ministérios da Saúde e da Educação, para a criação de uma base de dados mais sustentável que reflita os números a nível nacional. O responsável fez saber que o grupo de mais casos de adolescentes registadas com gravidez vai dos 12 aos 14 anos. "Há uns dias, tivemos uma menina, de 12 anos, que teve o bebé, na Maternidade Lucrécia Paim. Depois, descobrimos que era moradora de rua, o que nos obrigou a trabalhar para o resgate da recém-nascida”. Consequências graves A secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Alcina da Cunha Kindanda, considerou a data para se refletir sobre a situação deste grupo-alvo, ao realçar que a temática, pela sua pertinência e oportunidade, fez com que as Nações Unidas (ONU) instituíssem, em 2011, o Dia Internacional da Rapariga. Reforçou a ideia da ONU em alertar o mundo sobre as condições em que milhões de jovens mulheres e meninas ainda vivem, rodeadas de violência e discriminação, daí apelar para se combater os preconceitos e estereótipos que colocam em risco a vida escolar e pessoal das raparigas, seus direitos e oportunidades de igualdade de género. 26 Sobre o lema da efeméride (Nosso Tempo é Agora, Nossos Direitos, Nosso Futuro), a secretária de Estado realçou que a problemática que assola este grupo de raparigas constituiu uma preocupação mundial, uma vez que a vulnerabilidade, discriminação e a violência de que são vítimas acarretam consequências graves. Alcina da Cunha Kindanda disse que o processo de socialização das adolescentes leva várias etapas do seu crescimento, sejam comprometidas e como consequências, assistindo sonhos de crianças que seriam o futuro do país, a transformarem-se em pesadelos, por conta da gravidez precoce. A responsável considerou que o país, em particular, tem feito muitos esforços no sentido de prestar atenção aos cuidados a raparigas e adolescentes, no âmbito da proteção da criança mulher, na proibição e combate às práticas prejudiciais,nomeadamente casamentos precoces e forçados e à gravidez na adolescência. Reforço dos programas de informação Alcina Lopes Kindanda avançou que o Executivo vai reforçar os programas de informação da educação e sensibilização sobre o impacto da saúde sexual reprodutiva no desenvolvimento físico, psicológico e social, com vista a evitar com que muitas crianças fiquem fora do sistema de ensino, por causa da gravidez precoce. "A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, visto que é composta de mudanças que interferem nas esferas fisiológica, física, social e psicológica da vida da mulher”. A secretária de Estado fez saber que a educação na saúde sexual e reprodutiva deve ser trabalhada, com enfoque não só preventivo, mas procurar as acções que favoreçam o diálogo entre os adolescentes, para a mudança do comportamento. Partos em adolescentes A médica Natércia Simba de Almeida salientou que a Maternidade Lucrécia Paim realiza, em média, 70 a 90 partos por dia, dos quais 20 são em adolescentes, intervenções muito complexas e, por isso, muitos acabam em mortes. 27 A docente universitária defendeu a urgência de se trabalhar para a diminuição do número de casos que estão a se tornar alarmantes, numa altura em que muitas adolescentes acabaram grávidas depois de abusos sexuais. Como gestação de alto risco decorrente das preocupações que traz à mãe e ao recém- nascido, Natércia de Almeida considerou que a gravidez nesta faixa etária pode acarretar problemas sociais e biológicos. Explicou que a gravidez na adolescência é considerada a que ocorre entre os dez e 20 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O Dia da Rapariga celebra-se, anualmente, com vista a sensibilizar as questões de igualdade e violência de género, bem como apelar à reflexão sobre os preconceitos que colocam entraves na vida escolar e pessoal das raparigas. 28 CAPITULO- II FUNDAMENTAÇÃO PRÁTICA CASO PRATICO NO HOSPITAL MUNICIPAL DO ZANGO II No dia 26 de Dezembro de 2022, fomos ao Hospital Municipal do Zango II coletar dados referente a nossa pesquisa, sobre o índice de gravidez precoce no referido Distrito. Fomos recebidos pela enfermeira INÊS MOREIRA CABUNA NHNAGA, que na qual passou nos alguns dados detalhados acerca de média diária dos pacientes menores de 20 anos de idade. O Hospital Municipal do Zango II realiza, em média, 14 a 18 partos por dia, dos quais 8 são adolescentes. Baseando-se nos dados fornecido pela enfermeira do corrente Ano diariamente faz-se 8 partos em média de Gravidez precoce, Sendo a maioria em termo dos partos do Hospital ser de Gravidez Precoce. Assim sendo: Diário: 08 Semanal:56 Mensal: 240 Anual: 2.920 Assim sendo esta é a media encontrada no nosso caso prático do Distrito do Zango OBS: Recebemos a informação que nem todos os pacientes são propriamente do Zango, mais na sua maioria são residente do zango. Participantes Foram participantes da pesquisa, 12 adolescentes em estado gestacional, pacientes de Postos de Saúde do Hospital, gestantes do primeiro filho com a idade média de 14 a 18 anos. Sobre seus pais, obtiveram-se as seguintes informações: mães, idade média de 40 anos e 29 pais, idade média de 44 anos. Em termos de distribuição etária das adolescentes, encontrou- se o seguinte: 63,6% de 16 anos; 22,7% de 15 anos e 13,6% de 14 anos. Material Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário composto de perguntas abertas e fechadas, incluindo a caracterização das participantes e de seus familiares e, principalmente, perguntas sobre gravidez, consultas ao ginecologista, orientação de profissionais sobre sexo e gravidez; o desenvolvimento da própria gestação; a primeira relação sexual; o que aprenderam sobre anticoncepcionais e o seu uso, como ficaram sabendo de sua gravidez e os sentimentos decorrentes. Média com base a idade 16 Anos 15 Anos 14 Anos 30 CONCLUSÃO Pode-se perceber com o presente estudo, que a perda dos valores da família e das relações interpessoais entre pais e filhos, a falta de abordagem de assuntos acerca da sexualidade e da contracepção, tão presentes na atual sociedade, contribui para uma gravidez precoce, pois leva a adolescente a associar tal fato a uma perspectiva de uma vida melhor. As dificuldades sociais são ainda diversas. Ao tornar-se mãe adolescente, as oportunidades e o desenvolvimento de uma carreira profissional são dificultadas. Ao assumir ficar grávida a adolescente abre mão de etapas da vida que dificilmente consegue recuperar. Uma gravidez precoce e indesejada poderá significar alterações profundas nas perspectivas futuras da adolescente. A maternidade adolescente vem, muitas vezes, interromper o prosseguimento dos estudos de grande parte das adolescentes que ainda estudam. A maternidade na adolescência parece funcionar como uma autogratificação e auto compensação afetiva. A maior parte dos adolescentes têm com seus parceiros, uma relação afetiva de namoro, contudo está longe de constituir um ato de afeto entre os progenitores, a procriação adolescente geralmente culmina com o abandono por parte do pai do bebê. Deste modo, são essenciais os apoios por parte dos familiares da adolescente. Segundo os autores pesquisados, quanto menor o nível de escolaridade, mais cedo as jovens iniciam a vida sexual e naturalmente maior terá sido o risco de uma gravidez na adolescência. O baixo nível de escolaridade dos pais da adolescente também se revelou um fator etiológico de grande importância na maternidade na adolescência. O fato dos pais trabalharem fora de casa e permanecerem ausentes durante longos períodos diários resulta na falta de convivência com os filhos o que contribui para a ocorrência da maternidade na adolescência. Observa-se no estudo que a educação sexual dos adolescentes é a forma mais correta de reduzir o número de gravidez que ainda ocorre nessa faixa etária,. De acordo com os autores pesquisados, a educação sexual constitui um fator determinante na prevenção da gravidez na adolescência. 31 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/pais-regista-cerca-de-350-casos-de-gravidez- precoce-em-dois-anos/ AGUIAR, R. A. L. P. de. 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