Prévia do material em texto
ART. 307 A 308 e 311-A Falsa Identidade Art. 307 – Atribuir-se ou atribuir o terceiro falsa identidade para obter vantagens, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem; Pena – detenção, de três anos a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. É comum pessoas se apresentarem falsamente pela internet e, caso o façam para obter alguma vantagem, haverá crime de falsa identidade, exceto se o fato constituir crime mais grave como estelionato ou outras naturezas sexuais. Nesse crime, não há uso de documento FALSO ou VERDADEIRO. O agente simplesmente se atribui ou atribui a terceiro uma falsa identidade, mentido a idade, dando nome inverídico etc. Para caracterização do crime é necessário que a o agente vise obter alguma vantagem em proveito próprio ou alheio, ou causar dano a outrem. A vantagem visada pode ser de qualquer natureza, mas se a conduta é apenas meio para a prática de estelionato ficará absorvida. No caso de o agente atribuir-se a qualidade de funcionário público, haverá crime de falsa identidade se ficar demostrando que assim procedeu para obter alguma vantagem ou para causar prejuízo a terceiro. SEM ESSA INTENÇÃO especifica, haverá apenas a contravenção do Art. Das Leis das Contravenções Penais (“Fingir-se funcionário público) Uso de Documento e Identidade Alheios Art. 308 – Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiros. Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui de crime mais grave. Nesse crime, o criminoso tem que estar se passando por outra pessoa por meio de um documento verdadeiro. EX: Dois irmãos gêmeos, um só tem a carteira de habilitação de motorista de moto e o outro de carro. E o irmão gêmeo que só tem permissão para dirigir carro, pega a habilitação do irmão que tem a permissão para pilotar moto, e sai andando de moto por aí e mesmo assim o outro irmão permitiu. -> NESSE CASO OS DOIS RESPONDEM POR USO DE DODCUMENTO E IDENTIDADE ALHEIOS O objeto jurídico é a Fé pública, isto é, a confiança que recai sobre a identidade das pessoas. A lei incrimina duas condutas distintas A) Usar como próprio documento alheio: B) Emprestar o documento para outra pessoa se passar por você ou qualquer outra pessoa Trata-se de crime comum, que pode ser cometido por qualquer pessoa. -> Sujeito Ativo O Estado, é o sujeito passivo. Secundariamente, a pessoa a quem o fato possa causar dano. Fraudes em Certames de Interesse Público Art. 311-A – Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade dos certames, conteúdo sigiloso: I- Concurso público; II- Avaliação ou exame público; III- processo seletivo para ingresso no ensino superior; IV- Exame ou processo seletivo previsto em lei; Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública. § 3º Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é praticado por funcionário público. Lei 12.550 em 2011, criada para punir pessoas que fornecem as informações, e pessoas que está se utilizando das informações. EX: Um rapaz e uma gráfica acabaram subtraindo uma prova do ENEM, e acabou dando um prejuízo para a UNIÃO. Por conta do furto, tiveram que recolher todas as provas, marcar uma nova data para a realização da prova e fazer uma nova prova O Objeto material são todas as informações de conteúdo sigiloso, utilizadas ou divulgadas indevidamente pelo agente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame. A lei pune, outrossim, o candidato que maliciosamente toma ciência das questões e utiliza as informações em benéfico próprio por ocasião da prova. O sujeito ativo trata-se de um crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo. O sujeito passivo é o estado, bem como as instituições e as pessoas prejudicadas. Consumação Por parte de quem divulga, o crime se consuma no momento em que o conteúdo é transmitido, ainda que destinatário não consiga dele fazer uso ou por a farsa descoberta antes da realização da prova. Por parte do destinatário, o crime se consuma, de acordo com o tipo penal, no instante em que ele utiliza as informações recebidas, a inda que não seja aprovado no concurso ou que a prova seja cancelada ou anulada. Tentativa EX: pessoa é presa em flagrante quando entrega um pacote fechado com cópia das provas a alguns candidatos A tentativa é admissível, uma vez que podemos fracionar o iter criminis. Iter criminis: O indivíduo que comete um crime (ou ao menos tenta cometê-lo), realiza uma série de ações, que vão desde o pensamento à execução, a fim de perpetrar o delito desejado anteriormente. A fase de cogitação, que é a primeira de todas as fases, é o momento em que o agente pensa se vai ou não cometer o crime; se compensa fazê-lo, o planejamento do delito. Essa fase não pode ser punível pelo direito penal, pois o delito não saiu da esfera de pensamento do agente, ou seja, não houve execução no mundo exterior, assim, não existe qualquer conduta que possa ser punível. A segunda fase é a preparação, que é o momento em que o indivíduo realiza todos os atos necessários para que o crime seja cometido (ou ao menos tentado). Alguns exemplos que a doutrina nos dá é o indivíduo que compra veneno para utilizar em um homicídio ou aluga uma casa para sequestrar e manter alguém em cativeiro, dentre outros. A fase de execução é a terceira fase e é, também, quando começa a ver a possibilidade de punição do indivíduo pelo direito penal. Assim, torna-se fundamental saber onde, como e quando começou a execução, pois a ação passa a ser punível a partir do início da execução do crime. Quando o indivíduo pratica o primeiro ato capaz de atingir o resultado (a consumação), é o início da terceira fase do iter criminis, pois, a partir do momento da execução, vários desdobramentos podem ocorrer: a tentativa (quando o agente não consuma o crime por circunstâncias alheias à sua vontade), a desistência voluntária e a consumação, por exemplo, que é quando o resultado é atingido. Já a quarta e última fase do iter criminis é a consumação, que ocorre quando o agente pratica todos os elementos do tipo penal incriminador. EX: Um candidato tenha sido beneficiado com o conhecimento antecipado do gabarito oficial de determinado concurso, mas antes de começar a transferir as informações para o cartão de resposta, o fiscal da sala, percebendo o nervosismo da pessoa, vá até ele e o surpreenda com suas anotações. Nesse caso, entendemos que o delito restará tentado, e não consumado, pois que o agente ainda não havia feito utilizado das informações