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Situação Pensamento Emoção Comportamento A TCC não tem promessas milagrosas, ela é uma abordagem científica, que tem um processo de aprendizagem e de aquisição de habilidades que ajuda as pessoas a lidar com seus próprios problemas. Nós sempre teremos problemas em nossas vidas, mas precisamos saber lidar com eles. Nenhum transtorno psiquiátrico tem cura. Isso significa que você vai passar toda a sua vida na terapia? NÃO! Você pode aprender a lidar com o seu transtorno. Para isso, você tem de fazer a sua parte: 1.Comparecer às sessões de terapia; 2.Colocar o que aprendeu em prática durante a semana; 3.Generalizar para outras situações; 4.Fazer anotações e o plano de ação que será passado após cada sessão. COMO SE TORNAR SEU PRÓPRIO TERAPEUTA O que você precisa fazer para obter os resultados da terapia A TCC surgiu de um princípio básico contido na frase de um filósofo chamado Epicteto “Os homens são movidos e perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que eles têm delas.” - EPICTETO A partir disso, Aaron Beck - o criador da tcc -, percebeu que os seus pacientes, principalmente os deprimidos, tinham uma forma de enxergar as situações a qual fazia com que eles adoecessem. Ou seja, a forma com que você enxerga os seus problemas pode ser determinante para o seu sofrimento. Quando sentimos uma emoção como: tristeza, ansiedade, raiva... muitas vezes não conseguimos perceber a razão desse sentimento. Isso acontece porque não fomos ensinados a identificar os nossos pensamentos. Sempre que sentimos algo, temos um pensamento relacionado a essa emoção. Entendendo o modelo cognitivo da TCC ✔Os Pensamentos Automáticos (PA) são cognições que passam rapidamente por nossa mente, quando estamos em meio a situações atuais, ou lembranças do passado. São constantes e aparecem involuntariamente, na TCC identificamos os pensamentos através de frases e / ou imagens. ✔Emoção é a palavra utilizada que define o humor, o seu estado emocional. Emoções básicas: Raiva, alegria, tristeza, amor, medo e nojo. ✔Comportamento é a ação ou reação fisiológica. Por ação entende-se todo comportamento operacional, é a interação do indivíduo com o meio, ou seja, tem a ver com o agir. Por exemplo: comer, abrir a porta, correr, fugir, dirigir. ✔Crenças intermediárias são regras e suposições que validamos como verdades absolutas e são constituídas por meio da maneira como conseguimos interpretar as situações. São pensamentos que têm forma específica, ou seja, denotam uma regra ou uma lei, é determinante, ainda que não tenha validação para todos os seres humanos. As crenças disfuncionais são crenças que têm a capacidade de distorcer a realidade, veja... “Eu não passei na entrevista de emprego, meu futuro está todo comprometido, jamais serei uma profissional bem sucedida.“ Essa crença determinista aumenta a intensidade do sofrimento. ✔Crenças nucleares têm a ver também com a nossa história de vida, aparecem como conceitos mais específicos. Tríade cognitiva foi o termo utilizado por Aaron Beck para definir a visão que temos sobre nós, sobre o outro e sobre o futuro (eu sou, as pessoas são, o futuro é). Ex:”Eu sou incapaz. ✔Monitorar pensamentos automáticos. ✔Reconhecer a relação entre cognições (pensamentos), emoções e comportamentos. ✔Testar a validade dos pensamentos automáticos. ✔Modificar pensamentos distorcidos para torná-los mais realistas. Habilidades necessárias para a autoterapia: Conceitos importantes da Terapia Cognitiva Comportamental Evidências que apoiam o P.A. Registro de pensamentos disfuncionais Situação Estado de humor Pensamento Automático Evidências que não apoiam o P.A. P. A. compensató- rios /conclusão Avalie o estado de humor Com quem você estava? O que estava fazendo? Quando foi? Onde foi? Descreva com uma palavra a sua emoção. Avalie a intensidade de 0 a 100. O que eu estava pensando antes de agir assim? O que isso diz a meu respeito? O que isso significa em relação a mim, à minha vida e ao meu futuro? O que de pior pode acontecer se isso for verdade? O que isso significa no modo como as pessoas pensam ao meu respeito? O que isso significa em relação às outras pessoas? Que imagens ou lembranças eu tenho dessa situação? Escreva evidências factuais para apoiar seu pensamento(evite leitura de pensamentos ou interpretação de fatos). Escreva evidências factuais que não apoiem seu pensamento(evite leitura de pensamentos ou interpretação de fatos). Escreva um pensamento alternativo a partir da conclusão das evidências(colunas anteriores). Quanto você acredita no pensamento alternativo(0 a 100)? Copie os sentimentos da coluna 2 e reavalie a intensidade (0 a 100). Como se sente agora? Evidências que apoiam o P.A. Registro de pensamentos disfuncionais Situação Estado de humor Pensamento Automático Evidências que não apoiam o P.A. P. A. compensató- rios /conclusão Avalie o estado de humor Distorção Cognitiva Definição Exemplo Distorções Cognitivas São formas distorcidas de ver a realidade que geram grande sofrimento para si próprio ou para os outros. São pensamentos automáticos disfuncionais, um processamento de informação emocional equivocado que se baseia na aprendizagem mal adaptada, distorce a realidade para que as informações sejam condizentes com a crença pré- estabelecida. Leitura Mental Acredito que sei o que as pessoas estão pensando ou que elas sabem o que estou pensando e não considero outras possibilidades mais prováveis. “Ele acha que sou um fracasso”; “Ela está pensando que eu não sei este assunto”; “Ela não gostou de meu projeto” Adivinhação do futuro ou premonição Eu antecipo o futuro – que as coisas vão piorar ou que há perigos pela frente e prevejo problemas que acabam por não acontecer. “Vou ser reprovado no exame”; “Não conseguirei o emprego”; “Não vou gostar da festa”. Acredito que o que aconteceu ou vai acontecer é tão terrível e insuportável que não serei capaz de suportar. Penso que o pior vai acontecer e não levo em consideração outros desfechos. Catastrofização “Vai ser horrível se eu fracassar”; “Ficarei tão perturbado que não conseguirei funcionar de forma alguma”; “Se eu perder o emprego, isto será o fim de minha carreira”. Rotulação Atribuo traços negativos a mim mesmo e aosoutros, colocando um rótulo. “Ele é um incompetente”; “Ela é imprestável”; “Sou um perdedor”; “Ela é burra” Desqualificação dos aspectos positivos Afirmo que minhas realizações são triviais. Digo a mim mesmo que minhas experiências ou qualidades positivas não contam. “Tirei um nota boa mas isto não conta porque a prova foi fácil”; “Eles estão me elogiando porque são gentis”; “Ter feito aquele projeto bem não significa que eu seja competente: foi apenas sorte.” Filtro Negativo Presto atenção quase exclusivamente nos detalhes negativos e raramente noto os positivos ou a situação como um todo. “Minha nota na prova foi ruim”, “Cometi vários erros no trabalho”, “o passeio não foi legal”. Super generalização Pensamento do tipo tudo ou nada Percebo um padrão global de aspectos negativos com base em um único incidente. Assim, tiro uma conclusão geral negativa que vai além do alcance da situação atual. “Isso sempre me acontece. Parece que eu fracasso em tudo”; “Não tenho nada do que é preciso para fazer amigos”. Vejo as situações, eventos, ou pessoas em apenas duas categorias ao invés de em um contínuo. Assim, vejo as coisas ou pessoas em termos absolutos. “Tudo isso foi uma perda de tempo”; “Se não sou um sucesso total é porque sou um fracasso”; “Ou faço isto perfeitamente, ou não vale a pena”. Distorção Cognitiva Definição Exemplo Afirmações do tipo "DEVERIA Personalização Atribuição de culpa Comparações Injustas Orientação para o remorso Pensamento do tipo "E se...?" Raciocínio emocional Dois pesos, duas medidas Interpreto os eventos em termos de como as coisas deveriam ser, em vez de simplesmente concentrar-me no que elas são. Assim, tenho a idéia fixa de como eu (ou os outros) deveria me comportar e não suporto quando ascoisas não acontecem de acordo com minhas expectativas. Atribuo a mim mesmo uma culpa desproporcional por eventos negativos e não consigo ver que certos eventos ambém são causados pelos outros; ou considero que os outros estão agindo negativamente por minha causa, sem considerar outras explicações plausíveis para seu comportamento”. Concentro-me na outra pessoa como fonte de sentimentos negativos e me recuso a assumir a responsabilidade da mudança. Interpreto os eventos em termos de padrões irrealistas, comparando-me a pessoas que se saem melhor do que eu e concluindo, então, que sou inferior a elas. Fico preso à idéia de que poderia ter feito melhor no passado, em vez de pensar no que posso fazer melhor agora. Faço uma série de perguntas do tipo “e se... alguma coisa acontecer?”, e nunca fico satisfeito com as respostas. Para mim os sentimentos são fatos. Penso que alguma coisa é verdade quando ‘sinto’ isto (na verdade, acredito) de forma intensa. Assim, deixo os sentimentos guiarem minha interpretação da realidade, deixando de lado as evidências contrárias. Defino um conjunto de padrões para mim, diferente do que espero dos outros. “Eu deveria me sair bem. Caso contrário, serei um fracasso”; “É horrível cometer erros; Eu deveria sempre dar o melhor de mim”. “Meu casamento terminou porque falhei”; “O mecânico foi rude comigo porque fiz alguma coisa errada”. “Estou me sentindo assim agora por culpa dela”; “Meus pais são a causa de todos os meus problemas”; Estou deprimida porque minha mãe não me deu suficiente atenção.” “Ela é mais bem-sucedida do que eu”; “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”. “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse tentado”; “Eu não deveria ter dito isso”. “Sim, mas e se eu ficar ansioso?”; “E se eu não conseguir respirar?” “Sinto-me deprimida; logo, meu casamento não está dando certo”; “Faço coisas legais no trabalho mais ainda sinto que fracassei”, “Sinto que minha mulher não gosta mais de mim, logo, isto deve ser verdade”. “Tudo bem se os outros cometem erros, mas eu nunca vou fazer isso”.
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