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Pensamentos automáticos, crenças e erros cognitivos

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Clínica Cognitivo-Comportamental I 
Gisele Marasini 
                      
 
TDE 24.08.2021
→ Evento: 
● Pode ser uma situação específica, capaz de ocorrer no
passado, presente ou futuro: 
“Recebi um C na prova” 
“Eu poderia receber um C na prova” 
● Pode ser uma sensação e ser factual ou antecipado:
“Estou sentindo meu coração bater 
rapidamente” 
→ Pensamentos automáticos: 
● Surgem espontaneamente, parecem válidos e estão
associados a comportamentos problemáticos ou 
emoções perturbadoras. 
● Podem ser classificados de acordo com vieses ou
distorções específicas. Exemplos: 
Leitura da mente 
Personalização 
Rotulação 
Adivinhação do futuro 
Catastrofização 
Pensamento dicotômico (tudo ou nada) 
● Podem ser verdadeiros ou falsos.
→ Sentimentos: 
● São experiências internas de emoções. Exemplos:
Posso me sentir ansioso, deprimido, zangado, 
com medo, desesperançado, feliz, exultante, 
indiferente, curioso, impotente, arrependido ou 
autocrítico. 
● Sentimentos não são contestados, mas sim os
pensamentos que dão origem a eles. 
→ Distorções cognitivas: 
● Leitura mental:
Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sem ter 
evidências suficientes dos seus pensamentos. 
 “Ele acha que eu sou um perdedor”. 
● Adivinhação do futuro:
Você prevê o futuro – que as coisas vão piorar ou que 
há perigos pela frente. 
“Vou ser reprovado no exame” ou “Não vou 
conseguir o emprego”. 
● Catastrofização
Você acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é 
tão terrível e insuportável que não conseguirá 
aguentar. 
“Seria terrível se eu fracassasse”. 
● Rotulação:
Você atribui traços negativos globais a si mesmo e aos 
outros. 
“Sou indesejável” ou “Ele é uma pessoa 
imprestável”. 
● Desqualificação dos aspectos positivos:
Você alega que as realizações positivas, suas ou alheias, 
são triviais. 
“Isso é o que se espera que as esposas façam – 
portanto, não conta quando ela é gentil 
comigo” ou “Esses sucessos foram fáceis, 
portanto não têm importância”. 
● Filtro negativo:
Você foca quase que exclusivamente nos aspectos 
negativos e raramente nota os positivos. 
“Veja só todas as pessoas que não gostam de 
mim”. 
● Supergeneralização:
Você percebe um padrão global de aspectos 
negativos com base em um único incidente. 
“Isso geralmente acontece comigo. Parece que 
eu fracasso em muitas coisas”. 
● Pensamento dicotômico:
Você vê eventos, ou pessoas, em termos de tudo-ou-
nada. 
“Sou rejeitado por todos” ou “Isso foi uma perda 
de tempo”. 
● Afirmações do tipo “deveria”:
Você interpreta os eventos em termos de como as coisas 
deveriam ser, em vez de simplesmente se concentrar no 
que elas são. 
“Eu deveria me sair bem. Caso contrário, sou um 
fracasso”. 
● Personalização:
Você atribui a si mesmo uma culpa desproporcional por 
eventos negativos e não consegue ver que determinados 
eventos também são provocados por outros. 
“Meu casamento acabou porque eu falhei”. 
● Atribuição de culpa:
Você se concentra na outra pessoa como fonte de seus 
sentimentos negativos e se recusa a assumir a 
responsabilidade pela mudança. 
“Ela é culpada por como estou me sentindo 
agora” ou “Meus pais são os causadores de 
todos os meus problemas”. 
● Comparações injustas:
Você interpreta os eventos em termos de padrões 
irrealistas, comparando-se com outras pessoas que se 
Clínica Cognitivo-Comportamental I 
Gisele Marasini 
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saem melhor do que você, e então se considera inferior 
a elas. 
“Ela é mais bem-sucedida do que eu” ou “Os 
outros se saíram melhor do que eu na prova”. 
● Orientação para o remorso:
Você se concentra na ideia de que poderia ter se saído 
melhor no passado, em vez de no que pode fazer melhor 
agora. 
“Eu poderia ter conseguido um emprego melhor 
se tivesse tentado” ou “Eu não deveria ter dito 
aquilo”. 
● E se...?:
Você faz uma série de perguntas do tipo “e se” alguma 
coisa acontecer, e nunca fica satisfeito com as 
respostas. 
“Sim, mas e se eu ficar ansioso?” ou “E se eu não 
conseguir respirar?”. 
● Raciocínio emocional:
Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação da 
realidade. 
“Sinto-me deprimida; consequentemente, meu 
casamento não está dando certo”. 
● Incapacidade de refutar:
Você rejeita qualquer evidência ou argumento que 
possa contradizer seus pensamentos negativos. 
“Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante 
qualquer evidência de que as pessoas gostam de você. 
Consequentemente, seu pensamento não pode ser 
refutado. Outro exemplo: “Esse não é o problema real. 
Há problemas mais profundos. Existem outros fatores”. 
● Foco no julgamento:
Você avalia a si próprio, os outros e os eventos em 
termos de preto-ou-branco (bom-mau, superior-
inferior), em vez de simplesmente descrever, aceitar ou 
compreender. Você está continuamente se avaliando e 
avaliando os outros segundo padrões arbitrários e 
achando que você e os outros deixam a desejar. Você 
está focado no julgamento dos outros e de si mesmo. Por 
exemplo: “Não tive um bom desempenho na faculdade” 
ou “Se eu for aprender tênis, não vou me sair bem” ou 
“Olhe como ela tem sucesso. Eu não tenho sucesso”. 
Retirado do livro: Técnicas de Terapia Cognitiva – manual do 
terapeuta. 
→ Pensamento automático: 
● São espontâneos e fluem em nossa mente a partir dos
acontecimentos do dia-a-dia. 
Podem surgir sob a forma: 
↪ de sentença 
↳ “Vou me dar mal nessa prova” 
↪ ou de imagem 
↳ ter uma visão mental de estar 
gaguejando em uma palestra 
● Costumam ser frequentes nos transtornos psicológicos
e também são conhecidos por apresentar distorções 
cognitivas. 
→ Crenças intermediárias: 
● Correspondem ao segundo nível de pensamento e não
são diretamente relacionadas às situações, ocorrendo 
sob a forma de suposições ou de regras. 
↪ As suposições caracterizam-se por um estilo 
condicional de pensamento do tipo “Se... então”: 
↳ “Se as pessoas me conhecerem mais 
profundamente, elas irão me rejeitar”. 
↪ As regras costumam incluir declarações 
relacionadas a “dever”: 
↳ “Eu tenho que me mostrar tranquilo 
e seguro ao conversar com as pessoas”. 
● Refletem ideias ou entendimentos mais profundos e
são mais resistentes à mudança do que os pensamentos 
automáticos. 
● Constituem uma forma que o indivíduo encontra para
reduzir o sofrimento provocado pela crença central. 
→ Crenças centrais: 
● Constituem o nível mais profundo da estrutura
cognitiva e são compostas por ideias absolutistas, 
rígidas e globais que um indivíduo tem: 
↪ Sobre si mesmo 
“Eu sou um fracasso” 
↪ Sobre os outros 
“As pessoas estranhas não são 
confiáveis” 
↪ Sobre o mundo 
“O mundo é perigoso e hostil” 
● Essas crenças desenvolvem-se na infância e, a partir
de circunstâncias muito traumáticas ou de experiências 
frequentes, tornam-se convincentes na vida adulta, 
mesmo diante de experiências que as desconfirmem. 
→ As crenças centrais e intermediárias são menos 
acessíveis à consciência do que os pensamentos 
automáticos. 
Retirado do livro: Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais.

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