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A fasciola hepática é encontrada em diversas espécies de animais domésticos, silvestres e homens É responsável pela doença conhecida por fascioliase É considerada uma zoonose Tem distribuição cosmopolita É uma doença de grande importância veterinária devida à condenação do fígado e da carcaça dos animais acometidos pela parasitose FILO Platyhelminthes CLASSE Trematoda SUBCLASSE Digenea FAMÍLIA Fasciolidae GÊNERO Fasciola ESPÉCIES → Fasciola hepatica → Fasciola gigantica • São trematódeos foliáceos • Apresentam uma projeção cônica anterior ou cone cefálico • Tegumento coberto de espinhos e acetábulo próximo da ventosa oral • Seus ovos apresentam coloração amarelada com aproximadamente 150mm de comprimento • São vermes que medem até 30mm de comprimento • Testículos, ovários, cecos intestinais e canais excretores são muito ramificados Ciclo heteroxênico (indireto) Hospedeiro definitivo: bovino, ovino, bubalinos, caprinos Hospedeiro intermediário: moluscos aquáticos O parasito pode acidentalmente infectar humanos 1. O hospedeiro vertebrado se infecta ao ingerir o pasto contaminado com as matacercárias que se encistam no intestino delgado 2. Migram para parede intestinal, caem na cavidade abdominal e permanecem no parênquima hepático atingindo os canais biliares onde se tornam adultos 3. Os parasitas adultos são grandes produtores de ovos (20.000 a 50.000 ovos por dia) 4. Os ovos não embrionados são liberados nas fezes e no meio externo com condições favoráveis de temperatura e umidade esse ovos irão eclodir, liberando os miracídios 5. Os miracídios nadam ativamente atraídos pela quimiotaxia dos caramujos 6. Nos moluscos os miracídios darão origem as rédias e aos esporocitos, estes se desenvolvem e dão origem as cercarias 7. De 1 miracídio podem ser produzidos até 4.000 cercarias 8. O ciclo no molusco tem duração de 2 a 3 meses, dependendo das condições climáticas 9. As rédias e os esporocistos podem regular seu desenvolvimento conforme a condição externa, estes ao serem liberados na água migram para objetos sólidos como folhas de capim, fazendo muda para metacercárias (fase infectante) Os sintomas podem variar de acordo com a intensidade da infecção Na fase aguda, que ocorre durante a migração do parasita pode ser observado: febre, dor abdominal, aumento do fígado Quando os parasitos estão alojados nos ductos biliares, a infecção se agrava e anemia é sintoma mais característico, pode ocorrer também: perda de peso, acúmulo de líquido no abdômen, falta de ar, mucosas hipocoradas, diarreia, tonturas e até óbito → Ocorre de 2 a 6 semanas após a ingestão de formas jovens do parasito → É uma infecção causada pela migração de formas jovens pelo parênquima hepático → Promove uma grave hemorragia decorrente da ruptura de vasos → Na necropsia é possível observar o fígado: dilatado, hemorrágico, dividido em forma de favos e com o aparecimento de lesões fibrosas e necróticas → Nos surtos dessa parasitose, pode ocorrer: casos de morte súbita, febre alta, eosinofilia, aumento do fígado, leucocitose e diarreia → Ocorre com a ingestão de aproximadamente 500 a 2000 formas jovens por um período mais longo de tempo → Algumas formas já estão presentes nos ductos biliares causando colangite → Na necropsia é possível observar o fígado: dilatado e com inúmeros trajetos necróticos ou hemorrágicos visíveis na superfície → Pode ocorrer perda rápida das condições físicas, palidez acentuada das mucosas, fígado dilatado e palpável e pode haver edema submandibular e facial → Forma mais comum da doença → Ocorre 4 a 5 meses após a ingestão de quantidades moderadas de metacercárias – mais ou menos 500 formas jovens, ingeridas em semanas ou meses → Na necropsia é possível observar o fígado: com contorno irregular, pálido e firme, pode apresentar tamanho diminuído, colangite hiperplásica → Os ovos dos nematoides provocam uma reação semelhante ao granuloma, que pode resultar na obliteração de ductos biliares → Pode haver hipertrofia dos canalículos biliares, com necrose de lóbulos hepáticos, distensão da cápsula hepática, colangite, litíase, cirrose biliar, perda progressiva das condições físicas, dor abdominal, diarreia, hepatomegalia, eosinofilia e anemia É uma parasitose influenciada pelo hábito de pastejo dos animais Os bovinos pastejam em áreas de banhados, mananciais e pequenos córregos – locais perfeitos para a infecção pela fasciola Os ovinos preferem pastejar em áreas não alagadiças – esse animais se infectam geralmente após os períodos de chuvas Altas infecções ocorrem em períodos úmidos A prevalência da infecção está associada a características fisiológicas de cada região • Realização de exame coproparasitológico – visualização dos ovos que ocorre somente 3 meses após a infecção inicial • Observação dos sinais clínicos, o tipo de clima e a presença de caramujos na região pode ser uma boa forma de concluir o diagnóstico • Pode ser realizado exames complementares – observação dos níveis plasmáticos das enzimas hepáticas • ELISA – pesquisa de anticorpos contra o parasita A utilização de anti-helmínticos e feita como forma de controle e prevenção da parasitose (utilização em animais doentes e/ou como medida profilática) Deve ser feita preferencialmente por anti-helmínticos de fácil aplicação, evitando resíduos na carne e no leite Alguns dos anti-helmínticos mais utilizados são: bithionol, niclofolan, albendazole, ivermectina + clorsulon, nitroxinil, closantel, clorsulon e triclabendazole O triclabendazole é um dos mais utilizados, pois ele age sobre os 3 estágios do parasita A aplicação de anti-helmínticos específicos devem ocorrem em dois períodos distintos: dois tratamentos anuais (primavera e outono), em casos de infecções mais severas será necessário um terceiro tratamento anual no início do verão É necessário também acabar com as fontes de infecção antes de pensar em tratar os animais – análise do ambiente • Controle químico (redução dos hospedeiros intermediários) ou biológico (utilização de outras espécies animais que se alimentem desses hospedeiros intermediários) • Rotação de pastagens • Evitar que o rebanho realize o pastejo próximo as regiões alagadas, pantanosas, córregos, rios e lagoas • Drenagem das áreas alagadas e limpeza das margens de rios, açudes, lagoas etc. • Higienização dos vegetais por se tratar de uma zoonose
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