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FASCÍOLA HEPÁTICA --> Parasito de herbívoros (bovinos, ovinos e caprinos) é a que mais frequentemente produz infecções na espécie humana --> fasciolíase, fasciolose ou distomatose hepática. --> A fasciolíase é uma zoonose cosmopolita, muito frequente no gado ovino, caprino e bovino, bem como em outros herbívoros, causando grandes prejuízos econômicos para a pecuária. --> Entre os criadores de animais, o helminto fascíola hepática é popularmente conhecido como “baratinha do fígado” --> O ecossistema em que se criam as fascíolas é o de campos com alagados e áreas pantanosas, habitadas por moluscos de água doce do gênero Lymnaea e onde haja criação de ovinos ou de bovinos. Os períodos de chuvas são os melhores para a transmissão. As metacercárias requerem umidade e suportam melhor as temperaturas baixas que as superiores a 25ºC, podendo viver meses na forragem úmida. - ETIOLOGIA --> Agente etiológico: Filo: Platyhelminthes- Classe: Trematoda;- Família: Fasciolidae;- Gênero: Fascíola;- Espécies: Fascíola hepática, Fascíola gigantica- --> Hospedeiro definitivo: bovino --> ovinos, caprinos, equinos, suínos, coelhos, homem --> Hospedeiro intermediário: caramujo do gênero Lymnaea --> O verme adulto, de aspecto foliáceo e cor acinzentada, mede 2 a 4 cm de comprimento, sendo achatado dorsoventralmente e com extremidades afiladas. Possui uma ventosa oral e pouco atrás uma ventosa ventral ou acetábulo. --> Seu sistema digestório é extremamente ramificado, tendo início na ventosa oral e bifurcando-se logo após o esôfago para formar dois canais longitudinais que se ramificam abundantemente, formando inúmeras terminações cecais. FORMAS EVOLUTIVAS O ovo de Fascíola (130-150 µm) possui casca fina e opérculo em um dos pólos. O embrionamento, faz-se no meio aquático, em geral, em 10 a 20 dias. 1. Página 1 de Fascíola hepática --> O ciclo de vida de Fascíola hepática consiste em seis etapas após a eclosão do ovo, passando pelos estágios larvares de miracídio, esporocisto, rédia, cercária e metacercária e finalmente a forma adulta que produz ovos. Esse complexo ciclo só pode ocorrer se houver condições favoráveis, principalmente diante de temperaturas moderadas. - TRANSMISSÃO --> O ciclo biológico é do tipo heteroxênico, uma vez que necessita de hospedeiro intermediário (molusco) A presença de moluscos do gênero Lymnaea é imprescindível para o estabelecimento dos focos de fasciolose. Três espécies deste gênero foram identificadas no Brasil: L. columella, L. viatrix e L. cubensis. - --> Meios de transmissão: A transmissão se dá por ingestão de água e verduras contaminadas com metacercárias. - Os animais se infectam bebendo água e ingerindo alimentos (capins, gravetos etc) contaminados com metacercárias. - CICLO BIOLÓGICO O verme adulto vive na vesícula e canais biliares dos vertebrados, que ficam inflamados e dilatados. Ele se nutre-se de bile e de tecidos necrosados. 1. Cada helminto produz entre 4 mil e 50 mil ovos por dia. Esses ovos, arrastados pela bile, saem com as fezes, eclodindo depois de embrionarem na água de pântanos onde pastam seus hospedeiros --> carneiros e bovinos 2. Os miracídios infectam moluscos de água doce do gênero Lymnaea, onde se multiplicam, produzindo rédias e cercárias. 3. As cercárias saem ao fim de 2 meses, nadam pouco tempo e logo se encistam (metacercárias) aderidas em geral à vegetação ingeridas por novos hospedeiros. 4. As metacercárias eclodem no intestino, atravessam sua parede e, a partir da cavidade peritoneal, perfuram a cápsula de Glisson, invadindo o fígado abrem túneis que produzem inflamação, abscessos eosinofílicos, necrose e fibrose. 5. Nos canais biliares as metacercárias se instalam, crescem e as fêmeas adultas põem ovos causam dilatação e hipertrofia das paredes, inflamação, lesões vasculares e necrose tecidual em torno. 6. SINTOMAS ✓ Dor abdominal localizada no hipocôndrio direito ✓ Anorexia ✓ Dispepsia ✓ Constipação intestinal ✓ A febre é em geral baixa. ✓ Colelitíase obstrutiva --> icterícia ✓ Pode haver hepatosplenomegalia e emagrecimento Os quadros graves são devidos a infecção ou obstrução biliar. - FASE AGUDA --> Poucos sintomas, podendo se passarem quatro meses sem sintomatologia. ✓ Leucocitose e intensa eosinofilia; ✓ Febre alta Página 2 de Fascíola hepática ✓ Aumento doloroso do fígado ✓ Provas de função hepática --> hipergamaglobulinemia FASE CRÔNICA ✓ Colecistite: consiste em uma inflamação da vesícula biliar, geralmente decorrente da obstrução do duto cístico provocada por um cálculo. ✓ Angiocolite: inflamação das vias biliares e da bile. ✓ Calculose renal --> Formas graves cirrose biliar, compressão e atrofia dos tecidos adjacentes, formação de adenomas e insuficiência hepática. --> Migrações erráticas --> raras --> podem levar as fascíolas aos pulmões, produzindo dispneia ou asfixia. OBS.: Fasciolose faríngea que resulta em disfagia foi notificada após o consumo de fígado cru infectado no Oriente Médio: essa infecção é chamada halzoun. DIAGNÓSTICO --> O quadro clínico mais sugestivo compreende febre, eosinofilia (> 5.000 eosinófilos/mm³), aumento do fígado e dor no hipocôndrio direito. OBS.: Em pequenos surtos epidêmicos, é possível relacionar os casos com uma refeição coletiva em que se consumiu agrião contaminado --> Pode ser feita a pesquisa de ovos nas fezes ou na bile, entretanto, como a produção de ovos no homem é pequena, pode haver resultados negativos, mesmo com a presença de parasito. --> O diagnóstico sorológico oferece maior segurança, apesar de não apresentar sensibilidade muito elevada e poder cruzar com esquistossomose e hidatidose. Os métodos sorológicos mais indicados são: intradermorreação, imunofluorescência, reação de fixação do complemento e ELISA. • Exame de imagem de imagem como tomografia abdominal e colangiografia também podem ser utilizados para auxiliar o diagnóstico. • TRATAMENTO --> Os medicamentos em uso atualmente são: Bithionol - na dosagem de 50 mg/kg/dia durante 10 dias (recomenda-se fracionar a dose diária em três vezes, tomando-se em dias alternados); - Deidroemetina - usos oral (drágeas com 10 mg) e injetável parenteral (3 ’ e 60 mg), na dose diária de 1 mg/kg durante 10 dias. - O albenzadol, na dose de 10 mg/kg tem sido empregado com sucesso, sendo necessário considerar, entretanto, alguns efeitos colaterais, ainda em estudo. - --> O tratamento da fasciolíase é com triclabendazol (10 mg/kg por via oral uma vez após uma refeição ou, nas infecções graves, 2 vezes com intervalo de 12 a 24 h) OBS.: Nitazoxanida 500 mg VO bid por 7 dias pode ser eficaz, mas os dados são limitados. CONTROLE --> Não beber água proveniente de alagadiços ou córregos, e sim filtrada ou de cisterna bem construída; --> Não plantar agrião em área que possa ser contaminada por fezes de ruminantes; --> Não consumir agrião proveniente de zonas em que essa helmintose animal apresentar prevalência alta --> Os pastos úmidos devem ser isolados com cercas para impedir a entrada de animais. Página 3 de Fascíola hepática
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