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Elisão Fiscal e Regimes Tributários

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A Elisão fiscal tem a finalidade de reduzir a carga tributária de forma lícita. A lógica é reduzir as despesas variáveis, e, consequentemente, aumentar a margem de lucro da entidade. Isso é super importante para aquelas empresas que estão passando por dificuldades financeiras - quanto maior a margem de lucros, melhor. Após toda análise e estruturação tributária da empresa, se for possível, pode ser aplicado os procedimentos de Elisão Fiscal, que são medidas adotadas com as sguintes finalidades: redução na base de cálculo do tributo; evitar a incidência do fator que gera o tributo; adiar o pagamento tributário sem multas, por exemplo. Medidas para a redução da carga tributária de forma legal são diversas e podem variar de acordo com o regime de tributação da entidade. Assim, ao escolher um regime de tributação é interessante compará-los e considerar seus impactos a longo prazo. A Elisão fiscal pode ser decorrente da própria lei ou decorrente de brechas e lacunas da própria lei. Nos casos decorrentes da própria lei, são decisões que já estão previstas em lei em troca da redução dos tributos. Um exemplo é o caso dos incentivos fiscais, em que a lei já garante o benefício. No caso decorrentes das brechas da lei, envolvem questões de interpretação. Alguns exemplos podem ser citados: mudança de sede da empresa para outro estado, com a finalidade de redução de tributos; pagamento dos sócios por meio do pró-labore; aproveitar incentivos fiscais como lei de incentivo à cultura, entre outros. Enfim, são muitas as possibilidades de elisão fiscal, desde escolha do regime tributário às formas de recolhimento de tributos, ou até mesmo onde abrir uma empresa. Assim, um profissional de contabilidade é o mais indicado para ajudar a empresa Perfume LTDA neste processo para diminuir a carga tributária e garantir os benefícios da elisão fiscal de forma adequada possível.
O Simples Nacional é um regime tributário criado Lei Complementar 123/06 direcionado para as microempresas e empresas de pequena porte, é voltado também microempreendedores individuais. O objetivo deste regime é reduzir a burocracia das empresas criando um sistema unificado de recolhimento de tributos e simplificando as obrigações acessórias, entre outras facilidades. Para se inscrever neste regime é necessário levar em conta: faturamento, tipo de atividade, tipo de empresa e constituição societária. As faixas de enquadramento variam de acordo com as empresas: 1-Microempresas entram no regime se possuem faturamento de até 360 mil reais nos últimos 12 meses, o que é o caso da Empresa Portfólio Estúdios Fotográficos, que tem o faturamento dentro desta faixa. 2-Empresa de Pequeno Porte entram no regime se possuem faturamento entre 360 mil reais a 4,8 milhões de reais nos últimos 12 meses. 3- O Microempreendedor Individual, MEI, também faz parte do Simples Nacional. Para entrar neste regime, além do limite de 4,8 milhões de reais anuais, é necessário: 1- Não possuir outra empresa no quadro societário: apenas pessoas físicas podem ser sócias 2-O CNPJ não pode participar do capital social de outra pessoa jurídica. Caso os sócios possuam outras empresas, a soma do faturamento de todas elas não pode ultrapassar o limite de 4,8 milhões de faturamento, não pode ser (S/A), não possuir sócios que morem no exterior. O tributos neste regime são: 1-ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 2- PIS/PASEP – Contribuição 3- Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 3- IRPJ – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica 4- IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados 5- CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 6- CPP – Contribuição Patronal Previdenciária 7- ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação O recolhimento destes tributos é feito através da emissão da guia por meio da internet. O cálculo deste regime é feito feito levando em conta 5 anexos, cada um com uma tabela de alíquotas. Cada tabela é dividida em 6 faixas de faturamento com alíquotas progressivas, ou seja, quanto mais a empresa fatura, maior o imposto. Para a primeira faixa de faturamento anual de todas as tabelas, até R$ 180 mil nos últimos 12 meses, a alíquota é fixa. Se o faturamento ultrapassar este limite, será necessário utilizar uma fórmula para o cálculo da alíquota efetiva: (faturamento últimos 12 meses * alíquota Simples Nacional da tabela) menos a dedução da tabela faturamento últimos 12 meses. Assim, a empresa Empresa Portfólio Estúdios Fotográficos poderia optar pelo Simples nacional com microempresa caso esteja em outro regime.
O Lucro Presumido é um regime tributário em que a entidade faz a apuração simplificada do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Neste caso, por meio de lei específica, a Receita Federal presume, ou seja, supõe que uma determinada porcentagem do faturamento é o lucro. Está porcentagem pode variar de 1,6 a 32%. Assim, não é necessário comprovar ao fisco se houve ou não lucro no período do recolhimento dos impostos. Lembrando que a entidades devem ter um faturamento de até R$ 78 milhões anuais, ah, não entram bancos e empresas públicas. As vantagens são: 1- Necessidade de fazer menos cálculos e guardar menos documentos que no lucro real; 2- Menor chance de recolhimentos incorretos; 3- Se o lucro da empresa é maior do que o percentual de isenção, há economia nos impostos; 4- Alíquotas menores para PIS e COFINS. As desvantagens são: 1- Não é possível utilizar os abatimentos de créditos oferecidos pelo pagamento de PIS e COFINS; 2- Se a empresa está com uma margem de lucro menor que a margem de presunção, está pagando mais imposto do que deveria; 3- prestadores de serviços têm margem de presunção muito alta; 4- Quem tem uma folha de pagamento cara paga um valor alto de INSS sobre folha.
A empresa de Fabiana faturou mais de 80 milhões anuais, assim, não é mais elegível ao Simples Nacional e nem ao Lucro Presumido, os quais os limites são 4,8 e 78 milhões respecitivamente. Para este tipo de regime tributário o cálculo é mais complexo e o cálculo do imposto é feito após a apuração do lucro contábil. A apuração pode ocorrer trimestralmente, encerrando-se em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro e também pode ocorrer mensalmente. O lucro real é o resultado da Receita - Despesas +- Ajustes. >> Lucro Real da empresa foi de 20.000.000,00 Essa opção é mais vantajosa quando a empresa tem faturamento, mas apresenta prejuízo, e quando o lucro contábil é inferior a 32% do faturamento no período de apuração. Para cálculo do IRPJ a alíquota é de 15% sobre o lucro líquido e 10% do que for superior a 20.000 mil reais mensais. O CSLL é taxado em 9% em relação a qualquer lucro apurado durante o período Embora possa ocorrer mensalmente, a apuração fiscal trimestral é a mais recomendada para a maioria dos negócios, considerando suas variações mensais e a possibilidade de reparação de prejuízos com os 30% anuais do regime tributário. CÁLCULO DO LUCRO REAL ANUAL IRPJ = 20.000.000,00 *15% = 3.000.000,00 IRPJ adicional: (20.000.000,00 - 20.000*12)*10%= (20.000.000,00 - 240.000,00)*10%= 1.976.000,00 CSLL: 20.000.000,00*9%= 1.800.000,00 Total dos tributos: 6.776.000 Como a Cia Lua tem um faturamento alto e constante é indicado a apuração anual, agora, se a empresa passar a ter um faturamento variável e com grandes alterações ao longo do ano, é recomendado que a apuração e recolhimento seja trimestral.
Para o caso em questão, o contador deve levantar todas as informações da escrituração fiscal e contábil da entidade. Com todas as informações, o contador deverá recalcular a tributação sobre o lucro, conforme o regime tributário elegível da entidade. Essas simulações devem ocorrer antes e após as mudanças, comparando as opções disponíveis para a empresa em manter-se no Lucro Presumido ou avaliar a possibilidade de migrar para o Lucro Real.

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