Buscar

Aula 07 Globalização e questão social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Acumulação capitalista e questão social
Aula 7: Globalização e questão social
Apresentação
Nesta aula, estudaremos as revoluções tecnológicas e a globalização, que afetaram e mudaram totalmente a forma de
organização da sociedade. Como resultado, surgiram o desemprego e as desigualdades sociais, o que criou a
vulnerabilidade e aumentou as expressões da questão social.
Veremos, também, que esse processo de globalização dos anos 1990 fomentou o capitalismo e fortaleceu a dinâmica
entre as grandes empresas.
Objetivos
Explicar as revoluções tecnológicas e seus impactos na realidade social;
Analisar a globalização dos anos 1990 como propulsora do capitalismo e sua relação com a questão social;
Avaliar a dinâmica da mundialização pelas grandes corporações.
Revoluções tecnológicas
Iniciamos com a apresentação da realidade em que vivemos. Nossa sociedade está vivendo um tempo de expansão
tecnológica com o crescimento da quantidade de desempregados (PINHEIRO; MARQUES; BARROSO, 2006) e de pessoas que
vivem sem qualidade mínima de vida por causa do progresso tecnológico.
Veja, por exemplo, instalações so�sticadas de torres eletrônicas nos assentamentos onde não existe nem água. Além disso,
miséria, violência e opulência convivem no novo século tão insolentemente quanto na Idade Média.
O dilema aqui apresentado é, de um lado, estimular o avanço indiscriminado da tecnologia, aceitando riscos impostos à
sobrevivência da espécie humana e do planeta e, por outro lado, repensar o comportamento humano, na perspectiva da
transcendência humana. Tal questionamento faz surgir e desenvolver o impulso para os estudos da Bioética, a re�exão sobre
temas cientí�cos, �losó�cos e jurídicos sob a égide da ética para a formação pro�ssional.
A ética está numa esfera normativa, atingida pela re�exão. É o ter e não o
ser.
 Fonte: Por Photobank gallery / Shutterstock.
Veja a contribuição abaixo para repensar toda essa revolução tecnológica, que segundo Dowbor (2008), comentando a respeito
das desigualdades territoriais de um país com as dimensões do Brasil, a�rma:
"No próprio Brasil, onde a produção anual por habitante é da
ordem de 3000 dólares, uma repartição mais justa permitiria
assegurar um nível de vida confortável para a totalidade da
população. A realidade é que a metade do produto social é
consumida por 10% das famílias mais ricas do país. O topo
da pirâmide social, representando 1% dos mais ricos do país
e cerca de 1,9 milhões de pessoas, obtém uma renda de
cerca de 15% do total, enquanto a metade mais pobre do
país não chega aos 13%. Isto signi�ca que 1,9 milhões de
ricos podem consumir mais do que os 95 milhões de pobres
do país. "
Barone (1999) procura contemplar vários aspectos inerentes ao tema, elaborando cenários que contemplam diferentes áreas
das políticas públicas e sociais. No primeiro momento, elabora uma crítica que enfatiza os desdobramentos do modelo de
ajuste estrutural para os países em desenvolvimento – a ampliação do apartheid social, com a ampliação do fosso entre os
países. Também destaca a imposição de processos de modernização aos países em desenvolvimento, através da absorção de
novas tecnologias, sob o risco de reforçarem sua exclusão. Em um segundo momento, a de�nição de uma agenda educacional
privilegia o suprimento das necessidades identi�cadas como barreiras à maior produtividade e qualidade do produto.
A contribuição de Guimarães (2006, p. 52), destaca a profunda análise que precisa ser feita sobre a realidade e “as possíveis
soluções à atual crise de civilização através do desenvolvimento sustentável, haverá que buscá-las no próprio sistema social, e
não em alguma mágica tecnológica ou de mercado”.
Nesse caso, a educação em relação à sustentabilidade precisa ser
fortalecida.
 Consequências da revolução tecnológica
 Clique no botão acima.
A lógica criada pela revolução tecnológica, que nasceu no século XIX, quando o discurso positivista era relacionado ao
progresso, em todas as áreas, paralelamente, buscava o seu desenvolvimento através da especialização e do estudo
fragmentado das partes, rompendo com a ideia de totalidade que pairava, na época, nas ciências.
A lógica criada pela revolução tecnológica, que nasceu no século XIX, quando o discurso positivista era relacionado ao
progresso, em todas as áreas, paralelamente, buscava o seu desenvolvimento através da especialização e do estudo
fragmentado das partes, rompendo com a ideia de totalidade que pairava, na época, nas ciências. (BEHRING;
BOSCHETTI, 2008)
A expansão do setor de serviços, das funções intermediárias, ou melhor, da esfera da reprodução, absorveu durante
algum tempo parcela da mão de obra liberada. Presenciamos a “tendência da supercapitalização, ou seja, da
industrialização da esfera da reprodução em setores que não produzem mais-valia diretamente, mas que
indiretamente aumentam a massa de mais-valia. Trata-se de impregnar o processo social de relações tipicamente
capitalistas, transformando os serviços em mercadorias”. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008)
A expansão do setor de serviços, das funções intermediárias, ou melhor, da esfera da reprodução, absorveu durante
algum tempo parcela da mão de obra liberada. Presenciamos a “tendência da supercapitalização, ou seja, da
industrialização da esfera da reprodução em setores que não produzem mais-valia diretamente, mas que
indiretamente aumentam a massa de mais-valia. Trata-se de impregnar o processo social de relações tipicamente
capitalistas, transformando os serviços em mercadorias”. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008)
Para o capital, a regulação estatal só faz sentido quando gera um aumento da taxa de lucros, intervindo como um
pressuposto do capital em geral. A demanda contraditória sobre o Estado é a expressão da contradição interna do
capitalismo, entre o desenvolvimento das forças produtivas e as relações de produção. Quando a regulação estatal
cede aos interesses do trabalho, interferindo em alguma medida nas demais ações reguladoras em benefício do
capital, multiplicam-se as reclamações do empresariado.
Com a crise �scal, decorrente da ampliação das demandas sobre o orçamento público e da diminuição dos recursos, a
guerra em torno da destinação dos recursos públicos é cada vez mais acirrada. Para a política social, esse conjunto de
tendências e contra tendências que constituem o capitalismo na sua fase madura trazem consequências importantes.
Atividade
Guimarães (2006, p. 52) destaca a profunda análise que precisa ser feita sobre a realidade social. Como deve ser o caminho
para essa busca?
a)Pela educação.
b)Pela renda familiar.
c)Pelo poder.
d)Pelo Estado.
e)Pela igreja.
Globalização
Iniciamos com a realidade que com o advento de novas técnicas, tecnologias e processos mais agressivos de globalização, as
mudanças ocorrem de forma muito mais complexa, acelerada e de modo escamoteado e camu�ado, o que exige uma atitude
crítica apurada.
A desnacionalização dos aspectos e problemas sociais, transformados em aspectos e problemas transnacionais, fez nascer o
conceito de cidadão do mundo, que vem sendo paulatinamente construído pela sociedade civil de todos os países em
contraposição ao poder político do Estado e ao poder econômico do mercado.
A sociedade global não é nem uma soma aritmética nem uma
composição geométrica de sociedades nacionais. Assim, parte de sua
originalidade se apresenta com con�gurações e movimentos próprios,
revelando-se uma totalidade superior, complexa e contraditória,
constituindo territorialidades e temporalidades desconhecidas.
 Fonte: Por Katty2016 / Shutterstock.
Cabe, pois, repensar o lugar e o tempo da sociedade nacional, começando por reconhecer que a globalização abala os seus
signi�cados empíricos e metodológicos, históricos e teóricos. O que não se pode ignorar é o fato de que as principais teorias da
sociedade tomam por base os conceitos inerentes à sociedade nacional em sua totalidade ou em partes. O paradigma clássico
das ciências sociais está codi�cado de formaa nortear conceitos, estudos e pesquisas a problemas inerentes à sociedade
nacional.
Entretanto, a mesma codi�cação aplica-se, na maioria dos casos, às situações em que se busque enfatizar a visão global. Sob
esse aspecto, se faz necessário retomar os conceitos que envolvem a visão global, mais conhecido como globalização e que,
nos últimos tempos, foi o responsável por todas as mazelas que acontecem no mundo.
Papel do Brasil no processo de globalização
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A questão primordial para o Brasil é encontrar uma forma
adequada de se inserir no processo de globalização,
preservando o autogerenciamento dos seus problemas
especí�cos, tais como: educação, pobreza, habitação,
reforma agrária, saúde e segurança. A hipótese de uma
submissão do país à ordem mundial é inaceitável. Faz-se
necessário o reconhecimento do Brasil como nação
autônoma e soberana, ou seja, de ator respeitado no cenário
internacional, quadro que vem sendo modi�cado na última
década.
O ponto de partida vai ao encontro dos aspectos inerentes à
capacitação da população, aos investimentos em
tecnologia, ao aumento da taxa de poupança interna e ao
fortalecimento da base industrial e agrícola. Quanto ao
Estado, é necessária a implementação de um modelo
moderno e e�ciente, capaz de de�nir e viabilizar prioridades,
com força para controlar os excessos do poder econômico,
além de promover os segmentos mais carentes.
Contraste entre prédios modernos e Paraisópolis (uma comunidade carente do
Estado de São Paulo). | Fonte: Por Yannick Martinez / Shutterstock.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atenção
Dentre as especi�cidades citadas, destaca-se o atraso acumulado no plano social. O processo de globalização concomitante à
nova revolução tecnológica está provocando uma nova e profunda desarticulação social, a exemplo daquela do início da
revolução industrial, com a diferença de que esta é extremamente mais veloz (BRUM,1997, p. 553-554).
A ativa participação estatal na economia vem sendo contestada há vários anos ao se enfatizar a necessidade da formação de
um Estado mínimo, o qual seria responsável por funções especí�cas, entre as quais:

Educação

Seguridade social

Saúde

Serviços de proteção à população

Serviços de bem-estar
O aumento da participação do setor público na economia
brasileira se deu a partir dos anos 1950 e teve como
consequência uma elevação substancial na renda per capita
brasileira nos anos 1980, passando de 160 para 2.100
dólares. Entretanto, essa elevação manteve a desigualdade
na distribuição da renda e se acelera a cada ano. Uma
desigualdade avassaladora.
Assim, se observa que a globalização cria novos problemas
civilizatórios, de conteúdo transnacional, que se colocam
numa outra dimensão sócio-histórica. Eles são postos pelo
desenvolvimento do capitalismo mundial e exigem, para o
seu enfrentamento real, a constituição irremediável de
novas estruturas associativas, políticas e culturais de nível
global, integrativas e não exclusivas ou substitutivas.
Fonte: Por ktsdesign / Shutterstock.
Impõe-se uma nova dialética entre o poder local e o poder global, o
que signi�ca que a sociedade nacional-estatal local tende apenas a
ser determinada e não meramente suprimida pelo desenvolvimento
de uma sociedade burguesa transnacional.
Fonte: Por kirill_makarov / Shutterstock.
Considerando a complexidade e importância do conceito,
relembramos que mais-valia é a forma especí�ca que
assume a exploração sob o capitalismo, que resulta do fato
da força de trabalho produzir mais produtos do que recebe
como salário.
A mais-valia absoluta ocorre quando se realiza o
prolongamento da jornada de trabalho além do ponto em
que o trabalhador produz para garantir a sua subsistência,
com a apropriação pelo capital do trabalho excedente.
Também existe a mais-valia relativa, que se realiza com o
prolongamento do tempo de trabalho excedente e a
condensação do trabalho necessário, possíveis pelo uso da
tecnologia que permite produzir em menos tempo o
equivalente ao salário (GRANEMANN, 1999).
Saiba mais
Leia o texto O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da Sociedade da Informação e da
Sociedade Digital.
Panorama rápido do cenário atual
Na atualidade, a supremacia de uma nação ou a liderança das grandes empresas nas cadeias produtivas globais tem como
fator determinante a capacidade de inovação, que permitirá a articulação e a organização da produção mundial em busca da
composição mais e�ciente de:

Trabalho

Capital

Conhecimento

Recursos naturais
Seus componentes fundamentais são o controle da tecnologia de ponta, dos
recursos essenciais e da força de trabalho.
javascript:void(0);
A liderança tecnológica, que �xará os padrões gerais de
reprodução e multiplicação da acumulação, a ampla
disponibilidade de força de trabalho advinda da
fragmentação geográ�ca das cadeias produtivas, que
possibilita utilizar os grandes bolsões de mão de obra
barata existentes nos países periféricos e identi�cação da
matéria prima adequada, constituem os fatores essenciais
para o exercício da hegemonia.
O aumento da e�cácia e dos enormes ganhos gerais de
produtividade por conta da incorporação das novas
tecnologias de produto, processo e gestão tem conseguido,
marginalmente, incorporar novos mercados continuamente
não mediante o aumento de renda, mas pela queda do
preço real de vários produtos globais.
Fonte: Por Jenson / Shutterstock.
Fonte: Por Oteera / Shutterstock.
Dessa forma, o capitalismo, que se nutre de contradições,
de diferenças de classes sociais, evidencia o processo
exclusão/inclusão oriundo da economia globalizada ao
apresentar, no mesmo cenário, a existência do desemprego
estrutural, que marginaliza milhões de pessoas que passam
a não ter acesso a empregos formais em quantidade e
qualidade adequada, deixando os trabalhadores a mercê do
subemprego ou aos distintos graus de informalidade, ao
mesmo tempo em que ampli�ca o acesso aos produtos
globais aos mercados que estavam à margem do consumo
por insu�ciência de renda.
Atenção
Como resultado e acrescido de outros fatores do mercado de capitais, veri�ca-se que a disparidade de renda está crescendo e
a pobreza, o desemprego e o subemprego estão engrossando a exclusão social (mobilidade, �exibilidade e versatilidade).
A presença do trabalhador em um lugar de trabalho coletivo deixa de ser o elemento de controle e se abre a possibilidade de
gerar diversas formas de precarização do trabalho, de informalização das relações trabalhistas, desagregação e diferenciação
do efetivo operário a partir do conteúdo do seu trabalho e da individualização de sua tarefa.
Na sociedade contemporânea, todas as exaltações são mais ligadas ao individualismo do que ao liberalismo econômico, pois
reconhece a democracia liberal como o regime que oferece as maiores possibilidades ao cidadão e ao ator social de
desenvolver-se como pessoa e como membro de uma comunidade. Mas também deixa evidente que, conforme Blandier
(1999), atrás do modelo democrático se escondem o mercado mundial e seus focos de poder econômico, como também o
recuo da política em proveito da economia e da competição que a dinamiza.
As mudanças proporcionadas pela tecnologia vão além do modo como se realiza a produção e as atividades econômicas,
in�uenciam a cultura e a vida. Veremos a seguir como essa in�uência acontece.
 Impactos da tecnologia na cultura e modo de vida
 Clique no botão acima.
Na era das redes (sociais, produtivas, informação), facilitada pela integração da tecnologia de comunicação na vida
cotidiana, o espaço doméstico se mescla à lógica do trabalho em rede a �m de ampliar mercados e lucros. As relações
sociais se virtualizam, desmaterializando os encontros, ao mesmo tempo em que se estimula a criatividade para
manter o ritmo das inovações. A introdução do tempo real na transmissão de dados reduzdrasticamente o tempo em
que o capital permanece fora de seu ciclo de produção.
As recentes tecnologias possibilitam novos bens e serviços com elevação da média de valor adicionado por hora
trabalhada, revelando a interdependência cada vez maior entre capital �nanceiro, alta tecnologia e capital industrial, em
que os lucros acumulados fertilizam as redes �nanceiras globais que, por sua vez, realimentam o processo de
acumulação.
Em contrapartida, as mazelas sociais (pauperização, fome, má distribuição de renda, violência, discriminação) também
realimentam as diversas exclusões sofridas pelo ser humano na sociedade do conhecimento. É o fortalecimento do
crescimento da questão social.
A história do sistema capitalista nos mostra que a primeira fase da dominação da economia sobre a vida social
acarretou na degradação do ser em relação ao ter. No atual contexto, em que as distâncias físicas são praticamente
anuladas e os espaços já não são mais obstáculos, operou-se um deslizamento generalizado do ter para o parecer ter,
pois, além da pessoa se voltar para viver o momento, buscando um gozo em curto prazo e a qualquer preço, vivemos
numa sociedade do espetáculo, em que o desempenho do ator-sujeito de�nirá o seu lugar social. A urgência destrói a
capacidade de construir e esperar, exacerbando ainda mais os interesses individuais sobre os coletivos. Vivemos em
uma sociedade individualista.
Como exemplo, podemos citar o telefone celular, a Internet, símbolos da interconectividade, conectados 100% do
tempo, que passam a ser condição de felicidade. Assim, a cada novo lançamento, torna-se fundamental a substituição
do equipamento antigo, sem a re�exão ou preocupação de que se está produzindo um lixo eletrônico que, se não for
devidamente descartado, acarretará em danos irreversíveis para a sociedade.
Veja a seguir como Gilberto Dupas trata das pressões de consumo exercidas sobre as classes mais pobres.
Bombardeado pela mídia eletrônica que associa a felicidade ao consumo de marcas globais, o jovem excluído –
receptor exatamente da mesma mensagem que o incluído – tem como alternativas conseguir a qualquer preço o novo
objeto de desejo ou recalcar uma aspiração manipulada pelo interesse comercial. Esse é um exemplo importante para
re�exão na atuação do pro�ssional de Serviço Social inserido nesse campo de atuação (DUPAS, 2001).
Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, assista ao curta-metragem Ilhas das Flores, de Jorge Furtado (1989).
|
Atividade
2. Ao analisar o sistema capitalista, o que é correto a�rmar sobre a presença do trabalhador em um lugar de trabalho coletivo,
sem espaço para o olhar individualizado, que deixa de ser valorizado pelo seu trabalho?
a) Abre a possibilidade de gerar diversas formas de precarização do trabalho.
b) Abre a possibilidade de gerar diversas formas de valorização do trabalho.
c) Abre a possibilidade de gerar diversas formas de legalização da força de trabalho justo.
d) Abre a possibilidade de gerar diversas novas formas de minimizar a “mais valia” na relação trabalhador e produção.
e) Abre a possibilidade de fortalecimento da classe trabalhadora.
O futuro da humanidade
Frente ao desa�o de enfrentar a questão social, a descentralização permitiu o desenvolvimento de formas inovadoras
e criativas na sua implementação, gestão, monitoramento, avaliação e informação. No entanto, a compreensão de que
a gestão democrática vai muito além de inovação gerencial ou de novas tecnologias é bastante limitada neste país. A
centralização ainda é uma marca a ser superada, bem como a corrupção, o senso de justiça e de humanidade. 
 
Apesar de todo o avanço tecnológico, vive-se a ilusão da esperança de que a sobrevivência da humanidade como
espécie esteja garantida e de que, em algum momento do futuro, uma parte razoável dos seres humanos possa atingir
uma qualidade de vida semelhante ao atual padrão das econômicas desenvolvidas no planeta (DUPAS, 1999).
 Fonte: Por Mrs_ya / Shutterstock
Mas, na realidade, a humanidade está caminhando em direção a uma
barreira de escassez de produtos fundamentais a sua sobrevivência:
água e alimentos. Com a superpopulação e o atual estilo de
desenvolvimento, corremos o risco de esgotar as reservas naturais –
inclusive de água doce – e eliminar para sempre numerosas espécies
vegetais e animais.
A maior parte da pressão destruidora sobre o ecossistema vem de um pequeno número de países desenvolvidos. No entanto,
suas fórmulas de prosperidade estão sendo vivamente adotadas como objetivo pelo resto do mundo. A existência humana
dependerá de sermos capazes de estabelecer contratos de longo prazo com nosso futuro (DUPAS, 1999).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atividade
3. Uma sociedade que busca o ter e não o ser, com graves expressões da questão social, abre caminho para o aumento da
busca por:
a) Igualdade.
b) Geração de mais renda.
c) Justiça social.
d) Valorização do trabalho humano.
e) Bem material a qualquer custo, aumentando a violência.
Notas
Referências
BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez, 2008.
BARONE, R.E. Educação e políticas públicas: questões para o debate, 1999. Disponível em:
//www.bts.senac.br/index.php/bts/article/view/499/423. Acesso em: 10 jun. 2019.
BLANDIER, G. O Dédalo: para �nalizar o século XX. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
BRUM, A.J. Desenvolvimento econômico brasileiro. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
DOWBOR, Ladislau. O que é poder local. Disponível em: //dowbor.org/08podlocal.doc. Acesso em: 10 jun. 2019.
DUPAS, Gilberto. Sobrevivência em risco. Folha de S. Paulo, São Paulo, 2 fev. 1999. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz02029910.htm. Acesso em: 11 jun. 2019.
DUPAS, Gilberto. Ética e poder na sociedade da informação; revendo o mito do progresso. Disponível em:
https://docplayer.com.br/36724840-Espaco-aberto-revendo-o-mito-do-progresso-gilberto-dupas.html. Acesso em: 11 jun. 2019.
GUIMARÃES, R. P. A ecopolítica da sustentabilidade em tempos de globalização corporativa. In: GARAY, I. E.; BECKER, B. K.
(Org.). As dimensões humanas da biodiversidade: o desa�o de novas relações sociedade-natureza no século XXI. Petrópolis:
Vozes, 2006.
GRANEMANN, Sara. Processos de trabalho e Serviço Social. In: CFESS-ABEPSS-CEAD/UNB. Reprodução social, trabalho e
Serviço Social. Módulo 1. Capacitação em Serviço Social e Política Social. Brasília: CEAD,1999.
IAMAMOTO, Marilda. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital �nanceiro, trabalho e questão social. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2008.
PINHEIRO, Patrícia; MARQUES, Maria de Fátima; BARROSO, Maria. Ética na formação pro�ssional: uma re�exão. Esc. Anna
Nery, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 116-120, Apr. 2006. Disponível em: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452006000100015&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 jun. 2019.
Explore mais
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
javascript:void(0);
Leia o livro:
FALEIROS, V. de P. Globalização, correlação de forças e serviço social. São Paulo: Cortez, 2016.

Continue navegando