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Millena Fernandes l @medmillena Metabolismo da frutose e da galactose Vão dar um jeito de entrar na via glicolítica Principal fonte de dissacarídeo: sacarose. Na presença de sacarase produz a glicose e frutose, que irão entrar na via glicolítica. Ainda, há também a lactose, que na presença da lactase tem como produto galactose e glicose. OBS: a intolerância à lactose é a deficiência da enzima lactase. Consequentemente, a lactose não será digerida em galactose e glicose. Assim, a lactose no intestino vai ser fermentada e causará a diarreia, vômito e outros. Hidrólise Sacarose quebra a ligação beta 1,2. Lactase quebra a ligação alfa 1,4. Metabolismo da frutose OBS: não é dependente de insulina. Consumo médio de 4,34g/dia de frutose livre. Consumo em grande quantidade pode causar obesidade, hipertensão, resistência à insulina, diabetes e doença renal crônica. Pode ser um grande vilão na produção de triacilglicerol. Deve ser fosforilada para entrar nas vias do metabolismo intermediário. No fígado Como a frutose entra na via glicolítica. CicloTCA: ciclo do ácido tricarboxílico (Krebs) Primeira processo: fosforilação, assim como com a glicose, pela enzima FRUTOSE-1-P (fosfato no carbono 1). Pode ser realizada pela hexocinase (baixa afinidade) ou frutocinase (alta afinidade; principal utilizada). Há o gasto de ATP. Etapa essencial para impedir a saída da membrana. 2ª. É quebrada em dois compostos pela aldolase B (frutose-1-P aldolase B). - Di-hidroxiacetona-fosfato (DHAP): pode ser utilizada na via glicolítica, em que possui uma enzima que a reconhece e a converte em gliceraldeída-3-P (faz parte da etapa 5 da glicólise), até obter o piruvato. Pode ser utilizada na glicólica ou na gliconeogênese. - Gliceraldeído: não pode ir para a via glicolítica, não possui enzima. Para que ele entre via, precisa ser fosforilada no carbono 3. Assim, a enzima triose-quinase o converte em gliceraldeído-3-P para ser utilizada na via glicolítica posteriormente. Em outros tecidos, como adiposo e músculo A frutose é fosforilada pela hexoquinase no sexto carbono, tendo como produto a frutose6fosfato, que já pode ser utilizada na fase 3 da via glicolítica. Sacarose: fonte de energia na dieta humana e é a principalmente fonte de frutose. Segundo carboidrato mais comum na dieta humana. É metabolizada no fígado. Pode ser obtida pela sacarose da dieta, ou na forma livre (mel), ou na rota poliol. Millena Fernandes l @medmillena OBS: a taxa de metabolismo da frutose é mais rápida que a da glicose, pois as trioses formadas a partir da fru-3-P desviam a reação da fosfotrutocinase-1, a etapa marca-passo mais importante no controle da velocidade da glicólise. Rota polial Um mecanismo alternativo para metabolizar um monossacarídeo é convertê-lo em um polial, por meio da redução do grupo aldeído, produzindo, assim, mais um grupo hidroxila. Via do sorbitol à frutose proporciona um mecanismo pelo qual todo o sorbitol disponível é convertido em um substrato capaz de entrar na glicólise. Presente nas vias seminais. A glicose é reduzida pela enzima aldose-redutase, tendo a formação de um derivado alcoólico, o sorbitol. Em seguida, é convertido. Principal fonte de energia para os espermatozoides. Também previne a quebra do acrossomo (tem bolsas com enzimas digestivas, que vão ajudar na penetração do espermatozoide no ovócito). Produz frutose pela rota poliol. Sorbitol acumula no cristalino e aumenta a pressão osmótica lá. Assim, ocorre a glicolização das proteínas e faz que elas percam a função. Logo, trás a opacidade ao cristalino (CATARATA). CONSEQUÊNCIA DA DIABETES. Nas vesículas seminais a glicose é reduzida e depois oxidada, para ser convertida em frutose em seguida. Condições clínicas associadas ao metabolismo da frutose Frutosúria essencial Presença de frutose na urina. Causada pela ausência da enzima frutocinase, responsável pela fosforilação da frutose. Condição benigna, pois os metabólitos tóxicos da frutose não se acumulam no fígado. Muitas vezes é assintomática. OBS: condição em que a glicose é liberada no sangue -> glicosúria, quando a glicemia for acima de 180mg/dL. Supera o limiar de filtração renal. Libera frutose independente da concentração no sangue. - Por que no músculo a exo-quinase também consegue fosforilar frutose? Todos os monossacarídeos possuem 6 carbonos, logo, a exo-quinase fosforila os açúcares com 6C. Porém, a preferência da exo-quinase é pela glicose. Logo, a frutose é filtrada nos rins e eliminada na urina. QUINASE: família de enzimas que fazem transferência de grupos funcionais. Intolerância hereditária à frutose Deficiência da enzima ALDOLASE B. “Envenenamento por frutose”. Consegue fosforilar a frutose, mas não consegue a quebrar. Logo, há acúmulo de frutose-1-fosfato no fígado, podendo trazer alguns prejuízos. Preciso diagnosticar rapidamente. Terapia: remoção imediata da frutose (e sacarose) da dieta. Acúmulo pode causar insuficiencias hepáticas, pois a frutose- 1-P é um metabólito tóxico. Ex: HIPOGLICEMIA GRAVE*. *Durante o repouso ocorre a glicogenólise, ou seja, a produção de glicose por novas vias. Porém, a enzima responsável pela quebra de glicogênio está inibida pela presença de frutose-1- P, diminuindo a concentração de glicose. Esteatose hepática não-alcoólica Porque a frutose pode levar à formação de gordura no fígado. Millena Fernandes l @medmillena O aumento de ATP na célula começa a inibir algumas enzimas. A glicose já produziu energia, porém, ainda há a frutose para entrar na via glicolítica. Intermediários da frutose entram na via glicolítica abaixo da enzima reguladora da via glicolítica. Aumento de ATP na célula bloqueia a frutose6P Produção de gordura pq os intermediários de glicose entram na via glicolítica e são convertidos em acetil-CoA. Este, por sua vez, no citoplasma doa seus carbonos para a síntese de ácido graxo/ácido palmítico. Sai da mitocondria pq o ciclo de krebs está inibido. 3 ácidos graxos + glicerol3fosfato (vem de um dos intermediários da via glicolítica): triacilglicerídeo ou triacilglicerol (gordura). Enzima aldolase tem uma baixa afinidade pela frutose. Metabolismo da galactose É importante que, assim como a frutose, a galactose seja fosforilada antes de ser metabolizada. Galactose: corresponde à metade da lactose, sendo um importante constituinte combustível dos laticínios. Não possui enzima específica para ela na via glicolítica. As enzimas estão presente em muitos tecidos: eritrócitos adultos, fibroblastos e tecidos fetais. O fígado tem maior atividade dessas enzimas. As crianças metabolizam a galactose mais facilmente que os adultos. É fosforilada pela galactoquinase (GALK), gastando um ATP. Produto: galactose 1-P, que será convertida em glicose-1- fosfato. Há conversão de UDP-galac em UDP-gli, por meio da isomerização. Papel da UDP-galac: doadora de galactose em uma série de vias sintéticas, incluindo a síntese de lactose. UDP (uridina difosfato, ligada à glicose). Galactose-1-P reage com a UDP-glicose, por intermédio da enzima galactose-1-P-uridilitransferese (GALT). GALT pega o UDP e coloca na galactose. O grupo fosfato da galactose vai para a glicose. Assim, tem como produto final a glicose-1-fosfato. O produto não pode entrar na via glicolítica, pois não há enzima que o reconheça. Assim, a enzima fosfoglicomutase, trocando o grupo fosfato de carbono 1 para o carbono 6. Produto glicose-6-fosfato pode ir para a via glicolítica. OBS: o UDP galactose foi outro produto da ação da GALT. Ela precisa ser convertida em UDP-glicose. A enzima epimerase (GALE), vai atuar realizando essa conversão. ENZIMAS importantes: GALK, GALT, GALE. Condições associados ao metabolismo da galactose Galactosemia clássica Deficiência da enzima GALT, não ocorrendo a conversão da galact-1-P emglic-1-P e em UDP-galac. Assim, aumenta a concentração de galact-1-P, que se acumula no fígado, nos rins, nos neurônios, no cristalino (nos tecidos). Logo, há inibição da enzima galactoquinase. Aumento da galactose livre no sangue e na urina. Sintomas: graves problemas hepáticas, renais e retardo mental. Galactosemia: acúmulo de galactose no sangue. Detectada no teste do pezinho. Galactosemia não-clássica Deficiência da enzima GALK. Não há fosforilação da galactose em galac-1-P. Assim, ela consegue sair da célula e aumentar no sangue e na urina. Vai para o cristalino, é convertida em galactiol (composto tóxico) e pode levar à catarata. Diagnóstico: teste do pezinho. Galactose e glicose apresentam estruturas parecidas, mas diferem apenas na posição de um carbono4 (são epímeros). Millena Fernandes l @medmillena