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AULA 09 Pegue uma régua escolar de plástico e pressione-a entre dois pontos bem próximos, uma cinco centímetros do outro. Você está simulando uma estrutura em compressão simples. Agora, pressione dois pontos distantes 15 cm um do outro. Algo começa a aparecer nessa nova posição, é visivelmente mais fácil criar condições para a barra começar a encurvar. A barra está começando a sofrer o fenômeno da flambagem. Faça agora com pontos distantes a 30cm. Force a régua até a ruptura. A régua se quebra, pois o plástico é um material frágil. Pise em cima de uma lata vazia de refrigerante. Você notará que a lata, sem se quebrar, amassa. Não quebrou porque, ao contrário do plástico que é frágil, o alumínio é dúctil e se deforma bastante antes de perder sua unidade. Peças comprimidas de grande altura podem flambar, fato que é reduzido sensivelmente se a altura for pequena. Quanto maior for a espessura da peça comprimida, menor a tendência a flambar. Quanto mais flexível for o material (menor E), mais fácil é a ocorrência da flambagem. Deve-se a Leonhard Euler (1744) a primeira formulação de uma quantificação do limite que se pode colocar uma peça comprimida, para que ela não flambe. CONCLUSÃO Elementos estruturais compridos e esbeltos, sujeitos a uma força de compressão axial são denominados colunas. Uma coluna ideal é uma coluna perfeitamente reta antes da carga. A carga é aplicada no centroide da seção transversal. A deflexão lateral que ocorre é denominada flambagem. A carga axial máxima que uma coluna pode suportar quando está na iminência de sofrer flambagem é denominada carga crítica, Pcr. 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝒏𝒏𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝟐𝟐 n ⇒ número de deflexões; E ⇒ módulo de elasticidade; I ⇒ momento de inércia; L ⇒ comprimento da barra. Configuração deformada das colunas para diferentes valores de n e suas respectivas equações de flambagem. A. Coluna biarticulada; B. Flambagem para n = 1; C. Flambagem para n = 2; D. Flambagem para n = 3. 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝒏𝒏𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝟐𝟐 n ⇒ número de deflexões; E ⇒ módulo de elasticidade; I ⇒ momento de inércia; L ⇒ comprimento da barra. 𝝈𝝈 = 𝑬𝑬 � 𝜺𝜺 𝑬𝑬 ⇒ módulo de elasticidade; 𝜺𝜺 ⇒ deformação normal específica. Determine as cargas críticas para cada caso a seguir, considerando que a área transversal seja quadrada de aresta 0,2m, do módulo de elasticidade de 200GPa e o comprimento da barra ser de 1,2 m. 𝐼𝐼 = 𝑏𝑏 � ℎ3 12 = 0,2 � 0,23 12 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝒏𝒏𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝟐𝟐 Calculando o momento de inércia = 0,24 12 𝐼𝐼 = 1,33 � 10−4 𝑚𝑚4 Carga crítica para a letra (b) 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟏𝟏𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟗𝟗 � 𝟏𝟏,𝟑𝟑𝟑𝟑 � 𝟏𝟏𝟐𝟐−𝟒𝟒 𝟏𝟏,𝟐𝟐𝟐𝟐 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟒𝟒𝟏𝟏𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐,𝟐𝟐𝟐𝟐 𝑵𝑵 𝒐𝒐𝒐𝒐 𝟏𝟏,𝟏𝟏𝟖𝟖 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟏𝟏 𝑵𝑵 𝒐𝒐𝒐𝒐 𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟖𝟖𝟓𝟓𝑵𝑵 Carga crítica para a letra (c) 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟐𝟐𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟗𝟗 � 𝟏𝟏,𝟑𝟑𝟑𝟑 � 𝟏𝟏𝟐𝟐−𝟒𝟒 𝟏𝟏,𝟐𝟐𝟐𝟐 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟏𝟏,𝟒𝟒 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟏𝟏 𝑵𝑵 𝒐𝒐𝒐𝒐 𝟏𝟏𝟒𝟒𝟓𝟓𝑵𝑵 Carga crítica para a letra (d) 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟑𝟑𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟗𝟗 � 𝟏𝟏,𝟑𝟑𝟑𝟑 � 𝟏𝟏𝟐𝟐−𝟒𝟒 𝟏𝟏,𝟐𝟐𝟐𝟐 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟏𝟏𝟖𝟖 � 𝟏𝟏𝟐𝟐𝟏𝟏 𝑵𝑵 𝒐𝒐𝒐𝒐 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏,𝟖𝟖𝟓𝟓𝑵𝑵 Se a coluna não tiver nenhum suporte lateral, ela sempre flambará em torno do eixo principal na seção transversal com o menor momento de inércia. Na figura são exibidas diferentes seções transversais de colunas. Em (a), (b) e (c) o momento de inércia 𝑰𝑰𝒂𝒂 é maior que 𝑰𝑰𝒃𝒃, fazendo com que a coluna flambe no plano a – a e o momento de inércia 𝑰𝑰𝒃𝒃 deve ser usado para o calculo da carga crítica. Em (d) e (e) o momento de inércia em ambas as direções é o mesmo, e a coluna poderá flambar em qualquer direção. a) Seção retangular vazada; b) Seção retangular; c) Perfil I; d) Seção quadrada; e) Seção circular vazada. Comprimento de curva efetivo de uma coluna engastada na base em função de uma coluna biarticulada 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝒏𝒏𝟐𝟐 � 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝟐𝟐 𝐿𝐿𝑒𝑒 ⇒ comprimento efetivo 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝒆𝒆𝟐𝟐 Caso consiga identificar o comprimento efetivo de uma coluna, independentemente de sua complexidade, pode-se utilizar a seguinte equação, para descobrir sua carga crítica: 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑳𝑳𝒆𝒆𝟐𝟐 Com o conhecimento do calculo da carga crítica em diferentes vinculações, pode-se encontrar a tensão crítica correspondente. Unicamente dividindo a carga crítica pela área da secção transversal. A tensão crítica é a tensão a qual a secção transversal está submetida no momento da carga crítica. 𝝈𝝈𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝑷𝑷𝒄𝒄𝒄𝒄 𝑨𝑨 = 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 � 𝑰𝑰 𝑨𝑨 � 𝑳𝑳𝒆𝒆𝟐𝟐 Essa equação pode ser reescrita utilizando o conceito de raio de giração de uma coluna: 𝒄𝒄 = 𝑰𝑰 𝑨𝑨 Assim essa equação torna-se: 𝝈𝝈𝒄𝒄𝒄𝒄 = 𝝅𝝅𝟐𝟐 � 𝑬𝑬 𝑳𝑳𝒆𝒆 𝒄𝒄 𝟐𝟐 O termo ⁄𝑳𝑳 𝒄𝒄 é chamado de índice de esbeltez e depende exclusivamente das dimensões da coluna: Uma coluna curta e larga terá um índice de esbeltez baixo e sofrerá flambagem com uma alta tensão crítica. Já uma coluna alta e esbelta terá um índice de esbeltez alto e sofrerá flambagem com uma baixa tensão crítica. 𝝀𝝀 = 𝑳𝑳 𝒄𝒄 Portanto, o índice de esbeltez mede a flexibilidade da coluna e pode ser usado para classificar uma coluna como longa, intermediária ou curta. Gráfico da curva de Euler para um aço estrutural. Três barras de aço: Mesmo módulo de elasticidade; Mesmo tipo de vinculação; Mesmo comprimento efetivo; Mesma área de secção transversal. Defina, do maior para o menor, qual seção transversal terá maior carga crítica? Compare as cargas críticas para cada seção transversal. 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐∎ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐△ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐⨀ = 𝜋𝜋2�𝐸𝐸�𝐼𝐼∎ 𝐿𝐿𝑒𝑒2 ∶ 𝜋𝜋 2�𝐸𝐸�𝐼𝐼△ 𝐿𝐿𝑒𝑒2 ∶ 𝜋𝜋 2�𝐸𝐸�𝐼𝐼⨀ 𝐿𝐿𝑒𝑒2 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐∎ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐△ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐⨀ = 𝐼𝐼∎ ∶ 𝐼𝐼△ ∶ 𝐼𝐼⨀ Portanto, temos que comparar os momentos de inércia dessas seções: 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐∎ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐△ ∶ 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐⨀ = 𝑏𝑏4 12 ∶ 𝑙𝑙 4 96 ∶ 𝜋𝜋𝑑𝑑 2 64 Sabendo que as áreas são iguais, podemos: 𝐴𝐴∎ ∶ 𝐴𝐴△ ∶ 𝐴𝐴⨀ ⇒ 𝑏𝑏2 = 𝑙𝑙2 � 3 4 = 𝜋𝜋 � 𝑑𝑑2 4 Como o módulo de elasticidade, o comprimento efetivo e a área são as mesma para todas as seções, a equação da carga crítica pode ser resumida: Agora vamos escrever os momentos de inércia em função das áreas: 𝐼𝐼∎ = 𝑏𝑏2 𝑏𝑏2 1 12 𝐼𝐼△ = 𝑙𝑙 2� 3 4 𝑙𝑙2� 3 4 3 18 𝐼𝐼⨀ = 𝜋𝜋 � 𝑑𝑑2 4 𝜋𝜋 � 𝑑𝑑2 4 1 4𝜋𝜋 𝐼𝐼∎ ∶ 𝐼𝐼△ ∶ 𝐼𝐼⨀ = 𝐴𝐴∎2 12 ∶ 𝐴𝐴△2 3 18 ∶ 𝐴𝐴⊙2 4𝜋𝜋 Como as áreas são iguais: 𝐼𝐼∎ ∶ 𝐼𝐼△ ∶ 𝐼𝐼⨀ = 1 12 ∶ 3 18 ∶ 1 4𝜋𝜋 𝐼𝐼∎ ∶ 𝐼𝐼△ ∶ 𝐼𝐼⨀ = 0,083 ∶ 0,096 ∶ 0,079 Três barras de aço: Mesmo módulo de elasticidade; Mesmo tipo de vinculação; Mesmo comprimento efetivo; Mesma área de secção transversal. Defina, do maior para o menor, qual seção transversal terá maior carga crítica? Conclui-se que, o triângulo terá a maior carga crítica, seguido pelo quadrado e pelo círculo. Uma coluna com perfil W150x13, com propriedades geométricas na figura (seção transversal) é utilizada para suportar uma coberta. O comprimento das coluna é 2m e o modulo de elasticidade do aço é E=200 GPa. Quais são respectivamente , as cargas críticas para a coluna caso ela tenha as seguintes vinculações: a) Bi-engastada; b) Engastada/articulada; c) Biarticulada; d) Engastada/apoiada. Inicialmente, calcule a carga crítica em função do comprimento efetivo: Para a situação bi-engastada, 𝐿𝐿𝑒𝑒 = 0,5𝐿𝐿 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝜋𝜋2 � 𝐸𝐸 � 𝐼𝐼 𝐿𝐿𝑒𝑒2 = 𝜋𝜋2 � 200 � 109 � 82 � 10−8 𝐿𝐿𝑒𝑒2 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1618615,122 𝐿𝐿𝑒𝑒2 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1618615,122 0,5 � 2 2 = 1618,62𝑘𝑘 𝑁𝑁 Para a situação engastada/articulada, 𝐿𝐿𝑒𝑒 =0,7𝐿𝐿 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1618615,122 0,7 � 2 2 = 825,82𝑘𝑘 𝑁𝑁 Para a situação bi-articulada, 𝐿𝐿𝑒𝑒 = 𝐿𝐿 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1618615,122 2 2 = 404,65𝑘𝑘 𝑁𝑁 Para a situação engastada/articulada, 𝐿𝐿𝑒𝑒 = 2𝐿𝐿 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1618615,122 2 � 2 2 = 101,16𝑘𝑘 𝑁𝑁 82 � 10−2 𝑚𝑚 4 82 � 10−8𝑚𝑚4 Conclui-se que, a sequência de cargas críticas para as situações indicadas é: 1. Bi-engastada (1618,62k N) 2. Engastada/articulada (825,82k N) 3. Bi-articulada (404,65k N) 4. Engastada/apoiada (101,16k N) Uma coluna com perfil W150x13, com propriedades geométricas na figura (seção transversal) é utilizada para suportar uma coberta. O comprimento das coluna é 2m e o modulo de elasticidade do aço é E=200 GPa. Quais são respectivamente , as cargas críticas para a coluna caso ela tenha as seguintes vinculações: a) Bi-engastada; b) Engastada/articulada; c) Bi-articulada; d) Engastada/apoiada. Para uma coluna de madeira sofra flambagem elástica, ou seja, passível de usar a equação de Euler, seu índice de esbeltez deve ser maior que 100. Suponha que essa coluna seja quadrada, bi-articulada com 4 metros de comprimento e modulo de elasticidade de 15000 Mpa. Qual a dimensão máxima do lado que esta coluna pode ter para que ela sofra flambagem elástica e com esta dimensão, qual é sua tensão crítica? Inicialmente, calcule quais dimensões desta seção para que a esbeltez da coluna seja maior que 100. 𝜆𝜆 = 𝐿𝐿 𝑟𝑟 100 > 4 𝑟𝑟 Aplicando a equação do raio de giração: 𝑟𝑟 = 𝐼𝐼 𝐴𝐴 Agora, calcule a tensão crítica 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝜋𝜋2 � 𝐸𝐸 �𝐿𝐿 𝑟𝑟 2 Portanto, para que a condição de índice de esbeltez maior que 100 seja garantida, a dimensão do lado da coluna deve ser 𝑏𝑏 < 13,85 𝑐𝑐𝑚𝑚; E a tensão crítica da coluna será 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 14,80 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑀𝑀. 𝑟𝑟 > 0,04 0,04 > �𝑏𝑏4 12 𝑏𝑏2 0,04 > 𝑏𝑏2 12 𝑏𝑏 < 13,85 𝑐𝑐𝑚𝑚 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝜋𝜋2 � 1500 � 106 100 2 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 14,80 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑀𝑀 Resistência dos Materiais Avançado Experiências para entender a flambagem Experiências para entender a flambagem Carga crítica – Fórmula de Euler (coluna ideal com apoios de pinos) Cálculo da Menor Carga Crítica Exemplo 01: Cálculo da Menor Carga Crítica Outros Tipos de Vinculação Comprimento efetivo de colunas com diferentes vinculações Tensão de Flambagem no Regime Elástico e Índice de Esbeltez de uma Barra Índice de Esbeltez Qual terá maior Carga Crítica? Resposta: Qual terá maior Carga Crítica? Qual terá maior Carga Crítica? Resposta Qual terá maior Carga Crítica? Qual terá maior Carga Crítica? Resposta