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GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Izabelly Soares de Morais Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 M827g Morais, Izabelly Soares de. Governança de tecnologia da informação [recurso eletrônico] / Izabelly Soares de Morais, Glauber Rogerio Barbieri Gonçalves; [revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018. ISBN 978-85-9502-343-7 1. Tecnologia da informação. I. Gonçalves, Glauber Rogerio Barbieri. II.Título. CDU 004 Revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon Graduado em Desenvolvimento de Sistemas Especialista em Formação Pedagógica Gerenciando a governança de TI Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir as características do planejamento de governança de TI adotado. � Reconhecer a diferença entre o gerenciamento de serviços de TI e governança de TI. � Identificar como o gerenciamento deve ser realizado em cada contexto. Introdução Após o planejamento de seus projetos pessoais, você já se deparou com alguma dificuldade para executá-los? E quando conseguiu executá-los, pôde mantê-los durante o tempo que almejou? Se parar para analisar, planejar é muito mais simples, pois você pode esboçar qualquer tipo de ideia. Difícil mesmo é implementar e gerenciar essas ideais posteriormente. Na governança de TI, as dificuldades são as mesmas, pois toda decisão e ação recai sobre todas as particularidades do negócio. Neste capítulo, estudaremos o gerenciamento da governança de TI, etapa importante para manter tudo que foi implantado após o mo- mento de planejamento e implementação do modelo mais adequado ao contexto da empresa. Etapas para o gerenciamento A aplicação de novas ideias e metodologias dentro de qualquer contexto acaba abrangendo diversos estágios. Estamos falando, aqui, da fase de gerenciamento da governança de TI, a qual pode ser vista como um projeto composto por início, meio e fim, e, em outras palavras, podemos chamar de planejamento, implementação e gerenciamento. Neste caso, a fase de gerenciamento é basicamente uma das últimas a serem implantadas, já que o seu objetivo é o de manter tudo o que foi executado nos estágios anteriores. Falamos que é um dos últimos porque todo projeto possui também a etapa de manutenção, ou seja, de ajustes, na qual as mudanças ocorridas ao longo do tempo no negócio são moldadas conforme o modelo de governança adquirido pela empresa. Devido à grande complexidade em torno dos processos ativos dentro de uma organização empresarial, o gerenciamento da governança de TI se torna bastante complicado, aspecto esse que não o diferencia tanto das etapas que o antecedem. O que sempre deve ser ressaltado é que a governança de TI possui quatro etapas principais, descritas a seguir: 1. alinhamento estratégico e compliance, as quais abrangem as seguintes áreas: alinhamento estratégico, princípios de TI, gestão da demanda, necessidades de aplicações, arquitetura de TI, infraestrutura de TI, ob- jetivos de desempenho, capacidade, sourcing, segurança da informação, competências, processos e organização, plano de TI; 2. decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos, as quais englobam as seguintes áreas: mecanismos de decisão, critérios de prio- rização e portfólio de TI; 3. estrutura, processos, operação e gestão, as quais envolvem as seguintes áreas: projetos, serviços, inovações, relacionamento com os usuários e com os fornecedores; 4. gestão do valor e do desempenho, as quais contêm as seguintes áreas: gestão do valor e do desempenho da TI. Dessa forma, o gerenciamento deve englobar todos esses domínios e seus respectivos componentes, já que todos fazem parte da governança de TI. Outro ponto que merece ser destacado e sempre ressaltado é o de que cada modelo de governança é desenvolvido conforme a necessidade da empresa. Portanto, não é obrigatório que haja o mesmo comportamento e ação diante de todos os aspectos que norteiam a governança de TI, ou até mesmo do seu projeto. Por meio de uma visão geral, podemos afirmar que a governança de TI traz um portfólio de metodologias, processos e serviços para as regras da empresa. Esse portfólio deve estar sempre em consenso com os demais pro- gramas e projetos. Todo esse relacionamento, na verdade, requer um grande Gerenciando a governança de TI182 planejamento organizacional. O gerenciamento exige o uso de competências e conhecimentos para que todos os objetivos sejam sempre atendidos. Conforme o Guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014, p. 5), o gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e integração apropriadas de 47 processos de gerenciamento de projetos, logicamente agrupados em cinco grupos de processos, os quais são iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e, por fim, o encer- ramento. Ainda conforme o Guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014, p. 6), o gerenciamento de um projeto normalmente inclui, mas não se limita a: � identificação dos requisitos; � abordagem das diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes interessadas no planejamento e execução do projeto; � estabelecimento, manutenção e execução de comunicações ativas, efi- cazes e colaborativas entre as partes interessadas; � gerenciamento das partes interessadas visando ao atendimento aos requisitos do projeto e à criação das suas entregas; � equilíbrio das restrições conflitantes do projeto que incluem, mas não se limitam, a: ■ escopo; ■ qualidade; ■ cronograma; ■ orçamento; ■ recursos; e ■ riscos. Um grupo de funcionários especializados deve ser direcionado apenas para a prática do gerenciamento. É comum ouvirmos falar em escritório de gerenciamento de projetos, que, de acordo com o Guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014, p. 11), trata-se de uma estrutura orga- nizacional que padroniza os processos de governança relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas, e técnicas. As responsabilidades de um escritório de gerenciamento de projetos podem variar, desde o fornecimento de funções de apoio ao gerenciamento de projetos até a responsabilidade real pelo gerenciamento direto de um ou mais projetos. Ainda conforme o guia, há vários tipos de estruturas de escritório de gerenciamento de projetos nas organizações, e elas variam em 183Gerenciando a governança de TI função do seu grau de controle e influência nos projetos da organização, como descrito a seguir. � De suporte: Os escritórios de gerenciamento de projetos de suporte desempenham um papel consultivo nos projetos, fornecendo modelos, melhores práticas, treinamento, acesso a informações e lições aprendidas com outros projetos. Este tipo de escritório de gerenciamento de projetos atua como um repositório de projetos. O nível de controle exercido pelo escritório de gerenciamento de projetos é baixo. � De controle: Os escritórios de gerenciamento de projetos de controle fornecem suporte e exigem a conformidade por vários meios. A con- formidade pode envolver a adoção de estruturas ou metodologias de gerenciamento de projetos usando modelos, formulários e ferramentas específicas, ou conformidade com a governança. O nível de controle exercido pelo escritório de gerenciamento de projetos é médio. � Diretivo: Os escritórios de gerenciamento de projetos diretivos assumem o controle dos projetos pelo seu gerenciamento direto. O nível de controle exercido pelos escritórios de gerenciamento de projetos é alto. Ainda sob a ótica do Guia (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014, p. 11), a principal função de um escritório de gerenciamento de projetos é apoiar os gerentes de projetos de diversas maneiras que podem incluir, mas não se limitam, a: � gerenciamento de recursos compartilhados em todos os projetos ad- ministrados pelo escritório; � identificação e desenvolvimento de metodologia, melhores práticas e padrõesde gerenciamento de projetos; � orientação, aconselhamento, treinamento e supervisão; � monitoramento da conformidade com os padrões, políticas procedi- mentos e modelos de gerenciamento de projetos por meio de auditorias em projetos; � desenvolvimento e gerenciamento de políticas, procedimentos, modelos e outros documentos compartilhados do projeto (ativos de processos organizacionais); e � coordenação das comunicações entre projetos. Gerenciando a governança de TI184 O plano de gerenciamento da governança de TI deverá constantemente ser atualizado, tendo em vista que qualquer mudança adicionada no cotidiano contextual em que a mesma se encontra poderá afetar todo o plano. Por falar em contexto, ao mencionarmos o termo projeto, estamos nos referindo ao de governança de TI. Caso citemos outro projeto, especificaremos o seu novo contexto. Conforme o Guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014, p. 10), os pro- jetos são frequentemente utilizados como um meio de, direta ou indiretamente, alcançar os objetivos do plano estratégico de uma organização. Os projetos são normalmente autorizados como resultado de uma ou mais das seguintes conside- rações estratégicas: � demanda de mercado (p. ex., uma companhia automobilística autoriza um projeto para a fabricação de carros energeticamente eficientes em resposta à escassez de gasolina); � oportunidade/necessidade estratégica de negócios (p. ex., uma empresa de treina- mento aprova um projeto para criar um novo curso com a finalidade de aumentar sua receita); � necessidade de natureza social (p. ex., uma organização não governamental de um país em desenvolvimento outorga um projeto para fornecer sistemas de água potável, latrinas e educação sanitária às comunidades vítimas de altos índices de doenças contagiosas); � consideração ambiental (p. ex., uma companhia de serviços públicos anui um projeto para criar um novo serviço de compartilhamento de carros elétricos para reduzir a poluição); � solicitação de cliente (p. ex., uma companhia de energia elétrica valida um projeto de construção de uma nova subestação para atender a um novo parque industrial); � avanço tecnológico (p. ex., uma empresa de produtos eletrônicos apoia um novo projeto para desenvolver um laptop mais veloz e barato e menor em decorrência dos avanços em memória computacional e tecnologia eletrônica); e � requisito legal (p.ex., um fabricante de produtos químicos autoriza um projeto para estabelecer diretrizes para o manuseio correto de um novo material tóxico). Modelos de gerenciamento de serviços de TI Existem alguns modelos focados no gerenciamento da governança de TI, os quais trazem algumas práticas voltadas para os serviços de TI e para os projetos 185Gerenciando a governança de TI http://p.ex/ em si. Por falar em serviços, a ITIL (Information Technology Infrastructure Library), a qual podemos considerar um arcabouço composto por boas práticas, que foi desenvolvida pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) na década de 1980, diz que “serviço” é um “[...] meio de entregar valor aos clientes, facilitando o atingimento dos resultados que os clientes desejam, tirando deles a propriedade dos custos e riscos específicos” (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 255). Pela perspectiva do cliente, a criação do valor de um serviço é uma função de duas variáveis: a utilidade (possui o desempenho desejado ou a redução das restrições de desempenho) e a garantia (disponibi- lidade, capacidade, continuidade e segurança suficientes para o uso). Diante dos diversos modelos existentes, podemos destacar como os prin- cipais para o gerenciamento de serviços a ITIL, a ISO/IEC 20000, o CMMI for Services e o MOF (Microsoft Operations Framework). O gerenciamento de serviços visa trazer a valorização do serviço prestado pela TI. Por serem bastante complexos e robustos de informações, falaremos um pouco sobre os modelos citados. ITIL (Information Technology Infrastructure Library) Como mencionado anteriormente, trata de uma biblioteca voltada para a infraestrutura de TI. Ela possui diversas versões e publicações, sendo que a mais recente foi publicada em 2007. Lembre-se de que, conforme o tempo passa, novas atualizações surgem; dessa forma, não devemos pensar que só existe uma versão. Conforme Santos e Baruque (2010, p. 77), a biblioteca ITIL se refere a um conjunto de processos escaláveis, ou seja, processos que podem ser adaptados às necessidades de cada empresa, independentemente do seu porte. A ITIL trouxe outro ponto de vista para o universo da Tecnologia da Informação, no qual o empenho do profissional de TI foca também nos processos e não apenas em recursos tecnológicos. A primeira versão, pu- blicada entre os anos de 1989 e 1995 e denominada v1, foi composta por 31 livros que relatavam informações sobre a prestação de serviços de TI. Posteriormente, a segunda versão, a qual foi denominada, obviamente, v2, foi publicada cinco anos após a primeira, foi adotada por diversos países e consolidou a ITIL em todo o mundo. Cada versão traz diversos livros com um foco geral, mas a segunda versão destacou dois assuntos principais: a entrega e o suporte a serviços de TI. Com o tempo, notou-se que alguns dos livros acabaram se tornando, de certa forma, obsoletos, já que apenas alguns se destacavam em relação aos Gerenciando a governança de TI186 outros. Esse fator acabou gerando a necessidade do desenvolvimento da ter- ceira versão da ITIL®, a qual foi aprimorada pelo ITSMF (The IT Service Management Forum). A terceira versão foi lançada no ano de 2007 e conta com os seguintes livros: � Estratégia do serviço (Service Strategy); � Projeto de serviço (Service Design); � Transição do serviço (Service Transition); � Operação do serviço (Service Operation); � Melhoria contínua do serviço (Continual Service Improvement). ISO/IEC 20000 De acordo com os relatos de Fernandes e Abreu (2012, p. 292), a norma BS 15000 (British Standards Institution Standard’s for IT Service Management) foi o primeiro padrão mundial especificamente direcionado para o gerenciamento de serviços de TI. Essa norma, que já estava alinhada com as diretrizes da ITIL, tinha foco acentuado nas disciplinas de suporte e entrega de serviços de TI. A norma BS 15000 foi reescrita e publicada novamente em 2002, sendo estruturada em duas partes: especificação (requisitos básicos da norma) e código de prática (diretrizes de suporte detalhadas para a especificação). Como publicações complementares, havia um caderno de autoavaliação para as organizações em relação à satisfação dos requisitos e um guia gerencial para o gerenciamento de serviços de TI. Em 2005, a International Organization for Standardization (ISO), em conjunto com o International Eletrotechnical Comission (IEC), evoluiu a BS 15000 para o padrão internacional ISO/IEC 20000. Por ter se tornado internacional, a norma passou a ser vista mundialmente, ou seja, ficou mais visada. As partes 1 e 2 da norma ISO/IEC 20000 foram localizadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em 2008, para o mercado brasileiro. Hoje, existem edições em língua portuguesa de todas as cinco partes da norma. A segunda edição da Parte 1 (ISO/IEC 20000-1:2010) já possui uma edição brasileira (ABNT NBR ISO/IEC 20000-1:2011), publicada em 2011 (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 293). 187Gerenciando a governança de TI CMMI (Capability Maturity Model Integration) Conforme Santos e Baruque (2010, p. 237), o CMM (Capability Maturity Model) foi criado pelo SEI (Software Engineering Institute) da Universidade de Carnegie Mellon na década de 1980. Inicialmente, seu objetivo era definir um modelo de determinação de capacidades de processos e maturidade de organizações no desenvolvimento de software; por isso, ele se chamava CMM-SW. A primeira versão do CMM-SW foi publicada em 1989, com o nome de Managing the Software Process (gerenciando o processo de sof- tware). Esse modelo tornou-setão popular que, no ano 2000, foram lançadas novas versões do CMM, agora não mais voltadas para a área de software, mas para produtos, serviços e aquisições. Essas versões se chamam CMM-I (CMM – Integration). A sigla em português pode ser traduzida como Modelo Integrado de Matu- ridade em Capacitação, porém, é mais comum você encontrá-la como CMMI mesmo. O modelo tem como objetivo trazer boas práticas em diferentes ver- tentes da Tecnologia da Informação quando inserida no contexto empresarial. Se você observar, os modelos buscam trazer uma melhoria contínua para o processo e para o produto final. O CMMI possui alguns focos de maturidade diferentes, podendo ser CMMI para serviços (CMMI I), que visa garantir a entrega de serviços qualificados para os principais interessados: clientes e usuários. De acordo com Fernandes e Abreu (2012, p. 306), esse modelo, em sua versão 1.3, de 2010, exibe a mesma estrutura do CMMI for Development e adota o mesmo esquema de certificação, de maturidade e de capacidade. Foi desenvolvido levando em consideração o próprio CMMI e outros modelos como ITIL, CobiT, ISO/IEC 20000 e o Information Technology Services Capability Model – ITSCMM. O CMMI-SVC é composto por 24 áreas de processos específicas e um conjunto de práticas genéricas alocadas conforme os níveis de maturidade da representação por estágios e compartilha algumas áreas de processo do CMMI for Development. O Quadro 1 elenca os benefícios do CMMI-SVC. Gerenciando a governança de TI188 Fonte: Adaptado de CMMI Product Team (2010), Fernandes e Abreu (2012, p. 310). Nível de maturidade Benefícios 2 – Gerenciado � O serviço é gerenciado e entregue conforme o planejado. � O serviço atende aos requisitos do cliente. � Os acordos com os clientes e fornecedores são gerenciados. � O provedor de serviços adquire a capacidade de medir o desempenho do serviço. � Recursos estão disponíveis para a execução dos serviços. � Os processos são mantidos em períodos de pico de demanda. 3 – Definido � O provedor de serviço emprega processos definidos. � O serviço tem garantias de continuidade e disponibilidade. � O serviço tem capacidade de expansão planejada. � Os processos são melhorados continuamente. � Processos podem ser adaptados para atender a situações específicas. � Ganhos de produtividade à medida que os ativos de processos são gerenciados. 4 – Gerenciado quantitativamente � Os processos são gerenciados a partir de objetivos de desempenho. � A qualidade e o desempenho do processo são compreendidos de forma estatística. � O desempenho do processo é entendido e previsível. � A capacidade do processo é compreendida. 5 – Otimizado � Os processos são melhorados continuamente com o entendimento dos objetivos do negócio e as necessidades de desempenho. � A organização compreende as causas de variação dos processos. � Os processos são melhorados continuamente e por meio de inovações. � Os resultados das melhorias são analisados quanto ao seu efeito no desempenho do processo. � O foco é sobre a melhoria da organização como um todo. Quadro 1. Benefícios do CMMI-SVC. 189Gerenciando a governança de TI Por ser composta por diversas áreas, e diversos processos extremamente específicos, seria praticamente impossível listarmos todos os detalhes do CMMI, dessa forma, o mais importante é compreender que, no geral, ele traz boas práticas para os processos adotados pelas empresas. Para isso, possui os seguintes níveis e seus respectivos objetivos principais: � Nível 5 – Otimização: melhoria dos processos da empresa. � Nível 4 – Quantitativamente Gerenciado: medição e controle dos pro- cessos da empresa. � Nível 3 – Definido: caracterização e proatividade dos processos con- forme a organização empresarial. � Nível 2 – Gerenciado: caracterização dos processos conforme os projetos e reativação frequente das ações. � Nível 1 – Inicial: esclarecimento sobre a imprevisibilidade dos pro- cessos, que podem sofrer constantes mudanças, deixando-os pouco controlados e reativos. MOF (Microsoft Operations Framework) É um modelo desenvolvido pela Microsoft que tem como base os princípios do ITIL e possui o objetivo de disseminar melhores práticas direcionadas ao ambiente Microsoft sobre a gestão de serviços de TI. Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 311), O MOF é composto por cinco componentes: � Modelo de processos (Process Model); � Revisões gerenciais da operação (Operations Management Reviews); � Funções de gerenciamento de serviços (Service Management Functions); � Modelo de processo de equipe (Team Model Process); � Disciplina de gestão de riscos para operações (Risk Management Dis- cipline for Operations). Ainda sob o ponto de vista dos autores (FERNANDES; ABREU, 2012), o modelo de processos contempla as revisões gerenciais da operação e as funções gerenciais de serviços. A Figura 1 fornece uma visão geral do modelo. Gerenciando a governança de TI190 Figura 1. MOF: modelo de processos. Fonte: Adaptado de Fernandes e Abreu (2012, p. 311). De acordo com a descrição do modelo pela Microsoft, o quadrante “Mu- dando” inclui os processos e procedimentos requeridos para identificar, rever, aprovar e incorporar mudanças no ambiente gerenciado de TI. Mudanças incluem hardware e software, assim como processos e procedimentos. O quadrante “Operando” consiste na operação do ambiente, sistemas, monitora- mento do ambiente, programação da produção, etc. O quadrante “Suportando” consiste na Central de Serviços e no gerenciamento de incidentes e problemas. O quadrante “Otimizando” foca o gerenciamento dos níveis e dos custos dos serviços e o planejamento da melhoria e das mudanças (FERNANDES; ABREU, 2012, p. 312). 191Gerenciando a governança de TI Modelo de gerenciamento de projetos Após termos citado alguns modelos de gerenciamento de serviços de TI, fala- remos um pouco sobre os modelos voltados para o gerenciamento de projetos. Observe que todos esses aspectos são fundamentais para a governança de TI. Podemos destacar os seguintes modelos: PMBOK (Project Management Body of Knowledge), Padrão para gestão de portfólio, Padrão para gestão de programas, PRINCE2, SCRUM, entre outros. Aqui, focaremos apenas no PMBOK. PMBOK (Project Management Body of Knowledge) O PMBOK é, na verdade, um guia que contém informações fundamentadas sobre o gerenciamento de projetos. É publicado pelo Project Management Institute (PMI). Sua quinta edição foi publicada em 2013. As informações contidas no guia foram elaboradas por voluntários da área, os quais, conforme o passar dos anos, obtiveram aprendizados concisos sobre todos os processos de gerenciamento de projetos. Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 354), o PMBOK foi desenvolvido contando com a colaboração de várias dezenas de profissionais afiliados ao PMI e de origens diversas. A primeira versão do PMBOK foi publicada em 1996, a segunda versão em 2000, a terceira versão em 2004 e a quarta e atual em 2008. Seu principal objetivo, conforme descrito pelo PMI (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014), é identificar o subconjunto do corpo de conhecimentos em gerenciamento de projetos que é amplamente reconhecido como boa prática. Ainda sob a ótica do PMI (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014): � Fornece e promove um vocabulário comum para a profissão de geren- ciamento de projetos. � Vê o padrão como uma referência base para o desenvolvimento e a certificação profissional. � Não é um modelo completo. � Não é uma metodologia. � É um guia para os processos de gerenciamento de projetos, ferramentas e técnicas. Figura 2 apresenta as nove áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos que são citadas no contexto do PMBOK. Gerenciando a governança de TI192 Fonte: Adaptado de Fernandes e Abreu (2012, p. 356) e Project Management Institute (2008). Figura 2. Áreas de conhecimento do PMBOK. Fernandes e Abreu (2012, p. 357) ainda traz em sua obra o agrupamento dosprocessos de gerenciamento de projetos: � Grupo de processos de iniciação: define um novo projeto ou uma nova fase do projeto pela obtenção da autorização para iniciar o projeto ou a fase. � Grupo de processos de planejamento: são os processos executados para estabelecer o escopo total do esforço, definir e refinar objetivos e desenvolver o curso de ação requerido para obter esses objetivos. � Grupo de processos de execução: são os processos executados para completar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto que satisfaz as especificações do projeto. � Grupo de processos de monitoramento e controle: consiste nos proces- sos requeridos para controlar, rever e regular o progresso do desempenho do projeto, identificar quaisquer áreas nas quais mudanças no plano são requeridas e iniciar as mudanças correspondentes. � Grupo de processos de encerramento: resume-se nos processos que finalizam todas as atividades por todos os grupos de processos de gerenciamento, para completar a formalização do projeto ou da fase. 193Gerenciando a governança de TI Um fato que sempre deve ser lembrado é que esses guias e modelos po- dem trabalhar em conjunto para garantir o gerenciamento da governança de TI de forma eficaz. O bom de estarem à nossa disposição é que retratam conhecimentos adquiridos durante anos por diversos profissionais do ramo do gerenciamento. Para saber mais sobre gerenciamento, é recomenda- -se acesso ao guia PMBOK (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014) no link abaixo ou código ao lado. https://goo.gl/dH5XRb CMMI PRODUCT TEAM. CMMI® for Acquisition, Version 1.3. Pittsburgh: SEI, 2010. Dispo- nível em: <https://www.sei.cmu.edu/reports/10tr032.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2018. FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão de processos e serviços. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body of kno- wledge. 4th ed. Newtown Square: PMI, 2008. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos: guia PMBOK. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível em: <https://brasil. pmi.org/brazil/PMBOKGuideAndStandards.aspx>. Acesso em: 28 jan. 2018. SANTOS, L. C.; BARUQUE, L. B. Governança em tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. Gerenciando a governança de TI194 https://goo.gl/dH5XRb https://www.sei.cmu.edu/reports/10tr032.pdf http://pmi.org/brazil/PMBOKGuideAndStandards.aspx Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: GTI_U3_C18
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