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AULA Disponibilidade glicogênio sobre as adaptações musculares

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Papel do Glicogênio na 
Performance Esportiva
Prof. Luan Lisboa
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O que é Glicogênio?
• Os animais armazenam energia em 
forma de polímeros de glicose
• Plantas → Amido, mistura de 
amilose (a1-4) e amilopectina (a1-4 
e a1-6 a cada 24-30 resíduos de 
glicose) 
• Animais → Glicogênio (a1-4 e a1-6 a 
cada 8-14 resíduos de glicose)
• Cada polímero de glicogênio pode 
conter até 120mil unidades de GLI
VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica. 4. Ed. Porto Alegre : Artmed, 2013.
O que é Glicogênio?
• Importantes nas células
que fazem uso de
glicogênio, células
musculares (1-2%) e nas
células hepáticas (10%)
• A estrutura altamente
ramificada do glicogênio
permite a rápida
degradação
DAVID L. NELSON, MICHAEL M. COX L. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Glicogênio 
• Estoque de glicogênio
• Fígado(~100g) e músculo (~350 a 
700g)
• O conteúdo de glicogênio 
depende de:
• Status do treino, dieta, tipo de fibra 
muscular, sexo e o peso corporal
• Pode ser manipulado de forma 
aguda 
• Jejum, baixa ingestão de 
carboidratos e exercício físico
J Physiol 591.18 (2013) pp 4405–4413
Glicogênio e fadiga muscular
• Glicogênio muscular está associado a fadiga 
periférica
• Alterações na liberação de Ca do RS e redução no 
pico de força
• Diminuição da atividade das ATPases e 
consequentemente hidrolise do ATP
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
↓ Glicogênio →↑ Fadiga
Glicogênio e demanda energética 
no exercício
• O glicogênio constitui um excelente substrato para a 
ressíntese de ATP
• A utilização dos substratos energéticos depende da 
intensidade e duração do esforço bem como do nível de 
treinamento do atleta
• A capacidade do músculo de gerar trabalho é prejudicada 
quando o estoque de glicogênio é reduzido a um certo nível, 
mesmo quando há quantidade suficiente de outros 
combustíveis disponíveis
J Physiol. 2011;589:711–25.
Glicogênio e desempenho nos 
exercícios de endurance
• Baixa disponibilidade de glicogênio promove uma 
alteração no metabolismo energético
• ↑ da oxidação de gordura e proteólise com 
consequente queda no desempenho
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Glicogênio e desempenho nos 
exercícios de endurance
• O treino com pouco glicogênio promove a 
expressão de marcadores que potencializam a 
capacidade oxidativa, consequentemente 
melhorando o desempenho aeróbico
• Porém, até a data poucos estudos encontraram 
benefícios do treino com pouco glicogênio sobre o 
desempenho
Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2015 Oct; 25 (5): 463-70.
• 18 homens ativos
• Divididos em 2 grupos
• Realização de 2 sessões de treino (HIIT) 
intercaladas com 3 hrs de duração
• Treinados em um total de 6 dias durante 2 semanas
• Entre as sessões os grupos receberam 17g de CHO: 
0,3g/kg HI-LO ou 195g: 2,3g/kg
Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2015 Oct; 25 (5): 463-70.
• “train low, 
compete high”
Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2015 Oct; 25 (5): 463-70.
• 21 triatletas treinados
• Divididos em 2 grupos
• Consumiam a mesma 
quantidade carboidratos 
durante o dia, mas com 
diferentes momentos
Med Sci Sports Exerc. doi 10 (2016).
Med Sci Sports Exerc. doi 10 (2016).
Med Sci Sports Exerc. doi 10 (2016).
Glicogênio e desempenho nos 
exercícios de endurance 
• Manipular o conteúdo de glicogênio em 
determinadas sessões de treinamento pode ser 
interessante para potencializar as adaptações do 
treinamento
Med Sci Sports Exerc. doi 10 (2016).
Limitações dos trabalhos com 
“low glycogen” no endurance
• Sujeitos treinados dependem menos da 
disponibilidade de glicogênio
• Intensidades variadas
• Sessões crônicas de treinamento com “low
glycogen” podem aumentar o risco de overtraining
e prejudicar o desempenho
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
• 8,5g/kg de CHO/dia 
• Atenuou a redução de 
desempenho e 
alterações hormonais
• Reduzindo sintomas de 
OR e OT
Journal of Applied Physiology, 96, 1331-1340, 2004
O que fazer para evitar os possíveis 
efeitos adversos sobre o 
desempenho?
• “Ciclar” os treinos utilizando a estratégia “low
glycogen”
• Evitar estratégias “low carb”, realizar a manipulação 
do conteúdo de glicogênio
Glicogênio e desempenho no 
exercício resistido 
• Principal fonte de ATP, principalmente devido ao 
tipo de fibra estimulada em exercícios resistidos
• Uma sessão de exercício pode reduzir os níveis de 
glicogênio em aproximadamente 24-40%
• Maiores reduções são observadas em exercícios com 
carga moderada e repetições elevadas
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Glicogênio e desempenho no 
exercício resistido 
• Até a data, os dados são inconclusivos em relação a 
restrição de carboidratos e performance em 
exercícios de força.
British Journal of Nutrition 116.12 (2016): 2053-2065.
Atletas engajados em treinamento de 
força não apresentam um gasto 
calórico tão alto quanto os esportes de 
endurance, logo necessitam de menos 
carboidratos
Mesmo com restrição de carbo, o tempo de recuperação 
entre as sessões de treinamento de força são suficientes para 
recuperar o glicogênio, por isso podemos dizer que a “low
carb” pode não compromete o glicogênio muscular
A maioria dos trabalhos que mostraram 
que a restrição de carbo não prejudicou a 
força não avaliaram o conteúdo de 
glicogênio, logo existe apenas uma 
especulação de que essas dietas restritas 
em carboidratos comprometeram o 
glicogênio.
Papel do glicogênio sobre a 
biogênese mitocondrial
• Exercício de endurance parece aumentar a 
atividade de PGC1-a e aumentar o volume 
mitocondrial
• Essas alterações potencializam o metabolismo 
oxidativo, atenuando a utilização de glicogênio
• Parece que a depleção do glicogênio durante e 
após o esforço pode potencializar o estímulo a 
atividade do PGC1-a
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Sports Med 2002; 32 (3): 185-209
Papel do glicogênio sobre a 
biogênese mitocondrial
• Embora o exercício resistido seja reconhecido como 
um estímulo mecânico para aumentos de força e 
hipertrofia
• O treinamento pode influenciar a atividade 
aeróbica (biogênese mitocondrial)
• Parece que o treino com baixas reservas de 
glicogênio também potencializa a atividade 
proteínas que regulam a biogênese mitocondrial
Eur J Appl Physiol. 2015;115(6):1185–94
Eur J Appl Physiol. 2015;115(6):1185–94
Papel do glicogênio sobre o 
metabolismo proteico nos exercícios 
de endurance
• O tecido muscular é influenciado pelas taxas de 
síntese e degradação proteica
• Os principais estímulos para a síntese: nutrição e o 
exercício físico
Síntese > degradação = Hipertrofia
Degradação > síntese = Atrofia
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Papel do glicogênio sobre o 
metabolismo proteico nos exercícios 
de endurance
• O exercício de endurance com 
menor disponibilidade de 
glicogênio promove aumento 
da proteólise e oxidação de 
aminoácidos
• Parece que o exercício de 
endurance com baixa 
disponibilidade de glicogênio 
influencia negativamente o 
turnover proteico
J Appl Physiol (1985). 2010;109:431–8.
Papel do glicogênio sobre o 
metabolismo proteico nos exercícios 
de endurance
• Parece que a baixa disponibilidade de glicogênio 
prejudica o metabolismo proteico atrapalhando a 
recuperação e adaptação muscular
• Portanto, se for utilizar a estratégia “train low, 
compete high” para as adaptações mitocondriais é 
importante aumentar a ingestão proteica para 
compensar o aumento na degradação
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Papel do glicogênio sobre o 
metabolismo proteico nos exercícios 
resistidos
• No treinamento resistido, parece que a 
disponibilidade de glicogênio não afeta a 
sinalização anabólica
• Teoricamente, low glycogen não atrapalha a 
resposta aguda do exercício resistido sobre o 
metabolismo proteico
Nutrition & Metabolism (2015) 12:59 
Journal of applied physiology113.2 (2012): 206-214
Aspectos importantes
• Os trabalhos avaliaram respostas agudas
• Muitas variáveis podem influenciar a resposta ao treino low glycogen: 
Tipo de treinamento, fatores nutricionais e status de treinamento
• Para os exercícios resistidos, poucos trabalhos avaliaram a relação e 
foram de curta duração 
• Por mais que o “low glycogen” promova adaptações positivas em 
treinos de endurance é preciso lembrar da regra “training low, compete 
high”
• Low glycogen pode ser interessante, mas o seu uso crônico pode estar 
associado ao overtraining
OBRIGADO!
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