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Nutrição esportiva → É a aplicação dos princípios da nutrição com o objetivo de melhorar o treinamento, a recuperação e o desempenho. → Esse campo acadêmico começou nos laboratórios de fisiologia do exercício O que faz o nutricionista desportivo? → Resolução CFN nº 380/2005; → Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências; → Art. 2º. São definidas as seguintes áreas de atuação do nutricionista: VI. Nutrição em Esportes – atividades relacionadas à alimentação e à nutrição em academias, clubes esportivos e similares. VI – ÁREA DE NUTRIÇÃO EM ESPORTES → Fundamento legal: Incisos III, VII e VIII, do art. 4º e inciso VII do Art . 3º, da lei nº 8.234/91 Compete ao nutricionista, no exercício de suas atribuições na área de nutrição em esportes, prestar assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética, prestar assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição, prescrever suplementos nutricionais necessários a complementação da dieta, solicitar exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietético. 1) Clubes esportivos, academias e similares 1.1 Para realizar as atribuições definidas no item VI, no âmbito de clubes esportivos, academias e similares, o nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias: 1.1.1. Identificar o perfil do cliente, conforme as especificidades do treinamento físico ou esportivo; 1.1.2 Avaliar e acompanhar a composição corporal e o estado nutricional do cliente, conforme as características do indivíduo e da atividade física prescrita pelo Educador Físico; 1.1.3. Estabelecer o plano alimentar do cliente, adequando-o à modalidade esportiva ou atividade física desenvolvida, considerando as diversas fases (manutenção, competição e recuperação); 1.1.4. Manter registro individualizado de prescrições dietéticas e evolução nutricional da clientela atendida; 1.1.5. Promover a educação e orientação nutricional ao cliente e, quando pertinente, aos familiares/responsáveis; 1.1.6. Interagir com a equipe multiprofissional, responsável pelo treinamento/acompanhamento do desportista/atleta; Nutrição Humana e Dietética Nutrição no exercício físico 1.1.7. Colaborar com as autoridades sanitárias e de fiscalização profissional; 1.1.8. Elaborar o plano de trabalho anual, contemplando os procedimentos adotados para o desenvolvimento das atribuições; 1.1.9. Coordenar e supervisionar as atividades da UAN responsável pelo preparo/fornecimento de refeições aos desportistas. Atividades complementares → Solicitar exames complementares à avaliação nutricional, à prescrição dietética e à evolução nutricional do cliente, quando necessário; → Prescrever suplementos nutricionais, em conformidade com a legislação vigente, sempre que necessário; → Elaborar e fornecer receituário de preparações culinárias, previstas no plano alimentar do cliente, quando necessário; → Acompanhar e prestar atendimento nutricional aos atletas, praticantes de atividades físicas, em treinamentos e competições individuais ou coletivas; → Desenvolver material educativo, para orientação de clientes, treinadores e colaboradores; → Participar de cursos de treinamento e aperfeiçoamento de colaboradores e profissionais de saúde, respeitando os limites das atribuições privativas do nutricionista; → Prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria na área. Cálculo das necessidades energéticas dos desportistas → Fatores que influenciam: TMB; Efeito térmico dos alimentos; Efeito térmico da atividade física. Métodos para avaliar o gasto energético → Métodos calorimétricos; → Quociente respiratório; → Água duplamente marcada; → Equações de predição; → Calorimetria direta ou indireta. Carboidratos e exercício físico → Funções Melhor fonte de energia; Armazenamento de energia; Componentes de membrana celular (comunicação); Ação economizadora de proteínas; Normaliza o metabolismo lipídico; Componente estrutural de muitos organismos (parede celular de bactérias, exoesqueleto de insetos e fibras de celulose de plantas). Dieta com quantidade de carbo: Manter ou aumentar glicogênio muscular; Estoques de carbo – principal fonte e energia; 50% da energia; < 70¨do VO2 máx.; Maior gasto de energia > 70%do VO2 máx. Contribuição dos carboidratos Intensidade; Duração; Dieta; Treino. Atletas de resistência Reservas adequadas de glicogênio muscular e hepático Preservar o rendimento na fase de treinamento e nas competições Recomendações → Pessoas ativas: 55-60% VET; → Atletas de resistência e indivíduos que treinam intensamente em dias consecutivos: 60-75% VET; → Exercício intenso (< 1 hora): 6g/kg/dia; → Exercício intenso (> 1 hora): 8 – 10g/kg/dia. Exercícios com duração de 90 a 120 minutos, ou mais, diminuem progressivamente os estoques de glicogênio muscular e, quando atingem níveis muito baixos, não há condições de ser mantido o exercício. Proteínas no exercício físico Classificação → Simples: Albumina; Globulina; Prolaminas. → Conjugadas: Nucleoproteínas (DNA e RNA); Glicoproteínas; Lipoproteínas; Metaloproteínas (ferritina). Essenciais Condicionalmente essenciais Não essenciais Fenilalanina Triptofano Valina Leucina Isoleucina Metionina Treonina Lisina Alanina Ácido aspártico Ácido glutâmico Asparagina Glicina Prolina Tirosina Serina Cisteína e cistina Taurina Arginina Histidina Glutamina Classificação das proteínas de acordo com a função Enzimas: ribonuclease, tripsina, lipase, amilase; Proteínas transportadoras: hemoglobina, albumina do soro, mioglobina, lipoproteínas; Proteínas contráteis ou de movimento: actina, miosina; Proteínas estruturais: queratina, colágeno, elastina, proteoglicanas; Proteínas de defesa: anticorpos, fibrinogênio, toxina botulínica, toxina diftérica; Proteínas reguladoras: insulina, GH, corticotrofina, hormônios peptídicos; Proteínas nutritivas ou de reserva: gliadina (trigo), ovoalbumina (ovo), caseína (leite). Uma condição fundamental para adequada utilização das proteínas é satisfazer a necessidade energética, pois a deficiência leva a um desvio das proteínas das suas funções plásticas e reparadoras para produção de energia. Regulação da síntese e degradação proteica Síntese proteica Degradação proteica Fatores estimulantes Insulina GH Leucina e outros AA Exercício físico Jejum Glicocorticoides Fatores inibitórios Exercício físico ingestão proteica Déficit energético intracelular Leucina Triglicerídeos de cadeia média (TCM) Proteínas Metabolismo das proteínas e atividade física → No músculo esquelético humano existem proteínas contráteis 66% (força ativa com gasto de energia metabólica) e proteínas não- contráteis (resistência mecânica ao alongamento sem gasto de energia) 34%; → Durante o exercício (intensidade e duração): síntese proteica; insulina; glicogênio; ; ; ou = degradação proteica; degradação de proteínas hepática e não contráteis; Preservação de proteínas contráteis. → A degradação de proteínas contráteis ocorre principalmente após o exercício que pode ser medida através da dosagem de 3-metilhistidina no plasma e na urina; → Os exercícios prolongados e intensos são os que geram maior degradação proteica no período de recuperação; → Durante o exercício prolongado, há aumento da concentração plasmática de glucagon e glicocorticoides,que poderiam promover diminuição da síntese de proteínas e aumento da degradação; → Em condições temporariamente estressantes, como o exercício aeróbio de longa duração, quando as reservas de glicogênio estão baixas, certos AA podem ser degradados para fornecer energia; → Quando a ingestão calórica é muito baixa durante semanas e meses o organismo precisa usar os AA como fonte de energia principal – Músculo esquelético e sistema imune. Fatores que afetam a necessidade proteica → Intensidade e duração e tipo de exercício: utilização de proteína como substrato energético (aeróbio); da necessidade no exercício. → Conteúdo de glicogênio e balanço energético: A deficiência gera desvio de função das proteínas. → Sexo; → Idade; → Tempo de treinamento. Exercício de força e metabolismo proteico → Potente estímulo para síntese proteica; → A síntese proteica muscular pode permanecer elevada por até 48h pós- exercício; → A alimentação representa forte estímulo para a síntese proteica. Hipertrofia muscular → Um balanço energético positivo é fundamental; → O fracionamento da refeição; → Apesar da necessidade proteica aumentada em indivíduos submetidos ao exercício de força, esta pode ser prontamente obtida por meio de uma dieta balanceada e nutritiva; → A ingestão de proteína e carboidrato pós- exercício de força potencializa o efeito gerado isoladamente pelo exercício em relação à síntese proteica. Além disso, ajuda a promover o quadro hormonal anabólico. Recomendações de ingestão proteica → Levemente ativos ou com treinamento mínimo: 0,8 – 1,0 g/kg; → Exercício de endurance: 1,2 – 1,4g/kg (exercício moderado até 60 min); 1,6 g/kg atletas de elite; 2,0 g/kg exercício de ultraendurance. → Exercício de força: 1,7 – 1,8 g/kg (início do treinamento); 1,2 g/kg após longo período de treinamento (manutenção). → ADA: Atletas de endurance: 1,2 – 1,4 g/kg; Atletas de força: 1,2 – 1,7 g/kg; Essa recomendação pode ser atingida apenas pela dieta, sem ser necessária a utilização de suplementos proteicos ou de AA. → A ingestão energética suficiente é importante para otimizar a utilização da proteína para a performance; → Adequada ingestão calórica e proteína de alto valor biológico; → Ingestão excessiva de proteína não implica em aumento da síntese proteica. Lipídios e atividade física Conceito Grupo heterogêneo de moléculas orgânicas insolúveis em água que podem ser extraídas dos tecidos por solventes apolares. Classificação → Simples ou neutros: TAG; → Compostos: glicolipídios, fosfolipídios, lipoproteínas; → Derivados: colesterol. Funções → Reserva energética; → Isolamento térmico; → Proteção mecânica; → Estrutural; → Transportadores de vitaminas lipossolúveis; → Sinalizadores celulares; → Hormonal; → Precursores de ácidos biliares. Contribuição energética dos lipídios para o exercício → Repouso ou jejum → AG derivados dos TG do tecido adiposo; → Baixa intensidade (< 25% VO2 máx.) → AG plasmáticos > glicose sanguínea e dos TG; → Baixa – moderada (25 – 65% VO2 máx.) → aumento de 5-10x da oxidação lipídica/repouso; aumento do estímulo beta adrenérgico → lipólise; → Moderada – intensa → glicogênio muscular e TG. Recomendações de consumo → É o último passo a ser determinado e é estipulada como complementação do valor energético total; → Exercício de endurance: 20-25%; → Redução de peso: 15-20%; → Treinamento intenso, com alta demanda energética: 20 – 30%. Recomendações → Atletas: 1g/kg; → Perda de peso rápida: 0,65g/kg; → Atletas de ultraendurance: 2 – 3g/kg. Gordura saturada – recomendações → < 10%; → Evitar ingestões inferiores a 20%, a não ser de forma aguda; → A restrição de carboidratos, com aumento de oferta de lipídios leva a prejuízo de desempenho em atividades de alta intensidade; → Colesterol 100mg/1.000kcal; → Dieta com calorias muito elevadas podem reduzir carboidratos (~55%) e aumentar líquidos (25-30%).
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