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Exame Fisíco Abdominal

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Exame Físico Abdominal 
HM- 3ª ETAPA Carla Vieira 
 
 Introdução: 
 
O reconhecimento dos pontos de referência anatômicos, a divisão do abdome em regiões clínicas e a 
projeção dos órgãos desta cavidade na parede abdominal e torácica são essenciais para o estudo da 
propedêutica abdominal. 
 
 
● Pontos de Referência Anatômicos do Abdome: 
 
Os pontos de referência anatômicos usuais são os rebordos costais, o 
ângulo de Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas 
anteriores, o ligamento inguinal ou de Poupart e a sínfise pubiana. Na 
parede abdominal, destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido 
celular subcutâneo, processo xifóide, umbigo, ligamento inguinal e 
músculos retroabdominais. 
 
-Rebordos costais: é o contorno das últimas costelas, delimitando onde 
"acaba a caixa torácica". Fica bem evidente quando inspiramos bem 
fundo. Alguns livros chamam de "bordo inferior do gradeado costal". 
-ângulo de Charpy: é definido como um ângulo formado pelas últimas 
costelas, sendo utilizado para caracterização da morfologia do tórax e 
do biotipo do paciente. O reconhecimento do biotipo é útil por ter 
correlação com algumas doenças do aparelho respiratório. 
 
 
 
 
 
 
● Regiões do Abdome: 
 
O abdome pode ser dividido de vários modos; entretanto, as divisões em 
quatro quadrantes ou em nove regiões são as mais utilizadas. Para dividi-lo 
em quatro quadrantes, basta imaginar uma linha vertical e uma horizontal 
que se cruzam perpendicularmente na cicatriz umbilical. As regiões 
delineadas assim se denominam: quadrante superior direito, quadrante 
superior esquerdo, quadrante inferior direito e quadrante inferior 
esquerdo. 
 
A divisão em nove regiões é feita da seguinte maneira: primeiro, traçam-se duas linhas horizontais: a 
linha bicostal que une dois pontos nos quais as linhas hemiclaviculares (direita e esquerda) cruzam as 
rebordas costais correspondentes, e a linha biilíaca, que une as espinhas ilíacas anterossuperiores. Em 
seguida, traçam-se duas linhas curvas que acompanham as rebordas 
costais, a partir da base do apêndice xifoide até as linhas axilares 
médias, as quais são designadas linhas costais. Por fim, demarcam-se 
duas linhas ligeiramente oblíquas, uma de cada lado do abdome, que 
ligam o ponto de cruzamento da linha hemiclavicular com a reborda 
costal e o tubérculo do púbis. Por duas linhas oblíquas unem-se, por 
fim, as espinhas ilíacas anterossuperiores com o tubérculo do púbis. 
 Ficam delimitadas as nove regiões clínicas do abdome, assim 
designadas: Hipocôndrios direito e esquerdo, flancos direito e 
esquerdo, fossas ilíacas direita e esquerda (ou região inguinal Direita 
e Esquerda), epigástrio, mesogástrio ou região umbilical e hipogástrio 
(ou suprapúbica). 
 
 
 
 
 
 
● Projeção dos órgãos nas paredes torácica e abdominal 
 
 
 
 
 
 
 
Exame físico abdominal 
O médico deve se manter de pé e a direita do leito do paciente. 
Existe uma ordem a ser seguida quanto as etapas do exame: primeiro se realiza a inspeção, 
posteriormente a ausculta, a percussão e, por último, a palpação. (A ausculta deve ser feita antes 
de efetuar a percussão ou a palpação, para que essas manobras não modifiquem a frequência dos sons 
intestinais de forma iatrogênica). 
 
 
1-Inspeção: 
 
As premissas básicas para a inspeção do abdome são iluminação adequada, desnudamento dessa área 
corporal e conhecimento de suas características normais, especialmente a projeção dos órgãos na 
parede abdominal. Além das lesões elementares da pele e da circulação venosa colateral superficial, 
deve se investigar a coloração da pele, a presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição 
dos pelos, bem como a eventual existência de soluções de continuidade da parede, representadas pela 
diástase dos músculos retos anteriores do abdome e pelas hérnias. 
 
 
A diástase dos músculos retos anteriores é caracterizada pela seguinte manobra: estando o paciente 
em decúbito dorsal, pede se a ele para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as duas pernas 
estendidas, seja levantando do travesseiro a cabeça, sem mover o tórax. Esta mesma manobra serve 
também para investigar a presença de hérnias da parede abdominal. As hérnias inguinais e crurais 
tornam-se evidentes quando o paciente sopra com força sua própria mão, posicionada na boca para 
impedir a eliminação do ar. 
 
À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados: forma e volume do abdome, 
cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias superficiais, cicatrizes da parede 
abdominal e movimentos. 
 
 
 Forma do abdome: deve-se analisar a forma e a simetria. Abdome 
assimétrico pode indicar hepatoesplenomegalias, neoplasias, hérnias 
e obstruções. A forma do abdome pode ser: 
▪ Plano → abdome normal/atípico; 
▪Globoso→ pode ser fisiológico (panículo adiposo) ou patológico 
(ascite, tumores, obstrução); 
▪ Ventre de batráqui → característico da ascite. Na posição 
decúbito dorsal, o líquido escorre pelos flancos; 
▪ Em avental →provocado pelo acúmulo de gordura. Ex:Obesidade; 
▪ Pendular → tem um aspecto parecido com o abdome em avental. 
Provocado pela fraqueza da musculatura abdominal inferior, tendo 
um aspecto assimétrico. Pode ocorrer na flacidez do puerpério; 
▪ Escava →doença consuptiva ou emagrecimento. 
 
 Movimentos respiratórios: observar a movimentação da parede 
abdominal durante a respiração, uma vez que ajuda a identificar 
peritonite aguda. 
 ▪ Homens e crianças → respiração normal é do tipo abdominal. 
 ▪ Mulheres → respiração normal é do tipo torácica; 
 ▪ Peritonite aguda → movimentos respiratórios são limitados ou não aparecem. 
 Presença de abaulamentos: podem indicar presença de massas (neoplasias ou 
hérnias). 
 Telangiectasias: pequenos vasos sanguíneos dilatados na pele ou nas mucosas. Comum 
nas hepatopatias. 
 Retrações/depressões: bridas pós-cirúrgicas, 
caquexia. 
 Circulação colateral: anastomoses, veias. 
 
 Ondas peristálticas: em geral não são observadas em indivíduos normais. Correspondem aos 
movimentos peristálticos do intestino que, normalmente, não são vistas durante a inspeção. No 
entanto, em casos de caquexia e obstrução, podem ser vistas. 
-Obstrução pilórica → no epigástrio. 
-Obstrução intestinal → peristalse ao redor do umbigo. 
 Equimoses/lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de Tunner – equimoses presentes em casos de 
pancreatite aguda. 
 
 
 
 
 
2-Ausculta: 
 
 A ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da movimentação de gases e 
líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na avaliação clínica de um paciente com suspeita 
de íleo paralítico ou de oclusão intestinal, assim como pesquisas de sopros. 
 É importante que se realize a ausculta do abdome antes de se realizar a percussão e a palpação, 
pois estas podem estimular o peristaltismo e encobrir uma hipoatividade dos ruídos hidroaéreos. 
 Usa-se o estetoscópio clínico com o receptor de tambor ou de diafragma. Em condições normais, 
ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 ruídos de timbre agudo, de localização variável e de 
aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação dos líquidos e gases contidos no trato 
gastrointestinal. Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se 
mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. O 
contrário ocorre no íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do 
peristaltismo intestinal. Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome sopros 
sistólicos ou sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso 
(artéria renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. São audíveis também, a partir do 
quinto mês degestação, os sons do coração fetal e, às vezes, o sopro placentário. Nestes casos 
é necessário utilizar o estetoscópio obstétrico. 
 Deve ser realizada nos 4 quadrantes para avaliar os ruídos hidroaéreos. Deve ser feita de forma 
a auscultar 3 pontos por quadrante. 
 ▪ Sons normais→ estalidos e gorgolejos (sons de água); 
 ▪ Presença de ruídos hidroaéreos →descrever a intensidade (++++/IV) 
 - Aumentados – hiperperistálticos: em casos de diarreia e obstipação intestinal; 
 
 - Diminuídos – hipoperistálticos: nas fases mais tardias de uma obstipação intestinal; 
 -Ausentes: íleo paralítico em consequência a uma irritação peritoneal difusa. 
 ▪ Sopros → podem ser doença vascular oclusiva, compressões arteriais ou aneurismas. Devem 
ser pesquisados sopros sobre os seguintes focos: aórticos, renais, ilíacos e femorais. 
 
 
 
 
 
3-Percussão: 
 
 Na percussão do abdome, a posição fundamental do paciente é o decúbito dorsal. Contudo, como 
se verá a seguir, outras posições são necessárias na pesquisa de ascite. Pode-se observar os 
seguintes tipos de sons no abdome: timpanismo, hipertimpanismo, submacicez e macicez. 
 Avalia os sons obtidos quando se “golpeia” a região a ser analisada. Iniciar na fossa ilíaca direita 
e seguir no sentido horário. O som predominante é o timpânico. 
 Timpanismo→presença de gases existentes no sistema digestório, líquidos e fezes. 
Timpanismo generalizado pode indicar obstrução. O som timpânico indica a presença de ar dentro 
de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em quase todo o abdome, porém é mais 
nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube- Região na parte inferior e 
esquerda do tórax, onde se situa o estômago, e de que resulta que o seu conteúdo vai possibilitar 
um som hipersonoro ou timpânico à percussão.). As variações do timbre do som timpânico nas 
várias regiões abdominais decorrem das diferentes quantidades de ar contido nos segmentos do 
trato digestivo; quando aumenta a quantidade de ar, tal como acontece na gastrectasia, no 
meteorismo, na obstrução intestinal, no vólvulo, no pneumoperitônio, fala--se em hipertimpanismo. 
 
  Macicez→ pode ser indicativo de massas, visceromegalias, útero gravídico. A ausência de ar 
origina o som maciço, como se observa nas áreas de projeção do fígado, baço e útero gravídico. 
Ascite, tumores e cistos contendo líquido 
originam som maciço. Menor quantidade de ar ou 
superposição de uma víscera maciça sobre uma 
alça intestinal origina o som submaciço. 
 A percussão do abdome tem por objetivo a 
determinação do limite superior do fígado e da 
área de macicez hepática, a pesquisa de ascite e 
a avaliação da sonoridade do abdome. 
 
 
 
 
 
4-Palpação 
 
 Como norma básica, efetua-se a palpação do abdome com o paciente em decúbito dorsal, usando-
se a técnica da palpação com a mão espalmada. Em determinadas condições o paciente deve assumir 
outras posições, assim como o examinador poderá utilizar técnicas palpatórias diferentes. 
 A palpação abdominal tem por objetivo: 
➔ Avaliar o estado da parede abdominal 
➔ Explorar a sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, 
relatada ou não pelo paciente durante a anamnese 
➔ Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar 
alterações de sua consistência. 
 A palpação sistemática do abdome compreende quatro etapas que devem ser cumpridas, uma após 
a outra: palpação superficial, palpação profunda, palpação do fígado, palpação do baço e de outros 
órgãos, além de manobras especiais. 
▪Palpação superficial → utiliza só uma mão (unimanual ou bimanual-a critério do profissional) início 
pelo QID ou QSD e continua em sentido horário. Aprofundar cerca de 1 cm. A palpação superficial 
é útil para identificar dor à palpação, resistência muscular, pulsações e alguns órgãos ou massas 
superficiais. 
▪Palpação profunda → início pela FID (fossa ilíaca D) em sentido horário, ou também caso o 
paciente relate dor, deixar por último a região do relato da dor. Pode ser unimanual ou bimanual 
(colocando uma mão sobre a outra). Útil para caracterizar massas, visceromegalias ou tumorações. 
 
 
 
 
 
Importante saber: Em condições normais, não se consegue distinguir pela palpação todos os órgãos 
intra-abdominais. Nas pessoas magras, se a parede abdominal estiver bem relaxada, é possível 
reconhecer o fígado, os rins, a aorta abdominal, o ceco, o cólon transverso e o sigmóide. Em 
contrapartida, o estômago, o duodeno, o intestino delgado, o pâncreas, as vias biliares e o peritônio 
não são reconhecíveis pela palpação, exceto em situações especiais e transitórias, como, por 
exemplo, quando uma alça intestinal contém um volume gasoso apreciável. 
 Manobras de palpação específicas: são manobras importantes na avaliação de alterações, 
geralmente inflamatórias, do abdome. 
 1. Sinal de Murphy 
 2. Sinal de Courvoisier-Terrier 
 3. Descompressão brusca dolorosa 
 4. Sinal de Blumberg 
 5. Sinal de Rovsing 
 6. Sinal do obturador 
 7. Sinal do psoas 
 8. Sinal de Giordano. 
 
MANOBRAS IMPORTANTES NO EXAME FÍSICO DO ABDOME (PALPAÇÃO E PERCUSSÃO) 
 
 FÍGADO 
a) HEPATIMETRIA → percussão do fígado. Localizar a 
linha hemiclavicular. Primeiro delimita-se o limite 
superior do fígado por meio da percussão dos espaços 
intercostais ao longo da linha hemiclavicular direita – ao 
identificar um som submaçico, deve-se fazer um leve 
risco para indicar a boda superior hepática. 
Posteriormente, para delimitar o limite inferior hepático, 
deve-se fazer a percussão ao longo da linha 
hemiclavicular numa altura abaixo do umbigo. A percussão deve ser feita suavemente para cima em 
direção ao fígado. Por fim, com uma fita métrica, calcula-se a distância entre as duas bordas 
hepáticas. 
Achados: 
 -AUMENTO DO FÍGADO: malária, mononucleose, hepatite viral. 
 -DIMINUIÇÃO: cirrose em estágio avançado. 
 
b) PALPAÇÃO DO FÍGADO→ 
▪ Técnica de Lemos Torres →palpação bimanual. Semiotécnica: posicionar a mão esquerda no 
dorso (região lombar) do paciente, e com a mão direita realizar a palpação durante a inspiração – 
as pontas dos dedos devem estar bem abaixo da borda inferior hepática. 
 
 
▪ Técnica de Mathieu→ outra forma de realizar a palpação é por 
meio da “técnica de gancho” (mão em garra), especialmente quando o 
paciente é obeso. Em pé e à direita do paciente, colocar as duas mãos, 
lado a lado, logo abaixo da borda inferior hepática. Peça ao paciente 
que respire e pressione os dedos para dentro e para cima. 
 
 
BAÇO 
 
Normalmente, o baço não é um órgão palpável – só ocorre, em sua maioria, em casos de 
esplenomegalia. 
 
a) PERCUSSÃO DO BAÇO → deve fazer a percussão do espaço de 
Traube – região do 9º e 10º espaço intercostal da linha axilar anterior. 
Quando o tamanho do baço é normal, se observa a presença de timpanismo 
e o espaço de Traube está vazio/livre. 
 
 
LINHA DE PIORRY: nem sempre quando o espaço de traube está 
ocupado/preenchido quer dizer que há esplenomegalia, pois pode ser: 
fecaloma, carcinoma de estômago, estômago cheio. Para diferenciar, 
realiza-se a técnica de Piorry. Deve-se traçar uma linha da fúrcula 
esternal até a extremidade distal da 1ª costela flutuante esquerda. Se o 
som permanecer maciço, é indicativo de uma esplenomegalia verdadeira. 
 
 
b) PALPAÇÃO DO BAÇO →posicionar a mão esquerda na porção póstero lateral e inferior do 
tórax esquerdo do paciente. Com a mão direita, iniciar a palpação com as polpas digitais a partir 
da região periumbilical em sentido em diagonal. A palpação também pode ser em garra. 
▪ Posição de Schutz → outra forma de realizar a palpação. Semiotécnica: posicionar o paciente 
em decúbito lateral direito, com os membros inferiores fletidos na altura do quadril e com o 
braço esquerdo sobre a cabeça. A palpação é feita da mesmaforma. 
 
 
 
 
 
 
 
VESÍCULA BILIAR 
• Sinal de Murphy → posicione os dedos da mão direito sobre o 
rebordo costal. Solicite ao paciente que respire fundo e observe a 
respiração. Pede-se ao paciente para inspirar, e quando estiver 
expirando, o examinador aprofunda a mão ou o polegar na junção 
do rebordo costal com o reto abdominal e mantém. Quando for 
inspirar novamente, caso seja observada dor e parada da 
respiração de forma abrupta (apneia inspiratória dolorosa), tem-se 
Sinal de Murphy positivo. Sugestivo de colecistite aguda. 
 
 
 
• Sinal de Courvoisier-Terrie → quando a vesícula for palpável, isto é, vesícula aumentada. 
Paciente ictérico com a vesícula palpável sem a presença de dor. Indicativo, principalmente, de 
câncer pancreático (principalmente da cabeça do pâncreas). 
 
 
 
RINS 
 • Sinal de Giordano→ é realizado por meio de golpes leves (punho-
percussão) na região lombar (dorsal) do paciente sentado. Os golpes 
serão concentrados na região da loja renal. O desencadeamento de 
dor por este tipo de percussão (normalmente faz com que o paciente 
retire o corpo da posição normal) é indicativo para pielonefrite 
(inflamação dos rins) ou outras afecções inflamatórias 
retroperitoneais. 
 
 
HÉRNIAS 
 • Manobra de Valsalva → pedir ao paciente para assoprar a mão, tossir e levantar os ombros. 
Permite observar a presença de hérnias. 
• Smith-Bates → serve para reverenciar hérnias e abaulamentos. O paciente levanta as pernas e 
contrai a musculatura abdominal. Se durante a manobra, o abaulamento desaparecer, ele está 
localizado abaixo da parede abdominal. Se continuar, está localizado na própria parede abdominal. 
 
 
 
 
 
PERITONITE E APENDICITE 
 Manobra de Blumberg →deve-se localizar o ponto de McBurney (terço médio lateral). 
Realizar uma compressão lenta e descompressão brusca. Sugestivo de apendicite (sinal 
direto). 
 
 
 Sinal de Rosving → compressão do cólon descendente, ocasionando o deslocamento de ar em 
direção ao apêndice. Compressão na Fossa Ilíaca Esquerda e o paciente refere dor na Fossa 
Ilíaca Direita. Sugestivo de apendicite (sinal indireto). 
 
 
 Sinal de Psoas-ilíaco → paciente decúbito lateral esquerdo, realizar hiperextensão da 
articulação coxofemoral da perna direita, provocando o estiramento do músculo psoasilíaco. 
Se o paciente sentir dor, indicativo de apendicite (sinal indireto). 
 
 
 
 
ASCITE 
Sinal de Piparote → paciente com a borda medial da sua mão na linha mediana do abdome e o 
examinador realiza o piparote colocando sua outra mão do lado oposto do abdome (flanco) 
enquanto golpeia (“peteleco”) a região contralateral. Perceber se há transmissão da onda líquida 
para o lado oposto do abdome percebida pela mão do examinador, configurando sinal positivo. 
Indicativo de ascite de grande volume (> 3 litros). 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
BATES, Barbara; BICKLEY, Lynn S.; SZILAGYI, Peter G. Bates propedêutica médica. 10.ed. Rio 
de Janeiro, RJ: Guanabara. Koogan, 2010. 
 
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 7.ed. Guanabara Koogan, 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações da Aula:

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