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EXAME FÍSICO: Regiões do abdome, Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação. SISTEMA DIGESTÓRIO Lorena Lima, M7 O reconhecimento dos pontos de referência anatômicos, a divisão do abdome em regiões clínicas e a projeção dos órgãos desta cavidade na parede abdominal e torácica são essenciais para o estudo da propedêutica abdominal.(5) existência de soluções de continuidade da parede, representadas pela diástase dos músculos retos anteriores do abdome e pelas hérnias.(5) À inspeção abdominal, os seguintes parâmetros devem ser investigados: forma e volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas, veias superficiais, cicatrizes da parede abdominal e movimentos. FORMAS E VOLUMES DO ABDOME As forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de nutrição do paciente. Em decorrência de alterações intra-abdominais ou da própria parede abdominal, os seguintes tipos de abdome podem ser encontrados: (1) hipocôndrio direito; (2) epigástrio; (3) hipocôndrio esquerdo; (4) flanco direito; (5) mesogástrio ou região umbilical; (6) flanco esquerdo; (7) fossa ilíaca direita; (8) hipogástrio; (9) fossa ilíaca esquerda. INSPEÇÃO As premissas básicas para a inspeção do abdome são iluminação adequada, desnudamento dessa área corporal e conhecimento de suas características normais, especialmente a projeção dos órgãos na parede abdominal. Além das lesões elementares da pele e da circulação venosa colateral superficial, deve-se investigar a coloração da pele, a presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição dos pelos, bem como a eventual EXAME FÍSICO: Regiões do abdome, Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação. SISTEMA DIGESTÓRIO Lorena Lima, M7 Flanco direito: colecistectomia Flanco esquerdo: colectomia Fossa ilíaca direita: apendicectomia, herniorrafia Fossa ilíaca esquerda: herniorrafia Hipogástrio: histerectomia Linha média: laparotomia Região lombar: nefrectomia Linha vertebral: laminectomia.(5) A localização, a extensão e a forma de uma cicatriz na parede abdominal podem fornecer informações úteis sobre cirurgias anteriores: CIRCULAÇÃO COLATERAL PERCUSSÃO Pode-se observar os seguintes tipos de sons no abdome: timpanismo, hipertimpanismo, submacicez e macicez . O som timpânico indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube). A ausência de ar origina o som maciço, como se observa nas áreas de projeção do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo líquido originam som maciço . A percussão do abdome tem por objetivo a determinação do limite superior do fígado e da área de macicez hepática (hepatimetria), a pesquisa de ascite (Piparote) e a avaliação da sonoridade do abdome. SINAL DE JOBERT O desaparecimento da macicez hepática é conhecida como sinal de Jobert, que indica a presença de perfuração de víscera oca em peritônio livre.(6) SINAL DE PIPAROTE Investiga a presença de ascite. Posiciona-se uma das mãos em um dos flancos, no lado Tipo Cava Superior Tipo Cava Inferior (porta) SINAL DE CULLEN Equimose periumbilical, resultante de hemorragia retroperitoneal. Pode surgir na pancreatite aguda e na ruptura de gravidez ectópica. SINAL DE GRAY-TURNER Equimose dos flancos. Pode ocorrer na pancreatite necro-hemorrágica e indica grave comprometimento da víscera. EXAME FÍSICO: Regiões do abdome, Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação. SISTEMA DIGESTÓRIO Lorena Lima, M7 HEPATIMETRIA Para pesquisar a borda superior, a percussão inicia-se pela linha hemiclavicular direita ainda no tórax, obtendo-se uma som claro pulmonar, mas na altura do 5ºou 6º espaço intercostal percebe-se o som submaciço que corresponde a borda superior. A parti dai, descendo, percebe-se a macicez hepática.(5) PALPAÇÃO A palpação sistemática do abdome compreende quatro etapas que devem ser cumpridas, uma após a outra: palpação superficial, palpação profunda, palpação do fígado, e manobras especiais.(5) Há algumas áreas na parede abdominal cuja compressão, ao despertar sensação dolorosa, costuma indicar comprometimento do órgão ali projetado. oposto posicionar a ponta do dedo médio, dobrado, apoiado e tensionado contra o polegar, disparar contra o flanco contralateral; o abalo irá produzir uma onda de choque que será transmitido no líquido ascítico, sendo percebido pela palma da mão no flanco oposto. (6) Avaliar o estado da parede abdominal Explorar a sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, relatada ou não pelo paciente durante a anamnese Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e detectar alterações de sua consistência. Como norma básica, efetua-se a palpação do abdome com o paciente em decúbito dorsal, usando-se a técnica da palpação com a mão espalmada. A palpação abdominal tem por objetivo: AUSCULTA É importante que se realize a ausculta do abdome antes de se realizar a percussão e a palpação, pois estas podem estimular o peristaltismo e encobrir uma hipoatividade dos ruídos hidroaéreos. Em condições normais, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10 s ruídos de timbre agudo, de localização variável e de aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação dos líquidos e gases contidos no trato gastrintestinal. Nos casos de diarreia e de oclusão intestinal, os ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. Além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos no abdome sopros sistólicos ou sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. Pontos dolorosos. SINAL DE BLUMBERG Dor que ocorre à descompressão brusca da parede abdominal. Essa manobra – descompressão rápida – pode ser aplicada em qualquer região da parede abdominal, e seu significado é sempre o mesmo, ou seja, peritonite.(5) O ponto apendicular (ou de Mc Burney) situa-se geralmente na extremidade dos 2/3da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior direita ao umbigo. Local que se aplica a descompressão brusca.(5) EXAME FÍSICO: Regiões do abdome, Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação. SISTEMA DIGESTÓRIO Lorena Lima, M7 SINAL DE MURPHY O ponto biliar ou ponto cístico situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do músculo reto abdominal. Ao se comprimir este local, pede-se ao paciente que inspire profundamente. Neste momento, o diafragma fará o fígado descer, o que faz com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está comprimindo a área. Nos casos de colecistite aguda, tal manobra desperta uma dor inesperada que obriga o paciente a interromper subitamente a inspiração; este fato denomina-se sinal de Murphy.(5) Teste do PSOAS: Dor no quadrante inferior direito que ocorre ao se fazer flexão ativa ou hiperextensão passiva do membro inferior direito. Teste do OBTURADOR: Dor no quadrante inferior direito ao se fazer flexão passiva da perna sobre a coxa e da coxa sobre a pelve com rotação interna da coxa.(5) Dor abdominal em pacientes com apendicite aguda pode ser desencadeada ou exacerbada por algumas manobras:SINAL DE ROVSING É identificado pela palpação profunda e contínua do quadrante inferior esquerdo que produz dor intensa no quadrante inferior direito, mais especificamente na fossa ilíaca direita, sinal este também sugestivo de apendicite aguda.(6) Dor referida de afecções torácicas e abdominais. PALPAÇÃO DO FÍGADO A semiotécnica leva em consideração os movimentos respiratórios da seguinte maneira: durante a expiração, a(s) mão(s) do examinador ajusta(m)-se à parede abdominal sem fazer compressão e sem se movimentar; à inspiração, a mão do examinador, ao mesmo tempo que comprime, é movimentada para cima, buscando detectar a borda hepática. (5) Completa-se a investigação da borda hepática analisando-se a espessura(fina ou romba), a superfície (lisa ou nodular), a consistência (diminuída, normal ou aumentada) e a sensibilidade (indolor ou dolorosa).(5) EXAME PERIANAL E TOQUE RETAL Antes de iniciar o exame, deve-se explicar ao paciente sua natureza e sua importância, para que ele o aceite e colabore na sua realização. INSPEÇÃO RETAL- Com o paciente em uma das posições adequadas para este exame, podem-se encontrar quaisquer das lesões elementares da pele além de: hemorroidas, fissuras, condilomas, fístulas e neoplasias. Devemos ainda solicitar ao paciente que “faça força para baixo” no sentido de exteriorizar hemorroidas internas ocultas, pólipos e prolapso de mucosa retal. TOQUE RETAL- feito com o dedo indicador da mão direita usando-se luva, deve-se lubrificar o dedo adequadamente, encosta- se a polpa digital sobre o orifício anal fazendo uma leve compressão no sentido de relaxar e vencer a resistência do esfíncter externo do ânus, introduzindo o dedo com leve movimento de rotação. A ampola retal normalmente está vazia, tem paredes lisas, depressíveis, ligeiramente móveis e indolores. No homem, palpam-se a próstata, as vesículas seminais, o fundo de saco retovesical e a válvula de Houston inferior. Na mulher, palpam-se a parede retovaginal, o colo uterino, o corpo do útero, o fundo de saco de Douglas e a válvula de Houston inferior. Após a retirada do dedo, convém examinar o material presente na luva (pus, sangue ou fezes), cuja presença pode oferecer subsídio para o diagnóstico. EXAME FÍSICO: Regiões do abdome, Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação. SISTEMA DIGESTÓRIO Lorena Lima, M7 MANOBRA DE LEMOS-TORRES O examinador posiciona a mão esquerda na região lombar do paciente apoiando as duas últimas costelas e faz a elevação da mão. Isso desloca o fígado superiormente facilitando a palpação da borda através da inspiração ou da movimentação ascendente da mão.(7) MANOBRA DA GARRA(MATHIEU) Posiciona-se ao lado direito do paciente, voltado para os seus pés. As mãos do examinador repousam sobre o hipocôndrio direito do paciente, com os dedos formando uma "garra", assim, coordena-se a palpação com os movimentos respiratórios do paciente. À inspiração, quando o órgão se desloca para baixo, procura-se reconhecer sua borda.(5) Referências 3- FEBRASGO, Tratado de Ginecologia. 4- Reanimação do RN maior ou igual a 34 semanas em sala de parto: Diretrizes SBP, 2021 5- Exame Clínico, PORTO 6- <ttps://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/16344/mod_resource/content/1/ un01/top03p03.html> 7- ACURÁCIA DO EXAME FÍSICO DE ABDÔMEN PARA HEPATOESPLENOMEGALIA, EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SALVADOR (BAHIA, BRASIL) <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/20746/1/Robson%20Logrado%20Ce dro%20Filho%20-%20Monografia.pdf>
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