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LIGANTES, AGREGADOS E MISTURAS ASFÁLTICAS UMA ANÁLISE CRÍTICA E PERSPECTIVAS FUTURAS Bruno Mota Maria Eduarda Diniz Setembro, 2022 Sumário 1. Ligantes 3 1.1. Análise Crítica 3 1.2. Perspectivas Futuras 8 2. Agregados 29 2.1. Análise Crítica 30 2.2. Perspectivas Futuras 30 2.3. Propriedades morfológicas 31 3. Misturas 36 3.1. Análise Crítica 36 3.1.1. MR/RT 38 3.1.2. Porque parou de fazer estabilidade e fluência 40 3.2. Perspectivas Futuras 46 3.2.1. Dosagem balanceada 46 3.2.2. Porque está migrando para módulo dinâmico 74 3.2.3. SSR 76 3.2.4. Matriz de Agregados Finos (MAF) 76 4. Referências Bibliográficas 81 1. Ligantes 1.1. Análise Crítica Ao longo de décadas, e até bem recentemente, o órgão federal responsável no Brasil por renovar normas viárias, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não se alinhou, pelo menos em termos de conhecimentos estabelecidos, a órgãos de referência em outros paı́ses, a despeito de tentativas da Academia e de parte do seu próprio corpo técnico. Isso acarretou em significativo atraso dos estados da arte e da prática no país, agravado pelo fato de estados e municípios, em sua maioria, aguardarem um norteamento federal para suas atualizações de normas e métodos. Tal atraso no setor produziu um elevado preço que vem sendo pago pela sociedade brasileira (SOARES, 2020). Quando o revestimento é asfáltico, surgem questões ligadas ao comportamento termo-viscoelástico do ligante asfáltico, que o tornam dependente da temperatura e da frequência de carga. Contudo, atualmente, alguns dos métodos vigentes não consideram essa análise. O Brasil encontra-se alinhado com o que há de mais atual em termos de conhecimento científico, mas em termos de aplicação, permanece aquém do estado da prática em outros países. Parte da reflexão consiste em questionar o porquê de não ser amplamente difundido o uso de ensaios reológicos dos ligantes, incluindo fadiga e deformação permanente. Porque, no Brasil, mesmo em obras relevantes como pistas de aeroportos, não há uma maior preocupação com um valor mínimo de compliância não recuperada do ligante aplicado (Jnr). A prevenção para a formação do Afundamento de Trilha de Roda, por exemplo, deve se iniciar com a escolha do ligante. Em laboratório, além das caracterizações que se referem ao ensaio de penetração, ponto de amolecimento, determinação das temperaturas de usinagem e compactação e Performance Grade, pesquisadores utilizam o ensaio de fluência e recuperação sob tensão múltipla, o MSCR (Multiple Stress Creep Recovery), já normatizado nos EUA. Mesmo identificando boas correlações do MSCR com a deformação permanente em campo, é necessário atentar para situações em que a limitação de recursos impede a escolha do ligante ideal, especialmente se ainda há alternativas de fontes de agregado e curvas granulométricas. Especificações Européias Este tema é relevante para o Brasil, onde existem diversos pesquisadores que trabalham com reologia de ligantes asfálticos, que estão elaborando, em conjunto, normas de ensaio referentes ao uso de reômetros de cisalhamento dinâmico. Além disso, planos interlaboratoriais, usando o reômetro, estão sendo realizados com diversos materiais asfálticos para verificar se os resultados são confiáveis e com boa repetibilidade. Aqui ainda não se desenvolvem especificações por desempenho para ligantes tradicionais nem modificados, embora se reconheça a necessidade de atualização, e, muito em breve este assunto entrará em discussão no meio técnico rodoviário brasileiro. 1.2. Perspectivas Futuras Delta Tc Dados do The Asphalt Pavement Technology Program do FHWA (Federal Highway Administration) demonstram que alguns Departamentos Estaduais de Transportes (DOTs) implementaram ou pretendem implementar ΔTc como parte das especificações de aceitação de ligantes. Além disso, projetos de pesquisa em nível nacional consideraram e estão considerando ΔTc como parte de seus estudos. O objetivo é fornecer conhecimento para a implantação responsável de ΔTc como parâmetro de especificação do ligante asfáltico. Uma vantagem do ΔTc é que ele pode ser calculado de maneira direta a partir dos resultados do BBR testes já utilizados na aceitação. O parâmetro ΔTc foi conceituado durante o Programa de Pesquisa em Rodovias Estratégicas (SHRP) e posteriormente sugerido como um indicador de desempenho do pavimento em um projeto de pesquisa, em que seu objetivo foi identificar ligante asfáltico simples e/ou testes de mistura que podem prever rachaduras ou desfiamentos iminentes para que estratégias de preservação do pavimento possam ser programadas para atrasar ou prevenir danos de pavimentos HMA na aviação geral dos aeroportos. O estudo concluiu que um novo parâmetro de ligante asfáltico, denominado ΔTc, é como uma promessa de ferramenta para ligantes asfálticos puros que podem ser usados para prever a dutilidade e analisar propriedades relacionadas à durabilidade do pavimento asfáltico envelhecido. Desde então, o uso de ΔTc evoluiu como um teste que pode avaliar propriedades de relaxamento de ligantes asfálticos. O conceito de relaxamento de um ligante de asfalto e como ele se relaciona com o desempenho da mistura pode ser entendido ao perceber que o ligante asfáltico apresenta algum comportamento viscoso, mesmo em baixas temperaturas. Portanto, quando tensões térmicas se acumulam à medida que o pavimento fica mais frio, o ligante asfáltico exibe lentamente o fluxo e as tensões são bastante reduzidas. Essa redução de tensões ao longo do tempo é o que se conhece como relaxamento. Em geral, à medida que um ligante asfáltico envelhece, suas propriedades de relaxamento diminuem e o estresse térmico aumenta rapidamente. Um pavimento que possui ligante asfáltico com boas propriedades de relaxamento é menos provável de ter fissuras relacionadas à durabilidade do que um pavimento com ligante asfáltico com propriedades de relaxamento pobres. O parâmetro ΔTc é um indicador de quão eficazmente o ligante asfáltico responde ao envelhecimento e como a incorporação de aditivos pode afetar a resposta do ligante asfáltico ao envelhecimento. Delta Tc é representado como a diferença nos valores críticos de baixa temperatura do ligante asfáltico de acordo com o Metodologia de classificação de desempenho Superpave. Dependendo dos valores de Tc,S(60s) e Tc,m(60s), o sinal de ΔTc é positivo ou negativo, o que indica se o PG de baixa temperatura do ligante é governado por sua rigidez à fluência “S-value” (+ΔTc) ou governado por sua taxa de fluência “m-value” (–ΔTc). Um valor de ΔTc positivo indica que o ligante é "S-controlled" (falha no critério S antes do critério m), enquanto um valor de ΔTc negativo indica que o fichário é “m-controlled” (falha no m-criteria antes do S-criteria). A magnitude do valor ΔTc (ou seja, valor absoluto) indica o grau em que o ligante é m-controlled ou S-controlled. Segundo ASPHALT INSTITUTE TECHNICAL ADVISORY COMMITTEE, 2019, a rigidez à fluência não apresenta um quadro completo da tendência de fissuração do ligante asfáltico em baixas temperaturas. Como o asfalto é um material viscoelástico, ele tem a capacidade de relaxar as tensões aplicadas. Em outras palavras, se for dado tempo suficiente, o ligante asfáltico eliminará as tensões que se acumulam quando uma carga é aplicada. Não faz diferença se a fonte do estresse é uma carga aplicada ou um estresse que se acumula à medida que as condições de temperatura mudam. Assim, fica claro que ΔTc é um parâmetro que representa o quão bem o comportamento de fissuração a baixa temperatura de um ligante asfáltico éequilibrado entre sua rigidez e sua capacidade de liberar tensões em baixas temperaturas do pavimento. Em um determinado grau de desempenho de baixa temperatura, um valor mais negativo de ΔTc significa que a capacidade do ligante de liberar tensão não é suficiente, independentemente da rigidez. Como dito anteriormente, ΔTc foi originalmente concebido para ser um parâmetro que poderia ser medido em um pavimento envelhecido em serviço para determinar o tempo ideal para um tratamento de preservação do pavimento. Embora o ΔTc originalmente tenha como alvo a fissuração do bloco causada por fragilização relacionada à idade, o ΔTc às vezes é considerado como um parâmetro que indicará o papel do ligante asfáltico no tratamento de outros tipos de desgaste do pavimento asfáltico. Nesse caso, é necessário entender como os baixos valores de ΔTc influenciam os diversos tipos de desgaste do pavimento asfáltico. A Tabela 15 mostra uma estimativa da eficácia do ΔTc em termos de sua capacidade de evitar vários tipos de problemas quando usado em um ambiente de especificação de compra. A tabela mostra três efeitos potenciais de ΔTc. Efeito direto significa que ΔTc influencia diretamente o tipo de defeito. Efeito indireto significa que o tipo de defeito é predominantemente causado por outros fatores, mas ΔTc pode desempenhar um papel de apoio. Nenhum efeito significa que o tipo de defeito não está relacionado a um baixo valor de ΔTc. Os efeitos listados na Tabela 15 foram desenvolvidos por meio de uma pesquisa com os membros da força-tarefa do Asphalt Institute. Em geral, esses dados sugerem que os tecnólogos em asfalto acreditam que várias formas de danos por fissuração são, em maior ou menor grau, influenciadas pelo ΔTc devido à sua capacidade de prever a fragilização por idade. No entanto, deve-se notar também que os danos por rachaduras também são influenciados por muitos outros fatores, como baixos vazios no agregado mineral, baixo teor de aglutinante efetivo, má compactação levando a altos volume de vazios, camadas finas de asfalto em combinação com deflexão excessiva, fração de pó que forma o mastique, etc. Dito de outra forma, o parâmetro ΔTc não deve ser considerado uma panacéia para o desempenho favorável de fissuração do pavimento asfáltico. Usando o ensaio de dutilidade como um critério inicial de avaliação do envelhecimento, admitindo que se correlaciona com a flexibilidade do ligante, dois parâmetros foram identificados como possíveis critérios: um determinado no DSR (G’/(η’/G’), indicado por Glover et al. (2005) e um proposto que quantifica a diferença no grau contínuo de temperatura por propriedades de rigidez e relaxação, definido como ΔTc, que se mostrou promissor como um indicador da perda de durabilidade do ligante que pode levar ao crescimento do risco de trincamento não associado às cargas. Este parâmetro pode ser medido para qualquer ligante asfáltico, inclusive o recuperado de campo. Quanto menor o ΔTc mais possibilidade de o ligante interferir no trincamento por envelhecimento. A dutilidade é a capacidade do material ser esticado sem romper. Os filmes finos de asfalto que envolvem os agregados devem ter uma certa dutilidade para suportar as tensões do tráfego, e nas especificações tradicionais a dutilidade fornecia uma medida empírica da rigidez e relaxação do ligante, associada à previsão do trincamento. Pavimentos com ligante de baixa dutilidade tendem a ter um desempenho pior quanto ao trincamento, mesmo com a mesma rigidez. Assim, a rigidez e relaxação não mudam na mesma taxa devido ao envelhecimento do ligante e que, nesse caso, o relaxamento (dutilidade) pode ter mais efeito no trincamento. Assim, o parâmetro ΔTc é usado como um método simples de medir a perda de propriedade de relaxação do CAP e já começa a ser utilizado em algumas especificações, e para avaliar misturas recicladas para previsão de trincas em bloco. Linear Amplitude Sweep (LAS) Projeto de Norma DNIT (Julho 2022) estabelece a sistemática a ser empregada na determinação da resistência à fadiga de ligantes asfálticos, por meio da aplicação de um carregamento cíclico de cisalhamento com amplitudes linearmente crescentes. O ensaio é realizado no DSR, a 19° C, com a geometria de placas paralelas de 8 mm e ajuste de abertura entre as placas de 2 mm. O ligante é previamente envelhecido no RTFOT. Inicialmente, realiza-se uma varredura de frequência para determinar as propriedades reológicas do ligante asfáltico. Posteriormente, aplica-se uma série de ciclos de carga oscilatória, com frequência constante e amplitudes linearmente crescentes, buscando promover o dano acelerado por fadiga. A partir das propriedades reológicas e dos resultados da varredura de amplitude obtidos, aplica-se a Mecânica do Dano Contínuo Viscoelástico para calcular a resistência à fadiga do ligante asfáltico. Segundo Possebon, é realizado para Estimativa de Resistência à Fadiga de Betumes usa-se a Varredura de Amplitude Linear (LAS). O teste LAS (Linear Amplitude Sweep) serve para ver a estimativa de tolerância ao dano do betume usando amplitude linear e varredura de deformação. Dois tipos de teste são executados em sucessão. O primeiro teste, uma varredura de frequência, é projetado para obter informações sobre as propriedades reológicas. Os dados do teste de varredura de frequência são usados para determinar o parâmetro “alfa” de análise de danos. O teste de varredura de frequência é realizado na temperatura selecionada (19ºC) e aplica carregamento de cisalhamento oscilatório em amplitude constante em uma faixa de frequências de carregamento. Para este método de teste, o teste de varredura de frequência é selecionado no software do controlador do fabricante do DSR, empregando uma carga aplicada de 0,1 por cento de tensão em uma faixa de frequências de 0,2 a 30 Hz. Os dados são amostrados nas seguintes 12 frequências únicas (todas em Hz): 0,2, 0,4, 0,6, 0,8, 1,0, 2,0, 4,0, 6,0, 8,0, 10, 20 e 30Hz. O segundo teste, uma varredura de amplitude, destina-se a medir as características de dano do material. Este procedimento utilizou um cisalhamento oscilatório no modo de controle de deformação a uma frequência constante de 10Hz que consiste em aumentar linearmente a deformação de 0,1% a 30% ao longo de cinco minutos. A Figura 53 mostra o carregamento que é aumentado linearmente de zero a 30% ao longo de 3100 ciclos de carregamento. A tensão de cisalhamento de pico e a tensão de cisalhamento de pico são registradas a cada 10 ciclos de carga (1s), juntamente com o ângulo de fase [d, graus] e o módulo de cisalhamento dinâmico [|G*|, Pa] O teste LAS tem como critério de falha e sendo adotado neste trabalho como sendo a máxima energia de pseudo deformação armazenada (PSE) apresentada por (WANG et al., 2015). O PSE (Max WRs) define falha no teste LAS. Esse critério de falha unificado com base nas taxas de liberação de PSE (GR) pode ser aplicado aos testes LAS e Time Sweep para fornecer uma relação exclusiva com o número de ciclos até a falha (Nf). Testes realizados para medir as propriedades físicas dos betumes têm temperatura especificada e alguns também definem o tempo e a velocidade de carregamento, pois o material é termorreologicamente e dependente do tempo. Para caracterizar um asfalto como adequado para pavimentação, a maioria dos países utiliza medidas simples e empíricas das propriedades físicas dos betumes para facilitar a execução em laboratórios de construção. A principal propriedade utilizada é a dureza que é medida pela penetração de uma agulha padrão na amostra de betume. A especificação dos betumes ficou conhecida como “Performance Grade” (PG) onde o principal objetivo desta seleção e classificação é agrupar os betumes de acordo com seu comportamento considerando o ambiente onde serãoconstruídos, levando em consideração as temperaturas do pavimento ao longo de sua vida útil e o tráfego esperado para a rodovia. O resultado obtido é dado nas faixas de temperatura (temperatura máxima e mínima que o betume pode ser aplicado) e ambiente (tráfego) indicado para o betume a ser aplicado. Para definir as temperaturas altas e baixas do PG, são realizados três testes diferentes: -O teste no DSR para definir a alta temperatura e consiste em testar o betume em diferentes temperaturas até obter um valor mínimo de G*/sinδ de 1kPa para betume virgem e 2,2kPa para betumes envelhecidos em RTFOT. - O teste do BBR determina o PG de baixa temperatura e é realizado em várias baixas temperaturas de -6ºC a -36ºC. O reômetro de viga de flexão é usado para medir a deflexão do ponto médio de uma viga prismática simplesmente apoiada de betume envelhecido por PAV submetido a uma carga constante aplicada ao seu ponto médio. -O teste MSCR é usado para definir a intensidade do tráfego. Este ensaio é realizado em amostra envelhecida RTFOT na alta temperatura do betume PG. Como resultado, esses ensaios conferem a compliância de fluência não recuperável (Jnr3.2) que classifica o betume de acordo com a resistência à deformação permanente. Este parâmetro é o tráfego aconselhado representado por letras que dão seu significado. Após desenvolver esta revisão de literatura foi possível perceber que na especificação brasileira de betumes são realizados testes empíricos sem correlação direta com o desempenho para caracterizar o material. A especificação PG Superpave utiliza testes semi-empíricos, que estão relacionados ao desempenho. Testes de Performance Os betumes foram submetidos a ensaios reológicos (curvas mestras) e de dano (LAS e MSCR). Para realizar os testes de propriedades mecânicas para betumes é necessário ter diferentes condições de betumes. Para isso, foram realizados alguns processos de envelhecimento laboratorial de betumes (RTFOT e PAV) para melhor representar e correlacionar com os ensaios de misturas (que também são envelhecidas), seguindo as normas de ensaios mecânicos de betumes. Deformação Permanente O teste de fluência e recuperação de múltiplas tensões (MSCR), que mede a deformação permanente do betume, foi realizado em três temperaturas: 58ºC, 64ºC e 70ºC. Essas temperaturas cobrem as temperaturas exigidas para todas as regiões brasileiras. Para determinar a classe de tráfego que entra na classificação PG, é necessário realizar o teste MSCR na temperatura do PG de alta temperatura. A maioria dos betumes desta pesquisa apresentou PG de alta temperatura igual a 64ºC, exceto para 50/70-C (58ºC), 30/45 e AR (70ºC). Os gráficos das Figuras 84 e 85 mostram os resultados de conformidade de fluência não recuperável e a recuperação percentual para o betume estudado nas três temperaturas testado. Maior resistência à deformação permanente está correlacionada com menores valores de JnR3.2. Os betumes 50/70-G e AR não atingiram o resultado mínimo Jnr3.2 (4.5) para serem classificados como tráfego padrão considerando seu resultado PG para altas temperaturas. A partir da Figura 85 é possível inferir que os betumes 60/85E, 30/45 e 50/70-F possuem os menores valores de Jnr3.2 indicando que possivelmente são mais resistentes à deformação permanente. Os resultados dos betumes 50/70-A, 50/70-C e AR Jnr3.2 indicam que talvez estes betumes e misturas betuminosas apresentem desempenho inferior de deformação permanente. DP Correlações entre Betumes e Misturas Como os resultados de FN para os betumes 50/70-B, 50/70-E, 50/70-G e 50/70- I foram notavelmente baixos e não foram calculados pelo método de Francken devido à curta duração do teste, o análise comparando FN e Jnr com os outros parâmetros (G*, E*, marcadores químicos) não levam em consideração esses resultados de FN fora de linha. Mesmo os betumes 50/70-B, 50/70-E e 50/70-I tendo comportamento intermediário nos resultados do MSCR, apresentam resultados terrivelmente ruins no FN. Os Betumes 50/70-A, C e AR apresentaram os piores resultados no parâmetro MSCR Jnr, porém obtiveram resultados intermediários quando se trata do FN, indicando que para este conjunto de amostras o MSCR, o FN e o teste de Hamburgo não têm boa correlação. A correlação FN e Jnr3.2 das amostras 50/70-A, C, D, F, H, 30/45 e AR está na Figura 92, onde o R² indica uma boa correlação entre essas diferentes variáveis de escala. Para esses betumes e misturas, o Jnr3.2 pode explicar parcialmente os resultados de FN das misturas betuminosas. Fadiga O teste LAS foi realizado em uma rampa linear de amplitudes de deformação de 0,1% a 30%, em uma frequência constante de 10 Hz por 300 segundos. As curvas de integridade do material (C) versus acúmulo de danos (S) de betumes estão na Figura 95. Eles foram calculados usando técnicas VECD simplificadas de acordo com a AASHTO TP 101 2014, onde o valor de D(t) na falha, Df, é definido como o D(t) que corresponde à redução no |G*| inicial no pico de tensão de cisalhamento. É possível verificar a partir do CxS que o betume apresenta comportamento semelhante de perda de integridade à medida que acumulam danos. Excepcionalmente, o betume 30/45 apresenta maior perda de integridade para a mesma quantidade de dano induzido, enquanto o 50/70-F apresenta menor perda de integridade para o mesmo valor de dano que os demais. No entanto, as curvas C vs S não são suficientes para analisar a resistência à fadiga dos materiais, portanto, a definição de falha por fadiga deve ser considerada para tal análise. Para uma melhor compreensão do comportamento de fadiga de betumes, o parâmetro máximo de pseudo energia de armazenamento (Max PSE) foi usado para determinar a falha por fadiga. Deformações de 1,25%, 2,5% e 5% a 19ºC foram simuladas e as curvas de resultados Nf versus deformação são mostradas na Figura 96. Observa-se que os betume 50/70-I e 50/70-F parecem ser mais resistentes a danos por fadiga nesta condição de teste. O betume polimérico, 60/85E, resiste a menos ciclos do que estes dois betumes convencionais. O fator de fadiga do betume também foi calculado considerando a área abaixo das curvas de Whöler geradas pela previsão de fadiga. O fator de fadiga do betume (FFB) dos betumes mais convencionais desta pesquisa foi considerado “Médio” na classificação de Nascimento (2021). Os betumes modificados 50/70-C e 60/85E são considerados “ Muito bom” neste ranking, enquanto 50/70-F e 50/70-I apresentaram os maiores valores de FFB e por apresentarem FFB>1,57 estão no ranking da faixa “Excelente”. A maioria dos betumes convencionais está na faixa “Média”. O critério de classificação dos betumes utilizado nesta pesquisa foi a classificação do FFBpse 19ºC segundo Nascimento (2021). No entanto, existem outros critérios de interpretação que podem ser testados no futuro. Fadiga correlação entre betumes e misturas Dentro do contexto de fadiga, a norma americana D6373-2016 utilizou a relação G*.sinφ obtida em ensaios de curvas mestras de betume envelhecido em PAV, pois poderia ajudar a prever o comportamento à fadiga dos materiais. Nesta pesquisa, os resultados das curvas mestras do betume pós-PAV não foram apresentados, então a correlação foi feita com o betume pós-RTFOT. Na correlação apresentada na Figura 104, é possível observar que o G*.senφ (RTFOT) não consegue explicar a MFF. Retirando o 50/70-E, os dois betumes modificados e o 30/45, essa relação parece funcionar (Figura 105). Mesmo assim, não é possível compreender o comportamento à fadiga da mistura apenas considerando o G*.senφ (RTFOT). É por isso que o teste LAS foi desenvolvido. Com esta evolução do método Superpave, a previsão G*.sinφ foi deixada de lado, mas ainda funcionou para betume convencional nesta pesquisa.No entanto, o LAS agora está possibilitando adicionar o betume modificado nesta análise e ter previsões aceitáveis com o parâmetro FFBpse 19ºC como mostra a Figura 103. Os testes do LAS foram realizados a 19ºC em betume envelhecido RTFOT. Levando em consideração que neste estudo as doze misturas têm a mesma distribuição de agregados e graduação, bem como teores de betume semelhantes, vale a pena comparar o desempenho à fadiga das misturas betuminosas diretamente com as propriedades do betume. Essa correlação pode ser vista nos Fatores de Fadiga de betume (FFBpse19ºC) e mistura (FFM19ºC) comparados na Figura 106 para todas as amostras que apresentam uma correlação R² ruim. Os resultados do 50/70-B, 50/70-E e AR foram excluídos para análise da Figura 107 porque estes convencionais apresentaram resultados inesperados para FFM e a borracha modificada tem particularidades próprias nos testes DSR LAS (possui grãos que interferem com as medições do reômetro). É importante mencionar que as misturas betuminosas apresentam uma pequena diferença nos teores de betume, uma vez que a dosagem foi feita fixando o volume vazio em 4% e não fixando o teor de ligante para todas as misturas. Essas pequenas variações no teor de betume entre as misturas também podem influenciar os resultados da FFM. Conclusões ● É possível verificar um paralelismo entre as escalas de betume e mistura em relação aos testes reológicos e de dano. Em ambas as escalas, a classificação de betumes e misturas permaneceu muito semelhante. Ainda assim, alguns marcadores químicos mostraram-se interessantes quando confrontados com resultados reológicos e de danos. DP ● A deformação permanente dos betumes e misturas foi avaliada a partir de diferentes pontos de vista de ensaios e algumas relações podem ser traçadas. ● Os testes MSCR foram realizados em betumes e os resultados mostram que os betumes 60/85E, 30/45 e 50/70-F apresentam os menores valores de Jnr3.2 indicando que possivelmente são mais resistentes à deformação permanente. Os resultados dos betumes 50/70-A, 50/70-C e AR Jnr3.2 indicam que talvez estes betumes e misturas betuminosas apresentem desempenho inferior de deformação permanente. ● Os resultados do teste de Hamburgo diferem dos resultados do FN porque a mistura com betume de borracha apresentou maior resistência a danos por deformação permanente em Hamburgo em comparação com as amostras de betume convencional e modificado com polímero, que apresentaram maior sulco considerando o mesmo nível de tráfego no local. teste. Os resultados de FN desta pesquisa estão dentro da faixa esperada para misturas betuminosas convencionais. Sabe-se que o betume de borracha tem um comportamento atípico no teste FN, ainda mais considerando que este betume teve bom desempenho no teste MSCR e Hamburgo. Ao comparar os resultados desta pesquisa com os resultados da pesquisa de Faccin (2021) é possível confirmar que a faixa dos resultados de FN de 17 a 214 está próxima da faixa encontrada pelo autor para misturas produzidas com esses tipos de betumes (de 132 a 822 em misturas 50/70 e de 175 a 986 ciclos em misturas 60/85). Ainda, é possível observar que o betume mais duro (30/45) obteve um melhor desempenho no teste FN indicando que este betume provavelmente resiste a deformações mais permanentes como o 50/70-F. 50/70-F é um betume atípico em todos os demais ensaios realizados nesta tese, sendo considerado um betume convencional com desempenho superior por ser mais resistente à deformação permanente corroborando com seus resultados MSCR. Embora o 50/70-F faça parte da classe de betume 50/70, possui propriedades semelhantes às do betume modificado ou mais duro, como o 30/45. Ainda assim, os resultados de FN para betumes 50/70 não diferem muito entre si (estão na mesma escala). ● Apesar disso, conclui-se que todas as misturas testadas para esta tese são classificadas para baixo tráfego de acordo com Nascimento (2008) e Faccin et al (2021). A maioria das misturas são classificadas como de médio tráfego MeDina, exceto 50/70-B, E, G e I, que são classificadas como de baixo tráfego. ● A correlação entre o FN e o Jnr3.2 (a 64ºC) para as amostras 50/70-A, C, D, F, H, 30/45 e AR é boa. Para essas amostras, o Jnr3.2 pode explicar parcialmente os resultados de FN das misturas betuminosas. ● Existe uma boa e já esperada correlação que ambos os parâmetros em escalas de mistura possuem: E* a 54ºC 1Hz e os resultados de FN. Quanto maior o módulo E* da mistura, mais propenso a ter bom comportamento quando submetido a danos permanentes por deformação. ● Os resultados da deformação permanente de misturas betuminosas foram coerentes com os resultados do MSCR, mostrando que é possível prever o dano por deformação permanente em misturas a partir da escala de ligante. Fadiga ● A resistência à fadiga de betumes e misturas foi analisada usando a abordagem S-VECD. Observa-se que os betumes 50/70-I e 50/70-F parecem ser mais resistentes ao dano por fadiga nesta condição de teste. O betume modificado polimérico, 60/85E, resiste a menos ciclos do que estes dois betumes convencionais . O fator de fadiga do betume (FFB) dos betumes mais convencionais desta pesquisa foi considerado “Médio” no ranking de Nascimento (2021). O betume modificado 60/85E é considerado “Muito bom” neste ranking, enquanto 50/70-F e 50/70-I apresentaram os maiores valores de FFB e por apresentarem FFB>1,57 estão na faixa de classificação “Excelente”. ● Os valores de FFM encontrados variam entre 1,31 e 1,66, sendo ambos os extremos alcançados pelos betumes convencionais. As misturas com betumes modificados apresentaram desempenho abaixo do esperado, com resultado inferior quando comparados aos betumes convencionais. A mistura com betume de borracha (AR) apresentou o segundo melhor resultado, sugerindo melhor desempenho em relação à maioria das demais. ● Levando em consideração que neste estudo as doze misturas têm a mesma distribuição de agregados e gradação, bem como teores de betume semelhantes, vale a pena comparar o desempenho à fadiga das misturas betuminosas diretamente com as propriedades do betume. A correlação dos Fatores de Fadiga do betume (FFBpse19ºC) e da mistura (FFM19ºC) apresentou um bom R². Considerações Gerais Este ensaio permite adicionar o efeito da autorregeneração e apresenta muito boa correlação com o ensaio de fadiga em misturas betuminosas. Por isto, sua inclusão em especificações de ligantes asfálticos deve ser em breve, já tendo sinalizações em alguns países. No Brasil, as temperaturas máximas de pavimento para efeito de especificação se situam entre 64 e 70oC, segundo Tonial e Leite (1994) e Leite e Tonial (1994). Também não existem problemas de trincas térmicas, eliminando assim o emprego do BBR. Estudos realizados pela Rede Temática de Asfalto da Petrobras mostram que os resultados dos ensaios de MSCR e LAS em cimentos asfálticos de petróleo e ligantes asfálticos modificados apresentam muito boa correlação com resultados de ensaios em misturas betuminosas, podendo provavelmente serem estes os ensaios selecionados para constar numa especificação brasileira de ligantes por desempenho (Martins, 2014; Nascimento, 2015). Ligante Modificado De modo a analisar a influência da adição das nanopartículas de CaCO3 no desempenho do ligante asfáltico foram feitos os ensaios. Fadiga pelo LAS Linear Amplitude Sweep foi realizado na temperatura de 20 ℃. O critério de falha utilizado consiste na ocorrência de redução de 35% do valor referente ao parâmetro |G*|sen δ. Portanto, é possível observar um indicativo de que a incorporação de nanopartículas de CaCO3 pode ser prejudicial ao desempenho do ligante asfáltico tendo em vista a tolerância ao dano por fadiga. Entretanto, é importante ressaltar a inexistênciade estudos que avaliem a capacidade do ensaio LAS na predição do desempenho relacionado à fadiga de concretos asfálticos nanomodificados. Estudos futuros devem ser desenvolvidos para suprir esta lacuna no conhecimento. Deformação Permanente pelo MSCR Ao observar a evolução do parâmetro Jnr obtido na tensão de 3,2 kPa é possível notar uma redução proporcional de seus valores em relação ao aumento do teor de nanopartículas, para ambas temperaturas de ensaio. Este resultado implica que as nanopartículas de CaCO3 contribuem para a redução do acúmulo de deformações não recuperáveis na matriz asfáltica. Quando comparado com a amostra de referência, o nanocompósito com 10% de nanopartículas de CaCO3 fornece uma redução deste parâmetro em 66,0% e 55,4% para as temperaturas de 70 ℃ e 76 ℃, respectivamente. O parâmetro Jnr,diff indicou que o ligante asfáltico de referência e os nanocompósitos apresentaram sensibilidade à mudança de tensões, alcançando valores de Jnr,diff superiores a 75%. No entanto, a adição de nano-CaCO3 até determinados teores contribuiu para a redução do valor deste parâmetro. Para a temperatura de ensaio de 70 ℃, houve uma redução do valor de Jnr,diff até o teor de 6% nano-CaCO3. De modo similar, na temperatura de ensaio de 76 ℃ a redução ocorreu até o teor de 4% de nano-CaCO3. Todos os nanocompósitos analisados na temperatura de 70 ℃ apresentaram-se na zona de alta elasticidade, apresentando um incremento da resposta elástica conforme o aumento do teor de nano-CaCO3. Para a temperatura de 76 ℃, as amostras de 0% a 8% não são classificadas pois, conforme a normativa AASHTO R 92 (2018b), não existe a necessidade de valores mínimos para o percentual de recuperação (%R) em ligantes asfálticos com uma compliância não recuperável maior que 2 kPa-1. Entretanto, observa-se que a adição de nano-CaCO3 contribui para o aumento da resposta elástica da matriz asfáltica nesta temperatura de ensaio. Portanto, os resultados indicam que a incorporação de nano-CaCO3 é capaz de fornecer uma contribuição significativa na resposta elástica do ligante asfáltico Poliflex 60/85-E. A adição de nano-CaCO3 contribui para o reforço da estrutura polimérica formada pelo SBS e ligante asfáltico, tornando-a mais rígida e menos suscetível a deformações (LI et al., 2019). Sobretudo, a presença de nanopartículas inorgânicas restringe o movimento das moléculas de asfalto e contribuem para o aumento da estabilidade em altas temperaturas, reduzindo a tendência de deformação (CHEN et al., 2015). Ainda, a incorporação de nanomateriais pode aumentar a compatibilidade entre ligante asfáltico e polímero, contribuindo para uma melhor dispersão do polímero na matriz asfáltica (ZHANG et al., 2016). Em síntese, a partir dos resultados de grau de desempenho, compliância não recuperável e percentual de recuperação, é possível constatar que a adição de nanopartículas de CaCO3 possui um efeito positivo em relação ao desempenho do ligante asfáltico em altas temperaturas, apresentando melhoria de desempenho de acordo com o aumento do teor de nanomaterial. Dano por Umidade Induzida Em relação ao comparativo da resistência à tração dos concretos asfálticos pertencentes ao grupo de controle, não se observam mudanças significativas devido à adição de nano-CaCO3. A respeito do desempenho relacionado ao dano por umidade induzida, levando-se em conta o critério de que onde os corpos de prova condicionados devem apresentar uma resistência à tração de no mínimo 70% em relação ao grupo de controle, observa-se que ambos concretos asfálticos apresentam comportamento satisfatório. Entretanto, é possível constatar que o concreto asfáltico nanomodificado não apresenta perda de resistência à tração após o condicionamento, diferentemente do que ocorre com a referência, que apresenta uma redução de resistência em 12,5%. Isto indica que a adição de nanoCaCO3 possui um efeito benéfico ao desempenho relacionado ao dano por umidade induzida, indo ao encontro dos indicativos obtidos por pesquisas anteriores ao avaliarem o desempenho de concretos asfálticos modificados por nano-CaCO3. 2. Agregados 2.1. Análise Crítica Atualmente, ainda não há consenso da forma ou da granulometria dos agregados a fim de se estabelecer o melhor intertravamento, para além de faixas granulométricas normatizadas. 2.2. Perspectivas Futuras A adesividade ligante-agregado, propriedade de interface entre estes constituintes (que pode ser vista como um terceiro constituinte), é relevante, devendo ser considerada à luz de propriedades físico-químicas. Há metodologias que visam a otimização da escolha das proporções dos agregados, sendo as mais disseminadas o Método Bailey e a Faixa de Agregados Dominantes, e técnicas de caracterização com Processamento Digital de Imagens para auxı́lio na escolha de agregados com angularidade, textura e forma adequadas. O método Bailey pode ser uma ferramenta útil para analisar e selecionar sistematicamente granulometrias que visam um melhor desempenho de misturas asfálticas, pois oferece, de forma simplificada, uma explicação mecânica da estrutura dos agregados e procedimentos de seleção e avaliação de granulometrias (VAVRIK et al., 2002). Esse método se baseia no arranjo das partículas a fim de formar uma matriz de agregados resistente por meio do intertravamento adequado das partículas obtido pela distribuição das partículas por tamanho e da volumetria. Bastos (2016), considerando a responsabilidade atribuída aos agregados na resistência à deformação permanente, verificou a influência das propriedades de forma e da granulometria dos agregados no comportamento mecânico das misturas asfálticas. Para isso, a autora realizou uma associação da seleção granulométrica e as propriedades de forma de agregados com o Flow Number. Os resultados evidenciam uma forte correlação entre a forma 2D e a proporção AG (parâmetro de granulometria Bailey) com o FN. A partir desses resultados, gerou-se um modelo indicativo do desempenho das misturas asfálticas quanto à deformação permanente, que pode auxiliar na seleção prévia de materiais para misturas asfálticas em campo. Constatou-se ainda que os intervalos dos parâmetros Bailey são difíceis de serem integralmente obedecidos, mesmo para misturas com bons resultados em laboratório (ensaio uniaxial de carga repetida) e em campo. Outro método é o da Faixa de Agregados Dominantes. O comportamento da mistura asfáltica é dominado por 2 componentes principais: AGREGADOS DOMINANTES: estrutura primária de agregados suficientemente graúdos responsáveis por resistir à deformação permanente devido suas características de interação e intertravamento. Relacionam-se com DP. COMPONENTES INTERSTICIAIS: material que preenche os vazios existentes na estrutura primária (agregados intersticiais, ligante asfáltico e vazios com ar). Relacionam- se com fadiga. Assim, são pontos chaves a identificação dos agregados que interagem e a medida da interação entre esses agregados. Ocorre, então, a análise de interação para determinar quais peneiras consecutivas, ou contíguas, que interagem entre si formando uma unidade resistente, denominada Faixa de Agregados Dominantes – Componentes Intersticiais (FAD-CI). Oliveira (2019) avaliou a susceptibilidade à fadiga de misturas com diferentes granulometrias. Foram avaliadas misturas compostas por Ligantes Asfálticos (LA) convencionais e esqueletos pétreos diferentes. As resistências à fadiga das misturas foram simuladas de forma isolada, a nível de material, e também compondo estruturas de pavimentos. A avaliação das amostras consideradas evidenciou alguma influência da granulometria (avaliada sob a ótica do modelo FAD-CI) na susceptibilidade à fadiga de misturas asfálticas. Entretanto, apreciar esta característicasomente, sem considerar propriedades químicas do LA e a relação entre os constituintes mostrou-se insuficiente para mapear o referido defeito. 2.3. Propriedades morfológicas As propriedades e o uso dos agregados em misturas asfálticas afetam cerca de 80% da resistência à deformação permanente. Então, são importantes a dosagem granulométrica, bem como a angularidade, forma e textura superficial dos agregados para o combate a esse tipo de dano. Kim (2006) destaca que uma seleção granulométrica adequada, com melhor intertravamento pétreo, pode garantir o bom desempenho da mistura, independente da qualidade de outros fatores. Essa etapa de dosagem pode afetar a rigidez, estabilidade, durabilidade, permeabilidade, trabalhabilidade, resistência à fadiga, atrito e resistência à umidade (ROBERTS et al., 1996). A curva granulométrica forma o empacotamento granular da mistura asfáltica. Quanto melhor for o arranjo interno entre os agregados, maior a capacidade de suporte aos esforços solicitados (VAVRIK, 2002). Órgãos, empresas de infraestrutura de transportes, além de pesquisas científicas, vêm dando a devida atenção às características granulométricas. O Strategic Highway Research Program (SHRP), realizado entre 1987 e 1992 nos Estados Unidos, mostrou que no processo de dosagem Superpave de misturas é necessário que a proporção de agregados fique dentro de pontos de controle para alcançar melhor desempenho. As propriedades de forma dos agregados influenciam diretamente na resistência da mistura. Partículas mais alongadas e achatadas tendem a se quebrar no processo de compactação, reduzindo o intertravamento. Entretanto, agregados cúbicos com maior angularidade possuem alta resistência ao deslocamento durante o mesmo processo, devido ao melhor atrito e empacotamento, conferindo uma estrutura mais resistente e estável. A maneira com que os agregados se organizam é influenciada diretamente pela textura superficial de cada partícula. Uma textura mais rugosa gera mais atrito, consequentemente maior resistência à compactação. Misturas asfálticas com textura superficial rugosa têm bom comportamento quanto à deformação permanente. Como mencionado, a metodologia Superpave recomenda os procedimentos da norma ASTM D5821 para a determinação do CAA. Este ensaio é subjetivo e muito dependente da habilidade do operador, já que requer que este avalie se o agregado tem nenhuma, uma ou várias faces fraturadas. Em um estudo sobre as propriedades de consenso da metodologia Superpave, por exemplo Gouveia e Fernandes Jr. (2006) concluíram que o ensaio de angularidade de agregados graúdos não caracteriza de fato a angularidade das partículas, já que está baseado na quantificação do percentual de agregados com faces fraturadas e não recomenda a caracterização da agudeza dos cantos destas faces fraturadas. Em outro estudo, Aragão (2007) avaliou a influência do CAA na resistência de misturas asfálticas densas ao acúmulo de deformações permanentes e não observou boa correlação para as misturas estudadas Como alternativa ao procedimento descrito na norma ASTM D5821, alguns pesquisadores têm sugerido a sua substituição pelo ensaio descrito na norma AASTHO T326, já que sugerem que este teste apresenta melhor correlação com o desempenho de misturas asfálticas; Este ensaio consiste em deixar cair a amostra de agregado através de um funil em um cilindro calibrado de volume conhecido, determinando-se a massa de agregado graúdo no cilindro preenchido. Finalmente, o teor de vazios é calculado pela diferença entre o volume do cilindro e do agregado contido no cilindro. Este procedimento é semelhante ao do agregado miúdo, sendo a quantidade de material usada nos testes ajustada de acordo com o TMN da amostra. A norma AASHTO T304, adotada pela metodologia Superpave para a determinação do FAA, procura garantir que o atrito interno e consequente intertravamento entre as partículas sejam adequados para gerar misturas asfálticas resistentes ao acúmulo de deformações permanentes. Uma premissa do ensaio é a de que partículas que são mais angulares e que têm textura mais rugosa terão um maior volume de vazios entre elas e um melhor intertravamento, resultando em misturas mais estáveis. No entanto, em um estudo sobre o ensaio da norma AASHTO T304, Gouveia e FernandesJr. (2002) observaram que este método pode gerar resultados incoerentes. Como exemplo, partículas cúbicas, com angularidade e textura adequadas, que são as mais desejáveis em obras de pavimentação asfáltica, podem apresentar menores valores de FAA do que partículas com formas lamelares, que não são desejáveis. O estudo também demonstrou que agregados com maiores valores de FAA não geraram necessariamente misturas com maior resistência ao cisalhamento ou maior ângulo de atrito interno, como era esperado de agregados mais angulares (maior FAA) Partículas F&E são consideradas indesejáveis para misturas asfálticas devido à tendência de quebra durante o processo construtivo e sob a ação do tráfego. No método Superpave, as partículas F&E são caracterizadas seguindo procedimentos recomendados pela norma ASTM D4791. O resultado do ensaio é dado com base no porcentual de partículas que têm a razão entre a maior e a menor dimensões maiores do que 5. Atualmente, a especificação Superpave limita o valor deste porcentual a 10% do total de partículas (BUCHANAN, 2000; BERNUCCI et al., 2010; FHWA, 2013). Prowell et al. (2005) identificaram uma insensibilidade do ensaio de partículas F&E quando a razão de proporções 5:1, especificada pela metodologia Superpave, é adotada. Buchanan (2000) e Gouveia e Fernandes Jr. (2006) sugeriram que a razão 3:1 é mais adequada do que a 5:1. Pazos (2015) comparou as propriedades do seixo rolado e pedra britada, provenientes dos Estados do Pará e do Rio de Janeiro, respectivamente. Seus resultados mostraram a possibilidade de empregar seixo rolado, principalmente quando combinado a um agregado mais angular, em obras de pavimentação asfáltica. O referido autor observou que a influência de propriedades morfológicas não apresenta impacto significativo no comportamento de diversos parâmetros, entre esses a resistência à deformação permanente de misturas asfálticas. Desse modo, segundo seus estudos, misturas contendo seixo rolado podem potencialmente ser usadas em obras de pavimentação, ainda que as partículas destes agregados sejam mais arredondadas do que as de britas. Em sua dissertação constatou que, combinações do seixo rolado e da brita de característica mais cúbica avaliados resultaram em misturas com desempenho similar ou superior ao de misturas asfálticas contendo somente agregado britado lamelar, que é usado com frequência no campo. Ibiapina (2017) avaliou que as propriedades de forma dos agregados e a estrutura esqueleto mineral estão fortemente correlacionadas ao comportamento mecânico em misturas asfálticas. Uma maior microtextura da mistura asfáltica pode resultar bons resultados de deformação permanente. Porém, ressalta a autora, é necessário observar que a compactação de campo, após o uso do rolo de pneus, não ocasione desgaste na macrotextura, pois isso pode prejudicar a estrutura do esqueleto mineral. Aragão et al. (2015) destacam que na morfologia dos agregados, as propriedades, a textura e a angularidade dos agregados graúdos (diâmetros maiores que 2,0mm) apresentam correlações com o FN de 84%. Os mesmos autores salientam que as propriedades de agregados graúdos geralmente apresentam coeficientes de determinação maiores do que as propriedades de agregados miúdos. No entanto, as partículas mais achatadas e alongadas obtiveram maior correlação com FN nos agregados miúdos, pois este tipo de partícula é menos resistente à fratura durante a compactação das misturas nas obras de pavimentação. Entretanto, além da distribuição granulométrica,a morfologia dos agregados é considerada importante na promoção da estabilidade dos concretos asfálticos (Pan et al., 2006). Os agregados mais cúbicos e de textura superficial rugosa, juntamente com a maior quantidade de frações graúdas, auxiliam na redução do potencial de deformação permanente. Nesse sentido, a angularidade do agregado graúdo é apontada como um parâmetro de forma que exerce efeito relevante no desempenho quanto à deformação permanente de misturas asfálticas, principalmente quando ligantes menos consistentes são utilizados, ou em climas quentes com tráfego lento e pesado (Stakston et al., 2003; Huang et al., 2009). Liu et al. (2017) examinaram os efeitos das características morfológicas do agregado graúdo no desempenho da mistura do tipo SMA. Partículas de agregado mais esféricas, angulares e ásperas proporcionaram um melhor desempenho de deformação permanente das misturas investigadas. O agregado esférico graúdo resultou em um melhor desempenho de fadiga. Valdés-Vidal et al. (2015) mediram a rigidez e resistência à fadiga de misturas asfálticas e concluíram que a morfologia e a textura da superfície tanto do agregado grosso quanto do fino influenciaram os resultados. As características morfológicas de agregados usados na composição de misturas asfálticas são determinadas seguindo procedimentos de ensaios tradicionais da metodologia Superpave. Alternativamente, tais características também são determinadas por meio de um moderno sistema de análise por imagem, o Aggregate Imaging Measurement System 2 (AIMS 2). Lucas Júnior (2021) avaliou as propriedades morfológicas do agregado fonolítico e do granítico. Em média, o agregado fonolítico apresentou 15% mais partículas classificadas como de esfericidade moderada do que o agregado granítico. Enquanto isso, o agregado granítico apresentava 15% menos partículas classificadas como alongadas do que o agregado fonolítico. Com relação à textura, o fonolítico é menos polido do que o granito. A angularidade das duas fontes de agregados apresentou valores indistinguíveis (Figuras 4). Conclui-se para esta pesquisa que o agregado fonolítico estudado deve proporcionar um melhor intertravamento do que o agregado granítico estudado devido às propriedades morfológicas quando utilizado em misturas asfálticas. 3. Misturas 3.1. Análise Crítica A qualidade e a pertinência dos métodos de formulação das misturas asfálticas condicionam, em grande parte, a segurança no uso das infraestruturas, bem como a durabilidade e os custos de conservação. São ainda ferramentas preciosas para a inovação, no fornecimento de diretrizes à elaboração e ao melhoramento de materiais experimentais e de meios de avaliação de seus desempenhos. A elaboração de um método de avaliação resulta de um processo longo e complexo, necessitando de numerosa quantidade de comparações entre os resultados de campo e laboratório durante a vida útil do material. E que esteja amplamente de acordo com o contexto dos métodos de dimensionamento dos pavimentos, bem como de classificação e normalização dos materiais. Os métodos de formulação se apoiam em três conjuntos principais, fortemente ligados e interdependentes (LCPC, 2007): o primeiro concerne ao das propriedades físicas, químicas e mecânicas, considerado como necessário e suficiente para avaliar a aptidão dos constituintes e das misturas que comporão os materiais utilizados nas rodovias. O segundo é o dos ensaios e suas metodologias utilizadas para medir estas propriedades. O terceiro corresponde ao dos valores a serem atingidos ou que não devem ultrapassar determinados limites, em função das propriedades requeridas pela natureza da obra e intrínsecas dos próprios materiais, aliada à vida útil de projeto. Em geral, a modelação utilizada para o dimensionamento de um pavimento considera a estrutura estando constituída por multicamadas, superpostas, compostas por materiais de comportamento assumido como elástico linear, homogêneo, isotrópico e, assentes sobre um espaço semi-infinito, em situações de solicitação estacionária. Neste contexto, cada camada pode ser caracterizada por sua espessura, coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade. Com a ajuda de ferramentas de cálculo, tais como MeDiNa, CAP3D-D, Mechanistic– Empirical Pavement Design Guide (MEPDG), Alizé, Elsym5 e Everstress 5.0, por exemplo, determinam-se as tensões e deformações em todas as camadas. Nesta modelização, a rigidez (módulo) e a deformação admissível na fadiga são dados de entrada e controle, respectivamente (BARRA, 2009; MOMM, 1998; GUIDE TECHNIQUE, 1997). Em laboratório, os corpos de prova moldados depois da formulação das misturas asfálticas devem ser testados a partir de solicitações capazes de reproduzir, da forma mais próxima possível, a deformação que ocorre no campo com a passagem da carga, na camada superficial do pavimento. Esta deve variar na sequência; contração, distensão e contração. Neste contexto, devido à dificuldade de reprodução exata em laboratório da deformação gerado campo, tem-se que o sinal senoidal é o que apresenta a forma mais próxima ao das situações observadas na prática. Ao se observar este procedimento comparativo, tem-se que tanto os ensaios de rigidez (módulo) quanto os de fadiga realizados à flexão alternada com o controle do deslocamento possuem boa reprodutibilidade das condições de solicitação das camadas asfálticas observadas no campo: é a deformação que rege o fenômeno da fadiga na prática (RUDENSKY, 1997; MOMM, 1998; BODIN, 2002; BARRA, 2009). Entretanto, para que se obtenham resultados confiáveis e com os menores índices de dispersão possíveis, esses ensaios necessitam de amostras já com elevado grau de aprimoramento, isto é: tendo passado por análises prévias que compreendem outros parâmetros de avaliação de desempenho das misturas, principalmente levando-se em conta o longo período que caracteriza a execução dos ensaios de fadiga. 3.1.1. MR/RT Segundo Bernucci et al. (2008), a razão MR/RT tem sido considerada pela literatura técnica como um indicador da vida de fadiga de misturas asfálticas compactadas, visto que tal índice aglutina, simultaneamente, dados de rigidez e de resistência do material, sendo preferível, de um lado, uma menor magnitude dessa razão, devido à necessidade estrutural de se projetar camadas de revestimento asfáltico que tenham baixa rigidez, visando evitar a elevada absorção de tensões que levem ao trincamento prematuro do revestimento, e, de outro lado, uma elevada resistência à tração, visto que uma maior resistência à tração na ruptura é, geralmente, também associada a uma maior resistência à fadiga. Leite et al. (2000) e Pinheiro et al. (2003) estimam que misturas com razão MR/RT da ordem de 3000, tal como a da presente pesquisa, apresentam um bom comportamento estrutural sob a ação das solicitações dinâmicas devidas ao tráfego e intempéricas devidas ao clima, ou seja, tendem a ser, simultaneamente, adequadamente flexíveis e resistentes aos esforços de tração gerados por tais solicitações. Nesse cenário, para uma mesma RT, uma menor relação MR/RT pode ser particularmente vantajosa, visto que permite o dimensionamento de revestimentos asfálticos menos espessos para uma mesma vida de fadiga. Salienta-se, porém, segundo Vasconcelos (2004), que o parâmetro MR/RT não deve eliminar a necessidade de estudo da vida de fadiga de misturas asfálticas, uma vez que o ensaio de fadiga considera diferentes níveis de tensão. Segundo Vale, a relação foi “criada” para ser utilizada por universidades que não dispunham do equipamento para ensaio de MR (sendo necessária uma análise para cada caso particular). Para as seis misturas de SMA’s estudados, a razão MR/RT variou de 3.500 a 6.100 e não houve a correlação dos valores inferiores com uma maior vida de fadiga.Um estudo realizado por Tinajeros, mostrou que, segundo a análise da relação MR/RT, observa-se que o menor valor foi obtido para misturas com CAP 50/70, resultado que indicaria que esta mistura asfáltica teria maior vida de fadiga com relação às misturas com Betuflex 60/85. Ressalta-se, porém, que os resultados do ensaio de vida de fadiga não confirmaram essa asserção. Os valores mais elevados para a fluência e vida de fadiga foram obtidos para as misturas asfálticas com Betuflex 60/85. Estes estudos demonstram que não houve correlação evidente entre o valor da relação MR/RT e os valores encontrados para a vida de fadiga, Desta forma, é necessário realizar o ensaio de vida de fadiga para misturas asfálticas e deixar de utilizar relações empíricas. 3.1.2. Porque parou de fazer estabilidade e fluência O método Marshall proporciona o dimensionamento da dosagem asfáltica através de análise da estabilidade/fluência e densidade/vazios. Alguns órgãos rodoviários deixaram de utilizar os parâmetros de estabilidade e fluência como pré-requisitos na dosagem das misturas asfálticas, uma vez entendido, que seus limites não condizem adequadamente com o desempenho da mistura aplicada em pista. Na década de 80, algumas rodovias americanas de tráfego pesado começaram a apresentar defeitos prematuros, tendo como fator predominante o excesso de ligante asfáltico na mistura. Desta forma, os engenheiros achavam que a compactação por impacto das misturas asfálticas de laboratório não apresentavam as mesmas densidades dos corpos de prova quando comparadas as densidades do revestimento em campo. Tal fato, fez com que a comunidade rodoviária americana iniciasse o estudo de um novo método de dosagem que pudesse representar de forma mais realista a energia aplicada no pavimento. Originou-se assim o Compactador Giratório Superpave (CGS) onde as amostras são densificadas por amassamento, fruto do método de dosagem Superpave. Através da análise dos valores dos parâmetros de estabilidade e fluência Marshall apresentados na Tabela 1, percebeu-se uma tendência à rigidez das misturas asfálticas dosadas pelo método Superpave para as faixas granulométricas analisadas, uma vez que valores elevados de estabilidade indicam misturas asfálticas com maiores resistências à deformação permanente. Além disso, fazendo-se uma análise dos resultados sob a perspectiva do método de compactação, é possível observar que as misturas asfálticas compactadas por amassamento (ou seja, as dosadas pelo método Superpave) apresentaram maiores valores de fluência e estabilidade Marshall. Esse fato também é observado por por Gouveia, Fernandes JR e Soares (2007), que afirmam que a estabilidade Marshall varia conforme a energia de compactação aplicada, ou seja, maiores energias de compactação foram responsáveis por maiores valores desse parâmetro. A diferença observada entre os resultados de deformação plástica específica máxima obtidos para os métodos de dosagem Marshall e Superpave deve-se, possivelmente, ao fato de que, ao serem moldados com o compactador giratório Superpave, os corpos de prova têm sua estrutura rearranjada de modo a tornarem-se mais rígidos porque o intertravamento entre as partículas dos agregados leva à formação de uma estrutura mais rígida do esqueleto pétreo, apresentando resultados de módulo de resiliência superiores aos valores apresentados por corpos de prova moldados pelo método Marshall, e oferecendo, portanto, maior resistência à deformação. Curva de referência da deformação plástica específica, do ensaio de creep estático Analisando os resultados apresentados na Figura 3, observou-se que os corpos de prova de mistura asfáltica dosada pelo método Marshall apresentaram valores de deformação plástica específica, maiores que os valores de deformação plástica específica obtidos para os corpos de prova de mistura asfáltica dosada pelo método Superpave. A inclinação da curva no trecho secundário é um indicativo da tendência da mistura asfáltica em acumular deformação permanente, pois representa a velocidade da fluência do material. Quanto maior a inclinação, maior será o acúmulo de deformação permanente. Na Figura 3, entre os intervalos de tempos 1000s e 3600s, observou-se que os corpos de prova das misturas asfálticas 1 e 2 dosadas pelo método Marshall apresentaram inclinações menores no trecho secundário da curva de deformação permanente. Assim, apesar de apresentarem inicialmente altas velocidades de deformação, as curvas relativas aos corpos de prova das misturas asfálticas 1 e 2 (método de dosagem Marshall) passam a se comportar com velocidades de deformação inferiores às dos corpos de prova moldados pelo método de dosagem Superpave (misturas asfálticas 3 e 4), demonstrando que os corpos de prova das misturas asfálticas 1 e 2 apresentam menor sensibilidade à deformação ao longo do tempo do que os corpos de prova moldados pelo método de dosagem Superpave, que tiveram evidenciadas as características viscoelásticas com o melhor intertravamento das partículas pelo processo de compactação. Verificou-se que, embora as misturas asfálticas 1 e 2 moldadas pelo método de dosagem Marshall tenham obtido os maiores valores de deformação no trecho inicial da curva e os corpos de prova da mistura asfáltica 2 tenha apresentado o maior valor de deformação máxima e a melhor recuperação desta deformação, em valores absolutos, foram as misturas asfálticas 3 e 4 moldadas pelo método de dosagem Superpave que obtiveram, proporcionalmente, as maiores parcelas de deformação recuperável. Observa-se, através dos resultados apresentados na Figura 4, que os corpos de prova das misturas asfálticas 1 e 2 dosadas pelo método Marshall apresentaram valores de deformações totais (Dt) aproximadamente, cinco vezes maiores que as medidas para os corpos de prova das misturas asfálticas dosadas pelo método Superpave (misturas asfálticas 3 e 4), possivelmente devido ao fato de que o processo de compactação giratório Superpave proporciona melhor rearranjo estrutural do corpo de prova do que a compactação por impacto do método Marshall. Atribuindo, assim, aos corpos de prova moldados pelo método Superpave maior capacidade de resistir à deformação permanente em função do melhor intertravamento entre as partículas dos agregados. O módulo de fluência é a relação entre a tensão aplicada e a deformação relativa das misturas asfálticas, obtido nos ensaios de creep estático. A partir da análise dos resultados apresentados na Figura 5, é possível constatar que os corpos de prova das misturas asfálticas 3 e 4, dosadas pelo método Superpave, apresentaram maiores módulos de fluência, portanto, estas misturas asfálticas têm maior capacidade de resistir a deformações permanentes se comparadas às misturas asfálticas 1 e 2 dosadas pelo método Marshall. Tal constatação é consoante com os resultados do parâmetro deformação total (Dt) da Figura 4, isto é, os valores de Dt para os corpos de prova das misturas asfálticas dosadas pelo método Superpave são menores do que os dos corpos de prova moldados pelo método Marshall. As inclinações das curvas de fluência para os corpos de prova das misturas asfálticas 3 e 4, dosadas pelo método Superpave, indicam um aumento na velocidade de deformação. No entanto, as misturas asfálticas 1 e 2, dosadas pelo método Marshall, apresentaram uma menor velocidade de deformação por fluência, o que evidencia a influência do método de dosagem. Para os corpos de prova moldados com o compactador giratório, o trecho secundário da curva deformação x tempo apresenta maior inclinação, que este mesmo trecho nas curvas referentes aos corpos de prova compactados por impacto, demonstrando a característica viscoelástica destas misturas asfálticas. Além disso, considerando-se o parâmetro de fluência Marshall (Tabela1), verifica-se que, para uma mesma curva granulométrica, estes parâmetros crescem em função do processo de compactação (Marshall e Superpave) e esta variação parece ter influência sobre a inclinação da curva, cujos parâmetros de velocidade de deformação também apresentaram crescimento com o método de compactação, principalmente na faixa granulométrica C, evidenciando a maior sensibilidade deste corpo de prova à deformação por fluência. Assim, pôde-se constatar que as misturas asfálticas dosadas e compactadas pelo método Superpave (processo de amassamento) apresentaram melhor trabalhabilidade e maior intertravamento entre os grãos dos agregados, conferindo aos corpos de prova maior rigidez à deformação inicial do que os corpos de prova moldados pelo método Marshall (compactação por impacto). As misturas asfálticas compactadas por amassamento, método de dosagem Superpave, apresentaram maiores fluência e estabilidade Marshall, apresentando uma mesma tendência de resposta em fluência para os corpos de prova analisados no ensaio de creep estático, e uma maior capacidade de resistir a deformações permanentes se comparadas às misturas asfálticas compactadas por impacto e dosadas pelo método Marshall. Em termos de deformação recuperável, as misturas asfálticas dosadas pelo método Superpave apresentaram maior potencial de recuperação elástica da deformação do que aquelas dosadas pelo método Marshall. As inclinações das curvas para as misturas asfálticas dosadas pelo método Marshall indicaram uma velocidade de deformação por fluência inferior àquelas apresentadas pelas misturas asfálticas dosadas pelo método Superpave, que indicam um aumento na velocidade de deformação. Essas constatações sinalizam a influência do processo de compactação e da curva granulométrica sobre o comportamento em fluência das misturas asfálticas, principalmente para composições granulométricas mais finas, caracterizando a maior sensibilidade destas misturas à deformação por fluência. 3.2. Perspectivas Futuras 3.2.1. Dosagem balanceada No Brasil, vários estudos estão sendo realizados para avaliar utilização de dosagem balanceada, como por exemplo a ANTT-Agência Nacional de Transportes Terrestres, que apresentou em fevereiro deste ano um Plano de Trabalho para Aplicação do Conceito de “Balanced Mix Design” no Projeto de Misturas Asfálticas Novas e Recicladas a Quente, para a Autopista Fernão Dias. Este documento prevê a seleção dos agregados, ligantes asfálticos, material fresado e agente de reciclagem (AR) caso necessário. Todos os materiais serão caracterizados de acordo com as normativas brasileiras, além de avaliações adicionais como a análise de forma das partículas por imagem e os ligantes asfálticos ainda com relação ao seu grau de desempenho (Performance Grade, PG) e ensaios de desempenho quanto à deformação permanente (MSCR) e fadiga (LAS). Posteriormente serão realizadas dosagens de misturas asfálticas considerando os conceitos definidos nas metodologias Superpave4 e Superpave5, de forma a possibilitar uma análise estatística comparativa dos resultados. Busca-se avaliar, para as condições de contorno presentes no território nacional (tipo e qualidade dos materiais empregados na produção de misturas asfálticas), se a alteração de metodologia resultará em diferenças significativas nas proporções ótimas de materiais de projeto, que possam impactar na vida útil de projeto. Serão realizadas dosagens de misturas asfálticas à quente, sem incorporação de RAP, aplicando-se os conceitos de BMD. As misturas asfálticas serão avaliadas através de diferentes ensaios de desempenho, buscando-se estabelecer diagramas que permitam a otimização das misturas, considerando a relação entre aspectos econômicos e de desempenho. Nesta etapa, serão replicadas as dosagens e ensaios de desempenho considerando a incorporação de cerca de 10% a 20% de RAP nas misturas asfálticas. Busca-se compreender se os mesmos ensaios e padrões de desempenho estabelecidos para a criação dos diagramas serão suficientes e precisos para a determinação das proporções de materiais ideais de projeto, buscando a melhor relação entre aspectos econômicos e de desempenho. Vários estudos para implantação da dosagem balanceada (Balanced Mix Design - BMD) estão sendo realizados em Departamentos de Transporte de alguns estados dos Estados Unidos, desta forma, foram coletados os dados a respeito dos resultados destes estudos conforme apresenta-se na sequência. Virginia Department of Transportation (VDOT) Balanced Mix Design for Surface Asphalt Mixtures: Phase I: Initial Roadmap Development and Specification Verification (Maio de 2021) Critérios utilizados: Linha do tempo para implantação do BMD: APA: Os resultados de deformação permanente do teste APA foram comparados com os parâmetros de deformação permanente obtidos do mistura |E*| e testes de ligantes. A Figura 10 mostra a correlação entre a profundidade da deformação APA e |E*| valores a 38°C e 0,1 Hz. Como visto, a profundidade da deformação APA é altamente correlacionada com o |E*| parâmetro de deformação e a tendência de correlação está na direção certa (ou seja, quanto maior a rigidez, menor o potencial de deformação permanente). Da mesma forma, a profundidade da deformação APA foi correlacionada com os parâmetros do ligante |G*|/sin δ e Jnr,3,2kPa conforme mostrado nas Figuras 11 e 12, respectivamente. Em ambos os casos, a correlação foi moderada com um coeficiente de determinação (R2) de cerca de 50% a 60%. No entanto, a extensão da correlação aumentou significativamente (R2 de cerca de 96%) quando uma das misturas (circuladas nas figuras) foi removida. IDT-CT: Para cada parâmetro de avaliação, o índice que satisfaz a característica desejada, como é mostrado em negrito e itálico na Tabela 9, cada índice atendeu à característica desejada para um parâmetro duas vezes. Uma avaliação mais profunda dos parâmetros indicou que o CTindex foi classificado como o segundo índice após o Nflex para o parâmetro de variabilidade e após FI para a correlação com o parâmetro G-Rm. Baseado nessas descobertas e nas considerações sobre a facilidade de preparação da amostra, velocidade de teste e custo mínimo do equipamento, o teste IDT-CT e o CTindex mostram-se promissores para avaliar o potencial de fissuração de misturas asfálticas. No entanto, como recomendado anteriormente, uma avaliação mais o teste de fissuração precisa ser feito através de análise mecanicista-empírica e desempenho de campo para validar ou refinar esses achados. Parâmetros como o Glover-Rowe (G-Rm) em temperatura intermediária foram determinados e empregados para avaliar e comparar a resistência à fissuração das misturas. O parâmetro indicador de desempenho que pode ser calculado a partir do |E*| e δ curvas mestras de misturas asfálticas é o parâmetro G-Rm da mistura, que é uma forma adotada do parâmetro do ligante Glover-Rowe (G-R) (Mensching et al., 2017; Ogbo et al., 2019; Zhang et al., 2017; Ogbo et al., 2019; Zhang et al., 2020). O parâmetro G-Rm é simplesmente o mesmo que o parâmetro G-R do binder, mas usado módulo dinâmico da mistura (|E*|) e ângulo de fase (δ) em vez do módulo de cisalhamento do complexo ligante e ângulo de fase; é expresso na Equação abaixo. Por sua vez, o parâmetro Glover-Rowe é calculado a partir dos dados de |G*| e de δ na frequência de 0,005 red/s e na temperatura de 15ºC. GR é calculado a partir da equação abaixo. Que foi criado por Glover, obtendo uma boa correlação com o trincamento induzido por envelhecimento nos pavimentos monitorados. Cantabro: A Figura 16 mostra a perda de massa de Cantabro de amostras de LCR, LCNR e LCNR-P de todas as misturas. A perda de massa média de todas as amostras testadas foi de 6,3% com um padrão médio desviode 0,7%. Os valores máximo e mínimo para perda de massa foram 12,8% (Mistura E) e 4,6% (Mistura H), respectivamente, para espécimes LCR; 7,7% (Mistura A) e 3,6% (Mistura D), respectivamente, para espécimes LCNR; e 11,0% (Mistura L) e 3,8% (Mistura B), respectivamente, para amostras de LCNR-P. A variabilidade do teste de Cantabro para medições para o mesmo tipo de amostra, quantificadas em termos de COV e mostradas na Figura 17, foi inferior a 20%, exceto para amostras F-LCR. Os COVs médios calculados a partir de testes réplicas de misturas de LCR, LCNR e LCNR-P foram 11,7%, 10,9% e 10,0%, respectivamente, com desvio padrão de 6,6%, 5,0% e 5,1%, respectivamente. Os resultados indicados repetibilidade aceitável para o teste Cantabro. Onde: ● LCNR: Amostras compactadas em laboratório não reaquecidas foram compactadas no local na planta pela equipe da VTRC sem reaquecer a mistura solta amostrada na planta. ● LCNR-P: Amostras compactadas em laboratório não reaquecidas foram compactadas no local na planta pela equipe do produtor sem reaquecer a mistura solta amostrada na planta. ● LCR: Amostras reaquecidas compactadoas em laboratório foram compactadas no laboratório VTRC pela equipe do VTRC após o reaquecimento da mistura solta amostrada na planta. Conclusões: ● As correlações entre os parâmetros de teste para as misturas testadas neste estudo validaram que os testes APA e IDT-CT selecionados para uso no método BMD estão de acordo com testes fundamentais de desempenho. ● Com base na avaliação das características desejadas e nas considerações da facilidade de preparação da amostra, velocidade de teste e custo mínimo de equipamento, o teste IDT-CT e a resistência CT mostram-se promissores para avaliar o potencial de fissuração de misturas asfálticas. ● Com base nos resultados das misturas testadas neste estudo, o teste APA é adequado para uso em BMD. O critério de desempenho atual limitando a profundidade de deformação permanente APA a um máximo de 8,0 mm é razoável com base em testes de mistura adicionais. No entanto, para a plena garantia de que valores limite de teste APA usados para implementação de BMD são apropriados, os resultados também devem ser comparados e correlacionados com os resultados dos testes de deformação permanente fundamentais, como o flow number e deformação permanente obtidas a partir de simulações mecanicista- empíricas de projeto de pavimento e desempenho de campo. Além disso, há a necessidade de avaliar os níveis aceitáveis de teste variabilidade e desenvolver estimativas e declarações de precisão. ● Com base nos resultados das misturas testadas neste estudo, o impacto do reaquecimento nas profundidades de deformação permanente pode ser específico da mistura. Seis das 13 misturas avaliadas tinham profundidades de deformação permanente de amostra reaquecido que foram maiores ou iguais às profundidades de deformação permanente para corpos de prova não reaquecidos. Isso está em contraste com a tendência esperada para testes de deformação permanente em que se espera que as amostras reaquecidas mostram profundidades de deformação mais baixas do que as amostras não reaquecidas devido ao aumento da rigidez da mistura do reaquecimento. Há uma necessidade de abordar os efeitos do reaquecimento da mistura nos resultados do teste de deformação permanente. ● Com base nos resultados das misturas testadas neste estudo, o teste IDT- CT é o mais adequado teste para uso continuado em BMD. O critério de desempenho atual que exige um mínimo de valor de resistência CT de 70 é razoável com base em testes de mistura adicionais. Resta a necessidade do teste a ser avaliado em relação aos testes de fissuração fundamentais, como o teste BBF e rachaduras obtidas a partir de simulações mecanicista-empíricas de projetos de pavimentos e de campo de atuação. Além disso, há a necessidade de avaliar os níveis aceitáveis de variabilidade do teste e desenvolver estimativas e declarações de precisão. Isso garantirá que o mais adequado o (s) valor (es) limite é (são) selecionado (s) para implementação do método BMD. ● Com base nos resultados das misturas testadas neste estudo, reaquecer a mistura solta antes da a compactação pode aumentar a fragilidade da mistura e resultar em uma diminuição do valor da resistência CT. Nove das 13 misturas avaliadas tiveram valores de resistência CT para corpos de prova reaquecidos que foram menores do que aqueles para os corpos de prova não reaquecidos. Há uma necessidade de abordar o impacto do reaquecimento da mistura nos resultados dos testes de rachaduras. ● Com base nos resultados das misturas testadas neste estudo, o teste Cantabro é adequado para uso continuado na BMD. O critério de desempenho atual que limita a perda de massa a 7,5% é razoável com base em testes de mistura adicionais. Além disso, o reaquecimento antes da compactação geralmente leva a um aumento na perda de massa do Cantabro. Há necessidade de avaliar a níveis aceitáveis de variabilidade do teste, desenvolver estimativas e declarações de precisão e abordar os efeitos do reaquecimento da mistura nos resultados dos testes. Benefícios: Melhorar a durabilidade das misturas asfálticas é uma prioridade para a VDOT. O conceito BMD destina-se a melhorar a durabilidade através da incorporação de critérios de desempenho na aceitação da mistura de projeto. Isso fornecerá à VDOT uma nova abordagem para especificar a mistura asfáltica projetada em um esforço para tornar sua rede rodoviária mais sustentável, mais duradoura e mais econômica. Ao incorporar critérios de desempenho no processo de projeto de misturas, as misturas serão otimizadas para fornecer resistência à deterioração, embora deva ser entendido que esses não se pode esperar que as misturas compensem as estruturas subjacentes do pavimento ou seleção inadequada de tratamentos de manutenção. Os objetivos da implementação do BMD incluem estender a vida útil de misturas de superfície de graduação densa (SMs). Além disso, o uso de uma estrutura BMD deve permitir o desenvolvimento de novos métodos para aumentar a reciclabilidade do pavimento e melhorar o desempenho do pavimento por meio da aplicação de novos aditivos e tecnologias. Limitações da Dosagem Volumétrica Ao longo dos anos, à medida que as misturas Superpave foram produzidas e construídas, cada estado ajustou os requisitos volumétricos para melhorar o desempenho de campo. Uma das preocupações mais comuns diz respeito ao baixo teor de asfalto das misturas. A preocupação geral era que o projeto Superpave resultou em misturas secas que eram suscetíveis a rachaduras e desempenho satisfatório em relação a deformação [2]; para contrariar esta tendência, as agências de transporte têm parâmetros de projeto de mistura modificados, como o número de giros, para permitir maiores teores de asfalto [2]. Para complementar o processo de projeto, testes de desempenho simples, como o módulo dinâmico triaxial e ensaios de fluência estática triaxial, também foram recomendados [3]. O uso de materiais reciclados e não convencionais em misturas deixa questões abertas sobre o impacto nos desempenhos de longo prazo. Portanto, juntamente com os testes de fadiga, a avaliação da deformação na fase de projeto também começou, e a ideia de um projeto de mistura balanceada (BMD) tomou forma. Uma das ferramentas que apoiam o uso extensivo dessas misturas BMD. Comparado ao projeto de mistura somente volumétrica, o BMD pode obter uma indicação do comportamento da mistura por meio de testes em laboratório na fase de projeto. Espera-se que isso forneça mais confiança sobre o desempenho esperado da mistura no campo. Além disso, o objetivo foi explorar a viabilidade de superar as limitações da dosagem volumétrica de misturas, avançando para um projeto de dosagem baseado em desempenho. Nessa
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