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Anestésicos Gerais e Locais

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Farmacologia
Larissa Diniz - UFBA
Anestésicos Gerais e Locais
Histórico dos anestésicos gerais
● Etanol / ópio: redução de
consciência
● Óxido nitroso (Priestley
1776) e éter: uso a partir de
1845
● Corrida intelectual por
anestésicos - 1800
● Wells e Morton, 1845-46 -
óxido nitroso
● Simpson, 1847 - clorofórmio
● Ciclopropano, 1929
● NO2: baixa potência e irreais
para produzir anestesia
● Éter: manifestação lenta,
irritante, inflamável.
Todas essas substâncias são
longe de serem ideais.
● Descoberta do efeito
hipnótico dos barbitúricos.
- Tiopental
- John Lundy
● Descoberta do primeiro
hidrocarboneto halogena-
do, protótipo da classe, o
Halotano, na década de 50
por Raventos.
Conceito da Anestesia Geral
Usados em cirurgia, em
resposta ao estímulo nocicep-
tivo.
Promove alterações simpáticas,
neuromotoras e cardiorrespi-
ratórias.
O que ocorre
1. Perda de consciência
2. Analgesia
- Ausência de resposta
motora a estímulo
- Ausência de resposta
vegetativa a estímulo.
3. Relaxamento muscular.
Dificilmente, apenas uma
droga obtém todas essas fases.
Por isso que em cirurgias, é
administrado um conjunto de
drogas.
Fases i
1. Indução da anestesia
2. Manutenção anestésica
3. O despertar (finalização)
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Mecanismo da Anestesia Geral
● Estimulação GABAérgica
- Tiopental, propofol,
etomidato e inalatório.
● Excitação glutamatérgica
reduzida
- Cetamina (antagonista
NMDA)
● Inibição aumentada via
extravasamento dos canais
de K+ e inalatórios
Seja qual for o mecanismo, o
que ocorre é uma depressão
da transmissão sináptica,
especialmente no tálamo e no
córtex cerebral, que são
regiões que controlam os
estímulos sensoriais, exceto
olfato, determina sono e
estado de alerta.
Tipos de anestésicos gerais
● Intravenosa
● Inalatória
● Mista
Intravenosos i
Hipnóticos
● Tiopental
● Metoexital
● Propofol
● Cetamina
● Etomidato
Usados intravenosamente co-
mo anestésicos (tiopental)
Rápido início de ação (30 seg.)
Rápida redistribuição e lenta
metabolização
Manutenção: doses repetidas e
volta lenta.
Outros usos
● Usados como anticonvul-
sivantes (para epilepsia)
● Usado para induzir a morte
(cocktails suicidas)
Sobre o propofol
● Induz perda de consciência
(sono)
- Tempo de circulação
para cérebro (20seg.)
● Duração de ação curta
- Em 5-10 min o paciente
desperta.
● Deve-se utilizar outra droga
para manutenção anes-
tésica.
Reações adversas
● Perda do tônus muscular
● Perda de reflexos
protetores
● Depressão respiratória;
Hipoventilação, apneia
● Depressão cardiovascular:
hipotensão, bradicardia
Benzodiazepínicos
Também podem ser utilizados
para sedação consciente.
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Aliviam a ansiedade e a dor,
aumento da aceitação do
procedimento.
Reduz a necessidade de
analgesia
Inconsciências súbita: risco de
complicações.
Opióides
● Fentanil
● Morfina
● Meperidina
● Remifentanil
Receptores opióides nocicep-
tivos.
Retorno de consciência com
analgesia.
Uso combinado com agentes
hipnóticos.
Impede o refluxo mediante
estímulos nociceptivos.
Bloqueadores neuromusculares
● Succinilcolina pancurônio
Usados para impedir o reflexo
muscular mediante interven-
ção a nível de vias aéreas,
cirurgias abdominais e
cirurgias torácicas.
Inalatórios i
Gases
Óxido nitroso
● Potência anestésica fraca
● A dose 50%: propriedades
analgésicas
● Leve efeito depressor
cardiovascular e
respiratório.
Efeitos adversos
● Não se recomenda o uso no
1º trimestre de gravidez.
● Causa inibição da medula
óssea.
Halogenados (líquidos voláteis)
● Halotano, Sevoflurano,
Desflurano
● Início e recuperação
rápidos.
● O paciente respira o
anestésico através de um
circuito
● MAC (alveolar mínima) -
IC50
- Como não é possível
obter uma dose em mg
por Kg corporal, nesse
caso, há um fluxo de ar
inalatório e para cada
uma das substâncias,
tem-se a concentração
alveolar mínima (MAC)
que dá uma ideia da
potencial do anestésico.
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Efeitos adversos
● Depressão respiratória
● Depressão cardiovascular
● Arritmias
● Diminuição do fluxo renal e
hepático
● Toxicidade renal e hepática
● Náuseas e vômitos
pós-operatórios
● Hipertermia maligna *
As drogas mais novas possuem
MAC menor, isso quer dizer
que precisa de menos
anestésico para obter o efeito
anestésico.
Quanto menor o coeficiente de
partição sangue:gás, mais
rápido é a manifestação e
ressuscitação.
O halotano possui 20% de
metabolismo hepático, com
risco de hepatite.
Nas drogas mais novas, o
metabolismo hepático
acontece de forma pequena,
commenor risco de hepatite.
Em casos de cirurgia
Utiliza-se 2 ou mais anestésicos
IV, incluindo anelgésicos
opióides e benzodiazepínicos,
aliado a um agente inalatório, o
que resulta no controle
hemodinâmico ótimo para o
procedimento.
Histórico dos anestésicos locais
● 1884, Koller e Freud: cocaína
e olho
● Síntese de outros AL:
- Procaína
- Lidocaína
Conceito dos anestésicos locais
Fármaco que bloqueia, de
forma reversível, a transmissão
nervosa em qualquer parte do
SN em que se aplique.
Apenas afeta os neurônios
próximos a lugares de sua
administração.
Suprimem a dor sem deprimir
a consciência.
Menos riscos que os
anestésicos gerais.
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Metabolismo dos anestésicos locais
Atuam sobre proteínas
localizadas na superfície
interna da membrana.
Bloqueiam canais de sódio
importantes para a
despolarização do neurônio,
impedindo que a informação
de dor chegue ao SNC.
Para que a droga entre consiga
penetrar na célula, deve estar
em formato não ionizado e,
para isso, o pKa deve ser menor
que o pH. No interior do
neurônio, a droga deve estar
ionizada para conseguir
ligar-se a superfície interna do
receptor, fechando o canal de
sódio e impedindo a
despolarização, nesse caso, o
pKa deve ser maior que o pH.
A benzocaína tem pH=3,5 e,
quando está dentro da célula,
se ioniza fracamente. Existe
uma outra teoria sobre a
ciclagem de receptores, no
qual a benzocaína tem maior
afinidade com a porção inativa
do receptor e,
consequentemente, também
impede a despolarização.
Fibras que os anestésicos
atuam
São mais sensíveis as fibras
tipo C não-mielinizadas que
medeiam as sensações
dolorosas as sensações
dolorosas e fibras mielinizadas
pequenas Aδ, que medeiam
sensações dolorosas e
térmicas.
Qualquer fibra nervosa que o
anestésico local alcance
concentração suficiente pode
ser afetada.
Classificação i
Tipo éster
● Instáveis em solução
● Inativação rápida por
esterases plasmáticas
● Podem produzir reações
alérgicas cruzadas com os
fármacos deste grupo.
Exemplos
● Procaína (ação curta)
● Cocaína (ação intermediária)
● Tetracaína (ação prolongada)
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Tipo amida
● Estáveis em solução.
● Metabolização hepática
mais lenta.
● As reações alérgicas são
raras.
Exemplos
● Lidocaína (ação curta)
● Mepivacaína (ação
intermediária)
● Bupivacaína (ação
prolongada)
Fatores que condicionam a
ação dos anestésicos locais
● Lipossolubilidade: Potência
- Vai atravessar a
membrana lipídica com
mais facilidade.
● Ligação a proteínas:
Duração de ação
- A superfície interna do
canal de sódio é proteica
e, por isso, a ligação a
proteínas determina a
duração de ação, por
aumentar o tempo de
interação com o
receptor com o aumento
da ligação protéica.
● pKa: Início da ação
- Quanto mais ionizado
fora da célula, mais lenta
será a inibição do canal
de sódio.
Por que AL são ineficazes em
tecido infectado?
● Explicação por pKa
● Ambiente de pH ácido na
inflamação
● Aumenta o grau de
ionização do AL
● Menos AL atinge o
interior das fibras
nervosas
● Menor será sua ação
Com a inflamação, há
diminuição do pH, logo, o
anestésico se ioniza mais e não
consegue ser eficiente para
atravessar a membrana
lipídica, consequentemente,
não inibe os canais de sódio.
Administração com
vasoconstritores
Adrenalina
● A adrenalina é um vaso-
constritor que diminui o flu-
xo sanguíneo e, consequen-
temente, diminui a
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passagem desse anestésico
local para a circulaçãosistêmica e dissipação da
droga.
● Esses vasoconstritores não
podem ser administrados
em territórios com irrigação
terminal, como nos dedos,
por risco de isquemia.
Tipos de anestesias locais i
● Anestesia superficial ou
tópica
● Anestesia por infiltração
● Anestesia regional
intravenosa
● Anestesia raquidiana
(atravessa a dura
máter-líquor)
● Anestesia epidural
Reações adversas i
Níveis plasmáticos elevados
de anestésico local por:
● Sobredose
● Administração
intravenosa inadvertida
● Absorção rápida
● Alterações no
metabolismo
Manifestações neurológicas e
cardiovasculares
● Sabor metálico
● Parestesias, ansiedade,
tremor, convulsão, coma
● Bradicardia, hipotensão
Reações alérgicas
Ocorre em preparados do tipo
éster (alergias cruzadas entre
eles), ocorrendo a formação do
PABA, ácido para-aminobenzóico,
ummetabólito formado.
Reações dermatológicas, asmá-
ticas e choque anafilático.
Em caso de choque anafilático
usa-se:
● Adrenalina
● Anti-histamínicos:
difenidramina
● Corticosteróides
● Beta-agonista de curta
duração

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