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Aryane Vitória- T7 Tutoria Farmacologia dos antiepiléticos Alguns mecanismos gerais da ação das drogas antiepilépticas são importantes: ● Potencialização das ações do GABA; ● Inibição da função dos canais de sódio e cálcio; ● Fármacos que inibem os receptores de glutamato. Fármacos que aumentam a inibição mediada pelos canais de Na+ - A despolarização da membrana é resultado da ativação dos canais de Na+ e a inativação desse canal fornece um ponto de controle essencial na prevenção de descargas repetitivas dentro de um foco de convulsão potencial. - Em geral, os agentes antiepilépticos que atuam sobre os canais de Na+ exibem uma acentuada especificidade para o tratamento das convulsões parciais e generalizadas secundárias. (tônico-clônica ou focal) - Potencializam as crises de ausência. Representante Mecanismo de ação Indicação clínica Efeitos adversos Observações: Interaçõesmedicamentosas Fenitoína A fenitoína atua diretamente sobre os canais de Na+, diminuindo a velocidade de recuperação do canal de seu estado inativado para o estado fechado. Ao diminuir a velocidade de recuperação do estado inativado para o estado fechado, a fenitoína aumenta o limiar dos potenciais de ação e impede a descarga repetitiva. O efeito resultante é a estabilização do foco da convulsão ao impedir o desvio despolarizante paroxístico (DDP) que inicia a convulsão parcial. Além disso, a fenitoína impede a rápida propagação da atividade convulsiva para outros neurônios, respondendo pela sua eficácia nas convulsões secundariamente generalizadas Tratamento de convulsões parciais e das convulsões tônico-clônicas. Não é utilizada nas crises de ausência. Esses aumentos nas concentrações plasmáticas de fenitoína aumentam o risco de efeitos adversos, incluindo ataxia, nistagmo, incoordenação, confusão, hiperplasia gengival, anemia megaloblástica, hirsutismo, traços faciais mais grosseiros e exantema cutâneo sistêmico. O registro de potenciais excitatórios e inibitórios pós-sinápticos mostra que a fenitoína diminui a liberação sináptica de glutamato e aumenta a liberação de GABA. Ela altera a condutância de Na+, K+ e Ca2+, os potenciais de membrana e as concentrações de aminoácidos, bem como os neurotransmissores norepinefrina, acetilcolina e ácido g-aminobutírico (GABA). As interações medicamentosas que envolvem a fenitoína estão principalmente relacionadas com a ligação às proteínas ou com o metabolismo. Não pode ser usado na gravidez, teratogênico. Anticoncepcional Ver oq é cinética de saturação Aryane Vitória- T7 Tutoria Carbamazepina Com efeito, a carbamazepina é um bloqueador dos canais de Na+ que diminui a velocidade de recuperação dos canais de Na+ do estado inativado para o estado fechado. O efeito consiste em suprimir o foco da convulsão (ao impedir o DDP) e em impedir a propagação rápida da atividade a partir do foco convulsivo. A carbamazepina constitui frequentemente o fármaco de escolha para as convulsões parciais (simples e complexas), devido à sua ação dupla na supressão dos focos convulsivos e prevenção da propagação da atividade Mais comuns: diplopia e ataxia. Outras queixas relacionadas com a dose incluem desconforto gastrintestinal discreto, instabilidade e, com doses muito mais altas, sonolência. Não possui efeitos sedativos nas dose habituais. As interações têm relação com as propriedades do fármaco de indução das enzimas. O aumento do metabolismo pelas enzimas hepáticas pode causar redução nas concentrações de carbamazepina. Também é contraindicado durante a gravidez Oxcarbazepina A oxcarbazepina, também, possui açãobloqueadora dos canais de sódio. A oxcarbazepina está estreitamente relacionada com a carbamazepina e mostra-se útil nos mesmos tipos de convulsões, porém pode ter um melhor perfil de toxicidade. A hiponatremia possa ocorrer mais comumente com a oxcarbazepina do que com a carbamazepina, Menor interação medicamentosa Lacosamida A lacosamida aumenta a inativação lenta dos canais de Na+ regulados por voltagem. A inativação lenta não resulta em bloqueio completo dos canais de Na+. A lacosamida não atua diretamente sobre os receptores de GABA ou de glutamato. A lacosamida foi aprovada como terapia adjuvante no tratamento das crises de início parcial, com ou sem generalização secundária, em pacientes de 16 a 17 anos ou mais que apresentam epilepsia. Os efeitos colaterais consistiram em tontura, cefaleia, náuseas e diplopia. Aryane Vitória- T7 Tutoria Lamotrigina - Terceira alternativa na crise de ausência, após ela, vai começar as associações medicamentosas - crises de ausência refrataria inibidor dos canais de Na+. Fármacos que inibem os canais de cálcio Os fármacos utilizados no tratamento da epilepsia que atuam através da inibição dos canais de cálcio pertencem a duas classes principais: - Os que inibem o canal de cálcio do tipo T e - aqueles que inibem o canal de cálcio ativado por alta voltagem (HVA) O canal de cálcio do tipo T é despolarizado e inativo durante o estado de vigília Nas crises de ausência (pequeno mal), acredita-se que a hiperpolarização paroxística ativa o canal durante o estado de vigília, iniciando as descargas de ponta e onda que caracterizam esse tipo de convulsão Os canais de cálcio HVA desempenham um importante papel no controle da entrada de cálcio na terminação pré-sináptica e, por conseguinte, ajudam a regular a liberação de neurotransmissores. Representantes Mecanismo de ação Indicação clinica Efeitos adversos Observações Etossuximida A etossuximida exerce um efeito importante nas correntes de Ca2+, reduzindo a corrente de baixo limiar (tipo T). A etossuximida é, com frequência, o tratamento de primeira escolha para as crises de ausência não complicadas O efeito colateral mais comum da etossuximida relacionado com a dose consiste em desconforto gástrico, incluindo dor, náuseas e vômitos. Ácido Valproico À semelhança da fenitoína e da carbamazepina, o ácido valproico diminui a velocidade de recuperação dos canais de Na+ do estado inativado. Limita a atividade de canais de cálcio tipo T de baixo limiar. Aumenta a atividade da enzima ácido glutâmico descarboxilase, a enzima responsável pela síntese de GABA, enquanto inibe a atividade das enzimas que degradam o GABA. O ácido valpróico também constitui o fármaco de escolha para pacientes com convulsões generalizadas idiopáticas e é utilizado no tratamento das crises de ausência que não respondem à etossuximida. É a primeira escolha em um tipo de crise mista. Os efeitos colaterais mais comuns do valproato relacionados com a dose consistem em náuseas, vômitos e outras queixas gastrintestinais, como dor abdominal e pirose A toxicidade idiossincrásica do valproato limita-se, em grande parte, à hepatotoxicidade, que pode ser grave. O risco é maior para pacientes com menos de dois anos e para aqueles que tomam múltiplas medicações. Alguns médicos recomendam o tratamento com l-carnitina oral ou intravenosa tão logo haja suspeita de hepatotoxicidade grave. Causas defeitos do tubo neural Pregabalina Apesar da semelhança estrutural com o GABA, não atua diretamente nos seus receptores. A pregabalina se liga intensamente a uma subunidade dos canais de Ca2+ do tipo HVA, A pregabalina está aprovada para o tratamento adjuvante de crises parciais, com ou sem generalização secundária; Crise focal. usado para fibromialgia A pregabalina não é metabolizada e é quase totalmente excretada de modo inalterado na urina. Não se liga às proteínas plasmáticas e praticamente não tem qualquer interação medicamentosa. Aryane Vitória- T7 Tutoria e diminui a entrada de Ca2+ e consequentemente a liberação de neurotransmissores, como o glutamato. A diminuição da liberação sináptica de glutamato proporciona um efeito antiepiléptico. Foi aprovada para dor neuropática, neuropatia periférica diabética dolorosa A excreção depende dos rins, uma boa alternativa para pacientes com disfunção hepática Topiramato 1. Bloqueio dos canais de Na+ regulados por voltagem 2. Atua nos canais decálcio dependentes de voltagem (tipo L) O fármaco potencializa o efeito inibitório do GABA, atuando em um local diferente dos sítios dos benzodiazepínicos ou dos barbitúricos. O topiramato também deprime a ação excitatória do cainato nos receptores de glutamato. Também agem bloqueando os canais de Ca2+ e Na+ Crises parciais e crises TCG; Espasmos infantis Crises de ausência Enxaquecas Interação medicamentosa com anticoncepcionais orais Fármacos que aumentam a inibição mediada pelo GABA Ao contrário dos bloqueadores dos canais de Na+ e dos inibidores dos canais de cálcio, cujas propriedades envolvidas no seu mecanismo de ação correlacionam-se bem com a sua atividade clínica, os potencializadores da inibição mediada pelo GABA exercem efeitos mais variados e não tendem a ser tão intercambiáveis. Embora tanto os barbitúricos quanto os benzodiazepínicos aumentem o influxo de Cl– através dos canais de GABA-A, os benzodiazepínicos atuam sobre um subgrupo específico de canais de GABA-A, enquanto os barbitúricos parecem atuar sobre todos os canais de GABA-A. Essa diferença de especificidade resulta em perfis clínicos distintos. Representantes Mecanismo de ação Indicação clinica Efeito adversos Observações Interações medicamentosas Aryane Vitória- T7 Tutoria Clonazepam (benzodiazepínico) Aumento da frequência da abertura dos canais de Cl-, o que provoca hiperpolarização da membrana e diminui a excitabilidade neuronal É singular entre os benzodiazepínicos, visto que pode inibir as correntes do canal de Ca2+ do tipo T em preparações in vitro de circuitos tálamo-corticais. Crises de ausência (4ª escolha) A sedação é proeminente, particularmente no início da terapia; as doses iniciais devem ser pequenas. Causa efeitos adversos típicos de BZP Interage com outrosanticonvulsionantes Clobazepam (benzodiazepínico) Aumento da frequência da abertura dos canais de Cl-, o que provoca hiperpolarização da membrana e diminui a excitabilidade neuronal É amplamente usado em uma variedade de tipos de convulsões Tem um potencial sedativo menor O fármaco interage efetivamente com alguns outros anticonvulsivantes e provoca efeitos adversos típicos dos benzodiazepínicos; em alguns pacientes, sua eficácia é limitada pelo desenvolvimento de tolerância Aryane Vitória- T7 Tutoria Fenobarbital (barbitúrico) Liga-se a um sítio alostérico no receptor de GABA-A e, portanto, potencializa a ação do GABA endógeno ao aumentar acentuadamente a duração de abertura dos canais de Cl–. Na presença de fenobarbital, ocorre um influxo muito maior de íons Cl– para cada ativação do canal. A hiperpolarização da célula torna difícil o disparo de potencial de ação O fenobarbital é utilizado primariamente como fármaco alternativo no tratamento das convulsões parciais e tônico-clônicas Sedação Pode exacerbar crises de ausência, pois potencializam os receptores GABA-A talâmicos que intensificam as correntes de calcio T responsáveis pelas crises de ausencia Tiagabina A tiagabina é um inibidor da captação de GABA tanto nos neurônios como na glia. Inibe preferencialmente a isoforma do transportador 1 (GAT-1), e não GAT-2 ou GAT-3, e aumenta os níveis extracelulares de GABA no prosencéfalo e no hipocampo, onde o GAT-1 está preferencialmente expresso. A tiagabina prolonga a ação inibitória do GABA sinapticamente liberado, porém seu efeito mais significativo pode consistir na potencialização da inibição tônica. A tiagabina está indicada para o tratamento adjuvante das crises parciais Os efeitos colaterais menores estão relacionados com a dose e consistem em nervosismo, tontura, tremor, dificuldade de concentração e depressão. A confusão excessiva, a sonolência ou a ataxia podem exigir a suspensão do fármaco. Raramente, ocorre psicose. A tiagabina pode causar convulsões em alguns pacientes, notavelmente os que tomam o fármaco para outras indicações. Aryane Vitória- T7 Tutoria Vigabatrina A vigabatrina é um inibidor irreversível da GABA-aminotransferase (GABA-T), a enzima responsável pela degradação do GABA. Além disso, pode inibir o transportador de GABA vesicular. A vigabatrina produz um aumento sustentado na concentração extracelular de GABA no cérebro. Isso leva a alguma dessensibilização dos receptores de GABA-A sinápticos, porém ocorre uma ativação prolongada dos receptores de GABA-A não sinápticos que produzem inibição tônica. A vigabatrina mostra-se útil no tratamento das crises parciais e dos espasmos infantis As toxicidades típicas consistem em sonolência, tontura e ganho de peso. As reações adversas menos comuns, porém mais problemáticas, consistem em agitação, confusão e psicose; a doença mental preexistente representa uma contraindicação relativa. Há uma dessensibilização dos receptores GABA-A sinápticos e uma ativação prolongada dos receptores GABA-A não sinápticos que induzem inibição tônica. Pode causar problemas visuais É contra indicada em crises de ausência e mioglônicas. Fármacos que inibem receptores de glutamato Aryane Vitória- T7 Tutoria Representante Mecanismo de ação Indicação clinica Efeitos colaterais Primidona Inibição dos subtipos NMDA e AMPA de receptores de glutamato pode inibir a geração de atividade elétrica convulsiva e proteger os neurônios da lesão induzida pela convulsão Seu mecanismo é semelhante ao da fenitoína Crises parciais e TCG Pode causar sonolências, ser convertido afenobarbital Levetiracetam Inibição dos subtipos NMDA e AMPA de receptores de glutamato pode inibir a geração de atividade elétrica convulsiva e proteger os neurônios da lesão induzida pela convulsão Modifica a liberação sináptica de glutamato e do GABA por ação sobre a função vesicular. (proteína SV2A) Inibe canais de cálcio tipo N e a liberação de cálcio das reservas intracelulares Tratamento adjuvante de crises focais em adultos e crianças Crises TCG primarias e crises mioclônicas da epilepsia juvenil ● São contraindicados com o uso de álcool, pois como todos os medicamentos são inibitórios, o álcool também é um depressor do SNC, e ele ita potencializar essa depressão, o que pode causar uma parada cardiorrespiratória. Se o paciente de forma abrupta o tratamento para beber, potencializa as crises Referências: GOLAN, D.E., TASHJIAN, A.H., ARMSTRONG, E.J., ARMSTRONG, A.W. Princípios de Farmacologia: A BASE Fisiopatológica da Farmacoterapia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009 KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13ª ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2017. Penildon Silva. Farmacologia. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
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