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HISTÓRIA DO DIREITO

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1ª PA – 2023 (1º semestre)
			UNIProcessus 	 	 	 	 
 
	Disciplina: HISTÓRIA DO DIREITO
	 
	Professora: RODRIGO FREITAS PALMA
	
	Aluno (a): BETINA TAVARES AVILA
	
1. Direitos Cuneiformes
O direito cuneiforme é o sistema de regras jurídicas dos povos que habitavam a região do atual oriente médio, e tinham sua escrita em forma de cunha/prego. Não existiu um sistema cuneiforme único, apesar de apresentarem suas semelhanças, mas uma pluralidades de direitos. Quando nos referimos aos direitos cuneiformes, estamos falando da Suméria, Babilônia, Acádia, Assíria… uma vasta gama de povos de diferentes regiões e momentos históricos.
Por meio da arqueologia, sabemos o suficiente para conhecer os principais momentos da história dos povos do oriente, que vão do período Sumério à Dinastia Neobabilônica. Entre eles, são 9 períodos históricos, mas a evolução jurídica é bem mais simples (até onde sabemos), tendo seu ápice no período de Hammurabi. Vamos falar, portanto, dos “códigos” cuneiformes.
Talvez código não seja o termo mais correto, pois cada um possui cerca de 30–60 artigos. Na verdade, eles não são agrupados segundo uma grande lógica, e são mais um registro de ensinamentos que orientam os julgadores, funcionando sob a estrutura “Se alguém fizer tal coisa, então determinada coisa deve acontecer”. No fim, sem qualquer sistematização ou doutrina.
O mais antigo de que temos conhecimento é o Código de Ur, de 2040 A.C. Depois, Ur se desmembrou, e várias sociedades criaram seus próprios códigos. Para citar nomes, Código de Esnunna, com mais ou menos 60 artigos, e o Código de Lipit-Istar, com 37. Algumas outras menções, como as 20.000 tabuinhas em Mari (ao Norte da Babilônia) sobre práticas administrativas, jurídicas e econômicas, e o direito dos Hititas, semelhante ao direito feudal dos Egípcios, que pode ter sido um elo entre os direitos mesopotâmicos e egípcios.
Mas finalmente, vamos falar sobre a Mesopotâmia e o ápice do direito cuneiforme: o Código de Hamurabi! É uma estela contendo 282 artigos, que hoje está disposta no Museu do Louvre. Na parte superior, há um baixo relevo que representa o deus-sol Samas, juíz dos céus e da terra que dita a Hamurabi as regras, e no fim do texto, consta que “Hammurabi, rei do direito, sou eu a quem Samas oferece as leis”. Em outras palavras, a origem das leis é divina, só que diferentemente do direito hebraico, a lei não é dada por um deus, mas inspirada por um.
Diferentemente do direito Egípcio, havia uma separação entre as pessoas (apesar de existir igualdade jurídica dentro de cada estrato social). A título de exemplo, no artigo 200, se alguém parte o dente de outro, de igual condição, deverá ter partido os seus dentes. No entanto, no artigo 201, se partiu os dentes de um liberto, a pena é pecuniária. Ou, no 203, se um nascido livre espanca um nascido livre, paga uma pena pecuniária, mas se um escravo espanca um livre (art 205), deverá ter sua orelha cortada!
Possuíam um direito contratual muito desenvolvido e, assim como os Egípcios, realizavam operações financeiras de grande escala. Na verdade, a técnica dos contratos foi criada na época de Hammurabi, e se espalhou pelo Mediterrâneo, até que os Romanos finalmente a sistematizaram .
O poder paternal era bem mais extenso que no Egito, inclusive ele podia entregar a mulher e filhos a um credor para que trabalhassem a seu serviço, e a poligamia era possível, quando a mulher era estéril.

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