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FERNANDO AUGUSTO DE VITA BORGES DE SALES 
 
 
 
 
A nova Lei da Franquia Empresarial: 
Primeiras impressões sobre a Lei 
13.966/2019. 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright @2020 Fernando Augusto De Vita Borges de Sales 
Todos os direitos dessa obra pertencem ao autor. 
Citações devem sempre indicar a fonte. 
 
 
 
 
Sobre o autor. 
 
Fernando Augusto De Vita Borges de Sales 
Advogado inscrito na OAB/SP. 
Mestre em direitos difusos e coletivos (2008). 
Pós-graduado em Direito Civil (1998), Direito do Trabalho (2003), e Direito do 
Consumidor (2005) 
Professor universitário e em vários cursos de pós-graduação e preparatórios para 
concursos e exame de ordem. 
Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos da OAB/SP 
Autor de várias obras na área jurídica, incluindo os livros CPC comentado artigo por 
artigo (na 3ª edição), Manual de direito processual civil (na 2ª edição) e Código de 
Processo Civil anotado e interpretado conforme a doutrina e a jurisprudência, pela 
editora Rideel; Desconsideração da personalidade jurídica e Juizados especiais cíveis, 
pela editora JHMizuno; Direito do trabalho de A a Z, pela Editora Saraiva; Súmulas do 
TST comentadas, pela Editora LTr; Direito empresarial contemporâneo e Direito 
ambiental empresarial, ambos pela Editora Rumo Legal. 
 
Contatos: 
email: professorfernandosales2@gmail.com 
facebook: Fernando Augusto Sales 
instagram: Fernando_augusto_sales. 
 
 
mailto:sales_fernando@hotmail.com
 
A NOVA LEI DA FRANQUIA EMPRESARIAL: 
PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE A LEI 13.966/2019. 
 Fernando Augusto De Vita Borges de Sales 
 
 
INTRODUÇÃO 
Promulgada em 26 de dezembro de 2019, com vacatio legis de 90 dias, a Lei 
13.966/2019 pretende disciplinar o sistema de franquia empresarial, revogando a lei 
anterior, que tinha a mesma finalidade. 
A franquia constitui, hoje, um dos grandes motivadores da economia global e, no 
Brasil especialmente, responde por boa parte dos empreendimentos de grande porte. 
Basta ir a qualquer shopping center para constatar isso. Daí a importância de se ter 
uma lei que regulamente esse sistema, ligado essencialmente ao Direito Civil e 
Empresarial. 
Por conta disso, propusemo-nos, neste pequeno ensaio, a analisar a referida Lei 
13.966/2019, manifestando nossas primeiras impressões sobre ela. 
Ao final, apresentamos um quadro comparativo entre a Lei 13.966/2019 e a Lei 
8.955/1994. 
Nossa pretensão, aqui, não é de esgotar o tema, mas apenas contribuir, inicialmente, 
com o debate e o estudo da nova lei. 
 
I - O QUE É A FRANQUIA EMPRESARIAL? 
A primeira coisa mais importante a fazer é estabelecer o entendimento do que é 
franquia empresarial e qual o seu conceito. 
Ela surgiu nos EUA, após a 2ª Grande Guerra, como uma forma de incrementar os 
negócios empresariais, que estavam enfrentando uma grave crise econômica. Assim, 
alguns empresários que tinham um negócio economicamente interessante e estável 
passaram a oferecer a investidores uma parceria para expansão dos negócios. Por 
meio dessa parceria, o empresário licenciava sua marca, know-how e, eventualmente, 
forneciam produtos, mediante o pagamento, por parte do outro empresário, de 
royalties. Nascia, assim, a franchising. 
A vantagem desse sistema de colaboração empresarial repousa em duas frentes: de 
um lado, o empresário franqueador aumenta o volume de seus negócios, abrindo lojas 
em várias regiões, o que promove um aumento das vendas e expansão da sua marca. 
De outro lado, possibilita a quem tem dinheiro para investir, iniciar um negócio já 
pronto e desenvolvido, eliminando boa parte dos riscos de começar um negócio 
partindo do zero. 
Como pudemos definir em obra anterior, a franquia empresarial é o sistema pelo qual 
um empresário – o franqueador – cede a outro empresário – o franqueado – o direito 
de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de 
tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional, 
mediante remuneração direta ou indireta. 
A Lei 13.966/2019, tal como o fazia a lei revogada, define o conceito de franquia, 
positivando-o, no art. 1º. 
Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um 
franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros 
objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou 
distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito 
de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema 
operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta 
ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação 
ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento. 
Assim, a partir de agora, a franquia passa a ser definida legalmente como sendo um 
sistema pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a 
usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao 
direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou 
serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e 
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo 
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta. 
 
II - AUSÊNCIA DE VÍNCULO DE EMPREGO ENTRE O FRANQUEADOR E O 
FRANQUEADO OU OS EMPREGADOS DESTES. 
Ponto interessante da nova lei de franquia é o expresso reconhecimento da 
inexistência de vinculo empregatícios entre o franqueador e franqueado ou os 
empregados deste. A parte final do art. 1º é categórica ao afirmar que o sistema de 
franquia se dá “sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em 
relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de 
treinamento”. Na lei anterior, a redação do art. 2º era lacônica, e dava margem a 
discussões em relação aos empregados do franqueado. 
A inovação é salutar para espancar de vez qualquer dúvida que pudesse ser suscitada 
a respeito, embora a própria jurisprudência trabalhista já caminhava nesse sentido. 
Em artigo publicado no ano de 2012, já anotávamos a inexistência do vínculo 
empregatício em questão: 
O traço principal que contorna a relação entre franqueador e franqueado é a 
autonomia. José Cretella Neto observa que a “característica marcante do contrato de 
franchising é a criação de relações de colaboração econômica e estratégica 
entre duas empresas independentes” (grifos não do original). 
São, portanto, duas empresas distintas e autônomas entre si, cada qual com sua 
personalidade jurídica própria, ligadas apenas por um contrato mercantil. Não há 
entre elas nenhum tipo de envolvimento, seja por sociedade, seja por coligação ou 
participação. 
[...] 
O contrato de franquia estabelecido entre franqueador e franqueado é um contrato 
de colaboração, vale dizer, de parceria entre dois empresários, onde um destes – 
franqueador – ajuda na organização da empresa, transferindo tecnologia (know 
how), licenciando o uso de sua marca e, eventualmente, fornecendo produtos para 
serem vendidos. 
Não há, todavia, o fornecimento de mão de obra, que é contratada diretamente pelo 
franqueado. 
Em tal relação temos duas empresas distintas, cada qual com sua autonomia e 
personalidade jurídica própria, e a única relação que as une é o contrato de franquia. 
E assim, como define José Cretella Neto, “do ponto de vista contratual, considera-se 
o franqueado como empresário independente, proprietário de um fundo de 
comércio...”. 
O contrato de franquia caracteriza-se, como bem disse Carlos Alberto Bittar, pela 
licença outorgada a empresa comercial autônoma, para colocação de produtos no 
mercado com o usoda marca do titular, que lhe presta assistência técnica e comercial, 
tudo mediante percentual incidente sobre o respectivo faturamento (grifos não do 
original). 
Não há, pois, subordinação jurídica entre tais empresas. O contrato de franquia não 
produz nenhum tipo de controle jurídico do franqueador sobre o franqueado e não 
gera coligação ou participação de nenhuma forma entre as empresas contratantes. 
Nesse ponto, a jurisprudência do TST já se inclinava no sentido de não reconhecer o 
vínculo empregatício: 
 
CONTRATO DE FRANQUIA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. INAPLICABILIDADE 
DA SÚMULA 331, IV, DO TST. A jurisprudência se consolida no sentido de não 
enquadrar a hipótese de franquia, que se exaure porventura na transferência de 
marca, patente ou expertise, na regra que protege o trabalhador em casos de 
subcontratação de mão-de-obra. Por isso, não cabe a incidência da Súmula 331, IV, do 
TST, tendo em vista tratar-se de autêntico contrato civil, cuja relação direta se 
estabelece entre as empresas, franqueada e franqueadora, e, não, entre esta e o 
trabalhador, ressalvada, por óbvio, a hipótese de fraude. Recurso de revista 
conhecido e provido. (TST, RR 2581005620035020202 258100-56.2003.5.02.0202, 
Relator: Augusto César Leite de Carvalho, Julgamento: 06/06/2011, 6ª Turma). 
O que a nova lei faz, agora, é positivar o entendimento já consolidado no âmbito do 
TST, de que não há relação de emprego entre os empregados do franqueado e o 
franqueador, o que vai contribuir para acabar de vez com essa discussão, dando maior 
segurança jurídica aos franqueadores. 
 
III - A CIRCULAR DE OFERTA. 
Uma das principais obrigações do franqueador consiste na entrega, ao interessado na 
franquia, da Circular de Oferta. Sempre que o franqueador tiver interesse na 
implantação de um sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado 
uma Circular de Oferta de Franquia no prazo de 10 dias antes de formalizado o 
contrato ou pré-contrato de franquia ou do pagamento de qualquer tipo de taxa (art. 
2º, § 1º). A Circular de Oferta é um documento que deve se dar por escrito, em língua 
portuguesa e em linguagem acessível, devendo conter os requisitos estabelecidos no 
art. 2° da Lei 13.966/2019, não podendo omitir informações nem conter informações 
falsas (art. 4°). 
O objetivo dessa Circular de Oferta é dar subsídios para o interessado na franquia 
poder avaliar a viabilidade do empreendimento, com informações essenciais da 
operação, vindo daí a sua importância para o instituto. 
Em relação ao conteúdo da Circular de Oferta, a lei nova manteve basicamente os 
mesmos itens previstos na lei revogada, apenas acrescentando alguns outros, sobre 
regras de transferência do contrato, se houver; penalidades, multas e indenização; 
existência de cotas mínimas para compras; indicação sobre existência de Conselho de 
Franqueados e seus poderes; indicação sobre regras de concorrências entre os 
franqueados; especificação do prazo do contrato e forma de renovação. 
III.1. Consequências pela não entrega da Circular de Oferta. 
A Circular de Oferta é um documento obrigatório que o franqueador deve fornecer 
ao franqueado em até 10 dias antes da assinatura do contrato. A não observância 
dessa regra poderá implicar na anulação do contrato, com a restituição, ao fraqueado, 
das quantias pagas. Conforme prevê o § 2º do art. 2º, “na hipótese de não 
cumprimento do disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir anulabilidade ou 
nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias já 
pagas ao franqueador, ou a terceiros por este indicados, a título de filiação ou 
de royalties, corrigidas monetariamente”. 
Desta forma, a ausência da implica na possibilidade de o franqueado pleitear a 
anulação do contrato. Poderá, também, não fazê-lo, mantendo o contrato, se assim o 
preferir. O caso, aqui, nos parece de anulabilidade do ato e não nulidade. O contrato 
de franquia celebrado sem a entrega anterior da circular de oferta não é nulo, mas 
anulável, pois pode ser convalidado. 
III.2. E a indenização? 
A novel lei da franquia, ao tratar das consequências decorrentes da não entrega da 
Circular de Oferta, deixa de prever a indenização de perdas e danos, prevista na lei 
anterior. 
O § 2º do art. 2º da Lei 13.966/2019 dispõe que “na hipótese de não cumprimento do 
disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir anulabilidade ou nulidade, conforme 
o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias já pagas ao franqueador, 
ou a terceiros por este indicados, a título de filiação ou de royalties, corrigidas 
monetariamente”, ao passo que a Lei 8.955/1994, no parágrafo único do art. 4º, 
previa que “na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o 
franqueado poderá arguir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas 
as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a 
título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da 
remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos” (grifei). 
O texto da nova lei da franquia suprimiu a expressão “mais perdas e danos” constante 
da lei anterior revogada. Isso pode dar a falsa impressão de que o franqueado, ao 
pleitear a anulação do contrato pela falta de entrega prévia da Circular de Oferta, 
somente teria direito à devolução das quantias pagas, não lhe sendo lícito postular 
por eventual prejuízo financeiro. Mas não nos parece que essa é a melhor 
interpretação. 
O prejuízo causado a outrem por descumprimento de regra legal ou contratual deve 
ser indenizado e isso é próprio do Direito, cuja função precípua é dar a cada um o que 
é seu. Se o franqueador descumpriu a lei, causando a anulação do contrato, e com 
isso causou um prejuízo financeiro ao franqueado é óbvio que terá de indenizá-lo. 
Ocorre, no entanto, que essas perdas e danos devem ser devidamente comprovados, 
pois não se indenizam danos hipotéticos. 
Comprovados as perdas e os danos, o franqueador deverá indenizar o franqueado 
pelo prejuízo causado, de forma a retornar ao status quo ante, e pensar diferente 
significaria negar o próprio Direito. 
Destarte, além da devolução de todas as quantias pagas, o franqueador deverá, 
também, indenizar o fraqueado por eventual prejuízo que comprovadamente tenha 
tido com a anulação do contrato na forma do § 2º do art. 2º. 
 
IV – O INSTRUMENTO CONTRATUAL DA FRANQUIA. 
A franquia é um contrato de colaboração entre empresários, que exige, para sua 
formalização, um instrumento, ou seja, um documento escrito. 
Assim é que, por força da lei, o contrato de franquia deve ser celebrado por escrito 
(art. 7º, I e II). Não se admite, para tanto, o contrato verbal. 
Os contratos nacionais deverão ser escritos em língua portuguesa. Os internacionais 
serão escritos em português ou terão tradução para o português custeado pelo 
franqueador. O contrato de franquia será considerado internacional quando, pelos 
atos concernentes à sua conclusão ou execução, à situação das partes quanto a 
nacionalidade ou domicílio, ou à localização de seu objeto, tem liames com mais de 
um sistema jurídico (art. 7º, § 2º). 
Para valer contra terceiros, o contrato de franquia deve ser registrado no INPI (art. 8º 
+ Lei 9.279/1996 [LPI], art. 211). 
No instrumento contratual, as partes poderão estabelecer uma convenção de 
arbitragem (art. 7º, § 1º), na forma prevista na Lei 9.307/1996 [LArb], arts. 3º ao 12. 
Tratando-se de contrato internacional, havendo a escolha de foro (inclusive arbitral), 
as partes estão obrigadas a manter, no País da opção, representantes legalmente 
constituídos com poderes para representa-las perante as autoridades administrativas 
e judiciais, inclusive para receber citações (art. 7º, § 3º). 
 
V – DA LOCAÇÃO E DA LEGITIMIDADE PARA A AÇÃO RENOVATÓRIA. 
Item realmente novo e relevante na nova lei da franquia diz respeito aos contratosde 
locação. Como se sabe, a maioria dos empreendimentos no Brasil – incluindo as 
franquias – aviam-se em imóveis alugados de terceiros. 
No que diz respeito aos contratos de franquia, duas situações podem ocorrer: a) o 
ponto é alugado diretamente pelo franqueado junto ao proprietário do imóvel, ou, b) 
o ponto é alugado pelo franqueador e sublocado ao franqueado. 
Na primeira hipótese não há maiores problemas ou questões a serem dirimidas, razão 
pela qual a Lei 13.966/2019 se ocupa apenas segunda, em que ocorre a sublocação. 
Nesse caso, estabelecem-se duas previsões essenciais: 
a) qualquer uma das partes contratantes terá legitimidade para propor a ação 
renovatória (art. 3º, caput): a ação renovatória, prevista na Lei 8.245/1991 [LI], art, 
51 e seguintes, é a ação próprio para o inquilino em locação comercial obter a 
renovação do contrato, por igual período e condições, quando não for possível a 
renovação amigável, como forma de proteção do ponto comercial contra a retomada 
imotivada ou qualquer outro tipo de abuso por parte de locador. A legitimidade para 
propor a ação renovatória, nos casos de sublocação, sempre foi motivo de intenso 
questionamento. Para acabar de vez com isso, a lei em comento estabeleceu a 
legitimidade ativa tanto do franqueador-locatário quanto do franqueado-sublocatário 
para a propositura da ação. 
b) o valor de aluguel cobrado pelo franqueador-sublocador ao franqueado 
sublocatário pode ser maior do que o aluguel original pago ao proprietário (art. 3º, 
parágrafo único): nos casos em que o imóvel onde o ponto será instalado é sublocado 
pelo franqueador ao franqueado, aquele poderá cobrar deste um valor de aluguel 
maior do que aquele pago ao proprietário pela locação original. Mas, para isso possa 
ocorrer, é necessário observar dois aspectos: 1) haja previsão expressa dessa 
cobrança a maior na Circular de Oferta, e, 2) o valor lançado a maior não seja tão 
alto que implique em onerosidade excessiva ao franqueado. 
 
CONCLUSÃO. 
Numa análise preliminar, nossas impressões sobre a nova lei da franquia não foram 
das melhores. Pelo que pudemos observar, essa lei apenas repete a lei anterior, 
acrescentando alguns poucos itens. Para isso, não era necessário fazer uma lei 
inteiramente nova, bastando fazer uma lei para acrescentar tais itens à Lei 
8.955/1994. 
De qualquer forma, a lei nova pouco acrescenta, infelizmente, falhando na sua 
ambição de regular o contrato de franquia. Ela mais parece um mero up-grade da lei 
anterior. Em verdade, o que se vê aqui é que o legislador manteve, como era na 
vigência da lei anterior, à livre estipulação dos contratantes as regras do contrato de 
franquia, de sorte que a nova lei terá muito pouco utilidade na regulação e proteção 
dos contratantes, em especial do franqueado. 
É uma pena, pois perdeu-se uma boa oportunidade de dar à franquia o tratamento 
legislativo que ela merecia, especialmente em estabelecer uma maior proteção ao 
franqueado. 
 
BIBLIOGRAFIA 
SALES, Fernando Augusto De Vita Borges. Direito empresarial contemporâneo. 
Araçariguama: 2018. 
_____. O contrato de franquia e as relações de emprego. A ausência de 
responsabilidade do franqueador pelas obrigações trabalhistas do 
franqueado. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 17, n. 
3210, 15 abr. 2012. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/21506. Acesso em: 20 
jan. 2020. 
 
https://jus.com.br/artigos/21506/o-contrato-de-franquia-e-as-relacoes-de-emprego
https://jus.com.br/artigos/21506/o-contrato-de-franquia-e-as-relacoes-de-emprego
https://jus.com.br/artigos/21506/o-contrato-de-franquia-e-as-relacoes-de-emprego
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012/4/15
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012/4/15
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012/4/15
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012/4
https://jus.com.br/revista/edicoes/2012
 
Quadro comparativo 
Lei 13.966/2019 x Lei 8.955/2019 
 
 
LEI 13.966/2019 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que 
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia 
empresarial, pelo qual um franqueador autoriza 
por meio de contrato um franqueado a usar 
marcas e outros objetos de propriedade 
intelectual, sempre associados ao direito de 
produção ou distribuição exclusiva ou não 
exclusiva de produtos ou serviços e também ao 
direito de uso de métodos e sistemas de 
implantação e administração de negócio ou 
sistema operacional desenvolvido ou detido 
pelo franqueador, mediante remuneração 
direta ou indireta, sem caracterizar relação de 
consumo ou vínculo empregatício em relação 
ao franqueado ou a seus empregados, ainda 
que durante o período de treinamento. 
§ 1º Para os fins da autorização referida 
no caput, o franqueador deve ser titular ou 
requerente de direitos sobre as marcas e outros 
objetos de propriedade intelectual negociados 
no âmbito do contrato de franquia, ou estar 
expressamente autorizado pelo titular. 
§ 2º A franquia pode ser adotada por empresa 
privada, empresa estatal ou entidade sem fins 
lucrativos, independentemente do segmento 
em que desenvolva as atividades. 
 
 
 
Art. 2º Para a implantação da franquia, o 
franqueador deverá fornecer ao interessado 
Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua 
portuguesa, de forma objetiva e acessível, 
contendo obrigatoriamente: 
I - histórico resumido do negócio franqueado; 
 
LEI 8.955/1994 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que 
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte lei: 
Art. 1º Os contratos de franquia empresarial são 
disciplinados por esta lei. 
Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo 
qual um franqueador cede ao franqueado o 
direito de uso de marca ou patente, associado 
ao direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços e, 
eventualmente, também ao direito de uso de 
tecnologia de implantação e administração de 
negócio ou sistema operacional desenvolvidos 
ou detidos pelo franqueador, mediante 
remuneração direta ou indireta, sem que, no 
entanto, fique caracterizado vínculo 
empregatício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 3º Sempre que o franqueador tiver 
interesse na implantação de sistema de 
franquia empresarial, deverá fornecer ao 
interessado em tornar-se franqueado uma 
circular de oferta de franquia, por escrito e em 
linguagem clara e acessível, contendo 
obrigatoriamente as seguintes informações: 
II - qualificação completa do franqueador e das 
empresas a que esteja ligado, identificando-as 
com os respectivos números de inscrição no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); 
III - balanços e demonstrações financeiras da 
empresa franqueadora, relativos aos 2 (dois) 
últimos exercícios; 
IV - indicação das ações judiciais relativas à 
franquia que questionem o sistema ou que 
possam comprometer a operação da franquia 
no País, nas quais sejam parte o franqueador, as 
empresas controladoras, o subfranqueador e os 
titulares de marcas e demais direitos de 
propriedade intelectual; 
V - descrição detalhada da franquia e descrição 
geral do negócio e das atividades que serão 
desempenhadas pelo franqueado; 
VI - perfil do franqueado ideal no que se refere 
a experiência anterior, escolaridade e outras 
características que deve ter, obrigatória ou 
preferencialmente; 
VII - requisitos quanto ao envolvimento direto 
do franqueado na operação e na administração 
do negócio; 
VIII - especificações quanto ao: 
a) total estimado do investimento inicial 
necessário à aquisição, à implantação e à 
entrada em operação da franquia; 
b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de 
franquia; 
c) valor estimado das instalações, dos 
equipamentos e do estoque inicial e suas 
condições de pagamento; 
IX - informações claras quanto a taxas 
periódicas e outros valores a serem pagos pelo 
franqueado ao franqueador ou a terceiros por 
este indicados, detalhandoas respectivas bases 
de cálculo e o que elas remuneram ou o fim a 
que se destinam, indicando, especificamente, o 
seguinte: 
a) remuneração periódica pelo uso do sistema, 
da marca, de outros objetos de propriedade 
intelectual do franqueador ou sobre os quais 
este detém direitos ou, ainda, pelos serviços 
prestados pelo franqueador ao franqueado; 
b) aluguel de equipamentos ou ponto 
comercial; 
c) taxa de publicidade ou semelhante; 
d) seguro mínimo; 
I - histórico resumido, forma societária e nome 
completo ou razão social do franqueador e de 
todas as empresas a que esteja diretamente 
ligado, bem como os respectivos nomes de 
fantasia e endereços; 
II - balanços e demonstrações financeiras da 
empresa franqueadora relativos aos dois 
últimos exercícios; 
III - indicação precisa de todas as pendências 
judiciais em que estejam envolvidos o 
franqueador, as empresas controladoras e 
titulares de marcas, patentes e direitos autorais 
relativos à operação, e seus subfranqueadores, 
questionando especificamente o sistema da 
franquia ou que possam diretamente vir a 
impossibilitar o funcionamento da franquia; 
IV - descrição detalhada da franquia, descrição 
geral do negócio e das atividades que serão 
desempenhadas pelo franqueado; 
V - perfil do franqueado ideal no que se refere a 
experiência anterior, nível de escolaridade e 
outras características que deve ter, obrigatória 
ou preferencialmente; 
VI - requisitos quanto ao envolvimento direto 
do franqueado na operação e na administração 
do negócio; 
VII - especificações quanto ao: 
a) total estimado do investimento inicial 
necessário à aquisição, implantação e entrada 
em operação da franquia; 
b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de 
franquia e de caução; e 
c) valor estimado das instalações, 
equipamentos e do estoque inicial e suas 
condições de pagamento; 
VIII - informações claras quanto a taxas 
periódicas e outros valores a serem pagos pelo 
franqueado ao franqueador ou a terceiros por 
este indicados, detalhando as respectivas bases 
de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o 
fim a que se destinam, indicando, 
especificamente, o seguinte: 
a) remuneração periódica pelo uso do sistema, 
da marca ou em troca dos serviços 
efetivamente prestados pelo franqueador ao 
franqueado (royalties); 
b) aluguel de equipamentos ou ponto 
comercial; 
c) taxa de publicidade ou semelhante; 
d) seguro mínimo; e 
X - relação completa de todos os franqueados, 
subfranqueados ou subfranqueadores da rede 
e, também, dos que se desligaram nos últimos 
24 (vinte quatro) meses, com os respectivos 
nomes, endereços e telefones; 
XI - informações relativas à política de atuação 
territorial, devendo ser especificado: 
a) se é garantida ao franqueado a exclusividade 
ou a preferência sobre determinado território 
de atuação e, neste caso, sob que condições; 
b) se há possibilidade de o franqueado realizar 
vendas ou prestar serviços fora de seu território 
ou realizar exportações; 
c) se há e quais são as regras de concorrência 
territorial entre unidades próprias e 
franqueadas; 
XII - informações claras e detalhadas quanto à 
obrigação do franqueado de adquirir quaisquer 
bens, serviços ou insumos necessários à 
implantação, operação ou administração de sua 
franquia apenas de fornecedores indicados e 
aprovados pelo franqueador, incluindo relação 
completa desses fornecedores; 
XIII - indicação do que é oferecido ao 
franqueado pelo franqueador e em quais 
condições, no que se refere a: 
a) suporte; 
b) supervisão de rede; 
c) serviços; 
d) incorporação de inovações tecnológicas às 
franquias; 
e) treinamento do franqueado e de seus 
funcionários, especificando duração, conteúdo 
e custos; 
f) manuais de franquia; 
g) auxílio na análise e na escolha do ponto onde 
será instalada a franquia; e 
h) leiaute e padrões arquitetônicos das 
instalações do franqueado, incluindo arranjo 
físico de equipamentos e instrumentos, 
memorial descritivo, composição e croqui; 
XIV - informações sobre a situação da marca 
franqueada e outros direitos de propriedade 
intelectual relacionados à franquia, cujo uso 
será autorizado em contrato pelo franqueador, 
incluindo a caracterização completa, com o 
número do registro ou do pedido 
protocolizado, com a classe e subclasse, nos 
órgãos competentes, e, no caso de cultivares, 
e) outros valores devidos ao franqueador ou a 
terceiros que a ele sejam ligados; 
IX - relação completa de todos os franqueados, 
subfranqueados e subfranqueadores da rede, 
bem como dos que se desligaram nos últimos 
doze meses, com nome, endereço e telefone; 
X - em relação ao território, deve ser 
especificado o seguinte: 
a) se é garantida ao franqueado exclusividade 
ou preferência sobre determinado território de 
atuação e, caso positivo, em que condições o 
faz; e 
b) possibilidade de o franqueado realizar 
vendas ou prestar serviços fora de seu território 
ou realizar exportações; 
XI - informações claras e detalhadas quanto à 
obrigação do franqueado de adquirir quaisquer 
bens, serviços ou insumos necessários à 
implantação, operação ou administração de sua 
franquia, apenas de fornecedores indicados e 
aprovados pelo franqueador, oferecendo ao 
franqueado relação completa desses 
fornecedores; 
XII - indicação do que é efetivamente oferecido 
ao franqueado pelo franqueador, no que se 
refere a: 
a) supervisão de rede; 
b) serviços de orientação e outros prestados ao 
franqueado; 
c) treinamento do franqueado, especificando 
duração, conteúdo e custos; 
d) treinamento dos funcionários do 
franqueado; 
e) manuais de franquia; 
f) auxílio na análise e escolha do ponto onde 
será instalada a franquia; e 
g) layout e padrões arquitetônicos nas 
instalações do franqueado; 
XIII - situação perante o Instituto Nacional de 
Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou 
patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo 
franqueador; 
XIV - situação do franqueado, após a expiração 
do contrato de franquia, em relação a: 
a) know how ou segredo de indústria a que 
venha a ter acesso em função da franquia; e 
b) implantação de atividade concorrente da 
atividade do franqueador; 
informações sobre a situação perante o Serviço 
Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC); 
XV - situação do franqueado, após a expiração 
do contrato de franquia, em relação a: 
a) know-how da tecnologia de produto, de 
processo ou de gestão, informações 
confidenciais e segredos de indústria, comércio, 
finanças e negócios a que venha a ter acesso em 
função da franquia; 
b) implantação de atividade concorrente à da 
franquia; 
XVI - modelo do contrato-padrão e, se for o 
caso, também do pré-contrato-padrão de 
franquia adotado pelo franqueador, com texto 
completo, inclusive dos respectivos anexos, 
condições e prazos de validade; 
XVII - indicação da existência ou não de regras 
de transferência ou sucessão e, caso positivo, 
quais são elas; 
XVIII - indicação das situações em que são 
aplicadas penalidades, multas ou indenizações 
e dos respectivos valores, estabelecidos no 
contrato de franquia; 
XIX - informações sobre a existência de cotas 
mínimas de compra pelo franqueado junto ao 
franqueador, ou a terceiros por este 
designados, e sobre a possibilidade e as 
condições para a recusa dos produtos ou 
serviços exigidos pelo franqueador; 
XX - indicação de existência de conselho ou 
associação de franqueados, com as atribuições, 
os poderes e os mecanismos de representação 
perante o franqueador, e detalhamento das 
competências para gestão e fiscalização da 
aplicação dos recursos de fundos existentes; 
XXI - indicação das regras de limitação à 
concorrência entre o franqueador e os 
franqueados, e entre os franqueados, durante a 
vigência do contrato de franquia, e 
detalhamento da abrangência territorial, do 
prazo de vigência da restrição e das penalidades 
em caso de descumprimento; 
XXII - especificação precisa do prazo contratual 
e das condições de renovação, se houver; 
XXIII - local,dia e hora para recebimento da 
documentação proposta, bem como para início 
da abertura dos envelopes, quando se tratar de 
órgão ou entidade pública. 
§ 1º A Circular de Oferta de Franquia deverá ser 
entregue ao candidato a franqueado, no 
mínimo, 10 (dez) dias antes da assinatura do 
XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, 
também do pré-contrato-padrão de franquia 
adotado pelo franqueador, com texto 
completo, inclusive dos respectivos anexos e 
prazo de validade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser 
entregue ao candidato a franqueado no mínimo 
10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou 
contrato ou pré-contrato de franquia ou, ainda, 
do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo 
franqueado ao franqueador ou a empresa ou a 
pessoa ligada a este, salvo no caso de licitação 
ou pré-qualificação promovida por órgão ou 
entidade pública, caso em que a Circular de 
Oferta de Franquia será divulgada logo no início 
do processo de seleção. 
§ 2º Na hipótese de não cumprimento do 
disposto no § 1º, o franqueado poderá arguir 
anulabilidade ou nulidade, conforme o caso, e 
exigir a devolução de todas e quaisquer 
quantias já pagas ao franqueador, ou a terceiros 
por este indicados, a título de filiação ou 
de royalties, corrigidas monetariamente. 
 
 
 
 
Art. 3º Nos casos em que o franqueador 
subloque ao franqueado o ponto comercial 
onde se acha instalada a franquia, qualquer uma 
das partes terá legitimidade para propor a 
renovação do contrato de locação do imóvel, 
vedada a exclusão de qualquer uma delas do 
contrato de locação e de sublocação por 
ocasião da sua renovação ou prorrogação, salvo 
nos casos de inadimplência dos respectivos 
contratos ou do contrato de franquia. 
Parágrafo único. O valor do aluguel a ser pago 
pelo franqueado ao franqueador, nas 
sublocações de que trata o caput, poderá ser 
superior ao valor que o franqueador paga ao 
proprietário do imóvel na locação originária do 
ponto comercial, desde que: 
I - essa possibilidade esteja expressa e clara na 
Circular de Oferta de Franquia e no contrato; e 
II - o valor pago a maior ao franqueador na 
sublocação não implique excessiva onerosidade 
ao franqueado, garantida a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro da sublocação 
na vigência do contrato de franquia. 
 
 
 
Art. 4º Aplica-se ao franqueador que omitir 
informações exigidas por lei ou veicular 
informações falsas na Circular de Oferta de 
Franquia a sanção prevista no § 2º do art. 2º 
pré-contrato de franquia ou ainda do 
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo 
franqueado ao franqueador ou a empresa ou 
pessoa ligada a este. 
 
 
 
Parágrafo único. Na hipótese do não 
cumprimento do disposto no caput deste 
artigo, o franqueado poderá argüir a 
anulabilidade do contrato e exigir devolução de 
todas as quantias que já houver pago ao 
franqueador ou a terceiros por ele indicados, a 
título de taxa de filiação e royalties, 
devidamente corrigidas, pela variação da 
remuneração básica dos depósitos de 
poupança mais perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 7º A sanção prevista no parágrafo único do 
art. 4º desta lei aplica-se, também, ao 
franqueador que veicular informações falsas na 
sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo 
das sanções penais cabíveis. 
desta Lei, sem prejuízo das sanções penais 
cabíveis. 
 
 
 
Art. 5º Para os fins desta Lei, as disposições 
referentes ao franqueador ou ao franqueado 
aplicam-se, no que couber, ao subfranqueador 
e ao subfranqueado, respectivamente. 
 
 
 
 
 
Art. 7º Os contratos de franquia obedecerão às 
seguintes condições: 
I - os que produzirem efeitos exclusivamente no 
território nacional serão escritos em língua 
portuguesa e regidos pela legislação brasileira; 
II - os contratos de franquia internacional serão 
escritos originalmente em língua portuguesa ou 
terão tradução certificada para a língua 
portuguesa custeada pelo franqueador, e os 
contratantes poderão optar, no contrato, pelo 
foro de um de seus países de domicílio. 
§ 1º As partes poderão eleger juízo arbitral para 
solução de controvérsias relacionadas ao 
contrato de franquia. 
§ 2º Para os fins desta Lei, entende-se como 
contrato internacional de franquia aquele que, 
pelos atos concernentes à sua conclusão ou 
execução, à situação das partes quanto a 
nacionalidade ou domicílio, ou à localização de 
seu objeto, tem liames com mais de um sistema 
jurídico. 
§ 3º Caso expresso o foro de opção no contrato 
internacional de franquia, as partes deverão 
constituir e manter representante legal ou 
procurador devidamente qualificado e 
domiciliado no país do foro definido, com 
poderes para representá-las administrativa e 
judicialmente, inclusive para receber citações. 
 
 
 
Art. 8º A aplicação desta Lei observará o 
disposto na legislação de propriedade 
intelectual vigente no País. 
 
 
 
 
 
Art. 9º Para os fins desta lei, o termo 
franqueador, quando utilizado em qualquer de 
seus dispositivos, serve também para designar 
o subfranqueador, da mesma forma que as 
disposições que se refiram ao franqueado 
aplicam-se ao subfranqueado. 
 
 
 
Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre 
escrito e assinado na presença de 2 (duas) 
testemunhas e terá validade 
independentemente de ser levado a registro 
perante cartório ou órgão público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 8º O disposto nesta lei aplica-se aos 
sistemas de franquia instalados e operados no 
território nacional. 
 
 
 
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 8.955, de 15 de 
dezembro de 1994 (Lei de Franquia). 
 
 
 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor após decorridos 
90 (noventa) dias de sua publicação oficial. 
 
 
 
Brasília, 26 de dezembro de 2019; 198º da 
Independência e 131º da República. 
JAIR MESSIAS BOLSONARO 
Paulo Guedes 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 11. Revogam-se as disposições em 
contrário. 
 
 
 
Art. 10. Esta lei entra em vigor 60 (sessenta) dias 
após sua publicação. 
 
 
 
Brasília, 15 de dezembro de 1994; 173º da 
Independência e 106º da República. 
ITAMAR FRANCO 
Ciro Ferreira Gomes 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8955.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8955.htm

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