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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem 1. Defina o contrato de agência com suas próprias palavras. R: Agência é o contrato oneroso, em que alguém assume, em caráter profissional, não eventual, e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outrem, a realização de certos negócios, em determinado território ou zona de mercado. 2. Identifique e defina os elementos mais marcantes do contrato de representação comercial. Diferencie o contrato de representação comercial do contrato de distribuição, do contrato de trabalho, do contrato de comissão mercantil, do contrato de mandato e da concessão comercial. R: O contrato de representação comercial situa-se no plano da colaboração na realização de negócio jurídico, acarretando remuneração de conformidade com o seu resultado útil. contrato de distribuição, apenas tipifica uma modalidade contratual, atualizando a denominação de um tipo contratual já existente e disciplinado em lei especial. Portanto, ao tratar da agência, o Código Civil apenas apresenta disposições gerais em face das disposições especiais já previstas na lei de 1965, não se podendo concluir pela revogação da lei especial, conforme permite concluir o §2°, art. 2° da Lei de Introdução ao Código Civil. Por outro lado, embora exista entendimento diferente [69], nos pontos de divergência, a previsão do Código Civil deve prevalecer sobre a da Lei n° 4.886/1965, modificando-a nas questões conflitantes, que, conforme visto, restringem-se, basicamente, ao prazo do aviso prévio e à exclusividade presumida de representação ou agenciamento. DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL III PROFESSORA: FERNANDA DINIZ PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem O Código Civil manda aplicar ao contrato de agência e distribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão. Isto ocorre em razão da afinidade de todos os contratos mencionados servirem à intermediação. O contrato de trabalho e o de representação comercial autônoma (regulado pela Lei 4.886/65) possuem elementos comuns, tais como a natureza continuada e o caráter oneroso da prestação de serviços. No entanto, divergem quanto à existência de subordinação hierárquica e jurídica, posto que esta caracteriza apenas o contrato de trabalho, estando ausente no caso da representação comercial. Há, contudo, distinções. Cada contrato possui conceitos e características próprias. No contrato de mandato, o mandatário recebe poderes de outrem para, em seu nome, praticar atos ou administrar seus interesses (CC, art. 653). A distinção entre mandato e agência é facilmente percebida: na agência o contrato envolve relacionamento duradouro, sem a necessidade de poderes inerentes ao mandato, visando à aproximação indeterminada de clientes ao representado. No contrato de mandato, há determinação de certos atos no instrumento de procuração, a serem praticados pelo mandatário. Na comissão mercantil, o comissário adquire ou vende bens em seu próprio nome, à conta do comitente (CC, art. 693). O comissário não atua em nome do comitente, mas por conta do comitente e, assim, somente ele, comissário, é que se obriga perante a pessoa com quem contrata (CC, art. 694), não respondendo, contudo, por sua solvência perante o comitente (CC, art. 697), salvo se agir com culpa ou o contrato estipular cláusula del credere (CC, art. 698). 3. Quais as principais causas da extinção do contrato de trabalho por parte do representante e representado? Explique cada uma delas. R: R: Abaixo temos as hipóteses de extinção contratual. As hipóteses de extinção do contrato de representação comercial são basicamente as mesmas aplicáveis a qualquer outro tipo de contrato de serviços, sendo as principais: *pelo decurso do prazo, se por prazo determinado; *por motivo de caso fortuito ou força maior; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem *término do contrato requerido unilateralmente por qualquer uma das partes, sem justificativas e por própria vontade (resilição unilateral por denúncia do contrato); *término do contrato requerido unilateralmente por qualquer uma das partes, sem justificativas e por própria vontade (resilição unilateral por denúncia do contrato); *término do contrato decorrente do seu descumprimento por uma das partes (resolução do contrato). 4. No que diz respeito a zona territorial de atuação do representante comercial, este poderá atuar em qualquer uma? E quanto a exclusividade, deverá o representante representar somente uma empresa de cada vez? R: O representante comercial ele irá ter sua zona de atuação previamente delimitada, com intuito de não ocupar outra área na qual a própria empresa atua ou até mesmo algum outro representante, é dentro dessa zona ou zonas de atuação pré-definidas no contrato que o representante poderá exercer o trabalho para a representada. No que se refere a exclusividade de atuação o representante comercial pode ou não ter exclusividade na zona de atuação de acordo com especificação de seu contrato, no entanto a atuação pode ser total, desde que haja unicamente aquele representante irá poder atuar na sua zona ou parcial, no qual onde outro representante também poderá atuar na mesma área. No que se referente ao prazo de exclusividade normalmente perdura pelo prazo contratual. Porém, o prazo de exclusividade poderá ser diferente do prazo do contrato e poderá ser encerrado antes. Nesses casos há que existir bastante atenção, na hora de redigir tal cláusula para que não haja nenhuma dúvida de como deverá ocorrer a exclusividade, mesmo porque, na ausência de ajuste expresso sobre a exclusividade, está se presume (art. 31 da Lei nº 4.886/1965). 5. O que é o mandato mercantil e quais suas principais características. R: o mandato mercantil nada mais é o contrato em que o mandatário se obriga a praticar determinados atos negociáveis em nome e por conta do mandante (Contrato, por procuração pública ou particular, pelo qual um comerciante - o mandante - confere poderes extraordinários a PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem outrem - o mandatário) é um acordo bilateral, pois o mesmo gera diversos deveres para ambas as partes, bem como é consensual, e pode ser aperfeiçoado com um simples acordo, de vontade entre as partes. Os artigos que explicam o conceito e o funcionamento do contrato de mandato é o art. 653 e 663, do Código Civil de 2002. 6. O que se deve entender sobre contrato de comissão mercantil? Identifique e defina as obrigações do comissário em relação ao comitente e perante terceiros. R: No que se refere na comissão mercantil, o comissário passa adquirir ou vende bem em seu próprio nome, a conta do comitente, (art. 693 do Código Civil). O comissário não atua em nome do comitente, mas por conta do comitente e, assim, somente ele, comissário, é que se obriga perante a pessoa com quem contrata (art. 694 do Código Civil), não respondendo, contudo, por sua solvência perante o comitente (art. 697 do Código Civil), salvo se agir com culpa ou o contrato estipular cláusula del credere (CC, art. 698) 7. Quais os principais direitos do comissário? Explique-os. R: Os principais Direitos dos comissários são: Receber a remuneração do comitente, podendo no caso de contrato por prazo indeterminado, ocorrer a modificação unilateral do valor a ser pago ao comissário; verificar os artigos 701; 703; 704 e 705 todos do código civil. No caso da comissão ou a remuneração devida, deverá ser paga depois de finalizados os negócios, nada impedindo, entretanto, que tome a forma de provisão, quando o comissário a receba adiantamento. Logo o direito ao recebimento do valor não é condicionado à execução do contrato,nascendo com a mera conclusão do contrato. Receber fundos suficientes a comissário a fim de possibilitar os negócios; Ser ressarcido das despesas desembolsadas pelo comissário; 8. Defina o cartão de crédito. Quais as partes integrantes do referido contrato? Explique. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem R: Cartão de crédito é um cartão de plástico no qual contém nome do portador, a qual instituição financeira ele pertence, numeração única, validade e no verso se encontra o código de segurança, bem como há também um local para assinatura do portador. Bem como é uma forma de pagamento, em que o banco “empresta” determinada quantia monetária, na qual é limitada o valor do titular do cartão, no qual fica previamente decidido por meio de contrato. As partes integrantes, são três: o titular do cartão, o emissor e o fornecedor de bens ou serviços. O fornecedor, ao celebrar o contrato com a emissora do cartão de crédito se comprometida a efetuar um pagamento à emissora do cartão, sobre o percentual das vendas que ele realizasse. 9. A aplicação de juros superiores à taxa legal configura crime de usura, quando diz respeito ao cartão de crédito? Por quê? R: A Lei 1.521/51 dispõe sobre crimes contra a economia popular. Em seu artigo 4ª, a norma prevê o crime de usura pecuniária ou real, e descreve a conduta delituosa como sendo o ato de cobrar juros, e outros tipos de taxas ou descontos, superiores aos limites legais, ou realizar contrato abusando da situação de necessidade da outra parte para obter lucro excessivo. A pena prevista é de 6 meses a 2 anos de detenção e multa. Temos também os artigos do Código Civil “Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua celebração.” Bem como podemos nos apoiar sobre o “O princípio da função social é a mais importante inovação do direito contratual comum brasileiro e, talvez, a de todo o novo Código Civil. Os contratos que não são protegidos pelo direito do consumidor devem ser interpretados no sentido que melhor contemple o interesse social, que inclui a tutela da parte mais fraca no contrato, ainda que não configure contrato de adesão. Segundo o modelo do direito constitucional, o contrato deve ser interpretado em conformidade com o princípio da função social.” 10. Defina o contrato de franquia. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem R: A franquia é um contrato pelo qual um comerciante detentor de uma marca ou produto (franqueador) concede, mediante remuneração, o seu uso a outra pessoa (franqueado) e lhe presta serviços de organização empresarial. Esse contrato foi tipificado no direito brasileiro pela Lei n. 8955, de 15 de dezembro de 1994, sendo definido no art. 2º 11. Identifique e defina as três classes fundamentais de franquia. 12. 13. Cite pelo menos seis exemplos de franquias bem sucedidos e relacione as vantagens de franquia, tanto para franqueado quanto para franqueador. R: Observação; No caso respondi as duas perguntas com um única resposta, uma vez que entendo que as questões se completam e se correlacionam. A franquia pode apresentar-se sob três modalidades: 1-Franquia industrial ou “lifreding”, muito utilizada na indústria automobilística e alimentícia, por ser um contrato em que o franqueador se obriga a auxiliar na construção de uma unidade industrial para o franqueado, cedendo o uso da marca, transmitindo sua tecnologia, exigindo segredo relativamente aos processos de fabricação e fornecendo assistência técnica. Desse modo, o franqueado fabrica e vende os produtos fabricados por ele mesmo, em sua empresa, com o auxílio do franqueador. Exemplos de Franquia industrial: General Motors e Lacoste. 2-Franquia de comércio ou de distribuição, que vem a ser o contrato que visa o desenvolvimento da rede de lojas de aspectos idênticos, sob um mesmo símbolo, aplicado na comercialização ou distribuição de artigos similares de grande consumo. O franqueado, neste caso, vende produto do franqueador, mantendo a sua marca, enquanto o franqueador procura sempre aperfeiçoar o método de comercialização. Exemplos de Franquias de comércio ou de distribuição: Lojas Benetton, O Boticário. 3- Franquia de serviços, que poderá ser a propriamente dita, pela qual o franqueado reproduz e vende as prestações de serviços inventadas pelo franqueador; e a do tipo hoteleiro, que abrange escolas, hotéis, restaurantes, lanchonetes, tendo por escopo PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem fornecer serviços a certo segmento de clientela. Exemplos de Franquia de serviços: Hotéis Hilton, Mc Donalds, Subway Pizza Hut e etc. Vantagens dessas franquias; Vantagens das franquias para um franqueador: Expansão Veloz, mais eficiência, Estrutura central reduzida, Feed Back, Ingresso em novos Mercados, Canal diferenciado para seus produtos/serviços, Fortalecimento da marca. 13. Explique se há vínculo empregatício entre franqueado e franqueador. R: Não há. Com base na Lei 13.966/19 o franqueador realiza um contrato com o franqueado para a utilização da marca para obtenção de lucro. Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento. 14. Qual a diferença entre franquia mestra e unitária? R: A franquia unitária consiste em uma cessão de direito de abertura de uma unidade com atuação em local determinado pelo franqueador. Uma loja ou unidade em um centro comercial ou shopping é um exemplo, porém o mesmo franqueado pode adquirir mais de uma franquia unitária dependendo de seu poder de investimento, desempenho e plano de expansão do franqueador. Por outro lado, a franquia mestre, ou “master” é muito utilizada em internacionalização de franchising e em PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem países com grandes dimensões geográficas. O Master Franqueado acorda com o Sub Franqueador o direito de abrir ou terceirizar unidades franqueadas em uma determinada região. Neste modelo o Master Franqueado recebe parte do valor da taxa de franquia e dos royalties cobrados pelos franqueados, sendo assim responsável pelo suporte e treinamento dos mesmos. 15. Conceitue o contrato de factoring. R: Faturização ou factoring, também denominado “fenômeno mercantil”, é o contrato pelo qual uma instituição financeira ou empresa especializada (faturizadora) adquire créditos faturados por um comerciante ou industrial, prestando a estes serviços de administração do movimento creditício e assumindo o risco de insolvência do consumidor ou comprador, sem direito de regresso contra o cedente (faturizado), recebendo uma remuneração ou comissão ou efetuando a compra dos créditos a preço reduzido. 16. O contrato de factoring é uma modalidade de atividade bancária? Justifique. R: Não. As empresas de factoring não são instituições financeiras e, portanto, não podem exercer as atividades tipicamente bancárias (intermediação ou aplicação de recursos financeiros e a custódia de valor de propriedade de terceiros), sendo-lhesvedado, por esta razão, conceder empréstimos ou descontar títulos. Nesse sentido, o STJ decidiu recentemente: “As empresas de factoring não se enquadram no conceito de instituições financeiras, e por isso os juros remuneratórios estão limitados em 12% ao ano, nos termos da Lei de Usura”. 17. Identifique e conceitue as partes atuantes no contrato de factoring. R: Três são os personagens que se envolvem nessa modalidade contratual: a) a faturizadora (empresa de factoring ou factor), cessionária dos créditos e que pode ser pessoa física ou jurídica, necessariamente comerciante, pois a operação não é privativa de instituições financeiras; b) o faturizado, decente ou fornecedor, que pode ser um comerciante ou industrial, pessoa física ou jurídica, titular dos créditos adquiridos; e c) o comprador da mercadoria ou adquirente PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem do serviço que gerou crédito (devedor). A participação deste resulta do fato de que são cedidos à faturizadora os créditos que o fornecedor tem contra ele. De ser notificado do negócio, para efetuar o pagamento ao factor. 18. Quais os requisitos necessários ao contrato de factoring? R: São cláusulas essenciais do contrato a: a) exclusividade ou totalidade das contas do faturizado; b) duração do contrato; c) faculdade de o faturizador escolher as contas que deseja garantir; d) liquidação dos créditos; e) cessão dos créditos; f) assunção de riscos pelo faturizador; g) remuneração do contrato 19. O contrato de factoring é um contrato misto, composto de elementos de cessão de crédito, do mandato e da locação de serviços. Essa afirmativa está correta? Porque? R: Sim, à afirmativa está correta. Não existem regras contratuais que regulamento o tipo contratual no ordenamento jurídico brasileiro, porém, envolvem-se nele institutos que possuem lei específica, como cessão de créditos e prestação de serviços, configurando o tipo misto nesses liames da atipicade e tipicidade. Sobre as demais características, como cessão do mandato, crédito e locação de serviços, são todas requisitos para a formação do objeto e atividade do contrato. 20. Conceitue o contrato de leasing e explique suas características. R: O arrendamento mercantil foi inicialmente regulado pela Lei n. 6.099, de 12 de setembro de 1974, que o definiu como “negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta” O arrendador é necessariamente pessoa jurídica, constituída sob a fomra de sociedade anônima, controlada e fiscalizada pelo Banco Central por praticar uma operação financeira. O arrendatário é pessoa física ou jurídica, de direito privado ou de direito público. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem O objeto do contrato pode ser bem móvel ou imóvel. Quanto à forma, pode ser celebrado por instrumento público ou particular, nos quais deverão constar, dentre outros informativos: a) a descrição dos bens que constituem o objeto do contrato, com toda as suas características que permitam sua perfeita identificação; b) o valor das prestações a que o arrendatário ficará sujeito e a forma de pagamento; c) o prazo de vencimento da avença. Que será. No mínimo de três anos, salvo no caso de arrendamento de veículos, quando o prazo mínimo pode ser de dois anos; d) o direito de opção a ser exercido pelo arrendatário; e) o critério para ajuste do valor da prestação, se convencionado etc. O contrato de arrendamento mercantil é consensual, porque se aperfeiçoa com a manifestação de vontade das partes, independentemente da entrega da coisa; solene, porque exige a forma escrita; bilateral, uma vez que gera obrigações recíprocas; oneroso, pois ambos os contratantes obtêm proveito, ao qual corresponde um ônus ou sacrifício; comutativo, porque as prestações são certas e as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios; de trato sucessivo, tendo em vista que a execução se faz durante o prazo previsto ou renovado; de adesão, porque é inteiramente elaborado pelo arrendador, não tendo o arrendatário possibilidade de discutir as suas clausulas: adere em bloco a elas ou não realiza o negócio. 21. Conceitue o contrato de alienação fiduciária e explique suas características. R: O contrato de alienação fiduciária conceitua-se como sendo o negócio jurídico pelo qual o devedor, para garantir o pagamento da dívida, transmite ao credor a propriedade de um bem, normalmente retendo-lhe a posse direta, sob a condição resolutiva de saldá-la. O contrato é: a) Bilateral, já que cria obrigações tanto para o fiduciário como para o fiduciante; b) Oneroso, porque beneficia a ambos, proporcionando instrumento creditício ao alienante, a assecuratório ao adquirente; c) Acessório, porque depende, para sua existência, de uma obrigação principal que pretende garantir; d) Formal, porque requer sempre, para constituir-se, instrumento escrito, público ou particular; e) Indivisível, porque o pagamento de uma ou mais prestações da dívida PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE DIREITO – Campus Contagem não importa exoneração correspondente da garantia ainda que esta compreenda vários bens, exceto disposição expressa no título ou na quitação. REFERÊNCIAS: Negrão, Ricardo. Manual de direito empresarial. – 10. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 360 p. Gonçalves, Carlos Roberto, Direito civil brasileiro. Volume 3: contratos e atos unilaterais / Carlos Roberto Gonçalves - 17. Ed - São Paulo: Saraiva, 2020. CRUZ, André Santa. Direito Empresarial. 9ª Edição. São Paulo: Método, 2019.