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Finanças e Orçamentos Públicos - Livro- Texto - Unidade III

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Unidade III
Unidade III
Na atualidade, quando se trata do assunto finanças públicas e, de forma mais abrangente, receitas 
e despesas governamentais, deve‑se levar em consideração a Constituição Federal de 1988. Com ela, a 
gestão pública se aproxima cada vez mais da gestão privada, o que pode ser percebido com a criação de 
dois importantes instrumentos de gestão: o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Esses 
instrumentos valorizam o planejamento, bem como criam a obrigatoriedade da elaboração de planos de 
médio prazo vinculados aos orçamentos anuais. Por outro lado, a mesma Constituição procura observar 
o princípio da universalidade pela inclusão de todas as receitas e despesas no processo orçamentário. 
Passaremos então a tratar desses dois instrumentos.
5 PLANO PLURIANUAL
De forma contrária à questão orçamentária, que é obrigatoriedade da União desde a década 
de 1930, a questão do planejamento coloca‑se como imperativo a cada ente federativo a partir 
da Constituição de 1988. Antes disso, cada unidade de Federação legislava em causa própria, por 
assim dizer.
Conforme relata Giacomoni (2012, p. 222), antes de 1988:
[...] o que mais se aproximou da ideia de plano ou programa plurianual 
a ser implementado por todas as esferas de governo foram o Quadro 
de Recursos e de Aplicação de Capital (QRAC) e o Orçamento Plurianual 
de Investimentos (OPI). Criação da Lei nº 4.320/64, o QRAC apresentava 
as seguintes características: (i) compreendia as Receitas e despesas de 
Capital; (ii) era aprovado por decreto do Poder Executivo; (iii) cobria, no 
mínimo, um triênio; (iv) era anualmente reajustado, com o acréscimo de 
mais um exercício; e (v) sempre que possível, os programas deviam estar 
correlacionados a metas objetivas em termos de realização de obras e de 
prestação de serviços.
Cabe destacar o que se determina no § 1 do Artigo nº 165 da Constituição Federal (BRASIL, 1988):
A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, 
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para 
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos 
programas de duração continuada.
Trazendo modernidade e técnica para a elaboração e execução do orçamento público, a partir 
de então, o planejamento no Brasil passa a ser guiado pelo Plano Plurianual (PPA). Ele se apresenta 
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
como um instrumento de planejamento estratégico de todas as ações que serão tomadas por 
determinado governo. Elaborado para o período de quatro anos, procura expressar com clareza 
os resultados pretendidos pelo governante que o elabora e, por meio de seu acompanhamento e 
avaliação, busca verificar a efetividade da execução de seus programas, bem como rever objetivos 
e metas (MATIAS‑PEREIRA, 2012).
Nascimento (2014) complementa que o PPA traduz, de um lado, o compromisso entre as estratégias 
e o projeto de futuro e, de outro, a alocação real e concreta dos recursos orçamentários nas funções, nas 
áreas e nos órgãos públicos com a finalidade de intermediar as ações de longo prazo e as necessidades 
imediatas. O Poder Executivo deverá encaminhar o PPA ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto 
do primeiro ano de governo, sendo que o prazo de aprovação pelo Congresso é até o término da sessão 
legislativa daquele ano, ou seja, até dezembro. Quanto à sua vigência, ela vai até o dia 31 de dezembro 
do primeiro ano de governo subsequente.
 Observação
Para que não haja descontinuidade das ações propostas pelo 
planejamento de diferentes governantes, é importante ressaltar que a 
vigência do PPA não coincide com o mandato do governante, mesmo que 
o período de vigência do mandato seja de quatro anos. O primeiro ano de 
vigência do PPA será o segundo ano do mandato do governante, seja ele 
presidente, governador ou prefeito.
O objetivo principal do PPA é formular as diretrizes para as finanças públicas no período do 
plano, com o propósito de identificar e avaliar os recursos disponíveis para o desenvolvimento de 
ações a cargo da administração pública, incluindo os provenientes de financiamento, bem como 
para o estabelecimento dos tipos de despesas segundo função, subfunção e programa de governo. 
Desenvolvido por programas, articula um conjunto de ações representadas por projetos, atividades 
e operações especiais, que concorrem para o alcance dos objetivos governamentais. Os programas 
e ações do PPA são revisados anualmente para fins de elaboração das propostas orçamentárias 
setoriais que dão origem à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei de Orçamento Anual, de que 
trataremos, oportunamente.
Conforme Matias‑Pereira (2012, p. 319),
[...] os projetos de lei do Plano Plurianual serão encaminhados pelo 
Presidente da República ao Congresso Nacional nos termos da lei 
complementar, aplicando‑se, subsidiariamente, as normas pertinentes 
ao processo legislativo (art. 166, § 7º, da Constituição Federal). Eles 
serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional (Câmara 
dos Deputados e Senado Federal) na forma do regime comum, após 
parecer emitido pela Comissão mista permanente de Senadores e 
Deputados (art. 166, § 1º, e art. 58, § 2º, inciso VI). Deve‑se ressaltar, 
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conforme prevê o art. 166, § 3º, inciso I, da Constituição Federal, que 
as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que 
o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis 
com o Plano Plurianual.
Com a nova Constituição trazendo modernidade integradora entre planejamento e orçamento, 
é notório perceber que a construção tanto do planejamento quanto da gestão pública delineada 
por programas requer competência gerencial em todos os âmbitos, incluindo os setoriais, bem 
como de suas equipes de gestores. Cada uma das equipes envolvidas no PPA fica responsável 
pelos compromissos do plano quanto ao alcance de seus objetivos. Para tanto, os gestores 
devem assumir uma postura administrativa orientada para resultados. Conforme bem destaca 
Nascimento (2014, p. 106),
[...] a gestão voltada para resultados pressupõe a adoção de um modelo de 
gerenciamento em que a responsabilidade esteja claramente atribuída e os 
objetivos delineados de forma consistente. Além disso, o órgão gestor deverá 
desenvolver processos produtivos eficientes, promover a conscientização e o 
controle de custos e buscar sistematicamente a qualidade e efetividade dos 
resultados alcançados.
 Observação
A conhecida Lei de Responsabilidade Fiscal surge no mesmo contexto 
do Plano Plurianual, promovendo maior transparência à gestão de 
recursos públicos.
Em síntese, o Plano Plurianual visa:
• Orientar a ação governamental, objetivando alcançar o desenvolvimento econômico, que, por sua 
vez, propiciará a efetiva promoção do bem‑estar social.
• Orientar o planejamento, em sintonia com a programação e o orçamento do Poder Executivo, 
obedecendo aos princípios de regionalização da economia.
• Definir diretrizes que deverão nortear a elaboração dos orçamentos fiscal e de investimentos, que 
possibilitem a redução das desigualdades regionais e sociais.
• Ordenar e disciplinar a execução de despesas com investimentos que se reverterão em benefícios 
para a sociedade.
A figura a seguir retrata, de forma sintética, o ordenamento do Plano Plurianual:
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
Orientações estratégicas 
do Presidente da 
República
• Megaobjetivos
• Desafios
• Diretrizes
Orientações estratégicas 
do Ministro da Fazenda
• Objetivos setoriais
Ações (atividades e 
projetos) a cargo dos 
órgãos e entidades
Programas de Governo
Figura 6 – Plano Plurianual (PPA)
5.1 Elaboração: histórico de elaboração dos Planos – PPA
Como vimos, o Plano Plurianual, que foi instituído pela Constituição Federal de 1988, de acordo 
com seu art. 165, § 1º, oferece mudanças que reestruturam as ações governamentais. Com ele é possível 
perceber os objetivos governamentais com maior clareza, bem como, via integração de planejamento e 
orçamento, se os resultados esperados serão, de alguma forma, alcançados. Várias foram as edições de 
PPA elaboradas no Brasil desde então. Vejamos em ordem cronológica:
Quinquênio 1991/1995
Primeiro plano elaborado em cumprimento às determinações da Constituição de 1988, esteve mais 
voltado para as ações governamentais do que para o desenvolvimento econômico‑social. Interessante 
destacar a preocupação com os gastos públicos declarada no Plano. É o que se estabelece tanto no § 2º 
quanto no § 3º do Art. 5º. Quanto à reestruturação do gasto público, deve‑se:
a) assegurar o equilíbrio nas contas públicas;
b) aumentar os níveis de investimento público federal, em particular os 
voltados para a área social e para infraestrutura econômica;
c) ajustar a execução das políticas públicas federais a uma nova 
conformação do Estado, que privilegie as iniciativas e a capacidade 
gerencial do setor privado e, ao mesmo tempo, fortaleça as inerentes 
ao Poder Público;
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d) rever o papel regulador do Estado, com vistas à consolidação de uma 
economia de mercado moderna, competitiva e sujeita a controles sociais;
e) conferir racionalidade e austeridade ao gasto público federal;
f) elevar o nível de eficiência do gasto público, mediante melhor 
discriminação e maior articulação dos dispêndios efetivados pela União, 
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios (BRASIL, 1991).
As medidas a serem tomadas para que os objetivos fossem atingidos prescreviam:
a) redução da participação relativa dos gastos com pessoal nas despesas 
públicas federal;
b) modernização e racionalização da Administração Pública Federal;
c) privatização de participações societárias, bens ou instalações de 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pela União, de 
conformidade com o Programa Nacional de Desestatização, criado 
pela Lei n° 8.031, de 12 de abril de 1990;
d) alienação de imóveis e de outros bens e direitos integrados do ativo 
permanente de órgãos e entidades da Administração Pública Federal 
direta, autárquica ou fundacional;
e) transferência de encargos públicos para os Estados, Distrito Federal e 
Municípios (BRASIL, 1991).
Para Giacomoni (2012), em função dos desajustes do governo do período – Collor e o processo 
de impeachment, bem como pelo governo de transição, Itamar Franco – somadas às medidas 
macroeconômicas com caráter contracionistas, esse planejamento não merece avaliação rigorosa 
quanto a seus resultados.
Período 1996/1999
Primeiro Plano Plurianual da gestão Fernando Henrique Cardoso e, para quatro anos, foi estruturado 
em duas fases, sendo a primeira de estratégias e a segunda ordenando objetivos por áreas temáticas. 
Entre as estratégias, estão a construção de um Estado moderno e eficiente; redução dos desequilíbrios 
especiais e sociais do país; modernização produtiva da economia brasileira (BRASIL, 1996).
Para a construção de um Estado moderno e eficiente, as diretrizes do governo concentraram‑se em:
• consolidação do processo de saneamento das fianças públicas;
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• descentralização das políticas públicas para Estados e municípios, 
setor privado e organizações não governamentais;
• aumento da eficiência do gasto público, com ênfase na redução dos 
desperdícios e no aumento da qualidade e da produtividade dos 
serviços públicos;
• aprofundamento do programa de desestatização;
• modernização das Forças Armadas e de seus níveis operacionais;
• modernização da Justiça e dos sistemas de Segurança e Defesa Nacional;
• reformulação e fortalecimento da ação reguladora do Estado, inclusive 
nos serviços públicos privatizados;
• reformulação e fortalecimento dos organismos de fomento regional;
• modernização dos Sistemas de Previdência Social (BRASIL, 1996).
Quanto à redução dos desequilíbrios especiais e sociais do País, o Plano destaca:
• criação de novas oportunidades de ocupação da força de trabalho;
• redução dos custos de produtos de primeira necessidade;
• aproveitamento das potencialidades regionais, com uso racional e 
sustentável dos recursos;
• fortalecimento da base de infraestrutura das regiões menos 
desenvolvidas;
• fortalecimento da política de desconcentração industrial;
• redução da mortalidade infantil;
• ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde;
• melhoria das condições de vida, trabalho e produtividade do pequeno 
produtor e do trabalhador rural;
• melhoria das condições de vida nas aglomerações urbanas críticas 
(segurança pública, saneamento, habitação, transporte coletivo, 
serviços urbanos, desporto, e cultura e meio ambiente);
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• mobilização da sociedade e comprometimento de todo o governo 
para a erradicação da miséria e da fome;
• fortalecimento da cidadania e preservação dos valores nacionais 
(BRASIL, 1996).
No que é possível destacar sobre a modernização produtiva da economia brasileira, as diretrizes da 
ação do governo para o período foram:
• modernização e ampliação da infraestrutura;
• aumento da participação do setor privado em investimentos para o 
desenvolvimento;
• fortalecimento de setores com potencial de inserção internacional e 
estímulo à inovação tecnológica e à restruturação produtiva;
• melhoria educacional, com ênfase na educação básica; e
• modernização das relações trabalhistas (BRASIL, 1996).
Já os objetivos por áreas temáticas procuravam melhorar as condições da infraestrutura básica, 
priorizando regiões onde as condições econômicas mostravam‑se mais frágeis. Para tanto, recursos 
seriam destinados para as áreas de transportes, energia e comunicações.
 Saiba mais
Demais áreas foram compreendidas no Plano Plurianual até então 
tratado. Recomendamos a sua consulta para que você possa perceber o 
avanço em relação à primeira iniciativa, aquela do período do governo 
Collor. Acesse:
BRASIL. Lei nº 9.276, de 9 de maio de 1996. Dispõe sobre o Plano 
Plurianual para o período de 1996/1999 e dá outras providências. Brasília, 
1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9276.
htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Giacomoni (2012, p. 240) destaca:
A maior deficiência desse plano é a ausência total de representação 
financeira. A mensagem que acompanhou o projeto de lei trouxe algumas 
estimativas, de forma bastante agregada, dos montantes a serem aplicados 
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e de suas fontes de financiamento. Ao se transformar em lei, o PPA acabou 
ficando sem nenhuma referência de ordem financeira, o que é paradoxal 
em se tratando de instrumento com características orçamentárias. Cabe, 
também, fazer restrições à solução metodológica adotada que desconsiderou, 
totalmente, as características estabelecidas na Constituição Federal, ou seja, 
as despesas de capital, as despesas decorrentes destas e os programas de 
duração continuada.
Período 2000/2003
O PPA para a segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso foi instituído pela Lei nº 9.989, de 
21 de julho de 2000 (BRASIL, 2000b). Sob a bandeira “Avança Brasil, o plano foi organizado com base 
nos elementos básicos: (i) orientação estratégica; (ii) macro‑objetivos; (iii) agendas; (iv) programas” 
(GIACOMONI, 2012, p. 240). Entre as estratégias, estão:
Consolidar a estabilidade econômica com crescimento sustentado; promover 
o desenvolvimento sustentável voltado para a geração de empregos e 
oportunidades de renda; combater a pobreza e promover a cidadania e a 
inclusão social; consolidar a democracia e a defesa dos direitos humanos; 
reduzir as desigualdades inter‑regionais; promover os direitos de minorias 
vítimas de preconceito e discriminação (GIACOMONI, 2012, p. 240).
Entre os macro‑objetivos figuravam saneamento das finanças públicas, elevação das exportações, 
preocupação com a gestão ambiental, melhorias no sistema de educação, combate à fome bem como 
à mortalidade infantil.
É importante lembrar que planejamento, gerência e controle são as três funções básicas do 
processo, e o PPA 2000‑2003 procurou reavaliar tais funções propondo um orçamento mais moderno 
e com foco em resultados (CAVALCANTE, 2007). Nesse sentido, integração e desenvolvimento nacional, 
melhoria na gestão do Estado, maior atenção ao meio ambiente, valorização do emprego e cidadania 
e promoção do conhecimento foram os grandes eixos temáticos que fizeram parte da agenda, que 
contava com mais de trezentos programas.
Giacomoni (2012) avalia o plano de forma bastante positiva, com destaque para a metodologia 
adotada quanto à articulação dos programas com os objetivos que foram alcançados.
Período 2004/2007
Após dois mandatos com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil experimentou nova 
gestão, sob a regência de Luis Inácio Lula da Silva e seu Plano Plurianual para o período 2004‑2007, 
elaborado com base em consultas públicas bem como em debate entre as três esferas do governo. O 
atual governo colocava para si os desafios de eliminar a fome e a miséria, gerar empregos, distribuir 
renda com a construção de uma sociedade mais justa e moderna em termos de crescimento e 
desenvolvimento econômico.
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No que diz respeito ao desenvolvimento, o documento Plano Brasil de Todos: Participação e Inclusão 
destaca o que se segue:
[...] o PPA 2004‑2007 terá como norte a seguinte estratégia de longo prazo: 
inclusão social e desconcentração da renda com crescimento do produto 
e emprego, desenvolvimento ambientalmente sustentável, redutor das 
disparidades regionais, dinamizado pelo mercado de consumo de massa, por 
investimentos e pela elevação da produtividade, e viabilizado pela expansão 
competitiva das atividades que superem a vulnerabilidade externa. As cinco 
dimensões da estratégia (social, econômica, regional, ambiental e democrática) 
representam os megaobjetivos a ser perseguidos (BRASIL, 2003, p. 12).
Para que os megaobjetivos pudessem ser alcançados, a estratégia de desenvolvimento foi dividida 
em cinco dimensões, cada uma com suas ações e políticas:
• Dimensão social.
• Dimensão econômica.
• Dimensão regional.
• Dimensão ambiental.
• Dimensão democrática.
 Saiba mais
Consulte o documento Plano Brasil de Todos: Participação e Inclusão e 
veja quais são as atitudes governamentais para que os objetivos de cada 
dimensão pudesse ser atingido:
BRASIL. Plano Brasil de todos: participação e inclusão. Orientação 
estratégica de governo: crescimento sustentável, emprego e inclusão social. 
Brasília, maio 2003. Disponível em: <http://www.sigplan.gov.br/arquivos/po
rtalppa/15_%28PlanoBrasildeTodos%29.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Cavalcante (2007) ressalta que este PPA avança em relação ao anterior justamente pela implantação 
de um Sistema de Monitoramento e Avaliação com quatro objetivos. O primeiro foi proporcionar 
transparência quanto às ações tomadas pelo governo e, nesse aspecto, as ações e resultados foram 
bastante publicizadas. O segundo objetivo está ligado ao auxilio na tomada de decisão e, neste sentido, 
as consultas populares bem como o debate com demais unidades de federação ofereceram melhoria na 
qualidade não só das decisões, mas também das ações tomadas no âmbito governamental.
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
O segundo objetivo, de certa forma, dá condições para que o terceiro também seja conquistado, o 
da promoção, aprendizado e disseminação do conhecimento organizacional com o envolvimento 
de todas as equipes e seus debates programáticos. Por último, o aperfeiçoamento, a concepção e 
a gestão do plano e seus programas também se destaca como objetivo no sentido de melhoria 
contínua, totalmente influenciado pelas novas formas de gerenciamento organizacional.
Finalizando, Cavalcante (2007, p. 139‑140) destaca que, no Plano,
[...] prevalece a perspectiva da importância dos resultados da avaliação 
para subsidiar as tomadas de decisão em diferentes níveis: estratégico 
(ministros e Comitê de Coordenação de Programas), tático (gerentes, 
gerentes‑executivos e coordenadores de ação) e operacional (coordenadores 
de ação e sua equipe).
 Observação
Observe que a sucinta apresentação dos Planos Plurianuais que estamos 
efetuando remete às funções organizacionais e de planejamento privado, 
conforme aquelas discutidas anteriormente. O que isso revela? Que cada 
vez mais o planejamento apresenta‑se como técnico e não como político.
 Saiba mais
Outro documento bastante interessante e que você também 
pode consultar é o relatório do Plano Plurianual 2004‑2007. Na 
apresentação deste documento, você poderá verificar quais foram as 
conquistas do período:
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria 
de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Relatório de avaliação do 
Plano Plurianual 2004‑2007: exercício 2008 – ano base 2007. Brasília: 
MP, 2008. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/secretarias/
upload/Arquivos/spi/plano_plurianual/avaliacao_PPA/relatorio_2008/08_
PPA_Aval_cad01.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Período 2008‑2011
Da mesma forma que aconteceu com Fernando Henrique Cardoso, Lula alcançou a oportunidade de 
um segundo mandato e, portanto, de declarar um novo PPA. Este seguiu reafirmando os compromissos 
com o crescimento econômico, bem como com a inclusão social num Brasil de menor desigualdade. Para 
tanto, este novo mandato é pautado em três linhas mestras:
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• Na questão social, envolvendo inclusão e diminuição das desigualdades sociais e regionais via 
transferências de renda e fortalecimento da cidadania.
• Melhorias na educação, com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
• Ênfase no crescimento, com o lançamento do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), em 
que são retomadas ações de planejamento e execução de obras infraestruturais no âmbito social, 
urbano, logístico e energético.
 Saiba mais
Leia mais sobre o Plano Nacional de Educação e sobre o Programa de 
Aceleração do Crescimento:
BRASIL. Ministério da Educação. O Plano de Desenvolvimento da 
Educação: razões, princípios e programas. Brasília, 2007. Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf>. Acesso em: 8 
abr. 2015.
BRASIL. Ministério do Planejamento. Programa de Aceleração do 
Crescimento. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.
br/ministerio.asp?index=61&ler=s881>. Acesso em 8 abr. 2015.
Em rápida consulta ao documento do Plano Plurianual 2008‑2011 – Desenvolvimento com Inclusão 
Social e Educação de Qualidade, é possível destacar trechos importantes acerca das linhas mestras 
indicadas anteriormente.
No âmbito da questão social,
[...] a Agenda Social compreende um conjunto de iniciativas prioritárias, 
com ênfase: nas transferências condicionadas de renda associadas às ações 
complementares; no fortalecimento da cidadania e dos direitos humanos; 
na cultura e na segurança pública. A prioridade é a parcela da sociedade 
mais vulnerável.
A evolução nos indicadores de renda entre a população mais vulnerável 
verificada na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 
e no crescimento com índices superiores à média nacional nas regiões 
menos desenvolvidas é o resultado agregado das políticas de valorização 
do salário mínimo, da integração crescente do trabalhador ao mercado de 
trabalho formal, do aumento gradativo da escolaridade média da população 
e das políticas de transferência de renda, em particular, o Benefício de 
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Prestação Continuada (BPC) e o Programa Bolsa Família. A Agenda Social 
para o próximo período promoverá as alternativas de emancipação para as 
famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família por meio da integração 
de políticas de acesso à educação, à energia, aos produtos bancários, ao 
trabalho e à renda, viabilizando a continuidade da redução da pobreza 
e da desigualdade. O Programa atendeu, no fim de 2006, 11 milhões de 
famílias, número correspondente ao universo de famílias com renda per 
capita até R$ 120,00, segundo estimativas baseadas na PNAD 2004. Em 
agosto de 2007, o valor dos benefícios foi reajustado em 18,25% e, para 
2008, serão incorporados adolescentes de 16 e 17 anos ao Programa 
(BRASIL, 2007b, p. 13‑14).
Organizado em quatro eixos – Educação Básica; alfabetização e educação continuada; ensino 
profissional e tecnológico; e Ensino Superior –, quanto ao Plano de Desenvolvimento da Educação cabe 
destacar que:
[...] na área de financiamento da educação básica, o Presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.494/2007, que regulamenta o Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação (Fundeb). O novo fundo atende a toda a educação 
básica, da creche ao Ensino Médio. No Fundeb, o aporte do Governo Federal 
é de R$ 2 bilhões em 2007; R$ 3,1 bilhões em 2008; R$ 4,9 bilhões em 2009 
e 10% do montante da contribuição dos Estados e Municípios ao fundo 
a partir de 2010, alcançando cerca de 7,6 bilhões em 2010 e 8,4 bilhões 
em 2011. O atendimento por meio da cooperação técnica e financeira 
da União a Estados, Municípios e escolas será redirecionado, de modo 
prioritário, às Unidades da Federação e escolas com os menores Índices 
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O IDEB com dados sobre 
fluxo escolar combinado com o desempenho dos alunos permitirá a pais, 
comunidades, escolas, Municípios e Estados acompanharem o desempenho 
das escolas, ao mesmo tempo em que fixará metas de curto, médio e longo 
prazo para a melhoria da qualidade da educação básica. Como meta de 
longo prazo espera‑se que o IDEB nacional atinja o índice 6 para os anos 
iniciais do ensino fundamental até 2021 – índice médio atual para países 
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 
Atualmente, a educação básica brasileira tem uma média de 3,8 pontos, para 
os anos iniciais do ensino fundamental; 3,5, para os anos finais do ensino 
fundamental e 3,4, para o ensino médio, em uma escala de 0 a 10 algarismos 
(BRASIL, 2007b, p.16‑17).
Quanto ao Programa de Aceleração do Crescimento, ele compreendia um:
[...] conjunto de investimentos públicos em infraestrutura econômica e 
social nos setores de transportes, energia, recursos hídricos, saneamento 
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Unidade III
e habitação, além de diversas medidas de incentivo ao desenvolvimento 
econômico, estímulos ao crédito e ao financiamento, melhoria do 
ambiente de investimento, desoneração tributária e medidas fiscais de 
longo prazo.
As metas propostas pelo PAC envolvem expansão significativa do 
investimento público e, em decorrência, do investimento privado. A elevação 
do nível de investimento pelo setor público na resolução dos gargalos 
existentes na infraestrutura logística e energética, aliada à continuidade 
das políticas inclusivas – essenciais à expansão do mercado interno –, é 
fundamental para a expansão da capacidade produtiva nacional e elevação 
da produtividade sistêmica da economia.
Estão previstos investimentos em infraestrutura logística, em energia 
e em infraestrutura social e urbana superiores a R$ 500 bilhões, 
equivalentes em 2007 a cerca de 20% do PIB, com equilibrada 
distribuição territorial, de modo a reduzir as desigualdades regionais 
(BRASIL, 2007b, p. 19).
 Saiba mais
Convidamos você a acessar o Portal Brasileiro de Dados Abertos e 
verificar, ano a ano, as ações, as metas físicas, os programas e os indicadores 
do Plano Plurianual do período 2008‑2011. Na referência a seguir, o 
endereço que o levará diretamente até as informações:
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de 
Logística e Tecnologia da Informação. Plano Plurianual 2008‑2011. Brasília, 
[s.d.]. (Conjunto de dados). Disponível em: <http://dados.gov.br/dataset/
plano‑plurianual‑2008‑2011>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Período 2012‑2015
A partir do exercício financeiro de 2012, o Plano Plurianual Federal passou a ter uma nova 
configuração, voltada para os resultados na gestão pública, consolidando uma visão estratégica, 
participativa e territorializada para o planejamento governamental. A figura a seguir retrata a 
nova configuração.
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
DIMENSÃO
ESTRATÉGICA
PROGRAMAS
• Objetivos
• Iniciativas
AÇÕES
(no âmbito das 
LOAs)
• Visão de futuro
• Valores
• Macrodesafios
Valor global e indicadores
Órgão executor, meta global e regionalizada
Identifica as entregas de bens e serviços à 
sociedade, resultantes da coordenação de 
ações orçamentárias, não orçamentárias, 
institucionais e normativas
Vinculam‑se aos programas, sendo detalhadas 
no orçamento
Figura 7 – Nova configuração do Plano Plurianual Federal 2012‑2015
Com a nova configuração, o PPA apresenta‑se nas seguintes dimensões:
• Dimensão estratégica: é a orientação estratégica que tem como base os macrodesafios e a visão 
de longo prazo do Governo Federal.
• Dimensão tática: define caminhos exequíveis para o alcance dos objetivos e das transformações 
definidas na dimensão estratégica, considerandoas variáveis inerentes à política pública tratada. 
Vincula os programas temáticos para consecução dos objetivos assumidos, materializados pelas 
iniciativas expressas no plano.
• Dimensão operacional: relaciona‑se com o desempenho da ação governamental no nível da 
eficiência e é especialmente tratada no orçamento. Busca a otimização na aplicação dos recursos 
disponíveis e a qualidade dos produtos entregues.
Quanto aos macrodesafios, inseridos na dimensão estratégica, eles representam diretrizes elaboradas 
com base no Programa de Governo e na visão estratégica, que vão orientar a formulação dos programas 
do PPA, que são instrumentos de organização da ação governamental visando à concretização dos 
objetivos pretendidos.
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Unidade III
O programa temático retrata no PPA a agenda de governo organizada pelos temas das Políticas 
Públicas e orienta a ação governamental. Sua abrangência deve ser a necessária para representar os 
desafios e organizar a gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades 
e a territorialidade. O programa temático se desdobra em objetivos e iniciativas.
O objetivo expressa o que deve ser feito, refletindo as situações a serem alteradas pela implementação 
de um conjunto de iniciativas, com desdobramento no território. O objetivo apresenta as seguintes 
características, segundo Nascimento (2014, p. 109):
• Define a escolha para a implementação da política pública desejada, 
levando em conta aspectos políticos, sociais, econômicos, institucionais, 
tecnológicos, legais e ambientais. Para tanto, a elaboração do objetivo 
requer o conhecimento aprofundado do respectivo tema, bem como do 
contexto em que as políticas públicas a ele relacionadas são desenvolvidas.
• Orienta taticamente a ação do Estado no intuito de garantir a entrega 
à sociedade dos bens e serviços necessários para o alcance das metas 
estipuladas. Tal orientação passa por uma declaração objetiva, por 
uma caracterização sucinta, porém completa, e pelo tratamento no 
território, considerando suas especificidades.
• Expressa um resultado transformador da situação atual em que se 
encontra um determinado tema.
• É exequível, ou seja, o objetivo deve estabelecer metas factíveis e 
realistas para o governo e a sociedade no período de vigência do Plano, 
considerando a conjuntura econômica, política e social existente. 
Pretende‑se, com isso, evitar declarações genéricas que não representam 
desafios, bem como a assunção de compromissos intangíveis.
• Define iniciativas que declaram aquilo que deve ser ofertado na forma 
de bens e serviços ou pela incorporação de novos valores à política 
pública, considerando como organizar os agentes e os instrumentos 
que a materializam.
• Declara as informações necessárias para a eficácia da ação 
governamental (o que fazer, como fazer, em qual lugar, quando), além 
de indicar os impactos esperados na sociedade (para quê).
A iniciativa declara as entregas à sociedade de bens e serviços, resultantes da coordenação de 
ações orçamentárias e outras: ações institucionais e normativas, bem como da pactuação entre entes 
federados, entre Estados e sociedade e da integração de políticas públicas. A iniciativa se associa a 
duas dimensões:
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• As fontes de financiamento:
— orçamento;
— outras fontes.
• As formas de gestão e implementação.
O Plano Plurianual para o período 2012‑2015 representa as diretrizes do primeiro mandato da 
presidenta Dilma Rousseff e segue a nova configuração. É importante destacar os principais pontos de 
discussão da dimensão estratégica do Plano Mais Brasil, bem como seus macrodesafios (BRASIL, 2011b).
A dimensão estratégica apresenta:
• a visão de futuro do Brasil que se quer construir;
• descrição do cenário macroeconômico, com a análise do período recente, do contexto 
internacional, dos desafios a serem enfrentados pelos programas delineados no Plano, as projeções 
macroeconômicas, tanto pelo lado da demanda quanto pelo lado da oferta, projeção da inflação e 
condições do setor público;
• avaliação do cenário social do ponto de vista da demografia, desigualdades e pobreza;
• condições no cenário ambiental, notadamente geração e distribuição de energia;
• cenário regional.
Seus macrodesafios são:
1) Projeto Nacional de Desenvolvimento: dar seguimento ao Projeto 
Nacional de Desenvolvimento apoiado na redução das desigualdades 
regionais, entre o rural e o urbano e na continuidade da transformação 
produtiva ambientalmente sustentável, com geração de empregos e 
distribuição de renda.
2) Erradicação da Pobreza Extrema: superar a pobreza extrema e 
prosseguir reduzindo as desigualdades sociais.
3) Ciência, Tecnologia e Inovação: consolidar a ciência, tecnologia e inovação 
como eixo estruturante do desenvolvimento econômico brasileiro.
4) Conhecimento, Educação e Cultura: propiciar o acesso da população 
brasileira à educação, ao conhecimento, à cultura e ao esporte com 
equidade, qualidade e valorização da diversidade.
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5) Saúde, Previdência e Assistência Social: promover o acesso universal 
à saúde, à previdência e à assistência social, assegurando equidade e 
qualidade de vida.
6) Cidadania: fortalecer a cidadania, promovendo igualdade de gênero 
e étnico‑racial, respeitando a diversidade das relações humanas e 
promovendo a universalização do acesso e elevação da qualidade dos 
serviços públicos.
7) Infraestrutura: expandir a infraestrutura produtiva, urbana e social de 
qualidade, garantindo a integração do Território Nacional e do País 
com a América do Sul.
8) Democracia e Participação Social: fortalecer a democracia e estimular 
a participação da sociedade, ampliando a transparência da ação 
pública.
9) Integridade e Soberania Nacional: preservar os poderes constitucionais, 
a integridade territorial e a soberania nacional, participando 
ativamente da promoção e defesa dos direitos humanos, da paz e do 
desenvolvimento no mundo.
10) Segurança Pública: promover a segurança e integridade dos cidadãos, 
através do combate à violência e do desenvolvimento de uma cultura 
de paz.
11) Gestão Pública: aperfeiçoar os instrumentos de gestão do Estado, 
valorizando a ética no serviço público e a qualidade dos serviços 
prestados ao cidadão (BRASIL, 2011b, p. 77).
Para que os dispêndios pudessem ser efetuados, o financiamento do PPA do período contava com 
recursos da ordem de R$ 5,4 trilhões provenientes de orçamento fiscal e da seguridade social, orçamento 
de investimentos das estatais, bem como com os recursos extraordinários, a exemplo de renúncia fiscal, 
planos de dispêndios das empresas estatais, agências oficiais de crédito e parcerias com o setor privado. 
A tabela a seguir apresenta a fonte de recursos e seu percentual representativo no orçamento.
Tabela 5 – Fontes de recursos e participação orçamentária
Fonte de recursos (%)
Orçamento fiscal e seguridade 68
Recursos extraorçamentários 25
Investimentos de empresas estatais 7
Fonte: Brasil (2011b, p. 103).
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Quanto à alocação dos recursos, os programas temáticos representam 80% do totalde gastos, 
distribuídos em quatro macroáreas: social (57%), infraestrutura (26%), desenvolvimento produtivo e 
ambiental (15%) e especiais (2%).
Na área social, os dispêndios estão divididos da seguinte forma (BRASIL, 2011b):
• 28% para aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS);
• 22% para trabalho, emprego e renda;
• 17% para educação;
• 13% para o fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS);
• 8% para agricultura familiar;
• 7% para o programa Bolsa Família;
• 5% para demais ações.
A política de infraestrutura contempla os seguintes programas e seus percentuais de recebimento 
de recursos (BRASIL, 2011b):
• moradia digna: 32,6%;
• energia: 25,1%;
• petróleo e gás: 19,1%;
• transportes: 9,8%;
• minerais: 5%;
• demais: 8,4%.
No que diz respeito à área de desenvolvimento produtivo e ambiental, os programas associados à 
área correspondem a 15% dos programas temáticos, divididos entre (BRASIL, 2011b):
• agropecuária sustentável, abastecimento e comercialização: 33%;
• comércio exterior: 27%;
• desenvolvimento produtivo: 15%;
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• micro e pequenas empresas: 12%;
• demais: 13%.
Por fim, os temas especiais compreendem ações de organização do Estado, notadamente (BRASIL, 2011b):
• política nacional de defesa recebendo 51% dos recursos destinados para a área;
• desenvolvimento regional, territorial sustentável e economia solidária com 42% dos recursos;
• 4% dos recursos destinados para a política externa;
• 3% para demais ações.
 Saiba mais
Você poderá conhecer mais sobre o Plano Plurianual Federal para o 
período 2012‑2015 consultando‑o:
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de 
Planejamento e Investimentos Estratégicos. Plano Plurianual 2012‑2015: 
projeto de lei. Brasília: MP, 2011. Disponível em: <http://www.planejamento.
gov.br/secretarias/upload/Arquivos/spi/PPA/2012/mensagem_presidencial_
ppa.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Instrumento tão importante quanto o Plano Plurianual, a Constituição Federal de 1988 criou 
também a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com a prerrogativa de definir as metas e as prioridades 
da administração pública para o exercício subsequente, considerando, ainda, as despesas de capital, ou 
seja, fazendo um elo com o Plano Plurianual. Orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual, a LDO 
promove um elo com o Plano Plurianual.
Passaremos, então, a tratar da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
6 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Vejamos o que dispõe o § 2º do art. 165 da Constituição Federal de 1988, que trata dos orçamentos:
A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da 
Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício 
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, 
disporá sobre as alterações da legislação tributária e estabelecerá a política de 
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (BRASIL, 1988).
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É com a Lei de Diretrizes Orçamentárias que se estabelecem as prioridades, bem como as metas da 
Administração Pública Federal, no que diz respeito aos orçamentos anuais que formam o orçamento 
unificado: o orçamento fiscal, o da seguridade social e dos investimentos das empresas estatais.
Nesse sentido, a Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece as normas orçamentárias da União 
para o exercício financeiro seguinte e de acordo com o Plano Plurianual, compreendendo, conforme 
Matias‑Pereira (2012, p. 320‑321):
I – as prioridades e metas da Administração Pública Federal;
II – a estrutura e organização dos orçamentos;
III – as diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos da União e 
suas alterações;
IV – as disposições relativas à dívida pública federal;
V – as disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos sociais;
VI – a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento;
VII – as disposições sobre as alterações na legislação tributária da União;
VIII – as disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as 
obras e serviços com indícios de irregularidades graves; e
IX – as disposições gerais.
Portanto, é no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias que o Governo Federal elenca suas 
prioridades, bem como as metas que irão compor o orçamento para períodos seguintes ao de sua 
elaboração, em consonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
 Lembrete
Lembre‑se de que a Lei de Responsabilidade Fiscal – lei Complementar 
nº 101/2000 – disciplina sobre o equilíbrio entre receitas e despesas públicas.
Giacomoni (2012, p. 228) afirma ser de extrema importância analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias 
à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal, pois esta última exige que a primeira considere:
• equilíbrio entre receitas e despesas;
• metas fiscais;
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Unidade III
• riscos fiscais;
• programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso, a serem estabelecidos 
pelo Poder Executivo trinta dias após a publicação da lei orçamentária;
• critérios e formas de limitação de emprenho, a serem efetivados nas hipóteses de risco de não 
cumprimento das metas fiscais ou de ultrapassagem do limite da dívida consolidada;
• normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados 
com recursos dos orçamentos;
• condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
• forma de utilização e montante da reserva de contingência a integrar a Lei Orçamentária Anual;
• demonstrações trimestrais apresentadas pelo Banco Central sobre o impacto e o custo fiscal das 
suas operações;
• concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia 
de receita.
Matias‑Pereira (2012) salienta que o planejamento de todas as atividades a serem efetuadas pela 
administração pública devem estar alinhadas ao orçamento‑programa, bem como ao Plano Plurianual, 
pois, não estando, não haverá condição de aprovação das diretrizes do orçamento pelo órgão competente. 
Assim, incorporadas ao texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, deverão estar:
• fixados os critérios de elaboração da Lei Orçamentária Anual;
• definidos como serão utilizados os recursos de reserva de contingência, caso necessário;
• explicitados os índices para correção monetária de possível dívida mobiliária em caso de seu 
refinanciamento;
• demonstrados os orçamentos mensais com suas devidas programações financeiras.
 Observação
É importante que você tenha em mente que estamos tratando de um 
instrumento que funciona como um elo entre os orçamentos anuais e o 
Plano Plurianual e, para que seja efetivamente posto em prática, deverá ser 
aprovado tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal. 
Não é por outro motivo que, por vezes, há repetição no tratamento de 
alguns pontos, tanto do PPA quanto na LDO.
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
 Saiba mais
Acesse o site da Câmara dos Deputados federais para ler o documento 
intitulado Informativo Conjunto. Esse documento comenta os pontos 
importantesconstantes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do 
Governo Federal para o ano de 2014.
BRASIL. Informativo conjunto: Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 
para 2014 (PLDO 2014). Brasília, 2013. Disponível em: <http://www.camara.
gov.br/sileg/integras/1084702.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.
Conforme bem lembra Nascimento (2014), o Governo Federal deverá encaminhar o Projeto de Lei das 
Diretrizes Orçamentárias para aprovação até oito meses antes do encerramento do exercício financeiro e 
devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
 Saiba mais
O que se estabelece em termos de prazo para aprovação e sanção 
do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias e que anteriormente foi 
indicado reflete o que se determina no Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT). Ele tem a finalidade de estabelecer regras de transição 
entre diferentes ordenamentos jurídicos, a exemplo de mudanças de 
constituição efetuada por determinado país. Você poderá ler o Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias diretamente na Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 7 abr. 2015.
Nascimento (2014, p. 112) ainda destaca que, além de a LDO ser vista como uma “inovação 
constitucional em matéria orçamentária”, duas considerações devem ser levantadas. A primeira é que a 
LDO aborda alterações quanto à legislação tributária. A segunda é que estabelece políticas específicas 
para alguns agentes financeiros que se apresentam como agências de fomento, a exemplo do Banco 
do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 
Giacomoni (2012, p. 227) concorda e acrescenta que na LDO deverão constar:
• parâmetros para iniciativa de lei de fixação das remunerações no âmbito do Poder Legislativo;
• limites para elaboração das propostas orçamentárias do Poder Judiciário e do Ministério Público;
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Unidade III
• autorização para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, para a criação 
de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como para a admissão 
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta e 
indireta, ressalvadas as empresas públicas e sociedades de economia mista.
Outra inovação a ser destacada com o advento da LDO é a possibilidade de retorno à soberania 
popular com a participação da sociedade na discussão do que deve ou não ser considerado como 
prioridade em termos de ações públicas, o que sem a constituinte não seria possível.
 Lembrete
Esse aspecto relacionado ao reforço da participação popular também 
foi ressaltado quando tratamos do PPA.
Giacomoni (2012, p. 229) indica que quando a lei de diretrizes pode ser aprovada com brevidade, 
ou mesmo previamente à sua execução, há maior possibilidade de entendimento entre os Poderes 
Executivo e Legislativo, pois ali estão explicitados “investimentos, metas fiscais, mudanças na legislação 
sobre tributos e políticas de fomento a cargo de bancos oficiais”.
Além do que se estabeleceu de obrigatoriedade, a LDO deve ainda apresentar detalhamentos em 
anexos, sendo dois os eixos: o de metas fiscais e o de riscos fiscais (GIACOMONI, 2012).
Nos anexos de metas fiscais deverão ser apresentadas, tanto para o exercício corrente como 
para os dois próximos, as metas anuais para receitas e despesas, bem como dívida pública 
em seus conceitos primário e nominal. Além disso, há necessidade de avaliar se as metas 
estabelecidas para o ano anterior ao corrente foram conquistadas. Do contrário, de alguma 
forma, devem ser encontrados seus motivos. Acrescenta‑se que, referentes aos últimos três 
exercícios, a evolução patrimonial deve ser demonstrada e, se em caso de algum ativo ter sido 
transferido de titularidade, a origem e o uso dos recursos devem ser explicitados, assim como 
deve‑se apresentar o demonstrativo da estimativa e/ou compensação da renúncia de receitas, 
caso houver.
Nos mesmos anexos, avaliação da situação financeira, bem como atuarial, deve ser levada em 
consideração, notadamente aquela relacionada à Previdência Social, incluindo a dos servidores e a 
situação financeira do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT).
O anexo de riscos fiscais apresenta avaliação das condições dos passivos, bem como demais riscos 
financeiros que possam atrapalhar as contas públicas.
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
 Saiba mais
Veja a Lei de Diretrizes Orçamentárias na prática, acessando a Lei nº 
13.080, de 2 de janeiro de 2015, que dispõe sobre as diretrizes para a 
elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2015. A leitura é demasiado 
elucidativa do que foi apresentado com formalidade.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Lei nº 13.080, de 
2 de janeiro de 2015. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da 
Lei Orçamentária de 2015 e dá outras providências. Brasília, 2015. Disponível em: 
<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/sof/LDO_2015/ 
150102_Lei_13080_Texto.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.
 Resumo
O progresso de nossa abordagem acerca do assunto finanças e 
orçamentos públicos procura mostrar que a gestão pública aproxima‑se 
cada vez mais da gestão privada, fato que se percebe com maior 
nitidez quando do tratamento do PPA e da LDO, instrumentos que, em 
consonância com a Constituição Federal, valorizam o planejamento, 
devido à obrigatoriedade da elaboração de planos de médio prazo 
vinculados aos orçamentos anuais.
Quanto ao PPA, vimos tratar‑se de um instrumento de planejamento 
estratégico de todas as ações que serão tomadas por determinado 
governo. Elaborado para o período de quatro anos, procura expressar 
com clareza os resultados pretendidos pelo governante que o elabora e, 
por meio de seu acompanhamento e avaliação, verificar a efetividade 
da execução de seus programas, bem como rever objetivos e metas. 
Complementando toda a questão rígida – teórica, vale dizer – que 
está por trás do instrumento, optamos ainda por lhe apresentar as 
iniciativas do governo brasileiro na elaboração dos PPAs desde a década 
de 1990 até a atualidade.
Por outro lado, é com a Lei de Diretrizes Orçamentárias que se 
estabelecem as prioridades e as metas da Administração Pública Federal no 
que diz respeito aos orçamentos anuais que formam o orçamento unificado, 
ou seja, o orçamento fiscal, o da seguridade social e dos investimentos das 
empresas estatais.
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Unidade III
 Exercícios
Questão 1. Com a aprovação da Constituição Federal, algumas mudanças ocorreram na questão 
orçamentária sobre o novo modelo implementado a partir de 1988. Sobre o assunto, assinale a 
alternativa correta:
A) O poder Judiciário teve seu poder aumentado, já que passou a ter um orçamento mais elevado.
B) O poder executivo teve seu poder ampliado com a aprovação do novo modelo orçamentário.
C) A questão relevante refere‑se ao fenômeno da descentralização. 
D) O poder legislativo teve seu poder ampliado pela nova Constituição Federal de 1988.
E) A população teve seu poder ampliado com a aprovação do orçamento participativo.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativasA) Alternativa incorreta.
Justificativa: na nova modalidade, o Poder Judiciário permaneceu com seu poder e seu orçamento é 
condizente com suas necessidades de manutenção que não são crescentes ao longo do tempo e, desta 
forma, não necessita de maior dotação orçamentária.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: na nova modalidade, o Poder Executivo permaneceu com seu poder e seu orçamento é 
condizente com suas necessidades de manutenção que não são crescentes ao longo do tempo e, desta 
forma, não necessita de maior dotação orçamentária.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o fenômeno da descentralização não se apresenta como peça de grande relevância, 
pois não está relacionado diretamente à questão orçamentária.
D) Alternativa correta.
Justificativa: o poder legislativo teve seu poder ampliado com a nova constituinte, pois é ele que 
aprova as decisões orçamentárias.
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FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a população tem acesso e participação quando do orçamento participativo, mas não 
que seu poder tenha sido aumentado em função disso.
Questão 2. Sobre A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), assinale a alternativa correta:
A) Compreende as metas e prioridades da administração pública federal e orienta a elaboração da 
lei orçamentária anual.
B) Compreende o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades 
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
C) Compreende o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto.
D) Compreende o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e 
mantidos pelo poder público.
E) Como atribuição única do executivo, responsável por sua elaboração, não tem interferência do 
poder legislativo.
Resolução desta questão na plataforma.

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