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ALFABETIZAÇÃO-E-LETRAMENTO-FUNDAMENTOS-E-METODOLOGIA

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4 
 
 
 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 
2 A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO NO PROCESSO 
EDUCACIONAL .......................................................................................................... 8 
3 ABORDAGENS METODOLÓGICAS DA ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA ............................................................................................................. 13 
3.1 A Abordagem Sintética como Método de Alfabetização ..................................... 14 
3.2 Desvendando o Alfabeto como Caminho para a Leitura ..................................... 16 
3.3 Desvendando os Sons da Escrita: A Abordagem Fonética................................. 19 
3.4 Trilhando os Caminhos das Sílabas: A Estratégia Silábica na Jornada de 
Alfabetização 21 
3.5 Decifrando o Todo pelas Partes: A Abordagem Analítica na Formação de Leitores
 23 
3.6 A Estratégia da Palavra como Abordagem de Alfabetização .............................. 23 
3.7 Construindo o Significado das Palavras: A Abordagem da Sentenciação na 
Alfabetização 25 
3.8 A Abordagem dos Contos como Método Global de Alfabetização ...................... 25 
4 PRÁTICAS METODOLÓGICAS NO ENSINO: UMA ABORDAGEM NA 
EDUCAÇÃO .............................................................................................................. 27 
4.1 A Metodologia de Ensino Tradicional: Princípios e Práticas ............................... 27 
4.2 A Metodologia Tradicional Sociointeracionista no Ensino ................................... 29 
4.3 Explorando o Potencial Infinito: Metodologia Montessoriana na Educação ... Erro! 
Indicador não definido. 
4.4 Emancipação e Transformação: A Metodologia Freiriana no Ensino como 
Instrumento de Mudança Social ................................................................................ 31 
4.5 Construindo Saberes: A Metodologia Construtivista no Processo de Ensino-
Aprendizagem ........................................................................................................... 32 
4.6 Aprendendo Fazendo: A Metodologia de Ensino Ativa na Promoção do 
Engajamento e Autonomia dos Alunos ..................................................................... 34 
5 PERSPECTIVAS SOBRE ESCRITA E LEITURA: COMPREENDENDO AS 
CONCEPÇÕES E ABORDAGENS ........................................................................... 36 
6 A VISÃO CONTEMPORÂNEA DA EDUCAÇÃO ................................................... 40 
 
6 
 
7 O PAPEL DO EDUCADOR NO PROCESSO DE LETRAMENTO E 
ALFABETIZAÇÃO: DESAFIOS, RESPONSABILIDADES E CONTRIBUIÇÕES ...... 45 
8 NUTRINDO A SEMENTE DO SABER: O PODER DO AMBIENTE 
ALFABETIZADOR NA JORNADA EDUCACIONAL .................................................. 48 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado(a) aluno(a)! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro — quase improvável — um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2 A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO NO PROCESSO 
EDUCACIONAL 
A alfabetização e letramento são conceitos fundamentais no campo da 
educação, especialmente no que se refere ao processo de aprendizagem da leitura e 
escrita. A alfabetização diz respeito ao ensino e aprendizagem do sistema de escrita 
alfabética, envolvendo o reconhecimento e a associação dos sons da fala às letras 
correspondentes. Já o letramento vai além do simples domínio do código escrito, 
abrangendo a compreensão e utilização social da leitura e escrita em diferentes 
contextos. Ambos os conceitos são interdependentes e complementares, uma vez que 
a alfabetização proporciona as habilidades básicas necessárias para o letramento, e 
este, por sua vez, promove a ampliação das práticas de leitura e escrita, fomentando 
a participação ativa dos indivíduos na sociedade letrada. O desenvolvimento de uma 
sólida base em alfabetização e letramento desde os estágios iniciais da educação é 
crucial para o sucesso educacional e para a formação de cidadãos críticos e 
participativos. Veja na figura 1 a individualidade e complementaridade dois termos. 
 
Figura 1 – Alfabetização em comparação a Letramento 
 
Fonte: https://shre.ink/HHfH 
 
9 
 
Segundo o dicionário Houaiss (2009), alfabetização é: “1 — Iniciação no uso 
do sistema ortográfico. 2 — Ato de propagar o ensino ou difusão das primeiras letras.” 
Desta forma, podemos dizer que, a alfabetização é a ação de ensinar/aprender a ler 
e escrever. É o processo pelo qual as crianças aprendem a decodificar os elementos 
que compõem a escrita. Essa decodificação inclui a memorização de letras, a 
identificação delas e a ligação de sílabas. 
Segundo Soares (2004), a alfabetização consiste no processo de adquirir e 
internalizar o sistema de escrita. Além disso, ela engloba um conjunto de habilidades 
relacionadas ao uso da leitura e da escrita em contextos sociais específicos. O autor 
acrescenta que, para se inserir e participar plenamente no mundo do conhecimento, 
é necessário que o indivíduo desenvolva duas habilidades distintas. A primeira diz 
respeito ao domínio do sistema alfabético e ortográfico, adquirido durante o processo 
de alfabetização. A segunda está relacionada ao desenvolvimento de habilidades e 
competências para utilizar a escrita de forma adequada em diversas situações e 
contextos, o que é alcançado por meio do letramento. 
Seguindo a mesma vertente, Freire (1983) afirma que a alfabetização é um ato 
criador, no qual o sujeito é agente da aprendizagem enquanto vai aprendendo e 
compreendendo a leitura e a escrita. Segundo ele, esse processo não se dá de forma 
mecânica ou desvinculada de um universo existencial, ele exige uma atitude e uma 
postura de criação e recriação. 
Freire (1991), conclui que apenas dominar a escrita não é o bastante, é 
indispensável inserir o sujeito nesse mundo para desenvolver uma leitura crítica das 
relações sociais. Assim, a alfabetização é um processo de aprendizagem onde os 
indivíduos desenvolvem habilidades de escrita e leitura, enquanto o letramento 
envolve a função social da alfabetização. São processos complexos, mas devem ser 
combinados, talvez seja o maior desafio que os alfabetizadores enfrentam. 
Já o letramento é muito mais profundo do que a alfabetização, corresponde à 
interpretação e ao domínio da linguagem, não se restringindo a codificação de 
palavras. Quando um aluno consegue entender o texto, contar histórias, falar com 
clareza e se expressar com eficácia por meio das palavras que usa, ele se torna uma 
pessoa considerada letrada. Portanto, letramento, segundo seus defensores, como 
Soares (2004), por exemplo, refere-se à apropriação da leitura e da escrita para uso 
social, trazendo consequências (políticas, sociais, econômicas, culturais)para 
 
10 
 
indivíduos e grupos que se apropriam da escrita, fazendo com que esta se torne parte 
de suas vidas como meio de expressão e comunicação. 
Efetivamente, o conceito de letramento e alfabetização denota duas dimensões 
distintas, embora intrinsecamente aplicadas, no âmbito do processo educacional. A 
alfabetização compreende o aprendizado fundamental da leitura e escrita, visando ao 
domínio do sistema alfabético, incluindo a correspondência entre os trilhos da 
linguagem oral e as letras correspondentes. 
No entanto, é essencial destacar que a alfabetização, por si só, não assegura 
o letramento pleno. Ser alfabetizado não implica automaticamente na capacidade de 
compreender textos apresentados em jornais, revistas e demais conteúdos escritos 
complexos. Além disso, um indivíduo pode enfrentar dificuldades ao escrever ou 
expressar suas opiniões e críticas por meio do texto escrito. Nesse sentido, o 
letramento transcende a mera decodificação do código escrito, envolvendo a 
habilidade de utilizar a leitura e escrita em contextos diversos e de forma socialmente 
significativa. É de extrema importância reconhecer a significância de ambos os 
processos, uma vez que a aquisição da alfabetização estabelece a base essencial 
para o desenvolvimento do letramento, o qual, por sua vez, fomenta a participação 
ativa e reflexiva do indivíduo em uma sociedade voltada à escrita e à leitura. 
A conceituação do letramento apresenta uma abordagem mais aprofundada e 
analítica em comparação à conceituação da alfabetização. Enquanto a alfabetização 
está centrada na decodificação dos signos linguísticos, o letramento adota uma 
perspectiva minuciosa em relação ao uso social da linguagem. No entanto, é a 
integração desses dois processos resultando na compreensão e faz parte do processo 
de significação do indivíduo. É importante ressaltar que a situação de letrado está 
diretamente relacionado ao sentido atribuído à leitura e escrita pelo sujeito, enquanto 
a mera alfabetização indica apenas a aquisição das habilidades básicas. 
Como afirma Kleiman (1995, p. 20), “[...] o fenômeno do letramento, então, 
extrapola o mundo da escrita tal qual ele é concebido pelas instituições que se 
encarregam de introduzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita”. Uma pessoa 
letrada pode utilizar da linguagem em inúmeros contextos sociais e podendo produzir 
textos de diferentes níveis segundo a necessidade contextual. Para Ferreiro (2002), 
ser letrado é: 
 
11 
 
[...] poder transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de 
práticas sociais ligadas à escrita. Ou seja, trata-se de produzir textos nos 
suportes que a cultura define como adequados para as diferentes práticas, 
interpretar textos de variados graus de dificuldade em virtude de propósitos 
igualmente variados, buscar e obter diversos tipos de dados em papel ou tela 
e também, não se pode esquecer, apreciar a beleza e a inteligência de um 
certo modo de composição, de um certo ordenamento peculiar das palavras 
que encerra a beleza da obra literária. (FEREEIRO, 2002, p. 16). 
Conforme afirmado pelo autor mencionado, é comum termos uma visão 
limitada ao considerar o aprendizado da leitura e escrita como um processo 
exclusivamente escolar, negligenciando que o desenvolvimento dessas habilidades 
tem início muito antes do ingresso na instituição educacional. Tal perspectiva restringe 
nosso entendimento acerca do papel dos contextos familiares, socioculturais e das 
interações cotidianas na formação das bases para a alfabetização e letramento. 
Aprender a ler e escrever é um processo complexo que se estabelece desde a 
primeira infância, por meio de experiências pré-escolares e interações com a 
linguagem oral e escrita no ambiente familiar, contribuindo para a construção de 
habilidades e conhecimentos essenciais que serão alicerces para a educação formal 
posterior. 
Indivíduos com habilidades de alfabetização podem compreender uma 
narrativa, podendo ler e expressar sua compreensão de forma aceitável. Nesse 
sentido, crianças que adquiriram a alfabetização têm conhecimento em leitura e 
escrita, enquanto sujeitos letrados demonstram habilidades para aplicar a 
alfabetização conforme as demandas sociais. Pessoas letradas possuem a 
capacidade de organizar discursos, elucidar textos e refletir sobre as informações 
lidas. Assim, podemos afirmar que a principal distinção entre alfabetização e 
letramento está relacionada à qualidade do domínio e à frequência da utilização da 
leitura no cotidiano, além da capacidade de explicar e lidar com as exigências sociais. 
É importante destacar que tanto a sociedade quanto a língua estão sujeitas a 
transformações constantes. Diante desse contexto dinâmico, além de aprofundar as 
investigações acerca da concepção de letramento, torna-se essencial compreender 
que novos gêneros e discursos emergem. Portanto, é fundamental acompanhar e 
analisar as mudanças sociais e linguísticas, a fim de manter-se atualizado e apto a 
lidar com as demandas comunicativas contemporâneas. 
Diante da evolução tecnológica e do progresso das formas de comunicação, 
duas novas perspectivas teóricas emergem no cenário do letramento: letras múltiplas 
 
12 
 
e multiletramentos, conforme identificado por Rojo (2012) e Baptista (2016). Embora 
as terminologias possam parecer semelhantes, elas se referem a concepções 
distintas. A noção de letramentos multiplamente aborda a diversidade de práticas de 
letramento que envolvem a leitura e a escrita, incorporando abordagens dos gêneros 
discursivos e questionando a origem desses gêneros nos espaços digitais. Por outro 
lado, a concepção de multiletramentos diz respeito à pluralidade de linguagens, não 
apenas de gêneros. Isso se deve ao fato de que os usuários da língua 
contemporaneidade leem e interpretam por meio de diversas modalidades, que vão 
desde imagens até o uso de emojis. 
Dessa forma, pode-se concluir que as perspectivas de letramentos múltiplos e 
multiletramentos representam avanços conceituais importantes na compreensão das 
práticas de letramento na era digital. Essas concepções reconhecem a diversidade de 
gêneros discursivos que surgem no contexto digital, bem como a multiplicidade de 
linguagens utilizadas pelos indivíduos na leitura e escrita. Ao considerar tais 
abordagens, os educadores e investigadores são instigados a refletir sobre como 
mudaram nas práticas de letramento e promover estratégias pedagógicas que 
atendam às demandas contemporâneas, capacitando os alunos para uma 
participação efetiva e crítica na sociedade digital. 
Embora possam ser consideradas distintas, pois duas perspectivas abordadas 
não se anulam, pelo contrário, elas se complementam e se enriquecem mutuamente. 
A primeira perspectiva evidencia o papel relevante dos diversos gêneros textuais na 
comunicação humana, ressaltando sua influência social e sua função como 
ferramentas comunicativas. Por sua vez, a segunda perspectiva enfatiza a dimensão 
“multi” das expressões linguísticas, reconhecendo a capacidade intrínseca de uma 
língua em desenvolver múltiplas variações e expressões, em resposta à diversidade 
cultural, geográfica e temporal. A convergência dessas duas perspectivas oferece 
uma abordagem holística e abrangente para a compreensão das complexidades da 
linguagem e da sua interação com a sociedade. 
 
13 
 
3 ABORDAGENS METODOLÓGICAS DA ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA 
Ao longo da história, o ensino no Brasil tem sido influenciado por diversos 
métodos de alfabetização. A compreensão dos principais métodos requer um 
conhecimento simultâneo do período histórico em que foram aplicados, a fim de 
compreender as implicações cognitivas, psicológicas e sociais desses processos. 
Essa compreensão prévia é essencial para discutir as metodologias didáticas e as 
especificidades de cada método. 
No entanto, é importante ressaltar que por décadas, o cenáriopedagógico tem 
sido permeado por discussões acerca do ensino e da aprendizagem da leitura e da 
escrita, envolvendo preocupações e reflexões por parte dos educadores. Esses 
profissionais têm buscado identificar e empregar os métodos mais eficazes para 
alcançar resultados satisfatórios nesse processo educacional. 
O termo “métodos” pode ser definido, conforme o dicionário Houaiss, como um 
conjunto de regras e princípios normativos que regulam o ensino e a prática de uma 
arte, ou como um processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, 
investigação e apresentação. No contexto da alfabetização, os métodos referem-se a 
abordagens específicas adotados para auxiliar as crianças na aprendizagem da leitura 
e escrita, fornecendo diretrizes metodológicas para a codificação e decodificação 
dessas habilidades. 
Considerando esses conceitos, é possível compreender que os métodos de 
alfabetização consistem em estratégias pedagógicas que visam facilitar o processo 
de aprendizagem da leitura e escrita por parte das crianças. Esses métodos são 
fundamentados em princípios educacionais teóricos e práticos que buscam fornecer 
um ensino consistente, coerente e progressivo. 
Durante anos, uma variedade de métodos é empregada no contexto da 
alfabetização, cada um com suas características distintas. Esses métodos evoluíram 
consoante as pesquisas e reflexões sobre a aquisição da linguagem escrita, bem 
como com as mudanças nas concepções educacionais. Alguns dos métodos 
históricos incluem o método fônico, o método global, o método silábico, o método 
fonético-analítico, entre outros. 
 
14 
 
O primeiro método utilizado para o aumento da taxa de alfabetização do Brasil 
foi chamado “método sintético”, que priorizava a leitura através das cartas do “ABC”, 
baseando-se em um modo de associação de estímulos visuais e auditivos, e dando 
uma maior prioridade a memorização. 
3.1 A abordagem sintética como método de alfabetização 
De acordo com Albuquerque (2012), o método sintético de ensino surgiu no 
século XVII como resposta às mudanças históricas que ocorriam na sociedade, as 
quais atribuíam maior importância à leitura e escrita. Naquele período, a maioria da 
população não possuía habilidades de leitura e escrita, o que levou ao surgimento de 
discussões sobre a necessidade de um método que permitisse a decodificação do 
código escrito, visando à expansão da educação para o restante da população, 
focando, especialmente, a prática escolar da leitura. 
Na visão de Larocca e Savelli (2001), o método sintético de alfabetização tem 
como objetivo principal decodificar sinais gráficos. Compreende o ensino das partes 
para o todo, ou seja, do simples para o complexo, de unidades menores para maiores, 
do fonema (som) para o grafema. Para tanto, primeiramente ensina-se a sílaba, para 
depois a palavra e frase, finalmente chegando-se ao texto. O método sintético é o 
mais antigo, todavia ainda é muito utilizado nas escolas, todavia seu auge foi na época 
do Império no Brasil. 
Nesse método, o aluno segue uma sequência de aprendizagem que começa 
com o reconhecimento das letras individuais, seguido pela identificação das sílabas e 
das letras dentro de cada sílaba, culminando na leitura de palavras completas. 
Durante esse processo, a criança é exposta a atividades que envolvem memorização 
e familiarização com as letras e traçados, visando promover um aprendizado mais 
efetivo. 
As cartilhas ou livros desempenham um papel fundamental nesse método, 
sendo utilizados como recursos principais pelo professor e representando o primeiro 
contato da criança com material impresso. Para uma melhor compreensão do método 
sintético, é importante considerar as três fases distintas caracterizadas pelos métodos, 
alfabético, fônico e silábico. A Figura 3 ilustra a capa de um livro utilizado no contexto 
de alfabetização por meio de cartilhas. 
 
15 
 
 
Figura 3 – Livro de cartilhas de alfabetização 
 
Fonte: https://shre.ink/H1HN 
Esse método tem sido alvo de críticas por parte de especialistas, teóricos da 
educação, educadores e pais. Os críticos incluem teóricos da corrente construtivista, 
que defendem a importância de construir o conhecimento a partir das experiências 
prévias e da interação com o ambiente. Esses críticos argumentam que o método 
sintético falha em considerar os conhecimentos prévios da criança, não valorizando 
sua capacidade de construir significados a partir de suas experiências. 
Emília Ferreiro e Ana Teberosky apresentaram críticas específicas ao uso de 
cartilhas na alfabetização, principalmente em relação ao enfoque mecânico e 
descontextualizado das palavras-chave utilizadas. Elas questionaram a abordagem 
que se limita à memorização das sílabas sem um entendimento linguístico mais amplo 
sobre a importância das sílabas na construção e segmentação correta das palavras 
na escrita. É importante destacar que essas autoras não se posicionaram contra o 
 
16 
 
ensino da sílaba em si, especialmente em línguas neolatinas, onde a noção da sílaba 
é intuitiva na fala dos aprendizes. 
Porém, pesquisas evidenciam que a falta de ensino da sílaba na alfabetização 
resulta em dificuldades na escrita dos alunos. Produções escritas por alunos de 
diferentes tipos de escolas, incluindo aqueles considerados de alto nível e com 
abordagem construtivista, demonstram uma falta de consciência quanto à separação 
de sílabas. Os alunos tendem a segmentar palavras no final das linhas das páginas e 
cometem erros ortográficos, como substituições de letras. Esses problemas indicam 
que o conteúdo de “família silábica” não foi satisfatório durante o processo de 
alfabetização, o que torna mais exigente corrigir essas falhas posteriormente. É 
evidente que é mais eficaz aprender corretamente desde o início do que corrigir um 
aprendizado incorreto. 
Esther Pillar Grossi, em sua obra, alfabetização em classes populares: didática 
do nível pré-silábico (1985), caracteriza suas aplicações da teoria de Emília Ferreiro. 
Em suma, conforme a abordagem didática do nível pré-silábico, ela defende que a 
alfabetização vai além da simples correspondência entre sons e letras escritas. Nesse 
estágio, é enfatizada a criação de um ambiente rico em materiais e experiências de 
leitura e escrita, onde as crianças têm a oportunidade de entrar em contato com todas 
as letras e palavras, sem uma seleção ou ordenação prévia. Essa abordagem 
reconhece a importância de proporcionar um ambiente de aprendizagem diversificado 
e estimulante, que vá além do ensino mecânico das habilidades de decodificação, 
buscando uma compreensão mais ampla e significativa da linguagem escrita. 
3.2 Desvendando o alfabeto como caminho para a leitura 
Sim, o método alfabético, também conhecido como método de soletração ou 
método ABC, é uma abordagem de ensino que se baseia na aprendizagem e 
memorização das letras do alfabeto como uma etapa fundamental no processo de 
alfabetização. 
Nesse método, as letras do alfabeto são ensinadas sequencialmente, 
começando pela ordem alfabética. Inicialmente, as crianças aprendem as letras na 
ordem convencional, repetindo seu nome e associando-as a suas formas escritas. Por 
 
17 
 
exemplo, elas aprendem a letra “A” e associam à sua forma escrita em caixa alta ou 
minúscula. 
Em seguida, as letras são responsivas no sentido inverso, para que as crianças 
também aprendam a reconhecê-las nessa ordem. Por exemplo, após aprenderem a 
letra “A”, elas aprendem a reconhecê-la quando apresentadas como “Z”. 
Após a familiarização com as letras na ordem alfabética e inversa, as crianças 
são incentivadas a reconhecer as letras compreensivamente, ou seja, identificando 
cada letra quando apresentar separadamente das demais. Isso envolve a habilidade 
de identificar e nomear as letras fora do contexto do alfabeto completo. 
O método alfabético é uma abordagem tradicional e amplamente utilizadano 
ensino da leitura e escrita, especialmente nos recursos iniciais da alfabetização, como 
mostra a figura 4. 
Figura 4 – Alfabeto 
 
Fonte: https://shre.ink/Hy7F 
 
18 
 
No método alfabético tradicional, a ênfase inicial é na memorização das letras 
e sílabas, com menos ênfase na compreensão da relação entre a escrita e a fala. No 
entanto, à medida que a criança progride na alfabetização, espera-se que ela 
desenvolva a habilidade de associar as letras e as combinações de letras aos seus 
respectivos sons na língua falada. Essa habilidade é crucial para a leitura e escrita 
eficazes, permitindo que a criança compreenda e se expresse com fluência. 
Segundo Frade (2007), as famílias silábicas são apresentadas às crianças de 
forma que elas possam fazer todas as combinações possíveis. No método alfabético, 
ainda é comum utilizar a estratégia de cantar as letras e sílabas para auxiliar na 
memorização. No entanto, essa abordagem pode tornar o processo lento e ter um 
impacto limitado na compreensão e significado para a criança. Carvalho (2005, p. 22) 
ainda complementa que o método alfabético “[...] baseia-se na associação de 
estímulos visuais e auditivos, valendo-se da memorização como estímulo didático — 
o nome da letra é associado à forma visual, as sílabas são aprendidas de cor e com 
elas se formam palavras isoladas”. 
Essa abordagem tende a apresentar limitações, tais como a falta de conexão 
entre as palavras e a ausência de compreensão contextual. É relevante notar que sua 
utilização é mais frequente em situações de alfabetização realizadas no âmbito 
doméstico, pelos familiares, ou conduzidas por professores com formação limitada. 
Nesse sentido, é imprescindível considerar abordagens mais abrangentes e 
integradas, que promovam uma alfabetização mais eficaz, estimulando a interrelação 
entre a escrita, a oralidade e a compreensão textual. 
O método alfabético, embora enfatize a memorização das letras e sílabas no 
início do processo de alfabetização, visa estabelecer a relação entre a escrita e a fala 
conforme a criança avança. Ao apresentar as letras em diferentes sequências e 
promover a formação de sílabas e combinações silábicas, o método alfabético tem em 
vista desenvolver a habilidade de associar os sons às suas representações escritas. 
Embora possa haver críticas sobre a ênfase na memorização inicial, o método 
alfabético continua sendo amplamente utilizado e adaptado em diversos contextos de 
alfabetização, fornecendo uma base sólida para a aprendizagem da leitura e escrita. 
 
 
 
19 
 
3.3 Junção do som e da escrita: a abordagem fonética 
No método fônico, a unidade de ensino parte dos sons e tem como principal 
objetivo estabelecer a relação entre a letra e o som que ela representa. A união da 
consoante com a vogal auxilia a criança a trabalhar a pronúncia das sílabas que estão 
sendo formadas, relacionando a palavra falada à escrita. Num primeiro momento, por 
possuírem nomes e sons iguais, esse método trabalha as vogais, depois palavras 
formadas apenas por elas. No segundo momento, são apresentados as consoantes e 
as formas mais complexas dos seus sons na palavra. A figura 5 retrata a etapa de 
fusão de vogais. 
 
Figura 5 – Atividade com fusão de vogais 
 
 
Fonte: https://shre.ink/HyPQ 
 
20 
 
 
Para Frade (2007, p. 23), o objetivo do método fônico é fazer a relação de que: 
“Cada letra (grafema) é aprendida como um fonema (som), que, junto a outro fonema, 
pode formar sílabas e palavras”. A partir da formação das palavras, surgem as frases 
e os textos. Esse método é muito utilizado atualmente e possui suas vantagens e 
desvantagens. 
Uma das vantagens reside na compreensão da correspondência entre letras e 
fonemas por parte do aluno, o que permite uma decodificação mais rápida e sem 
grandes dificuldades. Isso é especialmente relevante ao escrever palavras contendo 
as consoantes P, B, T, D e V, nas quais os fonemas correspondem diretamente às 
letras na escrita. Por outro lado, algumas consoantes exigem o suporte de uma vogal 
para que seus sons sejam identificados, mesmo que essa vogal não seja pronunciada. 
Um exemplo disso é o fonema /m/, que requer a presença da letra "m" para ser 
corretamente referenciado. 
Entre as restrições, é importante mencionar que as letras podem representar 
sons diferentes e fonemas dependendo de sua posição dentro da palavra. Esse 
processo de transição até que uma criança alcance o nível ortográfico pode ser mais 
lento devido a essa complexidade. Além disso, as variações na pronúncia das 
palavras podem gerar confusão durante a escrita, uma vez que uma mesma palavra 
pode ser falada de forma diferente da sua escrita, devido a influências regionais e 
variações linguísticas em todo o país. Essas inconsistências podem representar um 
desafio adicional no processo de aquisição da escrita. 
Em suma, ele visa desenvolver a compreensão dos padrões regulares de 
correspondência entre os sons e a escrita, visando capacitar a criança a identificar os 
fonemas e realizar a leitura de palavras. Ao enfatizar a conexão entre o som e a 
soletração, o método fônico oferece uma abordagem sistemática e estruturada para o 
ensino da leitura e escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3.4 Trilhando os caminhos das sílabas: a estratégia silábica na jornada de 
alfabetização 
O método de silabação, também conhecido como método silábico, tem como 
princípio a combinação de consoantes e vogais para formar sílabas, conforme 
mencionado por Frade (2005). Contudo, assim como em abordagens pedagógicas 
anteriores, a apresentação das unidades ocorria progressivamente, partindo das mais 
simples para as mais complexas. Inicialmente, o ensino era focado nas vogais e nos 
encontros vocálicos, e os educadores estabeleciam conexões entre as letras e as 
palavras iniciadas por elas, por meio de ilustrações ilustrativas. Por exemplo, “A de 
árvore” e “E de escada”. 
Em uma etapa subsequente, as sílabas simples passaram a ser 
sistematizadas, adotando-se a mesma abordagem que destaca as sílabas iniciais nas 
palavras, como exemplificado por “PA de panela” e “MA de maçã”. A partir dessa 
introdução, o foco se volta para o estudo das famílias silábicas que compartilham a 
sílaba destacada na palavra. Por exemplo, se a sílaba em destaque for “PA” em 
“panela”, passa-se a explorar a família silábica “pa/pe/pi/po/pu” e a formação de novas 
palavras (Frade, 2005). A figura 6 apresenta a abordagem desse método. 
Figura 5 – Música usando o Método Silábico 
 
Fonte: Adaptado de https://shre.ink/HM5N 
 
22 
 
Nesse contexto, ao ser incentivada a escrever uma palavra, a criança é 
orientada a considerar inicialmente a família silábica correspondente. Por exemplo, ao 
escrever a palavra "banana", ela deve primeiramente pensar na família do fonema /b/ 
(ba/be/bi/bo/bu) e na família do fonema /n/ (na/ne/ni/no/nu). Essa abordagem visa 
auxiliar a criança na identificação dos agrupamentos silábicos e na seleção das letras 
correspondentes, facilitando assim o processo de escrita. 
O ensino das famílias silábicas compostas por essas letras é apresentado às 
crianças de forma que a sílaba é indicada e estudada sistematicamente. A partir do 
estudo das famílias, partia-se para a formação de palavras, frases e textos que 
continham as sílabas já trabalhadas anteriormente. 
Os apoiadores do método silábico acreditam que o processo acontece de forma 
mais concreta e rápida, pois se estabelece a relação entre os segmentos da fala e da 
escrita. As cartilhas com o método silábico têm como conteúdo palavras que partam 
da sílaba trabalhada. Dentro dessa letra, são apresentadas várias palavras, frases e 
textos onde a sílaba ensinada ganha destaque, com o intuito de que as famílias 
silábicas possam ser trabalhadas e evidenciadas pelas crianças. 
Também nesse método, os textos e narrativas têm o propósito de exercitar e 
aprimorar o ensino das sílabaspor meio de uma abordagem mecanizada. Nesse 
sentido, os métodos sintéticos, sejam eles alfabéticos, fônicos ou silábicos, visam 
progredir das unidades mais simples para as mais complexas. Além disso, enfatizam 
a aprendizagem das partes individuais em relação ao todo, por meio da decodificação, 
análise fonológica e conexões entre letras e sons. Como resultado, os métodos de 
marcha sintética se mostram inflexíveis e tendem a negligenciar os usos e funções 
sociais da escrita, atribuindo pouca importância ao significado dos textos no contexto 
das crianças (FRADE, 2005). 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3.5 Decifrando o todo pelas partes: a abordagem analítica na formação de 
leitores 
Com o intuito de contrapor os métodos sintéticos de alfabetização, surgiram os 
métodos analíticos. Esses métodos visam romper com o princípio da decodificação e 
ensinar a criança a perceber o todo antes das partes, ou seja, a analisar globalmente 
a palavra, a frase ou o texto e, em seguida, considerar e decompor as unidades 
menores. 
Conforme descrito por Frade (2007), os métodos analíticos adotam como 
principal estratégia perceptiva a ênfase na percepção visual. O propósito é capacitar 
o aluno a adquirir compreensão do significado textual, habilidades de pontuação e 
ortografia, por meio da utilização de um contexto que seja relevante e relacionado à 
sua realidade. Ao adotar essa abordagem, o processo de alfabetização transcende a 
abstração e passa a ter uma significância ampliada. 
Nessa linha de raciocínio o professor deve apresentar às crianças palavras, 
frases ou textos, explorando-as o maior tempo possível, para só depois analisar e 
decompor as partes. Para entender melhor o método analítico, pode-se analisar as 
três fases distintas desse método: palavração, sentenciação e global de contos. 
3.6 A estratégia da palavra como abordagem de alfabetização 
Esse método tem início com a apresentação da palavra, geralmente 
acompanhada de ilustrações e associada ao universo da criança. O objetivo é 
estabelecer conexões entre a forma escrita e a representação visual da palavra. 
Durante a aplicação desse método, as palavras são lidas e escritas repetidamente até 
que sejam memorizadas. Somente após essa etapa de escrita é que as palavras são 
divididas em sílabas, estudadas e relacionadas a novas palavras que contenham as 
sílabas já abordadas anteriormente. A figura 6 mostra com clareza uma atividade 
baseada no método de palavração. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Figura 6 – Atividade de palavração 
 
Fonte: https://shre.ink/HMLZ 
A partir das palavras e do estudo das sílabas, avança-se para a relação entre 
grafemas e fonemas, em que a criança identifica os sons que representam cada 
unidade. Em seguida, ocorre a etapa de construção de frases utilizando essas 
palavras e a elaboração de textos com as frases previamente trabalhadas. 
De acordo com Frade (2005), uma diferença fundamental entre o método da 
palavração e o método silábico de marcha sintética reside no fato de que, no método 
da palavração, não há a exigência de que as palavras sejam decompostas no início 
do processo de alfabetização. Pelo contrário, é necessário que as palavras sejam 
compreendidas e reconhecidas em sua totalidade antes de serem analisadas em 
detalhes. Além disso, ao contrário do método silábico, no método da palavração não 
existe a lógica de começar a alfabetização com as palavras mais simples. O critério 
utilizado é se as palavras possuem sentido e significado para os alunos. 
Para ilustrar o método da palavração, considera-se a palavra "boca" como 
exemplo. Inicialmente, a palavra é analisada em termos de suas sílabas (bo-ca). A 
partir dessa análise, o trabalho é direcionado para explorar as famílias silábicas 
presentes na palavra (ba/be/bi/bo/bu), culminando no aprendizado das letras que 
compõem a palavra (b-o-c-a). Frade (2005) identifica, entre as desvantagens da 
 
25 
 
abordagem da palavração, as dificuldades enfrentadas pelos alunos ao escrever 
palavras novas, uma vez que não são incentivados a analisar e reconhecer as partes 
constituintes das palavras. 
3.7 Construindo o significado das palavras: a abordagem da sentenciação na 
alfabetização 
Frade (2007) aponta que, no método de sentenciação, a aprendizagem toma 
como partida a utilização da sentença ou da frase que, após contextualizada, é 
dividida e decomposta em palavras. Depois, são abordados os elementos mais 
simples e as unidades menores, as sílabas. As frases, assim como no método da 
palavração, são formadas e consideram o contexto do aluno. 
Após a apresentação das frases, ocorre a etapa de leitura e escrita, que envolve 
um processo de memorização. Durante esse processo, as semelhanças entre as 
palavras dentro de cada sentença são observadas e comparadas entre si, visando 
formar grupos contendo novas palavras. Somente após essa fase é que as sílabas e 
as relações entre fonemas/grafemas são introduzidas. Esse processo visa a 
construção gradual das habilidades de leitura e escrita, com base na compreensão 
das estruturas e padrões das palavras. 
3.8 A abordagem dos contos como método global de alfabetização 
Conforme destacado por Frade (2007), o método global de contos, textos ou 
histórias se fundamenta no reconhecimento global do texto, o qual é memorizado ao 
longo de um período com o intuito de promover a sua leitura, escrita e compreensão. 
Esse método emprega recursos como cartazes ou livros que contêm partes ou textos 
completos, selecionados de forma a serem significativos para os alunos, visando 
facilitar o processo de aprendizagem. 
Após a apresentação inicial e um maior contato do aluno com o texto, ocorre o 
desmembramento em frases ou sentenças, avançando para o reconhecimento das 
palavras e, por fim, das sílabas e letras. É importante destacar que todo esse processo 
ocorre de forma gradual e cuidadosa, evitando pressa, uma vez que as unidades 
menores podem não fazer sentido para a criança se forem introduzidas 
 
26 
 
prematuramente. A progressão é realizada de maneira mais lenta, permitindo que a 
criança assimile e compreenda gradualmente as diferentes partes da escrita. 
Nesse método, de acordo com a abordagem adotada, as cartilhas foram 
relegadas a um plano secundário devido à priorização do trabalho com textos. A 
seleção dos textos deve ser pautada por temas relevantes para o universo infantil, 
buscando a compreensão do "todo" como algo concreto e tangível a ser assimilado. 
Em resposta a essa abordagem, passou-se a produzir livros e cartazes que serviriam 
como recursos de apoio para o trabalho do professor. 
Existem opiniões divergentes em relação ao método global, sendo que alguns 
argumentam que ele proporciona à criança um reconhecimento mais amplo e uma 
aprendizagem mais significativa, uma vez que a leitura é ensinada antes mesmo do 
conhecimento das partes menores ou do nome das letras. Por outro lado, há 
defensores da posição de que nesse método a criança não aprende verdadeiramente 
a ler, mas apenas memoriza os textos trabalhados em sala de aula, revelando o que 
está escrito (Frade, 2007). 
No contexto da tentativa de promover a decodificação e a leitura por parte da 
criança, acredita-se que esse processo ocorre de maneira mais ágil quando baseado 
em palavras familiares e enfocando a memorização global. No entanto, experimentou 
questionamentos relevantes, especialmente em relação à efetiva aprendizagem dos 
alunos. Tornou-se necessário que o professor fosse capaz de identificar se o processo 
de leitura estava ocorrendo de fato ou se a aula se limitava a um momento de 
memorização de textos, histórias ou recitação de palavras. Essas reflexões buscam 
garantir uma abordagem mais eficaz no ensino da leitura. 
Ao considerar os métodos analíticos estudados até o momento, é possível 
concluir que todos compartilham o foco na compreensão do significado da 
aprendizagem a partir do reconhecimentodo todo. Como vantagem, tais métodos 
proporcionam à criança a oportunidade de realizar, desde o início do processo 
educacional, a leitura de palavras, frases ou textos que possuam significado para ela. 
No entanto, é importante ressaltar que, caso não seja devidamente conduzido e 
orientado pelo professor, esse processo pode representar um ponto de dificuldade 
para o aluno, uma vez que há o risco de perder o sentido diante da introdução de 
novas palavras. 
 
27 
 
4 PRÁTICAS METODOLÓGICAS NO ENSINO: UMA ABORDAGEM NA 
EDUCAÇÃO 
A metodologia, no contexto educacional, é o direcionamento utilizado para 
alcançar um objetivo específico e obter o resultado desejado. A palavra tem sua 
origem no termo em latim “methodus” e se estabelece como um campo de estudo no 
meio educacional, abordando como o conhecimento é gerado e transmitido. Na área 
da educação, a metodologia pedagógica refere-se ao modelo teórico que embasa a 
construção do currículo escolar e orienta o planejamento curricular, abrangendo desde 
a entrega do conteúdo escolar até as informações de contato entre educadores e 
estudantes. De acordo com Ferreiro (2011): 
Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo 
de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem. 
São provavelmente essas práticas (mais do que os métodos em si) que têm 
efeitos mais duráveis a longo prazo, no domínio da língua escrita como em 
todos os outros. Conforme se coloque a relação entre o sujeito e o objeto de 
conhecimento, e conforme se caracterize a ambos, certas práticas 
aparecerão como “normais” ou como “aberrantes”. É aqui que a reflexão 
psicopedagógica necessita se apoiar em uma reflexão epistemológica. 
(FERREIRO, 2011, p.33). 
As instituições de ensino têm a responsabilidade de definir uma visão, missão 
e valores que sejam coerentes com a realidade dos estudantes, a fim de escolher a 
metodologia educacional mais apropriada. Essas escolhas devem visar inspirar os 
alunos por meio de princípios de gestão sólidos e motivá-los em seu desenvolvimento. 
Para atingir esse objetivo, é essencial apresentar diferentes metodologias de ensino, 
considerando a diversidade existente. Assim, a escola pode selecionar aquela que 
melhor se harmonize com as necessidades dos estudantes, proporcionando uma 
experiência educacional significativa. 
4.1 A metodologia de ensino tradicional: princípios e práticas 
Segundo Rocha e Bessa (2015), para compreendermos melhor os aspectos da 
educação formal, é importante fazer uma análise das três temporadas que 
vivenciaram para sua construção e definição. Durante a década de 1970, as políticas 
educacionais refletiam ideais militares, e a educação era focada nos aspectos morais 
e cívicos dos indivíduos. Nessa época, havia uma forte ênfase na disciplina corporal, 
 
28 
 
inclusive na educação física. Esse modelo de educação se assemelhava aos valores 
cultivados na estrutura de produção fabril. No entanto, é importante considerar que 
esses valores e abordagens podem ter limites quando se trata de promover a 
criatividade, o pensamento crítico e o desenvolvimento holístico dos alunos. Portanto, 
é fundamental buscar uma educação mais abrangente, que valorize não apenas 
aspectos disciplinares, mas também estimule a capacidade de reflexão. 
Uma abordagem de ensino tradicional se baseia no princípio de que o professor 
desempenha o papel de narrador, enquanto o aluno atua como ouvinte passivo. Nesse 
método, os educadores preparam cuidadosamente o conteúdo com antecedência e o 
transmitem aos alunos, que são responsáveis por absorver e recordar o que foi 
ensinado. A ênfase dos professores está na transmissão clara do conhecimento, 
permitindo que os estudantes aprendam passivamente. Como resultado, caso não 
alcancem as metas estabelecidas, os alunos podem ser reprovados. No entanto, é 
importante ressaltar que existem outras abordagens educacionais que valorizam uma 
participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem, incentivando a 
criatividade, o pensamento crítico e a autonomia. 
Uma vantagem do método tradicional é que o professor desempenha um papel 
central no processo de aprendizagem, o que lhe confere um maior controle sobre as 
aulas. No entanto, essa abordagem também apresenta obediência, pois pode dificultar 
para o professor a explicação da aplicação prática dos conceitos por meio de aulas 
expositivas. Da mesma forma, os alunos podem ter dificuldade em compreender a 
conversão e a aplicabilidade da teoria apresentada. É importante considerar 
alternativas que estimulem a participação ativa dos alunos, promovendo uma reflexão 
crítica e uma conexão entre a teoria e a prática. Dessa forma, os alunos podem 
desenvolver habilidades mais abrangentes e ter uma compreensão mais profunda dos 
conteúdos, além de se tornarem mais engajados e motivados em sua jornada 
educacional. 
 
 
 
29 
 
4.2 O método tradicional sociointeracionista no ensino 
Para Vygotsky (1987), o indivíduo não é meramente um produto das influências 
culturais, ou seja, não é uma “tábula rasa” ou um ser passivo que apenas reage às 
pressões do ambiente. Pelo contrário, o indivíduo é um sujeito ativo que desempenha 
um papel organizador ao interagir com o mundo, podendo influenciar e transformar a 
própria cultura. 
Nessa perspectiva, reconhece-se que os indivíduos não são apenas moldados 
por circunstâncias externas, mas conseguem agir e exercer sua influência sobre o 
ambiente em que vivem. Eles não são apenas receptores passivos de informações e 
estímulos, mas são agentes ativos na construção de significados e na criação de 
novos conhecimentos. 
Dessa forma, acredita-se que os indivíduos têm o potencial de modificar a 
cultura existente, trazendo novas ideias, perspectivas e práticas. Eles podem desafiar 
as normas protegidas, questionar as estruturas existentes e propor mudanças e 
inovações. Essa visão reconhece a capacidade humana de agência e a importância 
da ação individual na construção e transformação da cultura. 
Uma abordagem sociointeracionista da metodologia tradicional de ensino se 
baseia na preservação da interação entre o sujeito e o ambiente ao seu redor. Nesse 
método, o conhecimento é adquirido por meio da interação social, cultural e dos 
processos sociais. Acredita-se que o conhecimento real da criança seja o ponto de 
partida para o desenvolvimento de seu potencial cognitivo. 
Conforme esse enfoque, o aluno é visto como um ser ativo, capaz de construir 
seu próprio conhecimento por meio do contato com os outros e com o mundo. A troca 
de experiências e a participação em atividades práticas e colaborativas desempenham 
um papel fundamental no processo de aprendizagem. Dessa forma, as crianças são 
expostas a diferentes perspectivas, ideias e conhecimentos, permitindo-lhes construir 
uma compreensão mais rica e contextualizada do mundo ao seu redor. 
Essa abordagem sociointeracionista incentiva o pensamento crítico, a 
resolução de problemas e a criatividade, uma vez que os alunos são estimulados a 
explorar, questionar e refletir sobre as informações e situações que encontram. O 
diálogo, a cooperação e a colaboração são aspectos valorizados nessa metodologia, 
visando criar um ambiente de aprendizagem enriquecedor e significativo para o 
desenvolvimento integral dos alunos. 
 
30 
 
4.3 Desbravando horizontes ilimitados: a Metodologia Montessoriana 
No livro “Mente Absorvente” (1949), Maria Montessori destaca a importância de 
um ambiente envolvente e estimulante para a criança, por ser através dele que a 
mente da criança absorve conhecimento e se desenvolve. Montessori enfatiza a 
necessidade de criar um ambiente que desperte o interesse da criança e que seja 
atraente o suficiente para nutrir sua mente em sua jornada de construção e 
aprendizagem. Isso implica em cuidados especiais na elaboração de um ambiente 
que ofereça estímulos adequados e desafiadores,para encorajar a criança a explorar, 
experimentar e aprender de forma autônoma e significativa. Em uma de suas obras 
ela cita que: 
[...] a mente absorvente da criança se orienta na direção do ambiente; e, 
especialmente no início da vida, deve tomar cuidados especiais para que o 
ambiente ofereça interesse e atrativos para esta mente que se deve dele 
nutrir para a própria construção (MONTESSORI, 1949, p.113). 
No contexto das instituições de ensino Montessoriano, os educadores 
desempenham o papel de observadores, acompanhando de perto o progresso e 
desenvolvimento das crianças e jovens. Esses professores examinam 
cuidadosamente a evolução dos alunos, identificando obstáculos que interfiram em 
sua aprendizagem. A avaliação é realizada principalmente por meio da observação 
direta em sala de aula. Nesse método, as salas de aula são equipadas com uma 
variedade de materiais e atividades, permitindo que os alunos tenham a liberdade de 
escolher suas tarefas durante as aulas. 
Além de garantir a organização das atividades para promover o crescimento de 
todos os alunos, os educadores nas instituições Montessori desempenham um papel 
crucial como orientadores e facilitadores. Eles estão presentes para esclarecer 
dúvidas, oferecer suporte e auxiliar os alunos a superarem dificuldades encontradas 
durante o processo de aprendizagem. 
Montessori enfatizou a importância do meio ambiente no seu método 
educacional. Ela acreditava que o ambiente era fundamental para nutrir a criança, 
sendo cuidadosamente planejada para atender às suas necessidades de 
autodesenvolvimento e para revelar sua personalidade e padrões de crescimento. 
Isso implica que o ambiente não deve apenas fornecer os recursos necessários para 
 
31 
 
a criança, positivamente, mas também deve eliminar quaisquer obstáculos que 
possam impedir seu crescimento e aprendizado. 
Com isso Montessori nos mostra a importância de criar um ambiente adequado 
ao aprendizado, oferecendo estímulos que nutram a mente da criança em seu 
processo de construção e aprendizagem. Suas ideias e práticas continuam a 
influenciar a educação atual, proporcionando uma abordagem centrada na criança e 
em seu desenvolvimento integral. 
4.4 Emancipação e transformação: a Metodologia Freiriana no ensino como 
instrumento de mudança social 
De acordo com Freire, o educador estabeleceu, a partir de sua convivência 
com o povo, as bases de uma pedagogia onde tanto o educador como o educando, 
homens igualmente livres e críticos, aprendem no trabalho comum de uma tomada 
de consciência da situação que vivem (FREIRE, 1967, p. 26). 
A formação metodológica de Freiriana é altamente relevante para abordar os 
problemas e necessidades contemporâneas, bem como promover o desenvolvimento 
da consciência crítica. Esse método foi desenvolvido na década de 1960, inicialmente 
para atender às demandas de alfabetização de adultos. No processo de 
desenvolvimento do pensamento crítico proposto por Freire, pode-se identificar três 
fases distintas. 
A primeira fase é a investigação temática, na qual os educadores e os alunos 
exploram e analisam os temas relevantes para suas vidas e contextos. Essa etapa 
envolve a identificação de problemas e desafios enfrentados pela comunidade, 
buscando uma compreensão mais profunda da realidade em que estão inseridos. 
A segunda fase é a tematização, em que os temas investigados são 
transformados em conteúdos teóricos. Os educadores buscam estabelecer uma 
conexão entre esses temas e o conhecimento formal, promovendo uma aprendizagem 
mais contextualizada e relacionada com a vida cotidiana dos alunos. 
A terceira fase é a problematização, na qual os temas são discutidos de forma 
crítica, estimulando a reflexão, a análise das contradições existentes e a busca por 
soluções coletivas. Nesse estágio, os alunos são encorajados a questionar e 
transformar sua realidade, desenvolvendo uma consciência crítica e participativa. 
 
32 
 
Essas fases do método de Paulo Freire enfatizam a importância do 
engajamento ativo dos alunos no processo de aprendizagem, bem como o papel do 
educador como facilitador do diálogo e da reflexão crítica. 
Essa metodologia de ensino, destaca-se como uma abordagem transformadora 
e emancipatória na educação. Ao colocar o diálogo, a reflexão crítica e a participação 
ativa dos estudantes no centro do processo de ensino-aprendizagem, essa 
metodologia visa promover a conscientização, a autonomia e o engajamento dos 
alunos. Por meio da problematização das realidades sociais, da valorização dos 
saberes prévios dos estudantes e do estímulo à leitura de mundo, a metodologia 
Freiriana tem em vista desenvolver uma educação libertadora, que visa à 
transformação social e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao 
adotar essa abordagem, os educadores têm a oportunidade de fomentar a formação 
crítica e cidadã dos alunos, capacitando-os a se tornarem agentes ativos na 
construção de seu próprio conhecimento e na transformação de suas comunidades. 
4.5 Construindo saberes: a metodologia construtivista no processo de ensino-
aprendizagem 
Inspirado nas teorias de Jean Piaget, o método construtivista visa despertar a 
curiosidade nos alunos, incentivando-os a encontrar respostas com base em seu 
próprio conhecimento e interação com a realidade e com os colegas. Ele esclarece 
que dependendo da fase de desenvolvimento da criança, as intencionalidades vão se 
modificando, num protagonismo com fases de interesse que deve ser respeitado, 
quando diz: 
Quando interrogamos crianças de diferentes idades sobre os principais 
fenômenos que as interessam espontaneamente, obtemos respostas bem 
diferentes segundo o nível dos sujeitos interrogados. Nos pequenos, 
encontramos todas as espécies de concepções, cuja importância diminui 
consideravelmente com a idade: as coisas são dotadas de vida e de 
intencionalidade, são capazes de movimentos próprios, e estes movimentos 
destinam-se, ao mesmo tempo, a assegurar a harmonia do mundo e servir 
ao homem. (PIAGET, 1982, p.173-4) 
Emília Ferrero, uma aluna de Piaget, ampliou a teoria construtivista para o 
campo da leitura e da escrita, chegando à conclusão de que, desde que as crianças 
estejam imersas em um ambiente que estimule o contato com letras e palavras, elas 
conseguem aprender a ler e escrever por si. Portanto, o construtivismo representa um 
 
33 
 
ideal epistemológico, psicológico e pedagógico que permeia práticas e educação 
educacional. 
Consequentemente, o construtivismo propõe que os alunos se envolvam 
ativamente em seu próprio processo de aprendizagem por meio de experimentos, 
pesquisas em grupo e estímulo à dúvida, desenvolvendo assim seu pensamento e 
habilidades cognitivas. 
No método construtivista, em contraste com o método tradicional, o aluno 
desempenha um papel ativo no processo de ensino-aprendizagem, enquanto o 
professor atua como um facilitador que orienta o aluno a buscar e construir seus 
próprios conhecimentos. Os alunos são os protagonistas de seu próprio processo de 
aprendizagem, o que significa que a educação vai além de simplesmente transmitir 
conhecimento; ela se torna um processo que apoia e permite que os estudantes criem 
e vivenciem o conhecimento e a aprendizagem. 
Além disso, as salas de aula no método construtivista são compostas por um 
número reduzido de alunos, o que possibilita aos educadores oferecer uma atenção 
personalizada durante as aulas, conforme necessário. Isso estimula o 
desenvolvimento do conhecimento e respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno. 
Consequentemente, o construtivismo propõe que os alunos se envolvam 
ativamente em seu próprio processo de aprendizagem por meio de experimentos, 
pesquisas em grupo e estímulo à dúvida, desenvolvendo assim seu pensamento e 
habilidades cognitivas. 
Esse método coloca ênfase na valorização do erro como uma oportunidade de 
aprendizado, em vez de considerá-locomo um obstáculo. A teoria construtivista rejeita 
a rigidez no processo de ensino, a utilização de avaliações padronizadas e o uso de 
materiais de ensino que sejam distantes do mundo pessoal dos estudantes. Em vez 
disso, busca-se promover um ambiente educacional mais flexível, adaptado às 
necessidades e interesses individuais dos alunos, para poderem se engajar 
significativamente em seu processo de aprendizagem. 
Segundo Becker (1993): 
 
Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está pronto, 
acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em 
nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do 
indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo 
das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer 
dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que 
 
34 
 
podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, 
muito menos, pensamento (BECKER, 1993. p.88). 
 
Já para Ogborn (1997), o construtivismo educacional também promove o 
progresso da pesquisa do processo de ensino-aprendizagem, que ele resume 
corretamente nos quatro aspectos a seguir: 
A importância do envolvimento ativo do estudante para o alcance dos 
entendimentos; A importância do respeito pelo estudante e por suas próprias 
ideias; A compreensão de ciência constituída de ideias criadas por seres 
humanos; A primazia por uma concepção de ensino que capitaliza e usa o 
que os estudantes já sabem, com o intuito de superar suas dificuldades para 
a compreensão de novos saberes com base na sua visão de mundo 
(OGBORN,1997, p. 131). 
A implementação das práticas construtivistas tem um impacto positivo na 
avaliação dos alunos em relação ao processo de aprendizagem, uma vez que os 
conteúdos exibidos adquirem um maior significado e resistência para eles. Como 
resultado, os alunos demonstram um melhor desempenho na assimilação e aplicação 
dos conhecimentos adquiridos. 
Além disso, a prática construtivista impulsionou a evolução do papel do 
educador, que se torna mais animado e engajado, proporcionando melhores 
oportunidades para o desenvolvimento do pensamento construtivo nos alunos. O 
educador demonstra uma maior disposição para interagir com os alunos, estimulando 
a troca de ideias, a reflexão e a participação ativa em discussões. 
A intervenção do educador desempenha um papel fundamental no processo de 
ensino, ao criar um ambiente construtivo, reflexivo e estimulado ao debate. Isso 
incentiva os alunos a serem mais autônomos, críticos e reflexivos em sua 
aprendizagem, permitindo que eles desenvolvam habilidades de pensamento criativo 
e analítico. 
4.6 Aprendendo fazendo: a metodologia de ensino ativa na promoção do 
engajamento e autonomia dos alunos 
De acordo com Lopes (2015), o conceito de metodologia ativa está 
fundamentada nas ideias de John Dewey, desde a década de 1930, sobre alunos 
ativos e construção do conhecimento em situações que superem a tradicional aula 
expositiva, em que a finalidade é a reprodução e memorização do conteúdo de ensino. 
 
35 
 
Ainda corroborando com Lopes (2015), Nascimento e Coutinho (2017, p.136), 
afirmam que, as metodologias ativas de aprendizagem (MAA) são formas inovadoras 
de educar, que estimulam a aprendizagem e a participação do aluno em sala de aula, 
fazendo com que ele utilize todas as suas dimensões sensório/motor, 
afetivo/emocional e mental/cognitiva. 
A metodologia de ensino ativa é uma abordagem que visa estimular o 
engajamento e a autonomia dos alunos, proporcionando-lhes um papel ativo em seu 
próprio processo de aprendizagem. Essa metodologia representa uma transformação 
na relação entre professores e alunos, buscando despertar o interesse e a 
participação ao longo do semestre. 
Na educação infantil, diversas estratégias de metodologia ativa são 
empregadas, como a aprendizagem baseada em projetos, onde os alunos 
desenvolvem trabalhos relacionados a temas de seu interesse. Pode ser utilizado 
também a organização da sala de aula de forma “invertida”, na qual os alunos têm 
acesso ao conteúdo antes das aulas, permitindo que as atividades em sala sejam mais 
interativas e de aplicação do conhecimento. 
Outras abordagens incluem atividades em dupla ou em equipe, que incentivam 
a colaboração e o trabalho em grupo. O uso de estudos de caso promove a análise 
de situações reais e a tomada de decisões. As exposições permitem que os alunos 
compartilhem seus trabalhos e descubram novos conhecimentos. A gamificação, por 
meio de elementos de jogos, torna a aprendizagem mais divertida e envolvente. Além 
disso, a adoção de modelos de ensino híbrido combina aulas presenciais e recursos 
digitais, enriquecendo a experiência de aprendizagem. 
A aplicação de metodologias ativas na educação infantil se mostra altamente 
benéfica ao promover um ambiente de aprendizagem estimulante e participativo. 
Essas abordagens envolvem as crianças de maneira ativa, incentivando a 
curiosidade, a autonomia e o protagonismo na construção do conhecimento. 
Além disso, a metodologia ativa proporciona um aprendizado significativo, 
permitindo que as crianças relacionem o que aprendem com sua vida cotidiana. Ao 
adotar essas abordagens, as instituições de educação infantil criam um ambiente 
propício para o desenvolvimento integral das crianças, promovendo uma educação 
mais participativa, dinâmica e efetiva. 
 
36 
 
5 PERSPECTIVAS SOBRE ESCRITA E LEITURA: COMPREENDENDO AS 
CONCEPÇÕES E ABORDAGENS 
O uso da linguagem possui uma profunda significação histórica. Através da 
prática da leitura e da escrita, o ser humano iniciou o registro da cultura, das emoções 
e da poesia, ampliando sua perspectiva sobre o mundo. No entanto, é importante 
ressaltar que as formas de expressão antecedentes à escrita, como o desenho, já 
existiam, embora tenham sido a escrita que impulsionou o aprimoramento das 
habilidades comunicativas. O ensino da língua está intrinsecamente ligado à 
compreensão da interação humana, da linguagem e do contexto em que os indivíduos 
estão inseridos. Ao longo da história, diversas concepções de linguagem, língua e 
ensino emergiram, derivadas dessa compreensão. 
Segundo Marin (2001, p.119) “ler, é compreender o que lemos, dotar essa 
operação de reconhecimento da estrutura de significante de uma significação, [...] Ler 
também, é enfim, decifrar, interpretar, visar, talvez adivinhar o sentido de um discurso”. 
Entretanto, aprender a ler e escrever é um processo com formas diferentes do que 
apenas decodificar símbolos. 
A jornada da alfabetização conduz a uma compreensão profunda da nossa 
própria existência, revelando que a escrita é o registro dos eventos da criação e da 
experiência humana. A leitura, por sua vez, é um processo que leva à construção de 
novos significados, desvendando os sentidos ocultos nas entrelinhas, pois quanto 
mais se entrega à leitura, mais o conhecimento se expande. Através desse ato, 
consegue-se lembrar, comparar e despertar emoções, nutrindo a capacidade de criar 
e atribuir significado. 
No processo de aprendizagem da leitura e escrita, encontra-se uma aparente 
simplicidade nos símbolos utilizados. No entanto, para desenvolver habilidades de 
alfabetização, é essencial compreender a própria existência e reconhecermos o poder 
da escrita em registrar os acontecimentos da vida humana. Conforme destacado por 
Coscarelli e Novais (2010), a leitura se revela como um processo cada vez mais 
complexo, exigindo habilidades adaptativas para lidar com textos em situações reais 
de comunicação, uma vez que se trata de uma atividade dinâmica que demanda 
constante evolução. Nesse sentido, é por meio dessa jornada desafiadora que 
abrimos as portas para um mundo de possibilidades e significados, expandindo nosso 
 
37 
 
horizonte de compreensão e interação com o universo das palavras. Decorre, disso,que o ato de ler envolve considerar os elementos gráficos presentes, bem como. 
Segundo Coscarelli e Novais: 
[...] a produção de inferências e a depreensão da ideia global, a integração 
conceitual, passando pelo processamento lexical, morfossintático, semântico, 
considerando fatores pragmáticos e discursivos imprescindíveis para à 
construção do sentido. (COSCARELLI; NOVAIS, 2010, p. 36). 
A escrita é amplamente reconhecida como um processo essencial para o 
desenvolvimento humano, ao desempenhar um papel fundamental na comunicação, 
preservação do conhecimento e na evolução da sociedade. Por meio da escrita, os 
seres humanos podem registrar e transmitir informações, ideias e experiências ao 
longo do tempo e do espaço, permitindo que o conhecimento seja compartilhado e 
preservado para as gerações futuras. Além disso, a prática da escrita promove o 
enriquecimento externo, uma vez que as escritas convidativas permitem a conexão 
entre indivíduos de diferentes culturas, contextos e perspectivas. A escrita também 
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento intelectual e cultural do ser 
humano, estimulando a reflexão, a expressão criativa, o pensamento crítico e a 
capacidade de argumentação. 
Segundo Silva 2000. a habilidade de dominar a linguagem falada e escrita 
desempenha um papel fundamental na plena participação social, ao permitir ao ser 
humano se comunicar, adquirir informações, expressar e defender opiniões, construir 
uma visão de mundo e, por meio desse intercâmbio, criar novos conhecimentos. 
Nesse sentido, é responsabilidade das instituições de ensino garantir que todos os 
estudantes adquiram as competências linguísticas necessárias para exercer sua 
cidadania, por ser um direito inalienável de cada indivíduo. Dessa forma, ao promover 
um ambiente propício ao desenvolvimento dessas habilidades, construísse uma 
sociedade mais inclusiva, empoderada e capaz de se expressar com clareza e 
assertividade. 
É importante ressaltar a importância da leitura contínua e o papel do professor 
como mediador no desenvolvimento da capacidade dos alunos em produzir e 
compreender textos, considerando o valor intrínseco da leitura e a compreensão dos 
profissionais e dos textos como uma unidade significativa carregada de redes de 
significados. De maneira crucial, o ensino deve capacitar os alunos a se tornarem 
 
38 
 
indivíduos sociais capazes de lidar com a complexidade dos contextos presentes na 
sociedade. 
Conforme apontado por Rezende (2009), a prática frequente da leitura está 
diretamente relacionada ao aprimoramento do desempenho do leitor. No entanto, é 
importante ressaltar que, caso não haja conhecimentos prévios que possibilitem um 
diálogo significativo com o texto, é necessário criar condições que aproximem o leitor 
da leitura. Essas condições podem incluir estratégias de mediação, incentivo ao 
interesse pelo tema abordado, atividades de pré-leitura e exploração de 
conhecimentos prévios, visando facilitar a compreensão e a interação do leitor com o 
texto. 
Assim sendo, é inegável que a conquista de habilidades sólidas em leitura e 
escrita requer um esforço significativo por parte dos estudantes, juntamente com a 
orientação cuidadosa e segura dos educadores. Para aprofundar nossa compreensão 
sobre os mecanismos subjacentes à leitura e escrita, é essencial examinar o papel 
central dos alunos nesses processos, compreender suas perspectivas e abordagens, 
assim como valorizar a relevância e as visões dos educadores na promoção do 
desenvolvimento das habilidades textuais. Dessa maneira, estaremos construindo 
uma base sólida para a construção textual, reconhecendo a importância do 
engajamento ativo dos estudantes e da orientação pedagógica no alcance da 
proficiência em leitura e escrita. 
Esses aspectos são de extrema relevância e merecem a reflexão por parte dos 
professores, principalmente em um contexto em que a linguagem oral prevalece e é 
amplamente utilizada. Embora a comunicação oral seja eficaz e abrangente, é 
fundamental que as pessoas não subestimem a importância da expressão escrita. 
Saber expressar as ideias de maneira correta tanto oralmente quanto por escrito e ter 
habilidades argumentativas eficazes são fatores indiscutíveis para alcançar o sucesso 
pessoal na sociedade contemporânea. 
A escrita proporciona um meio de comunicação duradouro, permite a reflexão 
sobre os conteúdos e contribui para a organização das ideias de forma clara e 
coerente. Além disso, a competência na expressão escrita amplia as oportunidades 
de inserção no mercado de trabalho, favorece a participação em debates e contribui 
para a construção de uma cidadania mais ativa e consciente. Portanto, valorizar e 
 
39 
 
desenvolver as habilidades de expressão escrita é essencial para o desenvolvimento 
integral dos indivíduos na sociedade atual. 
De acordo com Branco e Simonian (2010): 
As práticas com a oralidade, além de atenderem objetivos específicos de 
comunicação e serem consideradas atividades mais comuns na Educação 
Infantil, se aplicam a todas as faixas etárias de alunos porque preparam os 
aprendizes para as situações mais formais de contato com a produção 
escrita, sendo a de ouvir a leitura de histórias efetuadas pelos adultos. Essa 
leitura faz com que os aprendizes entrem em contato com novos padrões 
linguísticos, diferentes da linguagem coloquial com a qual estão 
acostumados. Ouvindo a linguagem empregada nos livros de história, e nas 
notícias, os alunos se expõem aos modelos da “linguagem que se escreve” e 
que eles deverão distinguir e adquirir muito antes de aprender a 
escreve (BRANCO; SIMONIAN, 2010, p.59). 
Nesse sentido, é fundamental reconhecer que as instituições de ensino 
desempenham um papel central na promoção do desenvolvimento das habilidades de 
leitura e escrita. Elas são espaços onde os estudantes embarcam em uma jornada em 
busca do domínio dessas habilidades, e é essencial que não haja exclusão de 
informações e competências cruciais nesse processo de aprendizagem. Mediante um 
ambiente educacional inclusivo e enriquecedor, os alunos têm a oportunidade de 
explorar e dominar as diversas facetas do ato de ler e escrever, adquirindo as 
ferramentas necessárias para se tornarem leitores críticos, escritores proficientes e 
participantes ativos na sociedade do conhecimento. 
Branco e Simonian (2010) destacam que a atividade de escrever é 
intrinsecamente reflexiva e cognitiva, não se limitando a uma simples reprodução 
mecânica ou memorização. Para escrever efetivamente, é necessário ter 
conhecimento das palavras que se deseja expressar, indo além do mero 
conhecimento das letras do alfabeto, embora sejam os instrumentos utilizados na 
escrita. Os alunos não possuem apenas um conhecimento isolado das letras das 
palavras que desejam escrever, mas também estão familiarizados com os textos 
presentes no ambiente sociocultural e escolar. Eles possuem uma compreensão mais 
ampla dos elementos linguísticos e contextuais envolvidos na escrita, permitindo-lhes 
expressar suas ideias de forma mais coerente e significativa. A escrita, portanto, é um 
processo complexo que exige habilidades linguísticas. 
Existem várias razões que podem levar os alunos a enfrentarem dificuldades 
na escrita. Uma delas é a abordagem predominantemente gramatical adotada pelas 
instituições de ensino, que enfatizam apenas as regras gramaticais e impõem os 
 
40 
 
temas a serem desenvolvidos, sem proporcionar oportunidades para os alunos 
expressarem sua criatividade. Além disso, a falta de feedback e orientação adequada 
por parte dos educadores também pode contribuir para dificuldades na escrita, uma 
vez que os alunos não recebem comentários construtivos para aprimorar suas 
habilidades escritas. 
Outro fator é o desinteresse e valorização da escrita em comparação com a 
leitura, o que pode resultar em menos oportunidades de prática e desenvolvimento da 
escritacriativa nas crianças. É importante que as instituições de ensino reconheçam 
a importância da escrita como uma forma de expressão e comunicação, e adotem 
abordagens que incentivem a criatividade, forneçam retorno construtivo e promovam 
um ambiente de apoio para o desenvolvimento das habilidades de escrita dos alunos. 
Segundo Coelho e Dutra (2018), o ensino da leitura apresenta-se como um 
desafio significativo e imprescindível para as instituições educacionais. Além de ser 
um requisito indispensável para o êxito acadêmico, a leitura desempenha um papel 
fundamental no desenvolvimento profissional, social e cultural dos indivíduos, uma 
vez que permite a ampliação do conhecimento, facilita a compreensão dos 
acontecimentos e promove a flexibilidade no modo de perceber e interpretar a 
realidade. Portanto, é inegável a importância da leitura como uma ferramenta vital 
para a formação integral dos estudantes, capacitando-os a enfrentar os desafios e 
aproveitar as oportunidades que surgem ao longo de suas trajetórias educativas e 
além delas. 
6 A VISÃO CONTEMPORÂNEA DA EDUCAÇÃO 
A educação está passando por um momento significativo, uma vez que a 
sociedade está cada vez mais atenta às instituições de ensino como pilares 
fundamentais para a formação das pessoas. Diante da globalização e do avanço 
tecnológico, surgem diversas demandas que precisam ser atendidas. A redução das 
distâncias e a disseminação dos meios de comunicação proporcionam um acesso 
rápido às novidades, ao mesmo tempo, em que a revolução tecnológica tem 
impactado de maneira significativa os setores produtivos e as formas de interação 
social. 
 
41 
 
É importante ressaltar que as instituições de ensino são espaços onde 
diferentes gerações convivem, o que pode levar a conflitos e contradições. Nesse 
contexto, é essencial que os problemas sejam considerados para serem negociados 
e resolvidos, a fim de garantir o sucesso do processo educativo. A diversidade de 
perspectivas e experiências presentes nas instituições de ensino pode ser uma fonte 
rica de aprendizado e crescimento, ao serem promovidos o diálogo, o respeito mútuo 
e a busca por soluções que atendam às necessidades de todos os envolvidos. Ao 
enfrentar e superar esses desafios, as instituições de ensino podem se tornar 
ambientes mais inclusivos, acolhedores e incentivados ao desenvolvimento pleno dos 
estudantes. 
Costa (1995) afirma que: 
Não podemos deixar de reconhecer, hoje, a incidência de consideráveis 
modificações operadas no mundo do trabalho pela sofisticação dos 
mecanismos do capitalismo, o que é registrado mesmo por teóricos de 
orientação marxista. O surgimento de um amplo espectro de atividades 
burocráticas e de prestações de serviços, e as alterações no interior de 
práticas ocupacionais reconhecidas e tradicionais, tem produzido mudanças 
nas relações de trabalho e na estrutura de classes [...]. (COSTA, 1995, p. 
189). 
Além disso, espera-se que as instituições educacionais proporcionem aos 
estudantes uma educação abrangente, abordando o desenvolvimento de capacidades 
cognitivas, culturais, psicológicas, sociais e produtivas. Nesse contexto, é inegável 
que ao longo da história da educação, nunca houve tantas demandas atribuídas às 
escolas de ensino fundamental, médio e superior, tornando a tarefa da educação tão 
complexa quanto aos desafios enfrentados pela sociedade contemporânea. É 
amplamente reconhecido que a educação formal desempenha um papel fundamental 
na superação desses desafios. 
As transformações progressivas na sociedade demandam que ela se adapte 
aos novos desafios de sobrevivência surgidos das novas formas de organização 
social, cultural e econômica. Nesse sentido, os indivíduos são estimulados a buscar 
atualizações profissionais contínuas, alinhadas às novas demandas do mercado. 
Essas mudanças estão relacionadas à evolução dos sistemas produtivos, à 
globalização e ao avanço tecnológico, que impulsionam a necessidade de habilidades 
e conhecimentos específicos em diferentes setores. Para se manterem competitivo, 
precisa-se adquirir e aprimorar constantemente habilidades técnicas e 
 
42 
 
socioemocionais, além de se adaptar às demandas em evolução do mercado. A 
formação contínua e a busca por atualizações profissionais tornam-se essenciais para 
se enfrentar os desafios presentes e futuros, garantindo uma participação eficaz na 
sociedade contemporânea. 
O ambiente educacional no Brasil foi impulsionado a se adaptar às demandas 
das novas formas de organização econômica. O conceito educacional proposto pelos 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), baseado na teoria construtivista, ressalta 
a importância da educação no desenvolvimento de habilidades e competências. O 
objetivo é proporcionar aos alunos uma construção abrangente do conhecimento, 
preparando-os para a participação efetiva nesse tipo de organização social. 
Crivelaro 2013, aleta que, atualmente, as instituições de ensino assumem um 
papel cada vez mais abrangente, sendo percebidas como uma fonte potencial de 
soluções para os desafios ocasionados pelo sistema capitalista. A educação 
transcendeu seu escopo tradicional de transmissão de conhecimentos, abarcando 
aspectos que antes eram considerados responsabilidade primordial das famílias. Além 
disso, busca-se enfrentar a mistura que permeia as relações humanas e lidar com as 
consequências da industrialização em larga escala sobre o meio ambiente. 
Em certos momentos, a importância da educação transcende seu papel 
puramente social, tornando-se um pré-requisito fundamental para a transformação 
crítica da realidade e para a formação de cidadãos conscientes e informados. Nesse 
contexto, o currículo e suas disciplinas desempenham um papel essencial ao moldar 
e reinventar a cultura da sociedade global, gerando um conhecimento único, 
conhecido como saber escolar. Essa construção curricular representa uma 
oportunidade de promover a compreensão e a reflexão sobre o mundo, permitindo 
aos estudantes uma visão mais abrangente e crítica da realidade, capacitando-os a 
contribuir ativamente para a transformação da sociedade em que vivem. 
Contribuindo com esta reflexão, Luckesi (1993), expressa que: 
 [...] educador é aquele que, tendo adquirido o nível de cultura necessário 
para o desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e aprendizagem. 
Ele assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em 
processo de acumulação da humanidade (LUCKESI, 1993, p.115). 
Atualmente, observa-se um aumento significativo na proporção de crianças e 
jovens enfrentando dificuldades de aprendizagem nas escolas de todo o país, ao 
passo que a taxa de analfabetismo apresenta uma diminuição. Entretanto, a qualidade 
 
43 
 
da educação em todos os níveis é amplamente considerada insatisfatória. Em muitos 
casos, os estudantes necessitam de intervenções específicas em suas atividades de 
aprendizagem, porém, a burocracia das políticas públicas acaba enfraquecendo o 
desenvolvimento acadêmico e social de inúmeros indivíduos, perpetuando assim um 
ciclo vicioso de baixo desempenho, sem a implementação adequada de medidas 
pedagógicas de intervenção. 
Diante desse cenário desafiador, é imprescindível buscar soluções criativas e 
eficazes que promovam uma educação de qualidade, valorizando as necessidades 
individuais dos estudantes e proporcionando um ambiente propício ao 
desenvolvimento pleno de suas potencialidades. 
De acordo com Netto e Falcão: 
Vista sob um certo ângulo, a vida cotidiana é em si o espaço modelado (pelo 
Estado e pela produção capitalista) para erigir o homem em robô: um robô 
capaz de consumismo dócil e voraz, de eficiência produtiva e que abdicou de 
sua condição de sujeito, cidadão (NETTO; FALCÃO, 1989, p. 19). 
Conforme observado por Abad (2004), quando a escola não consegue 
estabelecer relações que estejam em consonância com as características, interesses, 
expectativas

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