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São alterações metabólicas no metabolismo de lipídios que repercutem nos níveis séricos de lipoproteínas. - Gordura no sangue; A prevalência da dislipidemia tem crescido nas crianças e nos jovens. A dislipidemia é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, já que ela está relacionada ao desenvolvimento das placas ateroscleróticas (artérias entupidas) no corpo humano, por isto deve ser prevenida e tratada da forma correta. É uma condição prévia para o IAM e AVE. elevação isolada do LDL-C (igual ou maior que 160mg/dl) elevação isolada dos TGs (maior ou igual a 150mg/dl) que reflete o aumento de VDL, IDL e quilomícrons. valores aumentados de LDL-C (maior ou igual a 160mg/dl) e TG (maior ou igual a 150mg/dl). Nos casos em que TGs se encontram maior ou igual a 400mg/dl, o cálculo do LDL-C pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se, então, considerar a hiperlipidemia mista quando CT maior ou igual a 200mg/dl. redução do HDL-C (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG É peça fundamental na estrutura das membranas celulares; - são eles que proporcionam a fluidez dessas membranas É percussor de todos os hormônios esteroides que são produzidos no córtex da suprarenal, como: os mineralocorticoides- sendo a aldosterona o principal exemplo, glicocorticoides que participam da resposta inflamatória. Além disso, também atua nos produzidos nas gônadas e na placenta, como os andrógenos e estrógenos responsáveis pelas respostas sexuais. É um dos componentes da bile, a qual é fundamental para a digestão das gorduras ingeridas na dieta; Algumas pesquisas recentes apontam a função antioxidante do colesterol, onde este atua protegendo as células dos radicais livres; Precursor da Vitamina D (7-deidrocolesterol – sofre ação dos raios solares e se transforma em Colecalciferol) - A vitamina D é essencial na regulação dos níveis de cálcio no organismo. Através de exame de sangue (LIPOGRAMA TOTAL), onde é medida as concentrações de triglicerídeos, colesterol total e frações de colesterol. O jejum não é mais necessário em exames de solicitação do perfil lipídico. - Os lipídios que compõem essas estruturas são: TG, colesterol e fosfolipídios. - As proteínas que compõem são as apolipoproteínas, as quais são proteínas que dão solubilidade as lipoproteínas. Além disso elas ativam enzimas do metabolismo lipídico (LCAT– as quais Vanessa Farias – NUTR 2022.1 – P6 transferem ácidos graxos de um fosfolipídio para esterificar um colesterol; LPL – presente no endotélio dos capilares de tec. periféricos, ela retira ácidos graxos e TGs do plasma para dentro das células. As apoliproteínas atuam na manutenção da integridade estrutural do complexo lipídio-proteína e atuam no reconhecimento de receptores de superfície. CONSUMO DE REFEIÇÃO QUE CONTENHA GORDURA AS GORDURAS PASSAM PELO INTESTINO, ONDE SOFREM A AÇÃO DA BILE E DAS LIPASES PANCREATICAS, ESTAS VIRAM MICELAS E DESLIZAM PELA BORDA EM ESCOVA DOS ENTERÓCITOS – OS AGs SÃO PRODUTOS DESSA DIGESTÃO E VÃO SER CAPTADOS PELOS ENTERÓCITOS OCORRE A SÍNTESE DOS QUILOMICRONS (possuem muitos triglicerídeos) SÃO LIBERADOS PARA A CIRCULAÇÃO LINFÁTICA E VÃO CHEGAR NA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA A PARTIR DO DUCTO TORÁCICO, OS QUILOMICRONS VÃO CIRCULAR PELO CORPO E VÃO SOFRER HIDROLISE PELA LIPASE LIPOPROTEICA (LPL), QUE É ATIVADA PELA APOC2 (que está no interior desse quilomícron) OCORRE LIBERAÇÃO DE AGs E GLICEROL DO CENTRO E COLESTEROL NÃO ESTERIFICADO DA SUPERFÍCIE APÓS O PROCESSO DE HIDROLISE DOS QM, OS AGs SÃO CAPTURADOS PELAS CÉLULAS MUSCULARES QUE UTILIZAM DELE PARA FORNECIMENTO DE ENERGIA, E ALÉM DISSO, SÃO CAPTURADOS PELOS ADIPOCITOS QUE VÃO ARMAZENA-LOS EM FORMA DE TGs. OS REMANESCENTES DE QUILOMICRONS SÃO CAPTURADOS PELO FÍGADO, ONDE SÃO DESMONTADOS E GERAM SUBPRODUTOS QUE VÃO PARTICIPAR DA COMPOSIÇÃO DAS VLDL VLDL SÃO LIBERADAS DO FÍGADO DIRETO PARA A CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA E VÃO PASSAR PELO MESMO PROCESSO QUE OS QUILOMICRONS PASSARAM GERAM OS REMANESCENTES DE VLDL, OS IDL, QUE SÃO REMOVIDAS PELO FÍGADO A PARTIR DA INTERAÇÃO DA APOE COM RECEPTORES ESPECIFICOS DOS HEPATÓCITOS O PROCESSO DE CATABOLISMO CONTINUA E POSSUI PARTICIPAÇÃO DA LIPASE HEPÁTICA (HPL), QUE CONVERTE IDL EM LDL A LDL POSSUI APENAS CONTEUDO RESIDUAL DE TGs E É COMPOSTA APENAS DE COLESTEROL E UMA ÚNICA APOLIPOPROTEÍNA (APOB100) A LDL É LIBERADA NA CIRCULAÇÃO E CATURADA PELAS CÉLULAS QUE POSSUIREM NA SUA SUPERFÍCIE O RECEPTOR DE LDL, NO INTERIOR DESSAS CÉLULAS O COLESTEROL LIVRE LEVADO PELA LDL PODE SER ESTERIFICADO E ARMAZENADO PELA AÇÃO DE UMA ENZIMA CHAMADA DE ACATE ➔ (enzima chave na síntese de colesterol hepático) HDL é formada no fígado, no intestino e na própria circulação; - é derivada de outras lipoproteínas que vão perdendo seu conteúdo lipídico; - o principal conteúdo da HDL são as proteínas, principalmente a APOA1 e APOA2 que vão interagir com a enzima LCAT; - A HDL é liberada na circulação e recebe colesterol nas células dos tecidos periféricos Colesterol que vai ser esterificado com auxilio da LCAT interagindo com a APOA1 → esse processo de esterificação é FUNDAMENTAL para a estabilização do colesterol e para permitir que ocorra o seu transporte no plasma no centro da HDL. - HDL transporta o colesterol até o fígado (transporte reverso de colesterol); - Permite uma maior captação das lipoproteínas pelo fígado, evitando que fiquem circulando no plasma. CETP – vem sendo testada como alvo terapêutico nas dislipidemias, principalmente no tratamento de níveis baixos de HDL. - GENÉTICA: é o caso da hipercolesterolemia familiar, onde há uma redução dos receptores de LDL na superfície das células ou mutação na síntese desses receptores fazendo com que haja uma enorme concentração de LDL circulando na corrente sanguínea, já que as células possuem dificuldade em capturar essa molécula. - HÁBITOS DE VIDA: tem a ver com os hábitos de vida. quanto mais fontes de triglicerídeos e colesterol for ingerido, maior será a quantidade de LDL e VLDL no sangue. Tanto a hipercolesterolemia quanto a hipertrigliceridemia são influenciadas pela quantidade e qualidade dos alimentos da dieta. Os principais vilões são os alimentos ricos em gordura saturada. Algumas doenças, como o DM, podem levar ao desenvolvimento da dislipidemia. (exigem tratamento mais específico) Tudo começa com um excesso de LDL circulando pelos vasos sanguíneos; Se o individuo tem hipercolesterolemia familiar ou outro distúrbio que por algum motivo as células não expressam receptores de LDL, e não armazenam colesterol no seu interior = muito colesterol livre sem ter para onde ir. COLESTEROL “PROBLEMÁTICO” É AQUELE FORA DAS CÉLULAS Em decorrência do seu tamanho reduzido, o LDL é capaz de atravessar os espaços entre as células endoteliais. Assim, ele consegue se acumular entre esse endotélio e a lâmina elástica interna; Se o indivíduo possui HAS, DM ou é fumante, possivelmente será mais fácil que o LDL atravesse a camada endotelial, pois a células endoteliais estarão debilitadas (pelo pico de pressão sanguínea ou pela presença de moléculas agressoras circulando no sangue); As moléculas de LDL acumuladas na túnica intima do vaso vão sofrer oxidação por ação dos radicais livres liberados pelo próprio endotélio; Ocorre um aumento da expressão de receptores de adesão para monócitos circulantes, em decorrência da estimulação pelas moléculas de LDL oxidadas, os quais atravessam o espaço intracelular e alcançam o espaço subendotelial. a presença do monócito no subendotélio vai induzir a liberação de citocinas (tanto pelas células endoteliais, quanto pelo próprio monócito), isso vai fazer com que os monócitos sejam ativados e transformem-se em macrófagos capazes de ativaras LDLs oxidadas e se transformar em uma célula imensa lotada de colesterol (célula espumosa) se acumulam no endotélio e liberam citocinas, atraem linfócitos T de resposta imune adaptativa, levando a síntese de uma série de interleucinas. Consolidam um processo inflamatório crônico e ilimitado. Além disso, a situação leva a um aumento de um fator de crescimento derivado de plaquetas, o PDGF, ele induz o aumento da síntese de matriz extracelular, mitose e migração de células do mesoderma, inclusive células musculares lisas. essas células também possuem a capacidade de captar LDL oxidada, fazendo com que ocorra um aumento do seu volume e um acúmulo, proporcionando a formação da placa de aterosclerose junto com outros elementos na camada íntima dos vasos esse aglomerado de elementos vai crescendo em direção à luz do vaso, sendo que o interior da placa vai ficando sem oxigenação, mesmo com a tentativa de angiogênese, essa isquemia local vai induzir apoptoses no centro da placa, formando o CENTRO NECRÓTICO essa neoformação de vasos sanguíneos somada a presença de fatores inflamatórios, podem levar a sangramentos locais que podem ativar a cascata de coagulação, atraindo a agregação plaquetária e formação de fibrina podendo ocluir totalmente a luz desse vaso causando isquemia do tecido OU formar êmbulos derivados do trombo que vão impactar em vasos a diante, levando a acidentes vasculares e infartos (maiores complicações das dislipidemias) Com o intuito de reduzir o colesterol (LDL) e assim evitar aterosclerose e possíveis eventos clínicos posteriores (AVE, IAM, DAP, ICC) + reduzir triglicerídeos e consequentemente prevenir pancreatite; as diretrizes nutricionais que preconizam dieta isenta de ácidos graxos trans, o consumo de < 10% do valor calórico total de ácidos graxos saturados para indivíduos saudáveis e < 7% do valor calórico total para aqueles que apresentarem risco cardiovascular aumentado. ÁCIDOS GRAXOS – - Retirar ácidos graxos saturados e trans; Evitar a ingestão de carnes gordurosas, embutidos (salame, mortadela, bacon), creme de leite e queijos amarelos. Diminuir também a ingestão de alimentos preparados com gordura saturada, como massas, pudins, alimentos que contenham gorduras trans, como biscoitos, salgadinhos, sorvetes, dentre outros. Alto consumo de fontes desses AGs possui relação direta com efeitos deletérios do ponto de vista metabólico e cardiovascular, haja vista que pode elevar o colesterol plasmático e ter ação pró- inflamatória. A substituição na dieta de ácidos graxos saturados por carboidratos pode elevar o risco de eventos cardiovasculares. AGs saturados: reduzir <10% do VCT (indivíduos saudáveis), <7% do VCT (indivíduos com risco cardiovascular elevado) - Maior oferta de AGs mono e poli-insaturados (abacate, nozes, amêndoas). Ácidos graxos monoinsaturados: Diminuem o LDL colesterol (conhecido como "colesterol ruim") e os triglicerídeos (gorduras) sanguíneos e aumentam o HDL, colesterol (conhecido como "colesterol bom"). Fontes: azeite de oliva, óleo de canola, abacate. Ácidos graxos poli-insaturados: Ajudam na redução dos triglicerídeos sanguíneos e aumento do HDL colesterol. Fontes: linhaça, óleo de soja, e peixes. - Colesterol Alimentar exerce pouca influência na mortalidade cardiovascular; As atuais diretrizes internacionais sobre prevenção cardiovascular mostram que não há evidências suficientes para estabelecimento de um valor de corte para o consumo de colesterol. A concentração plasmática de TG é muito sensível a variações do peso corporal e a alterações na composição da dieta, particularmente quanto à qualidade e à quantidade de carboidratos e gorduras. A terapia nutricional indicada para a hipertrigliceridemia primária grave, caracterizada pelo aumento da concentração plasmática de quilomícrons, por diminuição da enzima lipoproteína lipase, baseia-se na redução importante da gordura na dieta, que deve atingir, no máximo, 10% do valor calórico total. recomendam-se aproximadamente 25 a 35% das calorias na forma de gorduras e controle da ingestão de açúcares. observada na obesidade e no diabetes, mantêm-se o controle de gorduras (30 a 35% das calorias) e a adequação no consumo de carboidratos, com ênfase na restrição de açúcares. Em comum, todos estes estudos reafirmam a relevância de se manterem quantidades moderadas de gordura na dieta, eliminar ácidos graxos trans, controlar o consumo de saturados, priorizar poli- insaturados e monoinsaturados, reduzir açúcares e incluir carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta. O alcance das metas nutricionais no tratamento é variável e depende da adesão à dieta e às correções no estilo de vida, como perda de peso, e pode resultar na redução de 20% da concentração plasmática de TG. Além do controle de calorias na dieta (déficit de 500 a 1.000 Kcal),1enfatiza-se a relevância da qualidade dos nutrientes em aspectos relacionados ao desenvolvimento da obesidade, como saciedade, resposta insulínica, lipogênese hepática, adipogênese, gasto energético e microbiota. A combinação de um consumo excessivo de etanol e ácidos graxos saturados potencializa a elevação da trigliceridemia. A inibição da lipase das lipoproteínas pelo excesso de etanol e a consequente redução na hidrólise de quilomícrons parecem justificar a lipemia induzida pelo etanol. Além disso, o produto da metabolização do álcool é a Acetilcoenzima A (acetil-CoA), principal precursora da síntese de ácidos graxos. há alguma divergência no impacto da ingestão de etanol nos triacilgliceróis (TAG) em situações de consumo moderado (até 30 g/dia) o consumo máximo de 5% em Kcal do valor energético da dieta na forma de açucares de adição. Tanto a sacarose quanto os xaropes são constituídos por aproximadamente partes iguais de frutose e glicose, os quais são metabolizados de forma diferente. Enquanto existe um mecanismo celular de feedback de regulação da glicose mediado pela fosfofrutoquinase, para a produção de piruvato e consequentemente de acetil-CoA e ácidos graxos, o mesmo mecanismo não ocorre para metabolização da frutose, que é metabolizada pela frutoquinase. IMPORTANTE – Por isto, frutose gera ácidos graxos mais rapidamente do que a glicose, aumentando tanto o depósito de gordura hepática, como o aumento da produção de VLDL. A elevada ingestão de carboidratos aumenta a glicemia, o que promove o aumento da insulinemia; esta, por sua vez, ativa os fatores de transcrição que promovem a síntese de ácidos graxos e TG, favorecendo outros fatores de risco. A ingestão de fibras solúveis reduz os níveis séricos de colesterol total e LDL- colesterol, elas formam um gel que se liga aos ácidos biliares no lúmen intestinal, aumentando sua excreção nas fezes e diminuindo sua reabsorção durante o ciclo entero-hepático. Já as fibras insolúveis aumentam a saciedade. A recomendação de ingestão adequada é de 14g de fibras para cada 1.000kcal ingeridos. Fontes de fibras solúveis: frutas (maçã com casca, laranja, mamão ameixa, dentre outras), aveia, leguminosas como: feijão, grão de bico, lentilha, ervilha. Fontes de fibras insolúveis: cereais, grãos integrais, hortaliças. A ingestão recomendada mínima de fibras por dia é de 25 g, a fim de proteger contra DCV e câncer. Os mecanismos propostos para os benefícios cardiovasculares incluem redução de marcadores inflamatórios e da agregação plaquetária, melhora da função endotelial, redução da pressão arterial e redução da trigliceridemia. Os principais ácidos graxos da série ômega 3 são o ácido ALA (C18:3), de origem vegetal (soja, canola e linhaça), e os ácidos EPA (C20:5) e DHA (C22:6), provenientes de peixes e crustáceos de águas muito frias dos oceanos Pacífico e Ártico. É recomendada a utilização de padrões alimentares saudáveis, que incluam, no mínimo, duas porções deles por semana; Como adjuvante no tratamento da hipertrigliceridemia, a suplementação de ômega 3 (EPA e DHA) entre 2 a 4 g ao dia, pode reduzir a concentração plasmática de TG em até 25 a 30%. São um grupo de esteroides alcoólicos e ésteres, que ocorrem exclusivamente em plantas e vegetais. FONTES DE FITOSTERÓIS – Óleos vegetais, cereais, grãos e demais vegetais. Possuem eficiente excreção biliar após captação hepática, com concentrações séricas 500 a 10 mil vezes menores do que as concentrações de colesterol; O consumo de fitosteróis reduz a absorção de colesterol, principalmente por comprometimento da solubilização intraluminal (micelas); Estudos mostram relação inversamente proporcional entre fitosteróis e LDL, ou seja, quando maior o consumo de fitosteróis menor serão os níveis de LDL. O consumo diário de uma a duas porções de alimentos fonte de proteína de soja, totalizando 15 a 30 g de proteína, está associado à redução de 5% de LDL-c, ao aumento de 3% de HDL-c e à redução de 11% na concentração de TG (Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: A).
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