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1 1 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. SUMÁRIO: 1. NO QUE CONSITE UM PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO 1.1 Pilares de um serviço para que se caracterize como Planejamento Previdenciário 2. SCRIPT DE VENDA 2.1 Quando oferecer o produto aos clientes 2.2 Redação de venda 2.3 Como falar o valor do investimento, valorizando seu serviço 2.4 Como demonstrar as vantagens ao cliente 2.5 Como orçar o seu serviço 2.6. Como criar autoridade, gerar segurança e estabelecer fidelidade 3. AS ETAPAS DO PLANEJAMENTO 3.1 ATENDIMENTO INICIAL (PRESENCIAL OU ONLINE) 3.1.1 Perguntas que nunca podem ser esquecidas no atendimento inicial 3.1.2 Análise documental (CNIS, Carteira de Trabalho, Carnês, PPP’s, Prova rural, Certidões, etc) 3.2 ANÁLISE DE CNIS 3.2.1 Como acessar o cnis? 3.2.2 Quais informações o cnis apresenta ao segurado? Microfichas 3.2.3 NIT (número de inscrição do trabalhador): 3.2.4 Fundamentos sobre o cnis Quando a informação é considerada extemporânea Documentos que servem de prova para retificar o cnis Cuidados para usar carteira de trabalho como prova 3.2.5 Como atualizar/retificar as informações do cnis 3.2.6 Ocorrências comuns 3.2.7 Alíquotas de contribuição Responsabilidade pelo recolhimento das contribuições e os reflexos no CNIS 3.2.8 Códigos de recolhimento 3.2.9 Conferência do salário de contribuição: 3.2.10 Análise da carência e tempo de contribuição no CNIS 3.2.11 Pagamento de contribuições atrasadas x carência 3.2.12 Como recolher parcelas atrasadas 3.2.13 Ajustes de guia 2 2 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 3.3 ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIA 3.3.1 Definição das estratégias possíveis 3.4 CÁLCULOS DE CARÊNCIA, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE 3.4.1 Cálculos até 13/11/2019 3.4.2 Cálculos após 13/11/2019: até datas em que preenchidos requisitos das regras a serem analisadas 3.5. CÁLCULOS DE SALÁRIO DE BENEFÍCIO 3.5.1 Ausência de salário de contribuição 3.5.2 Salário de contribuição abaixo do mínimo 3.5.3 Salário de contribuição acima do teto 3.5.4 Salários de contribuição em atividades concomitantes 3.5.5 Salário dos períodos de recebimento de benefício por incapacidade 3.5.6 Salários nos períodos de recebimento de auxílio-acidente 3.5.7 Atualização dos salários de contribuição 3.5.8 Cálculo do salário de benefício (com base nos regramentos antes e depois da reforma) 3.5.9 Análise do divisor mínimo 3.6 CÁLCULOS DE RENDA MENSAL INICIAL 3.6.1 Cálculo de RMI na regra do direito adquirido (salário de benefício x coeficiente da regra avaliada) 3.6.2 Cálculos de estimativa da Renda Mensal Inicial após a EC nº 103 (projeção de RMI futura) 3.6.3 Análise de existência de contribuições/carência sobrando para possível exclusão 3.7 CÁLCULO DO INVESTIMENTO 3.7.1 Cálculo de investimento sobre parcelas passadas (até 10/1996 e após) 3.7.2 Desindexação SE FOR O CASO DE SEGURADO FACULTATIVO OU CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: 3.7.4 Avaliação de alíquotas de contribuição 3.7.5 Cálculos do investimento futuro 3.7.6 Avaliação dos impactos no salário de benefício 3.7.7 Avaliação da frequência de pagamento do segurado facultativo 3.7.8 Análise do limitador do auxilio doença (média 12 últimas Lei 8.213/91, art. 29, §10) 3.8 CÁLCULO DO MELHOR BENEFÍCIO 3.8.1 Cálculo do comparativo das possíveis aposentadorias com base nos rendimentos futuros até o fim da vida (planilha que projeta até 85 anos de idade) 3.8.2 Avaliação do ROI 3.8.3 Cálculo dos valores a serem recebidos da primeira aposentadoria até a segunda 3.9 APRESENTAÇÃO + CONSULTA FINAL 3.9.1 Apresentação e relatório/parecer conclusivo ao Cliente 3 3 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 3.10 FIDELIZAÇÃO 3.10.1 Fidelização do cliente após a consulta final 3.11 ENGATILHAMENTO DE SERVIÇOS FUTUROS 3.11 Serviços a serem engatilhados após a entrega do Planejamento 4 4 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 1. NO QUE CONSISTE UM PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO: Não é um mero cálculo de tempo de contribuição Não é igual para todos os Segurados Na minha metodologia, existem diversas etapas a serem observadas (pelo menos 10) É preciso adaptar ao interesse real do cliente (nem sempre é o melhor rendimento) É preciso sempre comparar o investimento x o retorno financeiro (ROI) Em termos de vantagem financeira: Não é a busca pela maior renda mensal inicial, mas pelo maior rendimento financeiro até o fim da vida Se contribuinte Individual ou Facultativo, é ainda mais amplo e complexo 2. SCRIPT DE VENDA 2.1 Quando oferecer o produto aos clientes: SEMPRE OFEREÇA! Para qualquer cliente! Em qualquer momento! Se o cliente te procurar para analisar o tempo de contribuição: OFEREÇA! Se o cliente te procurar para encaminhar aposentadoria: OFEREÇA! Se o cliente te procurar para encaminhar benefício por incapacidade: OFEREÇA! Se o cliente te procurar, por causa de outro assunto jurídico: ofereça também! Se o cliente já tem direito adquirido, ele precisa saber que as regras de transição que podem ser muito benéficas, e só o planejamento pode analisar este contexto, então: OFEREÇA! Se o cliente está com pedido de aposentadoria administrativo aguardando análise? OFEREÇA, pode ser o caso de pedir reafirmação da DER (a exemplo do divisor mínimo ou regra de transição vantajosa) - Art. 577, II e Art. 222, §3º da IN 128. Tem processo de aposentadoria judicial em andamento? OFEREÇA, você pode pedir reafirmação da DER judicialmente também - TEMA 995 STJ. OBS: Muito cuidado com o pedido de reafirmação da DER do Servidor no RGPS (§14 do art. 37 da CF – rompimento do vínculo). Tenha um script de venda, e mantenha este padrão de atendimento (tanto na hora de oferecer o produto, quanto na hora de entregá-lo, valorizando seu serviço). 2.2. Redação de venda: Eu elaborei a minha redação de venda, mas varia muito de acordo com o produto que o cliente busca, e de acordo com o perfil do próprio cliente, mas você pode usar como modelo e deve adaptar para a sua personalidade. Não se esqueça de adaptar a sua redação de venda, para o perfil de cada cliente, por exemplo, a análise de um planejamento para um empregado ou um contribuinte facultativo/individual, são diferentes, então você sempre deve adaptar a redação da venda. Também é muito diferente fazer um planejamento para um cliente humilde que busca a primeira aposentadoria possível, que sequer tem expectativa de receber mais que um salário mínimo, em relação a um cliente que tem poder econômico para investimento e busca o melhor retorno financeiro até o fim da vida. 5 5 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Então, segue a minha redação de venda: Oi xxxxxx, eu acho que no seu caso em específico, seria muito vantajoso realizarmos um Planejamento de Aposentadoria. Trata-se de um estudo COMPLETO sobre todas as possibilidades de aposentadorias antes e depois da reforma da previdência, para que você não deixe de ganhar nem um real a título de aposentadoria, e especialmente, para que você possa escolher pela regra mais vantajosa financeiramente. Primeiro vamos realizar uma consulta inicial, para eu colher todas as informações necessárias e avaliar as possibilidades que o seu histórico de trabalho me permite trabalhar, assim vamos verificar se posso aumentar seu tempo de contribuição e adiantar sua aposentadoria ou até mesmo elevar o valor dela em relação ao que INSS iria conceder. Para isso, precisamos realizar: - Cálculos de tempo de contribuição (para avaliar o direito adquirido e as regras de transição da reforma) e - Cálculos de renda mensal inicial (simular a renda mensal de cada regra que você possa se enquadrar); - Se você tiver a possibilidade de seguir contribuindo “por conta” para oINSS, eu ainda vou avaliar todo o investimento que você irá realizar, para diagnosticar sobre qual valor vale a pena contribuir e em qual alíquota (assim você não perde dinheiro). Feito este estudo completo, teremos mais uma consulta, para eu lhe explicar exatamente cada ponto deste estudo, e eu vou lhe entregar um relatório completo com um quadro comparativo das regras mais vantajosas, assim você poderá levar para casa todas essas anotações e pensar com calma na sua decisão, avaliando sempre o seu interesse de qualidade de vida pessoal e financeira. Por último, você vai me repassar a sua decisão, sem pressa nenhuma, e a partir daí vamos estar sempre conectados, até que o grande dia chegue e eu possa encaminhar o pedido de aposentadoria para você. E por último, não menos importante, se outras reformas mudarem o estudo do nosso planejamento, você ganhará desconto de XX% do valor do serviço de planejamento, para reavaliação do seu caso. 2.3 Como falar o valor do investimento, valorizando seu serviço: Para falar do valor ao cliente, eu mantenho um padrão, gosto sempre de responder o valor do meu TRABALHO, de forma que ele possa realmente valorizar tudo o que eu vou fazer, e como isso me custará tempo e expertise. Valorize seu trabalho dando ênfase em algum ponto particular do caso que você sabe que é mais complexo. Segue o exemplo da minha fala: Para realizar todo este estudo, eu vou dedicar em torno de XX horas de trabalho exclusivamente no teu planejamento. Além disso, vamos realizar duas consultas e vou lhe apresentar uma estratégia completa para encaminhamento/escolha da melhor aposentadoria. No seu caso específico precisamos avaliar 6 6 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. XXXXXXXXXXXXXXXXX (pontue/problematize a situação específica do caso que é complexa), então, neste caso, o investimento é de R$ XXXXX. Este valor investido lhe assegurará um novo planejamento, com desconto de XX% do valor, acaso haja nova reforma da previdência, antes de você alcançar o seu direito, mas vamos torcer para que isto não aconteça. Anualmente sempre iremos nos comunicar, até que você implemente o seu direito, para que você esteja sempre seguro(a) sobre as mudanças legislativas que podem interferir no nosso resultado almejado. Muito grato(a) pela confiança e meu trabalho. Outra forma de valorização, é a entrega de um orçamento, desmembrando todos os serviços, com o valor respectivo para cada um deles. 2.4 Como demonstrar as vantagens ao cliente: O Cliente não sabe as vantagens deste serviço, mas você sabe! Então, mostre isso para ele. Você pode mostrar as vantagens para o cliente, falando sobre o resultado de um planejamento que realizou (exemplo: o último planejamento que realizei, encontramos um benefício com renda mensal inicial de R$ 1.000,00 a mais por mês, em apenas 8 meses de espera, tudo em decorrência de uma regra de transição da reforma). OBS: ISSO É VERDADE, É UM CASO MEU kkkkkk Mostre os números, nada é mais visível que números. Por exemplo, fale da situação de poder escolher salários de contribuição para serem excluídos do cálculo, de como isso pode ser vantajoso, e como a ajuda de um profissional é essencial para esta análise. Você também pode “problematizar” o caso, demonstrando para o cliente quais as maiores dificuldades do caso dele, demonstrando que você tem conhecimento das soluções. 2.5 Como orçar o seu serviço: É bem difícil dizer, é a pergunta que todos querem a resposta e ninguém dá ela concretamente. E de fato não existe resposta concreta porque depende da região, depende do caso, depende do cliente. Vejo advogados cobrando de 1 até 3 salários mínimos. Eu não tenho um valor fixo, gosto sempre de orçar o valor de acordo com o caso específico, assim posso saber quantas horas vou levar, qual é a complexidade, etc, e calculo o valor com base no valor da minha hora/trabalho. Uma sugestão é avaliar quanto tempo você vai levar para realizar o serviço completo, e então multiplique o valor da sua hora de trabalho pelo número de horas dedicadas. E não esqueça: quando você estiver fazendo planejamento para contribuinte facultativo ou individual, você irá realizar um trabalho muito mais complexo. 2.6. Como criar autoridade, gerar segurança e estabelecer fidelidade: Um detalhe importante, é que você precisa criar autoridade para passar segurança ao cliente e então poder cobrar um valor condizente com a complexidade do trabalho. Para isso, divulgue informativos em redes sociais, mostre-se atualizado, ou, na própria consulta, “problematize” os fatos, mostre para o cliente como é complexo o trabalho realizado por você e quantas possibilidades existem para cada pequena informação que ele lhe passa. 7 7 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Sempre passe segurança para o cliente, mostre-se firme e com discurso coerente, sempre lhe dê atenção e ofereça acompanhamento do caso anual, para que ele crie um elo de fidelidade com você. Assim, você engatilha o serviço de requerimento de aposentadoria e outros. 3. ETAPAS DO PLANEJAMENTO: Atendimento Inicial (presencial ou online) Análise de CNIS e documentos Elaboração de estratégia Cálculos de carência, tempo de contribuição e idade Cálculo do Salário de Benefício Cálculos de Coeficiente e Renda Mensal Inicial Cálculo do Investimento Cálculo do Melhor Benefício Apresentação + Consulta final Fidelização Engatilhamento de serviços futuros 3.1 ATENDIMENTO INICIAL: Coleta de Informações Avaliação do caso Solicitação de documentos Construção da prova Diagnóstico do caso Percepção do real interesse do cliente (financeiro ou afastamento do trabalho) Análise da data da filiação (para avaliar qual tempo mínimo de carência e regra do cálculo do salário de benefício) Análise do CNIS (engatilha serviço de acerto de CNIS, permitido pela Portaria 123 – art. 3º, V) Descoberta da problematização do caso 3.1.1 Perguntas que nunca podem ser esquecidas no atendimento inicial: O cliente realmente não sabe as informações importantes que precisa passar ao advogado, por isso é essencial que o profissional tenha uma ficha de atendimento inicial, para nunca esquecer das diversas perguntas que precisam serem feitas, e cada uma destas perguntinhas levam a diversas outras dependendo da resposta. Pensando nisso, eu elaborei uma “FICHA DA ENTREVISTA INICIAL” mas lembrem-se, avaliem o caso concreto do cliente, e se for o caso, façam perguntas que também não estão lá. A Ficha está disponível em um arquivo separado salvo com o nome: “FICHA DA ENTREVISTA INICIAL”. Dentre todas as perguntas importantes, seguem as principais: - Se labutou em escola técnica como aluno aprendiz ou como seminarista, em quais períodos, em quais condições - Se prestou serviço militar, qual período, certidão - Se labutou em regime de economia familiar (agricultor, garimpeiro), quais períodos, avaliação da forma do labor, tamanho das terras, se a família tinha empregados, outra 8 8 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. fonte de renda, etc. OBS: até 31/10/1991 é possível reconhecer tempo rural sem necessidade de indenização, de 01/10/1991 até 13/10/1996, no pagamento das indenização não incide juros e multa (§8-A, do art. 239 do Decreto 3.048, incluído pelo Decreto 10.410), mas depois de 14/10/1996 vai incidir. - Se labutou sem vínculo na Carteira de Trabalho -> engatilha serviço - Se recebeu benefício por incapacidade (avaliar carência) - Se ingressou com alguma Reclamatória Trabalhista contra algum empregador, se reconheceu parcelas de natureza remuneratórias, se teve perícia no local de trabalho - > engatilha - Se labutou em atividades especiais, se tem provas, PPP’s etc, se empresas estão ativas -> engatilha (possível majorar atividade especial até 13/11/2019) - Se labutou em algum período com deficiência (conversões permitidas mesmo apósa EC 103) - Se contribuiu individualmente: quais os períodos, alíquotas – Se trabalhou como contribuinte individual mas não contribuiu, avaliar se tem provas e se vale a pena indenizar o período (até 13/10/1996, no pagamento das indenização não incide juros e multa, mas depois de 14/10/1996 vai incidir conforme §8-A, do art. 239 do Decreto 3.048, incluído pelo Decreto 10.410) - Se é/foi professor (ou atividade típica de magistério), quais períodos, quais níveis, etc. - Se labutou em RPPS, se usou período, se vai se aposentar no RPPS, se precisa levar tempo do RGPS para RPPS, se possuí certidão (OBS: Sempre cuidar situações de rompimento de vínculo com base na reforma da previdência) - Se contribuiu para atividades concomitantes - Se recebe pensão por morte - Se pretende continuar na atividade especial Cada caso é um caso, cada situação abre muitas perguntas a serem feitas, com a prática você vai entendendo estes detalhes, mas estas perguntas são suficientes para quem quer fazer um planejamento de respeito. A partir daí, com o caso concreto em mãos, você pode começar a estudar as particularidades e planejar uma estratégia. Toda esta análise vale também para os benefícios NÃO programáveis, em decorrência das novas regras de cálculo, cada ano de tempo de contribuição reconhecido, pode gerar adicional de 2% na RMI do benefício por incapacidade definitiva por exemplo. 3.2.2 Análise de documental (CNIS, carteira de trabalho, carnês, PPP’s, Provas, etc) Este é o momento de encontrar os possíveis acertos de vínculos a serem feitos junto ao INSS, e para isso, é preciso comparar vínculos da CTPS com os registros do CNIS, avaliar exatamente cada data de início e fim de cada vínculo, e sempre que as informações tiverem conflitantes, você sabe que precisará atual no processo. Você também deve avaliar se todos os períodos que o Cliente contribuiu com CNIS estão lá devidamente lançados. Nunca esqueça de conferir se não existe mais de um NIT cadastrado em nome deste mesmo cliente, porque se tiver, pode ser que as informações do CNIS não estejam completas, aí você precisa corrigir este equívoco, par que as informações de todos os NIT constem no CNIS. Então este é o momento de procurar possíveis equívocos a serem sanados, como por exemplo as informações que não estão no CNIS, ou as possíveis vezes que você terá que 9 9 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. avaliar o que os indicadores do CNIS estão lhe dizendo (é isso mesmo, os indicadores do CNIS falam com o advogado). Se você é daqueles que fica assustado quando olha um CNIS cheio de indicadores, saiba que estes indicadores estão lá para te ajudar! Isso mesmo, os indicadores apontam algumas peculiaridades dos períodos de contribuição, e geralmente, quando há este indicador, é muito provável que você, advogado previdenciário, deva tomar alguma atitude em relação àquela particularidade. Lembre-se que você pode engatilhar serviços para ajuste de vínculos e remunerações permitido pela Portaria 123 – art. 3º, V Por último, e não menos importante, este é o momento que você solicita para o cliente todos os documentos de comprovação de atividade especial, ou qualquer outra comprovação que seja necessária diante daquele cenário. 3.2 ANÁLISE DE CNIS: 3.2.1 - COMO ACESSAR O CNIS? Necessário saber CPF e ter senha de acesso do cliente ao Portal MEU INSS Se o cliente não tiver senha, gerar senha MEUINSS Não esqueça de assinar o TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO/ELABORAÇÃO DE SENHA Site ou APP: https://meu.inss.gov.br/central/#/login?redirectUrl=/ Na página inicial já terá a opção de Extrato de Contribuição (CNIS): Depois é só baixar em PDF (VERSÃO COMPLETA): https://meu.inss.gov.br/central/#/login?redirectUrl=/ 10 10 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Segue imagem do famoso CNIS: 3.2.2 - QUAIS INFORMAÇÕES O CNIS APRESENTA AO SEGURADO? NIT – Número de Inscrição do Trabalhador Data de início e fim dos vínculos de trabalho ou contribuições Salários de contribuição (valor do salário base e não o valor da contribuição) 11 11 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. A data em que os pagamentos foram realizados (importante para análise de carência dos responsáveis pelo recolhimento) Tipo de Filiação (se empregado, se contribuinte individual, etc) A forma do recolhimento (se foi com alíquota de MEI, por exemplo) Se o valor recolhido foi abaixo do mínimo Se a anotação deste vínculo foi realizada de forma extemporânea Os períodos de benefícios Os indicadores que demonstram se um vínculo precisa ser comprovado, ajustado, etc Legenda dos indicadores: Etc MICROFICHAS O CNIS não contém as informações de recolhimentos de contribuintes individuais, realizadas no período de 1973 até 1984, para isso é necessário solicitar as Microfichas que são os extratos de contribuições deste período. 3.2.3- PRESTAR ATENÇÃO NO NIT (NÚMERO DE INSCRIÇÃO DO TRABALHADOR): Ver se é apenas um número Ás vezes pode existir mais de NIT cadastrado e o CNIS está apresentando apenas as informações de UM, por isso a importância da entrevista inicial para verificar se o CNIS está completo ou não Exemplo: era empregado e depois virou contribuinte individual (vai ter 2 NIT’s) Pode pedir a unificação destes NIT’s O cliente precisa trazer todos os documentos: CTPS, cartão do PIS/PASEP, folha de cadastramento ou recadastramento na previdência social como contribuinte individual para avaliar. OBS: Se for preciso, na Caixa tem o número do PIS/PASEP Pode pedir o nº do NIT na empresa, pedir cópia autenticada da ficha de registro de empregado, que vai constar o NIT 3.2.4- FUNDAMENTOS PARA REGULARIZAR INFORMAÇÕES DO CNIS: Art. 29-A Lei 8.213: Art. 29-A O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, 12 12 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. para fins de cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego § 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da solicitação do pedido, para fornecer ao segurado as informações previstas no caput deste artigo. § 2o O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação de informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS § 3o A aceitação de informações relativas a vínculos e remunerações inseridas extemporaneamente no CNIS, inclusive retificações de informações anteriormente inseridas, fica condicionada à comprovação dos dados ou das divergências apontadas, conforme critérios definidos em regulamento § 4o Considera-se extemporânea a inserção de dados decorrentes de documento inicial ou de retificação de dados anteriormente informados, quando o documento ou a retificação, ou a informação retificadora, forem apresentados após os prazos estabelecidos em regulamento. § 5o Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo incluído no CNIS e inexistência de informações sobre remunerações e contribuições, o INSS exigirá a apresentação dos documentos que serviram de base à anotação, sob pena de exclusão do período. Art. 19 do Decreto 3.048 Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social, tempo de contribuição e salários-de-contribuição. § 1º O segurado poderá solicitar, a qualquer tempo, a inclusão, a exclusão, a ratificação ou a retificação de suas informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes,conforme critérios definidos pelo INSS, independentemente de requerimento de benefício, exceto na hipótese prevista no art. 142, observado o disposto nos art. 19-B e art. 19-C. § 2º Informações inseridas extemporaneamente no CNIS, independentemente de serem inéditas ou retificadoras de dados anteriormente informados, somente serão aceitas se corroboradas por documentos que comprovem a sua regularidade, na forma prevista no art. 19-B. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). QUANDO A INFORMAÇÃO É CONSIDERADA EXTEMPORÂNEA: Art. 19, §3º do Decreto 3.048: Respeitadas as definições vigentes sobre a procedência e origem das informações, considera-se extemporânea a inserção de dados I - relativos à data de início de vínculo empregatício, após o último dia do quinto mês subsequente ao mês da data da admissão do segurado; ➔ Exemplo: Segurado foi admitido em 02/2020, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 13 13 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. mas só em 08/2020 o Empregador informa o vínculo II - relativos à remuneração de trabalhador avulso ou contribuinte individual que preste serviços a empresa ou equiparado, após o último dia do quinto mês subsequente ao mês da data da prestação de serviço pelo segurado; ou III - relativos à contribuição, sempre que o recolhimento tiver sido feito sem observância ao disposto em lei. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). ➔ Exemplo: Contribuição abaixo do salário mínimo, ou fora do prazo. § 4º A extemporaneidade de que trata o § 3º poderá ser desconsiderada depois de decorrido o prazo de um ano, contado da data de inserção das informações relativas a vínculos e remunerações, conforme critérios definidos pelo INSS. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). ➔ Exemplo: Segurado foi admitido em 02/2020, mas só em 08/2020 o Empregador informa o vínculo, a partir de 06/2021 a informação extemporânea poderá ser desconsiderada. MAS ... Existe interpretação de que apenas as informações lançadas após 06/2021 é que seriam desconsideradas como extermporânea. DOCUMENTOS QUE SERVEM DE PROVA PARA RETIFICAR O CNIS (Art. 48, IN 128, art. 34 da Portaria 990): Art. 48. Observado o disposto nas Seções IV e X deste Capítulo, para fins de inclusão, alteração ou tratamento de extemporaneidade no CNIS do vínculo empregatício urbano ou rural, com admissão e demissão anteriores à data da instituição da Carteira de Trabalho, a comprovação junto ao INSS far-se-á por um dos seguintes documentos em meio físico, contemporâneos ao exercício da atividade remunerada: I - Carteira Profissional - CP ou Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; II - original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável; III - contrato individual de trabalho; IV - acordo coletivo de trabalho, desde que caracterize o trabalhador como signatário e comprove seu registro na respectiva Delegacia Regional do Trabalho - DRT; V - termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; VI - extrato analítico de conta vinculada do FGTS, carimbado e assinado por empregado da Caixa Econômica Federal - CEF, desde que constem dados do empregador, data de admissão, data de rescisão, datas dos depósitos e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 14 14 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. atualizações monetárias do saldo, ou seja, dados que remetam ao período objeto de comprovação; VII - recibos de pagamento contemporâneos ao fato alegado, com a necessária identificação do empregador e do empregado; VIII - cópia autenticada do cartão, livro ou folha de ponto, acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável; e IX - outros documentos em meio físico contemporâneos que possam comprovar o exercício de atividade junto à empresa. CUIDADOS PARA USAR CARTEIRA DE TRABALHO COMO PROVA Verificar se os registros estão em correta ordem cronológica Verificar o estado de conservação do documento Identificar se existem rasuras nas folhas, incluindo na folha da foto/qualificação Olhar entradas e saídas dos vínculos Olhar se é a carteira original do vínculo Verificar se o vínculo começou antes da emissão da CTPS Identificar se o vínculo começou antes e findou após a emissão da CTPS DOCUMENTOS QUE SERVEM DE PROVA PARA RETIFICAR OS ELOS DO CNIS - PORTARIA 990 • Vínculo e remunerações do empregado – Art. 34 e seguintes • Tempo de contribuição no serviço público – Art. 41 e seguintes • Vínculo e remuneração do empregado doméstico – Art. 43 e seguintes • Período de atividade e remuneração do trabalhador avulso – Art. 53 e seguintes • Período de atividade e remuneração do contribuinte individual – Art. 58 e seguintes 3.2.5 - COMO ATUALIZAR/RETIFICAR AS INFORMAÇÕES DO CNIS: Ligar para o 135 e solicitar pelo serviço: ATUALIZAÇÃO DE VÍNCULOS E REMUNERAÇÕES Depois abrir o portal MEU INSS do cliente e consultar pedidos Junte a petição ou modelo de requerimento, apontando todas as informações que você quer que sejam atualizadas/retificadas em CNIS, e demonstre as provas. 15 15 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Junte toda a prova em digitalização colorida. 3.2.6 - OCORRÊNCIAS COMUNS: VÍNCULO SEM DATA FIM: Muitas vezes o CNIS se apresenta sem a data fim, você até consegue ver o último mês/ano de contribuição, mas não dá para saber o dia do mês que encerrou o vínculo. Neste caso, você usa a CTPS para comprovar a data, e se não tiver CTPS, pode pedir na empresa cópia autenticada da ficha de registro de empregado, ou Extrato de FGTS, etc Se na caixa não tem a data fim: tentar a RAIS “relação anual de informações sociais”, ou o termo de rescisão de contrato de trabalho, ou outro documento que defina a data de entrada e saída, aviso prévio, etc DATA FIM NÃO BATE COM O AVISO PRÉVIO: Tema afetado. Tema 250 da TNU: O período de aviso prévio indenizado é válido para todos os fins previdenciários, inclusive como tempo de contribuição para obtenção de aposentadoria. INDICADOR DE RPPS: Primeiro precisamos saber o que é RPPS e RGPS RPPS - Regime Próprio de Previdência Social (é um regime previdenciário própria para os servidores titulares de cargos efetivos – concursados – onde o servidor contribuí ao respectivo ente federativo, seja Município, Estado ou União) RGPS – Regime Geral da Previdência Social (INSS) Então, quando o Segurado trabalhou vinculado a algum Regime Próprio de Previdência Social, este indicador aparece no CNIS Por exemplo: um professor concursado do Estado do RS. Atente-se a esta informação, pois pode ser o caso de averbar tempo de um regime em outro, para isso deverá ser requerida a CTC (Certidão de Tempo de Contribuição), que é como se fosse um “cheque nominal” entre os regimes pra fazer a compensação destes períodos. Muito cuidado, que para averbar tempo de RPPS no RGPS (O Segurado será exonerado do cargo quando ele usar o tempo de contribuição deste respectivo cargo, para uma aposentadoria) Art. 37, § 14 da CF § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referidotempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ACN Significa que o Segurado já pediu acerto no CNIS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 16 16 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. ACNISVR–ACERTO REALIZADO PELO INSS Indica que algum tipo de acerto foi realizado/deferido INDICADOR DE AUTÔNOMO/CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: Quem é o Autônomo? Àquele que exerce atividade por conta própria (antes de 99 era chamado de autônomo equiparado ao autônomo, contribuinte em dobro, empregado, empresário), a partir de 1999 temos o contribuinte individual que engloba todos estes nomes. Antigamente se contribuía com os “Carnês laranjinhas”. Este contribuinte merece sempre atenção especial, pois os indicadores do CNIS, na maioria das vezes, dizem respeito a ele e alguma particularidade do seu recolhimento. AEXT-VT–ACERTO DE VÍNCULO EXTEMPORÂNEO VALIDADO TOTALMENTE Significa que que o vínculo extemporâneo foi validado, dessa forma, não há necessidade de fazer prova da sua validade. AVRC-DEF–ACERTO DE VÍNCULO EXTEMPORÂNEO DEFERIDO Indica que diante de requerimento administrativo, o vínculo foi deferido. INDICATIVO DA SITUAÇÃO DO BENEFÍCIO: CESSADO, SUSPENSO, ATIVO, ETC. É importante para análise da carência. Ver se o período de gozo de benefício aconteceu antes ou depois da EC nº 103, ver se está cessado, se teve recolhimento depois da cessação, etc. Antes da EC nº 103 o período será contado como carência, desde que após a cessação do vínculo haja contribuição, a menos que trate de benefício de natureza acidentária (ver aula sobre o conceito de carência), isso porque antes da EC nº 103, se for auxilio doença acidentário, não precisa intercalar com contribuições. Já depois da EC nº 103, de acordo com o art. 193, §1º da IN 128, ambos os benefícios precisam estar intercalados para serem validados como carência: Por força da decisão judicial proferida na Ação Civil Pública nº 2009.71.00.004103-4 (novo nº 0004103-29.2009.4.04.7100) é devido o cômputo, para fins de carência, do período em gozo de benefício por incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalado com períodos de contribuição ou atividade, para os benefícios requeridos a partir de 19 de setembro de 2011, observado o seguinte [...]: Quanto ao auxílio Acidente, temos que até 18/06/2019, o recebimento do benefício era suficiente para manter a qualidade de segurado , depois, com o advento da Lei 13.846: 17 17 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; *redação antes da Lei 13.846 I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio- acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Lei publicada em 18/06/2019. Então até 06/2020 estes Segurados ainda tinham qualidade de segurado (considerando aí um período de graça de 12 meses), depois deste prazo, precisam contribuir como facultativo (se não tem atividade remunerada). IEAN(25)– INDICA EXPOSIÇÃO A AGENTE NOCIVO Significa que o Empregador informou ao INSS que a atividade exercida na sua empresa foi através do uso de agentes nocivos que dão direito a aposentadoria especial. Isso não significa que o Segurado não precise provar a atividade especial com PPP. Existe 3 tipos de indicadores: IEAN (15): APOSENTADORIA COM 15 ANOS DE EXPOSIÇÃO IEAN (20): APOSENTADORIA COM 20 ANOS DE EXPOSIÇÃO IEAN( 25): APOSENTADORIA COM 25 ANOS DE EXPOSIÇÃO PEXT É um indicador com várias possibilidades diferentes, e significa que o vínculo do segurado é extemporâneo e não será considerado pelo INSS Pode ser problema com a Data de admissão; Data de rescisão; Alteração na razão social/CNPJ do empregador; Questões sobre a contribuição; informações prestadas fora do prazo pelo empregador PREC FACULT CONC Recolhimento ou período de atividade de contribuinte facultativo concomitante com outro. O indicador é importante pois quem tem atividade remunerada não pode contribuir como facultativo, provavelmente recolheu pelo código errado. IREC-LC123 Contribuição recolhida com código da LeiComplementar 123/2006 (Plano Simplificado de Previdência). Plano Simplificado de Previdência que corresponde a 11% do valor estipulado com o salário mínimo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24 18 18 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Neste Plano mais “barato”, com valor reduzido, o Segurado está abrindo mão da aposentadoria por tempo de contribuição (e regra de transição da aposentadoria por tempo), e neste caso, para ele usar estes períodos nesta modalidade de aposentadoria, ele precisa complementar a alíquota. IMEI Contribuição da competência foi recolhida com código de Microempreendedor Individual (MEI), com a alíquota de 5% sobre o valor do salário mínimo. Neste caso a alíquita contribuída é de 5%, e o Segurado também está abrindo mão da aposentadoria por tempo de contribuição (e regra de transição da aposentadoria por tempo), e neste caso, para ele usar estes períodos nesta modalidade de aposentadoria, ele precisa complementar a alíquota. PREC-FBR Recolhimento facultativo baixa renda pendente de análise. Cad único. PREC-FBR Recolhimento facultativo baixa renda não validado/homologado Significa que existe uma pendência na comprovação da situação de baixa renda, ou contribuição concomitante com outra categoria PREC-FBR-ANT Recolhimento facultativo baixa renda anterior a competência de 09/2011 Significa que existe uma pendência na comprovação da situação de baixa renda PEMP-CAD Faltam dados cadastrais do empregador (CNPJouCEI) Apresentar certidão da Junta Comercial, CTPS, entreoutros. Faltam dados cadastrais do empregador (CNPJouCEI) Apresentar certidão da Junta Comercial, CTPS, entreoutros. Informação relacionada a estrutura da empresa IREM-ACD Remuneração possui parcela de Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo. PREM-EMPR Remunerações antes da data de início de atividade do empregador, cabe a prova da regularidade do vínculo, é muito comum em órgão público IDT Indica Demanda Trabalhista Neste caso, pegar cópia da reclamatória trabalhista (autenticada), ou, no caso de processo eletrônico, o download completo, e analisar o impacto destas parcelas reconhecidas em benefício OBS: Apesar de acontecer o débito previdenciário dentro do processo trabalhista, estas remunerações/vínculos reconhecidos, não são inseridos de forma automática no CNIS 19 19 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. PREM - BLOQ - EC 103 Pendência na remuneração, por isso está bloqueada para ajuste entre competências PSC – MEN – SM – EC 103 Pendência na competência: o somatório da contribuições é menor que o salário mínimo. Competência pode ser passível de complementação, utilização do excedente ou agrupamento 3.2.7 - ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTAS DOS EMPREGADOS, DOMÉSTICOS E AVULSOS DEPOIS DA REFORMA Art. 28 da EC º 103 Salário mínimo do ano 2019: I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento); II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil reais), 9% (nove por cento); III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze por cento). ALÍQUOTAS DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO Primeiro vamos esclarecer os tipos de Segurados neste enquadramento FACULTATIVO: não exerce atividade remunerada,mas opta por contribuir para o INSS sem obrigatoriedade nenhuma CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: que presta serviço para pessoa física CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: que presta serviço para pessoa jurídica CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: que constitui empresa e presta serviço para pessoa jurídica ALÍQUOTA COMPLETA Contribuinte Individual e Facultativo 20% ALÍQUOTAS SIMPLIFICADAS Contribuinte Individual, Segurado Facultativo, MEI e Segurado Facultativo de Baixa Renda 11% e 5% *Renúncia aposentadoria por tempo de contribuição FACULTATIVO: 20% sobre o valor que escolher (respeitado limite mínimo e máximo) 20 20 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 11% sobre o salário mínimo (abre mão da aposentadoria por tempo de contribuição (e regras de transição da respectiva aposentadoria), podendo complementar o valor para usufruir do período para este benefício) 5% sobre o salário mínimo: sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda (CADÚNICO). CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: que presta serviço para pessoa física 20% sobre a remuneração ou 11% sobre o salário mínimo (abre mão da aposentadoria por tempo de contribuição (e regras de transição da respectiva aposentadoria), podendo complementar o valor para usufruir do período para este benefício) CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: que presta serviço para pessoa jurídica Responsabilidade do recolhimento previdenciário é do tomador de serviços, desde 1º de abril de 2003. A empresa retém 11% sobre a remuneração paga, limitado ao teto máximo previdenciário, e recolhe este valor com as demais contribuições de seus empregados. MEI – Microempreendedor Individual 5% sobre o salário mínimo (até 04/2011 era 11%, depois alíquota foi reduzida para 5%) Lei Complementar 123: abre mão da aposentadoria por tempo de contribuição (e regras de transição da respectiva aposentadoria), podendo complementar o valor para usufruir do período para este benefício RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES De quem é a responsabilidade de arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos que trabalhem para pessoa jurídica? Da empresa (Art. 30, inciso I, letra “a” da Lei 8.212 + Art. 216 Decreto 3.048) Contribuinte individual que presta serviço para pessoa jurídica: a partir 01/04/2003 a empresa que vai recolher/reter 11% sobre a remuneração paga (limitada ao teto) Demais contribuintes: responsabilidade própria (individual que presta serviço à pessoa física, facultativo, MEI, etc) 3.2.8 - CÓDIGOS CÓDIGO PARA COMPLEMENTAR MEI: Códigos usuais do contribuinte individual 1295 MEI até 04/2011 era 11%, então complementa 9% com código 1910 MEI depois 05/2011 era 5% então complementa 15% com código CÓDIGOS DE RECOLHIMENTO: 21 21 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 1007 Contribuinte Individual Mensal sobre a remuneração (20%) 1104 Contribuinte Individual Trimestral (Jan a Março, etc.) sobre a remuneração (20%) OBS: NÃO USAR, pois dá muita confusão 1120 Contribuinte Individual–Mensal–Com dedução de 45%(Lei9.876/1999) 1147 Contribuinte Individual–Trimestral–Com dedução de 45%(Lei9.876/1999) 1287 Contribuinte Individual–Rural Mensal 1228 Contribuinte Individual–Rural Trimestral 1805 Contribuinte Individual–Rural Mensal–Com dedução de 45% (Lei9.876/1999) 1813 Contribuinte Individual–Rural Trimestral– Com dedução de 45% (Lei9.876/1999) *Dedução de 45%: §4º, art. 30 da Lei 8.212/91 1406 Facultativo–Mensal (20%) 1457 Facultativo–Trimestral (20%) 1821 Facultativo/Exercente de Mandato Eletivo/Recolhimento Complementar (20%) 1163 Contribuinte Individual–Mensal (11%) 1180 Contribuinte Individual–Trimestral (11%) 1295 Contribuinte Individual–Mensal–Complementação 9% 1198 Contribuinte Individual–Trimestral–Complementação9% 1910 Micro Empreendedor Individual MEI – Mensal- complementação 15% 1236 Contribuinte Individual–Rural Mensal (11%) 1252 Contribuinte Individual–Rural Trimestral (11%) 1244 Contribuinte Individual–Rural Mensal–Complementação9% 1260 Contribuinte Individual–Rural Trimestral–Complementação9% 1473 Facultativo – Mensal (11%) 1490 Facultativo – Trimestral (11%) 1686 Facultativo – Mensal–Complementação 9% 1694 Facultativo – Trimestral–Complementação 9% 1929 Facultativo Baixa Renda– Mensal (5%) 1937 Facultativo Baixa Renda–Trimestral (5%) 1830 Facultativo Baixa Renda–Mensal–Complemento 6% (paraplanosimplificado11%) 1848 Facultativo Baixa Renda–Trimestral– Complemento6% (para plano simplificado 11%) 1945 Facultativo Baixa Renda–Mensal–Complemento15% (para plano normal) 1953 Facultativo Baixa Renda–Trimestral–Complemento15% (para plano normal) COMO AUMENTAR A BASE DE CÁLCULO DOS QUE CONTRIBUIRAM SOBRE O MÍNIMO Complementar a alíquota até o salário mínimo, e depois recolher 1007 sobre salario que quiser utilizar na soma Cuidados sempre com a declaração de imposto de renda COMO RECOLHEM: Sócios de empresa: GFIP Individual que presta serviço pessoal física: GPS 22 22 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 3.2.9 – CONFERÊNCIA DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO: Analisar todos os salários de contribuição no CNIS: verificar se tem todos os salários no período (pós 07/1994 ou todo período se for revisão da vida toda) e ver se os valores condizem com a realidade. Como comprovar estes salários: - Extrato de FGTS - Recibos e/ou extrato bancário - Demonstrativo de pagamento - RAIS/CAGED - Ficha de Registro de Empregado Quando não tem documentos para comprovar = art. 36, §2º do Decreto 3.048 Quando os Segurados não possam comprovar o valor dos seus salários de contribuição, será considerado o valor do salário-mínimo. Em alguns casos a previdência social despreza o período sem contribuição. Se o Segurado não tem mais as guias de recolhimento é possível extrato de contribuições previdenciárias com códigos informados em guia, pedir detalhamento por meio deste extrato para verificar ajustes (exemplo: informou como individual e era facultativo) 3.2.10 – ANÁLISE DA CARÊNCIA E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO NO CNIS Carência: Até 13/11/2019: não importa o valor da contribuição do Segurado empregado, doméstico e avulso. Sempre vai valer como 1 mês de carência, independente de quantos dias trabalhados e valor recolhido. Depois da vigência da EC nº 103 e o Decreto 10.410, só valem contribuições acima do mínimo. MAS ... o Art. 195, § 14 da CF (salário de contribuição abaixo do mínimo, não valem para TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO). Já para os responsáveis pelo próprio recolhimento, o valor mínimo sempre deve ser respeitado, antes e depois da EC 103. Tempo de contribuição: Até 13/11/2019: não importa o valor da contribuição do Segurado empregado, doméstico e avulso. Sempre vão ser computados os dias trabalhados, independente do valor recolhido. Já para os responsáveis pelo próprio recolhimento, o valor mínimo sempre deve ser respeitado, para os dias de contribuição serem computados. Depois da EC nº 103 (13/11/2019): independente do tipo de Segurado, só vai contar como tempo de contribuição se respeitado o salário mínimo, mas agora, mesmo que 23 23 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. trabalhe apenas 5 dias daquele mês, vai contabilizar 30 dias como tempo de contribuição. AUXÍLIO-ACIDENTE Lei 13.846. Não conta como carência. Se está sem atividade remunerada, para manter a qualidade de segurado, deve recolher como segurado facultativo. Até 16/08/2020 mantiveram a qualidade de segurado por conta do ano que passou da publicação da lei. A PARTIR DE QUANDO EU COMEÇO A CONTAR A CARÊNCIA? Art. 27, I da Lei 8.213 - A partir da filiação: empregados, domésticos e os trabalhadores avulsos Art. 27, II da Lei 8.213 - A partir do efetivo pagamento: individual, facultativoe especial EXEMPLO de CNIS de Contribuinte Individual: COMPETÊNCIA: DATA PAGAMENTO: 04/2018 06/08/2018 PAGOU EM ATRASO 05/2018 06/08/2018 PAGOU EM ATRASO 06/2018 06/08/2018 PAGOU EM ATRASO 07/2018 06/08/2018 PAGOU EM DIA Neste caso a carência inicia a contagem em 07/2018, pois foi primeira paga em dia 3.2.11- PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES ATRASADAS X CARÊNCIA: Art. 28, §4º Decreto 3.048 (atualizado Decreto 10.410) Se perdeu a qualidade de segurado, somente serão consideradas como carência, as contribuições efetivadas após novo recolhimento sem atraso. 3.2.12- COMO RECOLHER PARCELAS ATRASADAS COMO PROCEDER AO RECOLHIMENTO DOS ÚLTIMOS CINCO ANOS Identificar se o período possui mais ou menos de 5 anos Até cinco anos de débito (contribuinte individual, facultativo e segurado especial): Emite a guia de pagamento direto no site do INSS: SISTEMA SAL - SISTEMA DE ACRÉSCIMOS LEGAIS COMO PROCEDER OS RECOLHIMENTOS ALCANÇADOS PELA DECADÊNCIA? Parcelas decadentes: tem que fazer pedido para pagamento junto ao INSS. RETROAÇÃO DA DIC Contribuinte Individual que quer pagar um período que não estava inscrito no INSS. 24 24 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Art. 124 do Decreto 3.048: Caso o segurado contribuinte individual manifeste interesse em recolher contribuições relativas a período anterior à sua inscrição, a retroação da data do início das contribuições será autorizada, desde que comprovado o exercício de atividade remunerada no respectivo período, observado o disposto no § 7º e nos § 9º ao § 14 do art. 216 e nos § 8º e § 8º-A do art. 239. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) EXEMPLOS DE PROVAS Contrato social/distrato social Informe de rendimentos Declaração de imposto de renda Contrato de prestação de serviços Inscrição na prefeitura e órgãos de classe 3.2.13 - AJUSTES DE GUIA: Art. 119 IN 128 Art. 119. Entende-se por ajuste de guia as operações de inclusão, alteração, exclusão, transferência ou desmembramento de recolhimentos a serem realizadas em sistema próprio, a fim de corrigir no CNIS as informações divergentes dos comprovantes de recolhimentos apresentados pelo contribuinte individual, empregado doméstico, facultativo e segurado especial que contribui facultativamente, sendo que: [...] COMO FAZER ACERTO DAS CONTRIBUIÇÕES ABAIXO DO MÍNIMO APÓS O DECRETO 10.410 Art. 19-E, §1º Decreto 3.048 (Serve para empregado, doméstico e avulso, pois o individual, facultativo e especial sempre tiveram que respeitar o mínimo) INDICADOR DO CNIS: PREC-MENOR-MIN I - COMPLEMENTAR Exemplo: Se salário mínimo era R$ 1.100 em 2021 e ela contribuiu R$ 1.000, faltou R$ 100,00 Ela precisa complementar e contribuir sobre o salário base de R$ 100,00 II - UTILIZAR O EXCEDENTE Exemplo: Se salário mínimo era R$ 1.100 em 2021 e ela contribuiu R$ 1.000, e em alguma competência (do mesmo ano) contribuiu sobre R$ 2.000,00 Ela vai extrair R$ 100,00 da contribuição maior e vai ficar com duas contribuições assim http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 25 25 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 1 de R$ 1.100 e outra de R$ 1.900,00 III - AGRUPAR Exemplo: Se salário mínimo era R$ 1.100 em 2021 e ela contribuiu duas vezes de R$ 550,00 (no mesmo ano) Ela vai unir estas duas contribuições e ficar com uma de R$ 1.100 §7º - Falecimento – Dependentes – Prazo 15/01 do ano seguinte COMO: Direto pelo portal MEU INSS, procurando o serviço “Ajustes para alcance do salário mínimo – EC 103/209’ 3.3 ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIA: Agora é a hora de botar a cabeça pra fritar! Você precisa analisar TODAS as possibilidades de aposentadorias possíveis: - é caso de aposentadoria por tempo? - é caso de aposentadoria de professor? - é caso de aposentadoria especial? - é caso de aposentadoria da pessoa com deficiência? - é caso de aposentadoria por idade? - é caso de aposentadoria por idade rural? - é caso de aposentadoria por idade hibrida? - tem mais de uma possibilidade de aposentadoria? (exemplo, pode ser caso de aposentadoria comum mas também pode ser de professor, ou, pode ter por tempo ou por idade) Você precisa imaginar todas as estratégias possíveis (conversão de atividade especial, reconhecimento do labor em regime de economia familiar na infância e indenização de tempo rural após 10/1991, indenização de período como contribuinte autônomo, complementação de contribuição, etc.) Uma dica: a aposentadoria por idade SEMPRE fará parte da sua estratégia, afinal de contas, mesmo que o cliente já tenho direito a se aposentar por tempo de contribuição (ou especial, ou de professor), você pode e deve simular qual seria a RMI na aposentadoria por idade para fins de comparação (especialmente considerando as novas regras de cálculo). Só depois de definir qual a estratégia de encaminhamento, é que você vai dar início aos cálculos. NOÇÕES DE RPPS PARA ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIA É possível usar o tempo de contribuição de um Regime Previdenciário em outro, então, quando for o caso de RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), sempre verificar esta opção de “jogo” dentro do Planejamento, para isso deverá ser requerida a CTC 26 26 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. (Certidão de Tempo de Contribuição), que é como se fosse um “cheque nominal” entre os regimes pra fazer a compensação destes períodos. ATENÇÃO: para averbar tempo de RPPS no RGPS (O Segurado será exonerado do cargo quando ele usar o tempo de contribuição deste respectivo cargo, para uma aposentadoria) Art. 37, § 14 da CF § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Ver a aula de Noções de RPPS porque tem muito conteúdo legal lá. 3.4 CÁLCULOS DE CARÊNCIA, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE: Agora que você montou uma estratégia, você sabe que espécies de aposentadorias você vai planejar, você pode começar a calcular. Contagem da Carência x Tempo de Contribuição Como já mencionado no curso dos benefícios programáveis, a carência precisa de alguns requisitos para ser contabilizada e é o número de competências/recolhimentos: Por exemplo, um contribuinte individual que contribuiu nas datas corretas e no valor correto tem 365 dias de contribuição, mas tem apenas 12 recolhimentos/ meses que serão contados a título de carência. Para saber os requisitos de um período de trabalho para contabilizar como carência, veja o material de Introdução do curso sobre os benefícios programáveis, especialmente sobre as considerações do que mudou em relação as contribuições vertidas antes e depois da EC nº 103. Portanto, atente-se que a carência, via de regra é de 180 competências, para qualquer benefício programável, podendo ser aplicada a tabela do art. 142 da Lei 8.213 em casos específicos, que diminui o requisito da carência (raros casos, mas existem). Já em relação ao tempo de contribuição, este deve ser calculado em dias, meses e anos de contribuição, se a atividade foi desenvolvida até 13/11/2019, e após esta data, independente do número de dias trabalhados no mês, considere todos os dias do mês como contribuição (VER MATERIAL INTRODUÇÃO CURSO BENEFÍCIOS PROGRAMÁVEIS). Você pode tentar calcular manualmente, mas isso vai lhe despender mais tempo ou você pode usar programas de cálculo (que é muito simples pois você pode importar o CNIS para o programa, e apenas fazer a correção dos vínculos), e você ainda pode fazer estescálculos usando até mesmo o excel. Se você for calcular manualmente os tempos de contribuição, eu sugiro sempre calcular os anos completos primeiro, depois os meses e por último os dias. A exemplo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1 27 27 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Labor de 01/06/2010 até 16/07/2012: Primeiro cálculo dos anos completos: de 01/06/2010 até 31/05/2011 = 1 ano + de 01/06/2011 até 31/05/2012 = 1 ano Então temos dois anos completos +de 01/06/2012 até 30/06/2012= + 1 mês Então temos dois anos completos e um mês + de 01/07/2012 até 16/07/2013 = 16 dias Então temos 2 anos, 1 mês e 16 dias de tempo de contribuição Lembre-se: Labor prestado até 13/11/2019 você deve calcular o tempo de contribuição por dia. Por exemplo, trabalhou do dia 01/09/2020 até 15/09/2020,você considera 15 dais de contribuição. Labor prestado a partir de 14/11/2019, com base nas atualizações do Decreto 10.410, calcular sempre considerando o mês completo (desde que haja contribuição igual ou acima do salário mínimo). Por exemplo, trabalhou do dia 01/09/2020 até 15/09/2020 e contribuiu igual ou acima do salário mínimo, você pode incluir 30 dias de tempo de contribuição no cálculo. Cálculo da idade A idade também deve ser calculada em dias, meses e anos, e para todas as regras que levem em conta a soma de pontos, saiba que as frações são somadas. Por exemplo: se o Segurado tem 57 anos de idade e 6 meses e 30 anos de contribuição e 6 meses, o total dos pontos é 88. 3.4.1 Cálculos até 13/11/2019: Carência ____________competências Tempo de Contribuição ______ anos ______ meses e ______ dias Idade ______ anos ______ meses e ______ dias Avaliação do direito adquirido 3.4.2 Cálculos após 13/11/2019 e até datas em que preenchidos os requisitos das aposentadorias a serem analisadas Agora é a hora de projetar estes cálculos, para saber o dia exato que o seu cliente vai poder se aposentar em cada regrinha de aposentadoria, leve em conta, não apenas as regras de transição, como as próprias regras permanentes, que podem se aplicar ao caso, são elas: REGRAS DE TRANSIÇÃO (filiados ao INSS até 13/11/2019): - da aposentadoria por tempo de contribuição: Pedágio 50% Pedágio 100% Idade mínima progressiva Pontos 28 28 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. - da aposentadoria especial: Pontos (três regras diferentes: para atividades de 25 anos, 20 anos e 15 anos de exposição) - da aposentadoria por tempo de professor: Pedágio 100% Idade mínima progressiva Pontos - da aposentadoria por idade urbana e híbrida: Transição da idade da mulher (de 60 até 62 anos de idade) Transição do homem (mantidos os requisitos anteriores a EC nº 103) - da aposentadoria por idade rural: Requisitos permaneceram idênticos - antes e depois da EC nº 103 - da aposentadoria por idade e por tempo da pessoa com deficiência: Requisitos permaneceram idênticos - antes e depois da EC nº 103 REGRAS PARA OS FILIADOS AO INSS APÓS 13/11/2019: - da Aposentadoria por idade urbana e híbrida - da Aposentadoria por idade do Professor - da Aposentadoria Especial com idade mínima LEMBRETE: Para calcular quando o Segurado vai cumprir o requisito de alguma regra de transição/transitória, lembre-se de falar com ele, tendo por base que o planejamento foi realizado considerando que este cliente seguirá contribuindo para o INSS de forma ininterrupta, e, havendo interrupção das contribuições, sejam por anos, meses ou dias, o planejamento sofrerá alterações. OBS: Calcule sempre o tempo de contribuição considerando todas as possibilidades, quero dizer, considera que toda a estratégia que você montou vai dar certo (atividade especial, indenizações, etc) E calcule ainda, o tempo de contribuição “puro”, àquele que já está no CNIS ou Carteira de Trabalho, e que o INSS já tem como incontroverso. Isso porque, nós não temos a garantia que a nossa estratégia vai dar certo (como reconhecer uma atividade especial, por exemplo), então, é sempre interessante apresentar dois cálculos para o cliente, eu chamo estes cálculos de: se tudo der certo e se nada der certo (rsrsrsrs) 3.5. CÁLCULO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO: 3.5.1 Ausência de salário de contribuição Verifique se no CNIS constam todos os salários de contribuição do Segurado, dentro dos vínculos, caso haja ausência de algum, você deve fazer a comprovação (anotação na CTPS, etc), para fazer a sua inclusão. 29 29 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Acaso não tenha como fazer esta comprovação, o INSS vai considerar o salário mínimo da época como salário de contribuição, e isso pode gerar prejuízo na sua RMI (§ 3º, art. 28 da Lei 8.212/91), considerar esta situação na hora de calcular o salário de benefício. 3.5.2 Salário de contribuição abaixo do mínimo Lembre-se de verificar o CNIS, especialmente no que diz respeito ao labor prestado após 13/11/2019, pois, após o Decreto 10.410, você pode usar algum dos mecanismos do art. 19-E do Decreto 3.048, para elevar a contribuição no valor a respeitar o salário mínimo, caso contrário, o mês de contribuição não será computador no cálculo do tempo de contribuição e nem mesmo no salário de benefício. 3.5.3 Salário de contribuição acima do teto Na hora de fazer o cálculo do salário de benefício, ainda ANTES DE FAZER A ATUALIZAÇÃO, você deve observar se o valor respeita o teto da época, mas depois da atualização, o valor PODE superar o teto. 3.5.4 Salários de contribuição em atividades concomitantes O INSS sempre calculou de forma proporcional as contribuições recolhidas concomitantes, o que demandou muita ação judicial de revisão para soma dos salários (e demanda até hoje), até que veio a nova redação do art. 32, com base na Lei 13.846 de 2019, assim disciplinou: Art. 32. O salário de benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes será calculado com base na soma dos salários de contribuição das atividades exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou no período básico de cálculo, observado o disposto no art. 29 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Por isso, sempre que tiverem duas atividades concomitantes, some os salários e observe o teto, na hora de calcular o salário de benefício. E lembre-se de revisar se o INSS não calcular desta forma. Considere esta soma numa projeção de RMI futura, se o seu cliente tem um emprego com carteira assinada e contribui individualmente também, por exemplo. 3.5.5 Salário dos períodos de recebimento de benefício por incapacidade Quando você tem um período de recebimento de benefício por incapacidade, o valor a ser considerado como salário de contribuição não é a renda mensal recebida, mas sim o SALÁRIO DE BENEFÍCIO que serviu como base da RMI: Art. 29, § 5º Lei 8.213: Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. 3.5.6 Salários nos períodos de recebimento de auxílio-acidente O valor recebido a título de auxílio acidente integra o salário de contribuição: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24 30 30 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Art. 31 Lei 8.213. O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de- contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefíciode qualquer aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. 3.5.7 Atualização dos salários de contribuição No material de Introdução do curso dos benefícios programáveis tem um tópico pertinente a atualização. No site do INSS você encontra os índices de atualização. Mensalmente o INSS lança tabela atualizada, e você abre ela no excel já: Link de acesso: https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/legislacao/indices-de-atualizacao-e- valores-medios-dos-beneficios Você vai ver que tem diversas tabelas lá, procure: índice de atualização das contribuições para o cálculo do salário de benefício (art. 33 do Decreto 3.048/99): Neste momento você deve escolher o arquivo do mês da data da entrada do requerimento, e o arquivo já vem pro seu computador em formato de tabela no excel. Então, você só precisa digitar ao lado de cada linha, o salário de contribuição que está registrado ali no CNIS, respectivo àquele mês/ano, depois, na próxima coluna, você deve colocar a fórmula para multiplicação dos valores da coluna do “FATOR SIMPLIFICADO” x a coluna “SALÁRIO DE CONTIRBUIÇÃO”, agora é só projetar no excel que esta forma seja aplicada para todas as linhas: https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/legislacao/indices-de-atualizacao-e-valores-medios-dos-beneficios https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/legislacao/indices-de-atualizacao-e-valores-medios-dos-beneficios 31 31 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. Os valores da coluna que eu grifei em verde, são os salários lá de 1994 atualizados para a realidade da DER, e são estes valores que serão usados no cálculo do salário de benefício. Agora que você sabe os salários de contribuição atualizados do cliente, pode calcular o salário de benefício. Lembre-se de excluir da planilha, as linhas respectivas aos meses em que não existiu vínculo e logo, não houve contribuição por parte do Segurado, vai permitir os cálculos que vou ensinar no curso. 3.5.8 Cálculo do salário de benefício (com base nos regramentos antes e depois da reforma) Se você está calculando o salário de benefício com base nas regras de aposentadoria pós reforma da previdência (seja regra de transição ou permanente), você vai calcular a média de todas estas contribuições (com exceção da aposentadoria da pessoa com deficiência). E pra fazer isso no excel é uma “barbada”, é só selecionar com o mouse toda a coluna dos salários de contribuição ATUALIZADOS, que lá embaixo, o programa já vai te dar a média (ou você pode incluir a fórmula do cálculo da média no programa). Eu fiz esse “truque” de selecionar o mouse na coluna dos salários de contribuição atualizados, com base na tabelinha que eu mostrei pra vocês antes e olha como o programa apresenta o resultado: O excel é maravilhoso para avaliar inclusive, se vale a pena excluir algum salário de contribuição com base no §6º do art. 26 da EC nº 103 (mas não esqueça, estes meses precisam estar sobrando, pois não contarão para carência e tempo de contribuição), você só precisa ordenar os salários no excel do menor ao maior, e ir selecionando a coluna conforme for as simulações que você quer projetar. Então, com base no número de contribuições que você permitiu ficar no cálculo, e, em cima desta média calculada, você aplica a alíquota respectiva (não se preocupe que isso será explicado em aula) E lembre-se de uma coisa importante, o divisor mínimo após a EC nº 103 é bem menos rigoroso. TODAVIA, se você estiver calculando o salário de benefício com base nas regras antes da EC nº 103, não esqueça de calcular a média com base apenas nas 80% maiores 32 32 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. contribuições (e lembre-se, nesta regra você não perde os salários par a contagem da carência e tempo de contribuição, eles só serão escondidos para cálculo da média mesmo), e avalie se é o caso de aplicar divisor mínimo também. Pelo excel você consegue fazer este cálculo também. Primeiro descubra o número total de contribuições que o cliente tem, exemplo: 300, depois, descubra quanto é 80% disto, no caso, 240. Agora você só precisa ordenar os salários no excel do maior ao menor, e ir selecionando a coluna dos salários atualizados, até cobrir 240 contribuições, assim o programa do excel já vai te dar qual é a média destas 240 maiores contribuições e você terá o cálculo do salário de benefício. 3.5.9 Análise do divisor mínimo Nos materiais do curso sobre os benefícios programáveis, você vai encontrar muitas explicações sobre como avaliar para quem se aplica o divisor mínimo, e também como calcular ele. Mas, em resumo: ele é aplicado ao Segurado que já estava filiado ao INSS antes de 29/11/1999, e irá se aposentar (pelas regras antes da reforma). Como calcular: Calcule quantos meses transcorreram de 07/1994 até a DIB, e descubra quanto é 60% destes meses. Este resultado é o divisor mínimo a incidir no cálculo da média do salário de benefício. Se você descobrir que o divisor mínimo é MAIOR do que o número de contribuições que o Segurado tem de 07/1994 até a DIB, saiba que provavelmente as regras da reforma serão mais vantajosas. Para planejamentos onde você está avaliando a regra do direito adquirido em 11/2019, o divisor mínimo será de 182. De 14/11/2019 até 04/05/2022 não existia divisor mínimo (estratégia da contribuição única). Mas, se você estiver trabalhando em regras de transição ou regras para filiados após 13/11/2019, com regras alcançadas depois de 05/05/2022, o divisor mínimo será de 108 para os filiados até 07/1994, com exceção da aposentadoria por idade e tempo da pessoa com deficiência. 3.6 CÁLCULOS DE RENDA MENSAL INICIAL: Agora que você tem as espécies de benefício, o salário de benefício, as datas em que serão alcançados os requisitos, você pode calcular/simular cada renda mensal inicial, vamos aprender os passos deste cálculo então. Agora é simples, é só aplicar o coeficiente da respectiva aposentadoria sobre o salário de contribuição calculado, e você terá o valor da RMI. Exemplo, na regra do Pedágio de 100%, você vai multiplicar o salário de benefício X a alíquota de 100% (que é a alíquota fixa desta regra), as outras regras de aposentadorias tem um coeficiente que varia de acordo com o tempo de contribuição. 3.6.1 Cálculo de RMI na regra do direito adquirido: Se você verificou que o cliente tem direito adquirido (regra antes da EC 103), calcule qual é valor da RMI desta aposentadoria. 33 33 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. 3.6.2 Cálculos de estimativa da Renda Mensal Inicial após a EC nº 103: Agora é a hora de trabalharmos em cima de estimativas! Se o cliente já preencheu requisitos para se aposentar com base em uma regra de transição, você pode calcular o valor exato da renda mensal inicial dele, todavia, se ele ainda vai preencher os requisitos (maioria dos casos), vamos trabalhar com estimativas de RMI. Sabemos que não dá para mensurar o valor exato de uma aposentadoria com base em uma data futura, especialmente porque -infelizmente- não é possível adivinhar os índices exatos de reajuste a incidir sobre cada salário de contribuição, da época em que serão preenchidos os requisitos, mas podemos presumir um valor muito próximo da realidade. Já temos algumas informações com exatidão, são elas: - As datas que o cliente pode se aposentar - Os salários de contribuição atualizados - A regra de cálculo para cada modalidade de aposentadoria (coeficiente a ser aplicado) A partir de então, podemos calcular a estimativa da RMI futura, e existem três formas para este cálculo: • 1º e mais simples: Você pode pegar o salário de benefício calculado até o dia do planejamento (com base nos índices de atualização do mês que passou), e multiplicar este valor pela alíquota de cada regra de aposentadoria futura, maslembre-se de orientar o cliente, que você está estimando os valores da RMI com base na média de contribuição atual (então, pela lógica, você está considerando que a média de contribuição dele não irá mudar, merecendo atenção se o cliente tem planos de contribuir sobre um valor maior ou menor do que a média) • 2º: Você pode usar o excel para calcular a RMI futura, para isso, você usa o cálculo do salário de benefício calculado até o dia do planejamento (com base nos índices de atualização do mês que passou), e inclui no cálculo, os salários de contribuição futuros (se for mínimo, se for teto, se for a remuneração atual do empregado, etc), e aplica um reajuste de 4% ao ano (esta porcentagem é só uma sugestão minha), assim, você terá uma média futura aproximada, mas lembre-se que os índices de atualização dos salários irão variar. Aí depois você só aplica o coeficiente nestas médias apuradas e chega ao valor da RMI. • 3º para quem tem programa de cálculos que calcula RMI futura: Você pode usar um programa de cálculos que faz o cálculo da RMI futura, ele atualiza os salários de contribuição futuros e passados, com base em uma estimativa de variação do INPC (não é porque é um programa de cálculo que o valor necessariamente será este, como eu já falei, é impossível presumir a variação exata do INPC no futuro, e ela reflete diretamente na atuação dos salários de contribuição e, obviamente, no cálculo da RMI, também se tratando de uma estimativa) NÃO ESQUECER: • que a EC nº 103 permite a exclusão de salários de contribuição que impliquem em prejuízo da RMI (§6º, art. 26 da EC nº 103), então, se o cliente tem tempo de contribuição sobrando na contagem, avalie a exclusão dos menores salários, para ver se geraria um impacto positivo na RMI. 34 34 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. • que, em se tratando de segurado facultativo/individual, sempre avalie se a alíquota e o salário de contribuição futuro. Por exemplo: se você está planejamento uma aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, você pode orientar o cliente a contribuir pela alíquota simplificada. Outro exemplo: se é segurado facultativo, e ele já tem tempo para se aposentar, e apenas vai contribuir para manutenção da qualidade de segurado (benefícios não programáveis), ele não precisa contribuir sobre salários significativos, pois pode excluir estes salários de contribuição extras da conta da RMI (avalie cada caso, com suas particularidades). • Calcular a RMI de todas as regras que você verificou as datas alcançadas. Aproveite que você está calculando a média de contribuição e verifique se valeria a pena a revisão da vida toda para este cliente -> já engatilha serviço de revisão. Também analise se tem contribuições concomitantes e cuide se o INSS irá somá-las na hora da concessão. 3.6.3 Análise de existência de contribuições/carência sobrando para possível exclusão O art. 26, §6º da EC nº 103 permite a exclusão de salários de contribuição, o que é aplicável em regras de transição ou regras para filiados após 13/11/2019 (exceção da aposentadoria por idade e tempo da pessoa com deficiência),mas atentem-se que essa exclusão será para todos os fins: § 6º Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo a que se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal. Verifique se o cliente tem tempo de contribuição e carência sobrando, e comece a projetar se vale a pena excluir os menores salários de contribuição para tentar elevar o salário de benefício, deixe pelo menos 108 contribuições de 07/1994 até a DER, se o segurado for filiado até 07/1994, para não ter prejuízo pela aplicação do divisor mínimo. 5 passos para analisar de vale a pena excluir salários (de 14/11/2019 até 04/05/2022): 1.Contabilize carência e tempo de contribuição antes de 07/1994 2.Contabilize quantos meses de carência e contribuição vão faltar para a regra de aposentadoria que você está avaliando e selecione as maiores contribuições neste número de contribuição e carência que você calculou como faltante 3.Calcule a média destas maiores contribuições 4.Calcule o coeficiente da aposentadorias excluindo tudo o que sobrou e não excluindo 5. Compare as RMI excluindo ou não excluindo Aqui fomos ao extremo, tiramos tudo o que estava sobrando, mas você pode ir simulando por partes: exclua apenas 1 ano, depois mais 1, assim por diante. Até http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art42 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art142 35 35 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada Júlia Batista. porque, como o coeficiente muda de acordo com o tempo de contribuição, é sempre interessante avaliar todas as possibilidades. Lembre-se que a maioria das regras de cálculo após a reforma, geram adicional de 2% no coeficiente a cada ano de contribuição, portanto, sempre que você excluir um ano, você pode estar perdendo 2% adicionais do coeficiente, então o aumento da média tem que compensar essa diferença. Alguns programas de cálculos já estão adaptados para estas simulações. 3.7 CÁLCULO DO INVESTIMENTO: 3.7.1 Cálculo do investimento sobre parcelas passadas (até 10/1996 e após): Se você quer recolher algum período de contribuição como contribuinte individual (ou rural para usar na aposentadoria por tempo de contribuição), lembre-se que este período conta como tempo de contribuição mas não como carência, a não ser que seja o caso do art. 27, II da Lei 8.213/91). Sempre avalie se é preciso comprovar a atividade antes de indenizá-la (veja alguns casos que você PRECISA comprovar a atividade: o atraso é maior que 5 anos, o atraso é menor que 5 anos mas você nunca contribuiu como contribuinte individual, você quer pagar em atraso um período anterior ao primeiro recolhimento em dia na categoria, art. 124 do Decreto 3.048/99). Se o caso permite pagar contribuições, do qual ainda não decorreram mais de 5 anos, você pode calcular direto no site da Receita Federal: (http://sal.receita.fazenda.gov.br/PortalSalInternet/faces/pages/index.xhtml). O contribuinte pode escolher sobre qual valor quer contribuir, mas lembre-se que, ao pagar o INSS em atraso, você transmitirá informações para a Receita Federal em relação à renda, nesse caso, o Imposto de Renda dos últimos 5 anos precisa ser compatível com a quantia de INSS que será pago em atraso. Mas, se você vai indenizar um período decadente (decorridos mais de 5 anos), saiba que existe uma forma correta de calcular o valor desta indenização, você vai precisar calcular 20% sobre a média das 80% maiores contribuições, e sobre este valor, o cliente pagará 0,5% ao mês, capitalizados anualmente, limitados ao percentual máximo de 50%, e multa de 10%, para cada mês decadente que queira utilizar como tempo de contribuição, conforme determina o art. 45-A da Lei 8.212/91. Importante: Atualização do Decreto 10.410 art. 289, §8º-A, determina que o INSS não aplique mais a incidência de juris e multas no período antes de 14/10/1996, portanto, se você tiver que indenizar algum período, dê prioridade para períodos anteriores a 10/1996 (vai ser mais barato). 3.7.2. Desindexação Quando houve indenização de contribuições, na hora de avaliar qual o salário de contribuição será incluído no período básico do cálculo em relação a estes meses indenizados, observar o §7º-A do art. 216 do Decreto 3.0418 atualizado pelo Decreto 10.410, determina que: http://sal.receita.fazenda.gov.br/PortalSalInternet/faces/pages/index.xhtml 36 36 PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO. Advogada
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