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MICOSES SUPERFICIAIS E PROFUNDAS - transcrição

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Jamil� Chahou�
5° períod�
MICOSES SUPERFICIAIS E PROFUNDAS
➢ A micologia envolve microrganismos como fungos, leveduras e actinomicetos
MICOSES SUPERFICIAIS:
➢ Micoses superficiais São doenças provocadas por fungos que se localizam
preferencialmente na epiderme e/ou em seus anexos, podendo, entretanto,
eventualmente, invadir a derme.
➢ O contágio inter-humano é frequente.
➢ São classificadas em quatro grupamentos: ceratofitoses ( DIVERSOS TIPOS DE
LESÕES DERMATOLOGICAS) , dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases
➢ CLASSIFICAÇÃO
CERATOFITOSES:
○ Pitiríase versicolor (PROVA)
■ agente: Malassezia furfur
■ manchas cutâneas de tonalidades variadas (hipo e hiperpigmentação)
■ Acomete todas as raças, sem predileção por sexo, com maior
prevalência na idade adulta. Essa preferência relaciona-se com uma
maior atividade hormonal a partir da adolescência e,
consequentemente, da maior oleosidade da pele.
■ É mais prevalente nos climas quentes e úmidos.
■ Apesar de não desencadear manifestações clínicas, esta levedura
comporta-se como um oportunista e fator agravante em muitos casos
de dermatite seborreica
■ O prurido pode ou não está presente sendo mais comum nas lesões
eritematosas
■ As lesões são inicialmente arredondadas, pois surgem a partir da
estrutura pilossebácea (em função da lipofilia do agente);
■ Em geral, as lesões são hipocrômicas descamativas, mas podem ser
hipercrômicas ou eritematosas. → NORMALMENTE ATINGE ÁREAS
DE MAIOR CONCENTRAÇÃO DE GLÂNDULAS SEBÁCEAS
■ Sinal de Zileri: descamação fina com aspecto de farinha (o
estiramento leva a formação de descamação furfurácea)
■ Tratamento:
● TÓPICO: shampoo antifúngico, sulfeto de selênio e tritionato
de zinco ( em casos de lesões localizadas).
● ORAL: itraconazol e fluconazol
○ Tinea nigra
■ agente: Hortaea werneckii
■ Ocorre mais comumente em crianças do sexo feminino, nas zonas
tropicais e subtropicais.
■ Clinicamente, caracteriza-se por mancha enegrecida, de pequena
dimensão, com localização geralmente palmar; pode haver uma única
lesão ou poucas que coalescem. → lesão na palma da mão é muito
comum
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■ A dermatoscopia auxilia no diagnóstico ao possibilitar a visualização
de espículas finas, superficiais e pigmentadas, formando um aspecto
quase reticulado que não segue as linhas naturais da região palmar
○ Piedra branca → DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM PEDICULOSE
■ SÃO INFECÇÕES FÚNGICAS DA HASTE CAPILAR
■ Pequenos nódulos branco-amarelados macios e aderentes aos pelos
do couro cabeludo, das axilas e da região pubiana, sendo causada
pelo Trichosporon beigelii.
■ Vários casos já foram descritos no Brasil
○ Piedra preta → DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM PEDICULOSE
■ SÃO INFECÇÕES FÚNGICAS DA HASTE CAPILAR
■ Rara no nosso meio
■ Caracteriza-se por pequenos nódulos pretos endurecidos, bem
aderidos aos pelos (um ou mais para cada fio de cabelo) do couro
cabeludo, das axilas e da região pubiana;
■ Causada pela Piedraia hortae;
■ piedra gnital pode ocorrer por falta de higiene, sudorese ou fricção
DERMATOFITOSES:
○ São micoses superficiais que apresentam lesões de aspecto arredondado em
qualquer região
○ Causada por diversos agentes diferentes
1. TINEA CORPORIS - dermatofitose do corpo
a. Lesões eritematoescamosas, circinadas, isoladas ou confluentes, uma ou
várias com crescimento centrífugo, de modo que a parte externa é mais
ativa;
b. Exame micológico da lesão de dermatofitose, deve-se procurar obter a
amostra na periferia da lesão circuncinada.
c. Há casos com predominância de vesícula e, até mesmo, pústula; outras
vezes, a lesão é em placa eritematoescamosa e de evolução lenta;
d. O prurido está sempre presente.
e. São localizações usuais os braços, a face e o pescoço
2. TINEA CAPITIS
a. Dermatofitose do couro cabeludo (tinea capitis)
b. Caracteriza-se pelo comprometimento dos cabelos, que são invadidos e
lesados;
c. Há também lesões eritematoescamosas do couro cabeludo.
d. Os cabelos são fraturados próximo à pele, produzindo as típicas áreas de
tonsura, caracterizadas por pequenos cotos de cabelos ainda implantados.
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3. TINHA CRURIS
a. Caracteriza-se por lesão eritematoescamosa, a partir da prega inguinal.
b. Avançando sobre a coxa, com nitidez de borda, a lesão pode invadir o
períneo e propagar-se para as nádegas, a região pubiana e, até mesmo, o
baixo-ventre.
c. É muito pruriginosa e, por isso, a liquenificação é frequente.
d. O não acometimento da pele da bolsa escrotal demonstra a especificidade
da ceratinofilia dos dermatófitos e ajuda no diagnóstico diferencial com a
candidíase. → roupas muito justas, tecido sintético e podem causar essas
micoses
4. TINEA FÁCEIS
a. Apresentação de dermatofitose na face;
b. Comum em crianças
c. São lesões eritematoescamosas de crescimento centrífugo, às vezes com
disposição em asa de borboleta, lembrando o lúpus e a dermatite seborreica;
d. Em geral, o prurido é discreto
5. TINEA INCÓGNITA
a. QUADRO ONDE HÁ USO DE CORTICOIDES TÓPICOS DE FORMA
CONTÍNUA E/OU OUTROS IMUNOSSUPRESSORES
6. TINHA GRANULOMATOSA
7. TINEA PEDIS
a. Pode ser classificada nas formas descritas: Aguda, eczematoide,
representada por vesículas em geral plantares e digitais; é causada pelo T.
mentagrophytes var. mentagrophytes ( FUNGO ZOOFÍLICO) e manifesta-se
com vesículas, sendo bastante pruriginosa; ( PROCESSO
INFLAMATÓRIOIMPORTANTE)
b. Forma intertriginosa: é causada pelo T. mentagrophytes var. interdigitale (
FUNGO ANTROPOFÍLICO), de localização nas pregas interpododáctilas
(predominantemente), caracterizada por fissuras e maceração;
c. Forma crônica, caracterizada por lesões descamativas pouco pruriginosas,
acometendo praticamente toda a região plantar.
i. “mocassim e/ou em luva”;
ii. Não necessariamente simétrica e causada pelo T. rubrum.
iii. Tem como diagnóstico diferencial eczema atópico, eczema de contato
e psoríase plantar
8. TINEA MANUS
9. TINEA BARBAE
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ONICOMICOSE:
➢ Correspondem a qualquer infecção da
unha causada por fungos.
➢ Os principais agentes etiológicos são os
dermatófitos.
➢ Leveduras como Candida spp. e
Trichosporon spp.
➢ Existe a possibilidade de coinfecção por
esses agentes.
➢ Candida spp. são a principal causa de
paroníquia crônica.
➢ São raras na infância. Tendência a
aumentar com a idade.
➢ Como fatores predisponentes podem ser mencionados: tinea pedis, hiperidrose, uso
de chuveiros públicos, sapatos, meias sintéticas, unhas morfologicamente alteradas
e com crescimento lento (o que explica a maior prevalência nos idosos), diabetes,
má circulação e deficiência imunológica, inclusive por terapia imunossupressora.
➢ Caracteriza-se por lesões destrutivas e esfarinhentas das unhas;
➢ Normalmente inicia-se pela borda livre da unha, de cor branco-amarelada;
Geralmente, há ceratose do leito ungueal.
➢ É doença eminentemente crônica, comprometendo uma ou várias unhas dos pés
(preferentemente as do hálux) ou, com frequência bem menor, das mãos.
➢ O acometimento ungueal é, em geral, secundário ao plantar
➢ As onicomicoses são classificadas clinicamente em: subungueais distais e/ou
laterais (representam a maioria dos casos),subungueais proximais, superficiais
brancas e raramente por FFND e onicomicose por Candida.
➢ TRATAMENTO:
○ tópico:
■ Terbinafina tópica a 1%; derivados imidazólicos (miconazol a 2%,
oxiconazol a 1%, tioconazol a 1%, isoconazol a 1%, flutrimazol a 1%)
em 1 ou 2 aplicações diárias. Existem as seguintes apresentações:
creme, loção, spray e pó. Ciclopiroxolamina a 1% e amorolfina a
0,025% são outras opções. O uso de vaselina salicilada ou ureia a
20%, na tinea pedis com descamação, é de grande valia.
○ sistêmicos:
■ É mandatório fazê-lo nos casos de tinea capitis, tinea corporis
extensa e onicomicoses com grau de acometimento maior que 50%
da superfície ungueal e/ou acometimento de matriz ungueal, bem
como na tinea pedis crônica.
■ Griseofulvina : A dose para crianças é de 10 a 20 mg/kg/dia, e, para
adultos, de 1 g/dia dividida em 2 tomadas, devendo ser ingerida logoapós as refeições.
■ O tempo para o tratamento da tinea capitis é de cerca de 30 a 45
dias; tinea corporis, de 20 dias; tinea pedis, de 45 dias.
■ Itraconazol 100 mg/dia, fluconazol 150 mg/ semana e terbinafina 250
mg/dia são opções; devem ser utilizados da seguinte forma: tinea
corporis, 2 a 4 semanas; tinea capitis, 4 a 6 semanas;
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ESPOROTRICOSE
➢ Esporotricose é uma infecção
subaguda ou crônica, causada por um
fungo dimórfico denominado
Sporothrix schenckii.
➢ A doença caracteriza-se por
lesões polimórficas da pele e do tecido
subcutâneo, com frequente
comprometimento dos linfáticos adjacentes.
➢ A maioria dos casos envolve primariamente a pele e, eventualmente, mucosas e
órgãos internos (pulmão e vísceras).
➢ A disseminação para outros órgãos e tecidos – como ossos, músculos e articulações
– ocorre em pacientes imunodeprimidos (p. ex., alcoólatras, com AIDS, com
diabetes, em uso de corticosteroides).
➢ É a micose subcutânea de maior prevalência. Ocorria, com maior frequência, entre
jardineiros e empalhadores; portanto, pode ser vista como doença profissional.
➢ Clinicamente, pode ter várias apresentações. A mais comum é a cutaneolinfática,
seguida pelas formas cutânea localizada (20%), disseminada (cutânea ou sistêmica)
e extracutânea (mucosa, óssea, ocular, articular, visceral).
➢ Localiza-se preferencialmente nos membros superiores nos adultos e na face de
crianças.
➢ DIAGNÓSTICO: PUNÇÃO EM GÂNGLIO LINFÁTICO PARA EXAME MICOLÓGICO
E CULTURA
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
➢ Micose crônica, subaguda ou raramente aguda, produzida pelo Paracoccidioides
brasiliensis, com comprometimento tegumentar e visceral.
➢ É doença granulomatosa sistêmica potencialmente letal e considerada a micose
endêmica mais importante da América.Doença endêmica exclusiva da América
Latina;
➢ Os países mais afetados são Brasil, Venezuela, Colômbia e Argentina, sendo o
Brasil responsável por 80% dos casos notificados.
➢ Segundo dados do Ministério da Saúde, a paracoccidioidomicose é a 7° causa de
mortalidade entre as doenças infectoparasitárias predominantemente crônicas e,
dentre as micoses sistêmicas, é a que apresenta taxa de mortalidade mais elevada.
➢ A manifestação clínica crônica acomete preferencialmente adultos do sexo
masculino, e a aguda/subaguda acomete indistintamente crianças e jovens de
ambos os sexos.
➢ O P. brasiliensis é um fungo dimorfo
➢ Mulheres em idade fértil são menos acometidas pela doença, devido à existência, no
P. brasiliensis, de receptor citoplasmático para o hormônio β-estradiol, que impede a
transformação do micélio inalado para o tipo patogênico leveduriforme.
➢ A forma fúngica na fase de micélio é mais facilmente eliminada pela fagocitose de
macrófagos e neutrófilos do que a célula leveduriforme.
➢ Tabagismo e etilismo crônico parecem desempenhar papel facilitador de doença na
forma crônica do adulto
➢ A classificação clínica da paracoccidioidomicose é dividida em 4 grandes grupos:
infecção, sem lesões clínicas; crônica do adulto, resultante da reativação de um
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foco latente de infecção, podendo ser unifocal (acometimento de um único órgão) ou
multifocal (acometimento de vários órgãos); aguda ou subaguda juvenil; e
cicatricial, que corresponde a pacientes tratados, com cicatrizes.
➢ A classificação crônica do adulto manifesta-se após longo período de incubação,
podendo chegar a anos. O principal órgão acometido é o pulmão (80 a 90%).
➢ Podem ocorrer lesões nas mucosas oral e nasal, laringe, suprarrenais, pele, SNC,
intestinos e sistema esquelético. Na classificação juvenil, ocorre comprometimento
predominantemente do sistema reticuloendotelial.
A estomatite moriforme de Aguiar Pupo é típica e a
mais comum, caracterizando-se por lesões
eritematoexulceradas com pontilhado finamente
hemorrágico semelhante à superfície de uma amora;
outros aspectos, como lábio trombiforme, lesões
infiltrativas, vegetantes e ulcerativas, podem ocorrer
nas mucosas oral, nasal, faríngea e laríngea; as lesões
orais e/ou nasais podem afetar a pele circunvizinha;
sialorreia é frequente
TRATAMENTO: itraconazol (é o mais comum)
sulfametoxazol/trimetoprima - em casos resistentes
LOBOMICOSE:
O agente etiológico da lobomicose é Lacazia loboi.
É característico o aspecto queloidiforme, embora tenham sido
observadas lesões vegetantes, infiltrativas, ulceradas,
gomosas e tuberocircinadas.
LESÕES DE ASPECTO QUELOIDIANO LÓBULO DA
ORELHA É COMUMENTE ACOMETIDO
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MICOSES OPORTUNISTAS:
CANDIDÍASE
➢ Micose produzida essencialmente pela
Candida albicans (70 a 80%) e, poucas vezes, por
outras espécies de Candida,comprometendo,
isolada ou conjuntamente, mucosas, pele e unhas
e, raramente, outros órgãos.
➢ É de distribuição universal, atingindo, com
muita frequência, recém-natos; pode ocorrer em
adultos e idosos; certas profissões, como
empregados domésticos, lavadores de pratos,
cozinheiros, enfermeiros, são mais atingidos.
➢ A candidíase esofágica e a das vias
respiratórias superiores são doenças definidoras
da AIDS.
➢ Candidíase intertriginosa → atingindo as dobras naturais (interdigitais,
inframamárias, inguinais, axilares), é caracterizada por lesões erosivas, fissurais,
úmidas, com induto esbranquiçado, pruriginoso, e também por pequenas lesões
satélites arredondadas, eritematoescamosas, e, até mesmo, por pústulas
abacterianas.
➢ Candidíase ungueal e periungueal → Há intensa lesão eritematosa periungueal
(paroníquia), que é dolorosa e pode levar à onicólise. Caracteristicamente, acomete
a borda proximal da unha. As unhas dos quirodáctilos, por estarem mais em contato
com a água, são caracteristicamente acometidas. É a principal causa de paroníquia.
MUCORMICOSE:
➢ Infecções fúngicas causadas por agentes oportunistas:
ordemMucorales, gêneros Rhizopus, Absidia, Mucor e Rhizomucor
➢ Na maioria das vezes, trata-se de infecções graves, de
evolução fulminante.
➢ As apresentações clínicas dividem-se em rinoorbitocerebral
(50%), cutânea (15%), pulmonar (10%), disseminada (5 a 10%) e trato
gastrintestinal (< 10%). A mortalidade é alta e ocorre nas formas
disseminada e trato gastrintestinal em 100% dos casos, pulmonar em
83%, rinoorbitocerebral em 67% e cutânea em 16%.
➢ A forma rinocerebral tem evolução aguda e letal, sendo
fundamentais o diagnóstico e o tratamento precoces
➢ Seus esporos são encontrados em cavernas, sótãos, casas
velhas e/ou abandonadas, galinheiros e no solo.
TRATAMENTO PARA MICOSES OPORTUNISTAS:FLUCONAZOL E VORICONAZOL

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