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ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR – APES CRISTO FACULDADE DO PIAUÍ – CHRISFAPI CURSO DE BACHARELADO EM ODONTOLOGIA MARIANE RODRIGUES MACHADO RESUMO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE MICOSE SUPERFICIAL E MICOSE SISTÊMICA (CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, LOCAL DE AÇÃO E PRINCIPAIS MICOSES). PIRIPIRI - PI 2020 MARIANE RODRIGUES MACHADO RESUMO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE MICOSE SUPERFICIAL E MICOSE SISTÊMICA (CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, LOCAL DE AÇÃO E PRINCIPAIS MICOSES). Portfólio apresentado ao curso de Bacharelado em Odontologia da Cristo Faculdade do Piauí CHRISFAPI. Como requisito de avaliação para obtenção de nota parcial na disciplina de Microbiologia e Imunologia Professor: Guilherme Lopes PIRIPIRI – PI 2020 A diferença entre micose superficial e micose sistêmica (características clínicas, local de ação e principais micoses). ➢ As micoses são as doenças fúngicas mais frequentemente encontradas no homem. São classificadas de acordo com os tecidos do hospedeiro que estão comprometidos pela infecção. As micoses são classificadas de acordo com os tecidos do hospedeiro que estão sendo acometidos pela infecção em: 1- Micoses superficiais: limitadas as camadas mais externas da pele e pelos. 2- Micoses subcutâneas: afetam a derme, tecido subcutâneo , músculo e fáscias. 3- Micoses sistêmicas: afetam sistemas e órgãos. 4- Micoses oportunistas: infecções fúngicas causadas por fungo de pouco virulência ou originalmente comensais e que podem produzir infecções subcutâneas e disseminadas em indivíduos debilitados. Vamos destacar as micoses superficiais e micoses sistêmicas: MICOSES SUPERFICIAIS: São infecções fúngicas localizadas em pelos e nas células mais superficiais, cornificadas e inviáveis da epiderme, e normalmente não causam resposta imune celular, geralmente é assintomática, o que torna a infecção crônica. Apresentam, geralmente, lesões de pequena importância clínica e fácil diagnóstico. Em pacientes imunossuprimidos, entetanto, podem adquirir gravidade. Podemos dividir as micoses superficiais em 3 grupos: 1 - Ceratofitoses (Miscelânea): constituem um grupo heterogêneo de micoses superficiais, porquanto se incluem micoses produzidas por parasitos de diversas classificações e com tipos de lesões dermatológicas, as mais diversas. 2 – Dermatofitoses : apresentam, como principal característica clínica, o fato de mostrarem lesões com contornos mais ou menos arredondados, bordas vesiculosas, pruriginosas. Como característica micológica mais importante, a de serem produzidas por fungos conhecidos por dermatófitos, agrupados numa família: closterosporacea, cujo elemento morfológico típico é um esporo grande, multicelular o closterosporo, presente só em cultura, no laboratório, não no tecido parasitado. 3 – Leveduroses: constituem um grupo bem definido micologicamente, visto serem produzidas por levedos ou leveduras. Clinicamente podemos caracterizá-las por lesões geralmente exsudativas, com preferência de localização nas regiões intertriginosas do organismo, recobrindo-se de induto esbranquiçado. Deve ressaltar-se, porém, a relevância dos fatores adjuvantes, para nós muito mais importantes que a presença do próprio parasito nas lesões, conforme será estudado no capítulo Candidíase, a mais importante das leveduroses. Assim, consideramos micose superficial aquela que, na pele, não atinge o derma; na mucosa, não atinge a submucosa, de modo que não produzem reações tissulares do tipo granulomatoso. ↪Tipos de micoses superficiais estritas (ceratofitoses) Pitiríase versicolor: é causada pela levedura lipofílica Malassezia furfur constituinte da microbiota. As lesões, geralmente assintomáticas, caracterizam- se por manchas hipo ou hiperpigmentadas, sobretudo na parte superior do tronco, braços e abdome. O diagnóstico laboratorial é feito por raspagens cutâneas diretas de lesões fúngicas, que revelam hifas pequenas, grossas e ramificadas, e conídeos arredondados. Tinea nigra: as lesões aparecem geralmente nas palmas das mãos e plantas dos pés e caracterizam-se por manchas de cor acastanhadas ou marrom. A tinea nigra é causada pelo fungo demácio Hortae werneckii, que são fungos com hifas de coloração escura devido à produção de melanina. Piedra branca: são micoses dos pelos de baixo contágio que acomete os cabelos e os pelos das regiões axilares, pubianos, perianal, barba e bigode. Caracterizam-se pela presença de nódulos irregulares e aderentes, visíveis a olho desarmado. Os pelos afetados apresentam nódulos brancos ao longo da haste, com hifas e conídeos. A piedra branca é causada por fungos do gênero Trichosporon que são leveduras com micélios que se desarticulam em artroconídeos. As colônias em ágar Sabouraud crescem como colônias de leveduras que tornam-se acinzentadas. Piedra negra : é causada pelo fungo Piedraia hortae. Os pelos atingidos apresentam nódulos endurecidos de coloração escura. As colônias em ágar Sabouraud apresentam coloração negra. Além dessas afecções classicamente classicamente citadas como micoses superficiais, C. albicans também podem podem causar micoses superficiais com comprometimento de áreas úmidas do do corpo, tais como axila, região entre os dedos e dobras de pele, causando lesões pruriginosas. ↪Dermatofitoses •Tinha do couro cabeludo (Tinea capitis) •Tinha dos pés (Tinea pedis) •Tinha das mãos (Tinea manun) •Tinha inguinal (Tinea cruris) •Tinha da barba (Tinea barbae) •Tinha do corpo (Tinea corporis) •Tinha das unhas (Tinea unguium) MICOSES PROFUNDAS OU SISTÊMICAS: São causadas por fungos saprofíticos do solo, geralmente pela inalação de esporos, atingindo órgãos internos e vísceras. Iniciam-se produzindo lesões pulmonares que evoluem para pneumonia aguda inicial autolimitada. A seguir, na forma crônica subsequente, apresentam lesões supurativas ou granulomatosas, formando às vezes cavidades pulmonares, propagando-se por extensão direta a tecidos contíguos. Podem se propagar pela corrente circulatória e produzir abcessos metastásicos em diversos órgãos, inclusive na pele. O indivíduo acometido desenvolve hipersensibilidade aos constituintes químicos do fungo. As micoses sistêmicas são causadas, principalmente por Cryptococcus neoformans, Paracoccidiodes brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatitidis e Coccidiodes immitis. ↝ Cryptococcus neoformans : representa importante causa de morbidade e mortalidade em pacientes com AIDS e transplantados, sendo a principal causa de meningite fúngica. Tem distribuição mundial, e frequentemente é encontrado em excrementos de aves, principalmente de pombos. Estes animais exercem importante papel de transportar esses micro-organismos. O microorganismo não provoca infecção nas aves já que a sua temperatura corpórea é muito alta, cerca de 40-42°C (ciclo saprofítico). Quando um paciente imunodeprimido (por exemplo, com AIDS, linfomas, doença de Hodgkin, ou transplantados) é contaminado por C. neoformans por via respiratória, inicia-se o ciclo parasitário desse microganismo, que causa inicialmente uma infecção primária pulmonar e posteriormente ocorre disseminação sistêmica para as meninges e o cérebro, levando a um quadro clínico complicado que muitas vezes é fatal. As manifestações bucais, apesar de serem raras, podem aparecer lesões nodulares que não cicatrizam e são moles à palpação. ↝Paracoccidiodomicose: é causada pelo fungo dimórfico P. brasiliensis através da inalaçãodos conídios que se destacam da forma filamentosa. A infecção tem predileção por homens devido ao efeito protetor dos hormônios femininos (estrógeno). Ocorre inicialmente nos pulmões podendo disseminar- se pelas vias linfáticas e hematogênicas, comprometendo os linfonodos, pele e glândulas suprarrenais. As lesões bucais decorrem da disseminação sistêmica com formação de úlceras sobre a mucosa alveolar, gengiva, palato, lábio, orofaringe e mucosa julgal, apresentam aspecto semelhante a amora e sangram facilmente. ↝Histoplasmose: causada pela inalação dos conídeos presentes em matérias orgânicas, como fezes de pássaros e morcegos. O agente etiológico é o fungo dimórfico H. capsulatum. Essa micose sistêmica inicia-se nos pulmões seguida de disseminação linfática e hematogênica, com preferência pelo sistema retiloendotelial, nasofaringe e outros órgãos. A maioria das lesões bucais da histoplamose é decorrente da forma disseminada localizada na língua, palato e mucosa julgal. São observadas lesões ulcerativas com margens firmes e elevadas, dolorosas e necróticas. ↝Blastomyces dermatitidis: causa uma infecção crônica relativamente incomum chamada blastomicose. A infecção é adquirida pela inalação dos esporos desse fungo dimórfico, normalmente após uma chuva. As lesões clínicas ocorrem nos pulmões e podem disseminar-se hematogenicamente afetando a pele, mucosas, ossos, articulações e sistema genitourinário. As manifestações bucais da blastomicose resultam da disseminação ou inoculação local com microganismos, caracterizada por lesões de superfícies intactas eritematosas com bordas elevadas irregulares, com dor de intesidade variável ↝Coccidiodes immitis: é o agente etiológico da coccidiodomicose. Essa micose é causada pela inalação dos artroconídeos da fase filamentosa. Esse fungo é dimórfico e geofílico de regiões de clima semiárido e desértico. C. immitis causa primariamente doença pulmonar granulomatosa e supurativa, podendo ocorrer disseminação afetando a pele, mucosa, meninges, ossos, articulações, baço, fígado, rins, adrenais, miocárdio, linfonodos etc. As lesões bucais não são comuns.
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