Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SOP • Distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva (4-12%). • É diagnosticado por exclusão (hiperplasia adrenal, tumor secretor de androgênios, hiperprolactinemia). • Etiologia desconhecida. Suspeita-se da anovulação como fruto da secreção inadequada de gonadotrofinas (FSH inibido e estimulo aleatório de outros folículos). Componente genético. • Graus elevados de resistência à insulina (maior risco de HAS, DM, DLP e DCV). Inclui apneia de sono. FISIOPATOLOGIA (FOTO) • Aumento de androgênio (teca atuando mais) > LH alto > FSH baixo (competição por feedback comprometida na hipófise, devido aumento de estrona periférica, e teca é muito ativa) > atua na inibina B, que fica alta > folículo não consegue maturar (para ovular precisa de inibina baixa) > ovário de volume aumentado e aspecto policístico (ciclos anovulatórios). Conversão periférica de glicose causa pelos e acne. TEORIA DAS DUAS CÉLULAS / DUAS GONADODROFINAS * • Em cada ciclo ovariano um folículo é selecionado e se torna o folículo dominante, produzindo: ® Na sua camada externa (teca) testosterona e outros androgênios sob estímulo do LH (a partir do colesterol) ® Na sua camada interna (granulosa), sob ação do FSH ocorre a aromatização (transformação da testosterona em estradiol), por ação da enzima aromatase. • Há uma subdivisão de atividade na síntese de hormônios esteroidais nos compartimentos dos folículos em desenvolvimento. • Ocorre uma interação entre os dois tipos celulares (daí “duas células”) pela produção de androgênio na teca que será convertido em estrogênio na granulosa – cada região é estimulada por uma gonadotrofina distinta (LH ou Lara Mattar | Ginecologia | Medicina UFR . FSH) – daí “duas gonadrotrofinas”. Com isso, essa subdivisão e compartimentalização da atividade de síntese de hormônios esteroides no folículo em desenvolvimento é conhecida como a Teoria das duas células duas gonodotrofinas ou apenas teoria da dupla célula. • Na mulher com SOP, ocorre hiperestimulação de LH, causando picos pulsáteis muito mais elevados. Isso ocorre devido interferência devido resistência insulínica. A insulina estimula a teca, que produz muita testosterona (androgênios livres), portanto a granulosa não tem tanta atividade de aromatase. Isso induz fenótipo hiperandrogênico. QUADRO CLÍNICO • Irregularidade menstrual (oligomenorreia e amenorreia), infertilidade, virilização. • Acantose nigricante (resistência insulínica). • Buscar, em ordem: alterações anatômicas > alterações funcionais > dosagem hormonal. CRITÉRIOS DE ROTERDAN 2003 (2/3) • Presença de 2 dos 3 sinais, na ausência de outras patologias endócrinas: ® Anovulação crônica (oligomenorreia ou amenorreia) ® Hiperandrogenismo clínico ou laboratorial ® Parâmetros USG: ovários policísticos “roda de carroça” (12 ou +) FLUXOGRAMA DIAGNÓSTICO FEBRASGO 2018* • Irregularidade menstrual definida como: ® Normal no primeiro ano após a menarca, devido à imaturidade do eixo. ® De 1 a < 3 anos após a menarca: < 21 ou > 45 dias. ® 3 anos após a menarca até a perimenopausa: < 21 ou > 35 dias ou < 8 ciclos/ano. ® 1 ano após a menarca > 90 dias em qualquer ciclo. • Avaliação transvaginal: mínimo de 20 foliculos. Se não for possível transvaginal, se faz pélvico, calculando volume ovariano pela sombra. • Critérios de hiperandrogenismo clínico (Índice de Ferriman). 4 a 6 indica-se hiperandrogenismo. Para a adolescente, é necessário mais de 6. • Na adolescente, o critério ultrassonográfico é perdido, pois 20 foliculos podem não ser indícios de SOP. • Fenótipos: ® Fenótipo A (90%): Maior resistência insulínica e síndrome metabólica. • Estrogênio estimula produção hepática de SHBG, que capta androgênios livres, diminuindo conversão periférica. • O uso de progesterona, embora não tenha efeito anti-androgênico, causa booster no estrogênio, elevando a síntese de SHBG (drospirenona causa aumento de 300% no SHBG, e levonogestrel aumenta em 100%). • A espironolactona é um antiandrogênico com efeito diurético. • Sempre deve se calcular risco cardiovascular.
Compartilhar