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Epilepsia

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Raiane Assunção Pediatria
Epilepsia
- É uma doença das redes neurais
- Definida por duas ou mais crises epilépticas, não provocadas ou reflexas, em > 24h
# Crise epiléptica
- É a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de atividade neuronal
síncrona ou excessiva no cérebro
- Apresentam alteração de consciência, eventos motores, sensoriais, autônomos ou psíquicos
e involuntários
# Epilepsia
- Caracterizada por:
- Ter no mínimo 2 crises não provocadas ou reflexas em mais de 24h
- Ter uma crise não provocada com chance de recorrência de 60% em 10 anos
-
A chance de recorrência é calculada por
- Presença de insulto cerebral prévio
- EEG com atividade epileptiforme
- Neuroimagem anormal
- Crise noturna
- Geralmente as crises durammenos de 2 minutos
- A crise pode ser ter origem:
- Infecções: Meningites, sepse, encefalite, abscesso cerebral, infecções congênitas.
- Neurológica: Trauma, hipertensão intracraniana, tumores neurocisticercose
- neonatal: Asfixia, encefalopatía hipoxico-isquemica, kernicterus, hemorragia
intracraneana
- Outras: Convulsão febril benigna, Síndrome de west
- Drogas: Prednisolona, penicilinas, imipenem, cocaína, contrastes, metronidazol,
clorpromazina
- Metabólica e genética: Hipoglicemia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipo e
hipernatremia, deficiência de piridoxina
- Cardio Respiratória: hipoxemia e arritmias
- Endocrinológicas: Hiperparatireoidismo e hipertireoidismo
- Outras: Chumbo, DRGE, Síndrome de Reye, Munchausen
- O diagnóstico é baseado na história clínica
- A anamnese e exame físico devem ser bem detalhados, principalmente com fatores
desencadeantes, história familiar e vídeos caseiros do registro da crise
- A classificação e a caracterização das crises facilitam o diagnóstico e orientam quanto ao
prognóstico e tratamento
- A crises podem ser classificadas de 3 formas
- O tipo de crise: semiologia da crise
- Tipo de epilepsia: focal, generalizada ou combinada
- Síndrome epiléptica
- Pode ser classificada de acordo com sua etiologia: Estrutural, genética, infecciosa,
metabólica, autoimune ou desconhecida
Raiane Assunção Pediatria
TIPO DE CRISE
- Crise focal
- São as que se originam de uma rede neuronal limitada a um hemisfério
- Pode ser restrita ou ampla
- Pode se originar de estruturas subcorticais (tálamo)
- Classificada em Perceptivas ou Disperceptivas
- Perceptiva: A pessoa está consciente de si e do ambiente durante a crise,
mesmo sem conseguir se mexer
- Disperceptiva: Compromete a percepção
- Pode evoluir para Crise tônico-clônica bilateral
- Crise generalizada
- Se origina em um ponto da rede neuronal e rapidamente evolui para as redes
bilaterais
- São estruturas corticais e subcorticais, não necessariamente o córtex todo
- Podem ser assimétricas
- São divididas em crises motoras e não motoras (de ausência)
CARACTERÍSTICA DA CRISE (Motora ou não motora)
- Crise motora
- Tremores - Baixa amplitude e alta frequência
- Sensibilidade e reflexos preservados
- Pode ser contido por compressão ou flexão dos membros
- Mioclonias - Abalos arrítmicos
- Compressão súbita de grupos musculares
- Parece com choques
- Predomínio dos músculos flexores -> um ou todos de uma vez
- Clonus - Abalos rítmicos -> Sequência de movimentos ritmados, rápidos,
monofásicos, unidirecionais
- Alternância entre flexores e extensores
- Reflexo tendíneos e sensibilidade reduzidos ou abolidos
- Automatismo - Comportamento automático
- ex: Desvio de olhar, piscar, babar, sugar, pedalar, nadar, rezar, bater palma
- Tônus - Postura em flexão ou extensão
- Atônica - Queda hipotônica
- Coréia - Movimentos involuntários que não podem ser evitados
- ‘Quase contínuos, anárquicos, de sequência imprevisível e distribuição variável
- Crises não motoras
- Emocionais - Medo, angústia, choro
- Sensoriais - queimação, formigamento
- Cognitivas - distúrbio da linguagem, pensamentos e memória
- Ausência - parada comportamental
- Autonômicas - rubor, sudorese ou piloereção
#Crise Febril X afebril
- Crise febril
- 1ª ocorre entre 6m e 6a
- Pico: 14 - 18 meses
Raiane Assunção Pediatria
- Causa mais comum de convulsão na infância
- Ocorre pela subida súbita da febre até 39ºC
- Fatores de risco para primeiro episódio - 2 desses fatores = 30% de chance de ter a
crise
- História de crise febril em parentes de 1 e 2 grau
- Internação no período neonatal
- Atraso desenvolvimento neuropsicomotor
- Atendimento frequente em hospitais
- Acontece principalmente por imaturidade cerebral, que leva a excitação
aumentada, inibição diminuída e diferença de maturidade nos circuitos subcorticais
- Fatores de recorrência
- Idade precoce da primeira crise febril
- História familiar positiva
- Grau de elevação da temperatura (velocidade)
- Duração do período febril
- Febre baixa e de curta duração antes da Crise febril, tem um pior prognóstico
- É classificada em
- Simples
- Apresentação generalizada
- 85% é tônico-clônica (postura flexão/extensão + movimentos rítmicos)
- dura < 15 min
- Não recorre emmenos de 24h
- Exame pós-ictal normal
- Não restringir os movimentos
- Não colocar nada na boca durante a crise
- Caso aconteça nova crise, colocar criança em decúbito lateral direito
- Depois da crise não dar medicação oi líquido via oral até a criança estar bem
desperta
- A crise febril pode ser o primeiro sinal de quadro infeccioso
- Complexa
- Duração > 15 min
- Recorrência emmenos de 24h
- Pode iniciar como focal
- Exame pós-ictal alterado
- Crise afebril
- Conjunto de sinais e sintomas + padrão de EEG + Resposta ao tratamento -> pode
definir como síndrome epiléptica
- Crise generalizada motora clônica-tônico
- Perda súbita da consciência, queda, sons guturais, olhos reviram, rigidez e
arqueamento do corpo com apneia e cianose por +/- 30 seg
- Fase Clônica: Contrações e relaxamento rítmicos de grupos musculares, respiração
ruidosa e difícil que dura cerca de 5s, diminuindo ao fnal de repente com um suspiro
- Durante a crise pode haver lesão da língua, diurese involuntária, taquicardia,
hipertensão, secreção brônquica, salivação
Raiane Assunção Pediatria
- Depois da crise: coma inicial ( 30 min - 2h ), cefaléia intensa, vômito, fadiga,
confusão mental, exame neurológico alterado, ataxia de tronco, hiperreflexia,
clônus e babinski
- Epilepsia generalizada motora mioclônica = Síndrome de West
- Espasmos com queda súbita da cabeça para frente ou pro lado, com flexão súbita
dos membros em lactentes
- Crianças podem chorar antes ou depois
- Mais frequente no sono, ou quando está sonolento acordando
- Prognóstico ruim - Doença degenerativa com retardo progressivo do DNPM
ou síndrome neurocutânea
- Tratamento
- 1 escolha: Vigabatrina
- 2 escolha: ACTH por curto período
- Epilepsia generalizada = Síndrome de Lennox-Gastaut
- Caracterizada por crises de ausência, atônicas e mioclônicas, tônicas ou
tônico-clônicas associadas a retardo mental
- Primária ou por sequela de lesão prévia no lobo frontal ou síndrome neurocutânea
- dos 3 aos 5 anos
- Estado de mal epiléptico
- Impossibilidade de cessação da crise -> deixa de ser autolimitada
- Quando a crise é tônico-clônica dura > 5 minutos ou quando tem mais de uma
crise seguida sem recuperação da consciência
- Precisa de medidas específicas
Tratamento da epilepsia
- Depende da classificação
- Crises generalizadas -> Ácido valpróico
- Crise de ausência -> Etossuximida
- Estado de mal epileptico -> Fenobarbital

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