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LIVRO-TECNICAS-DE-PREPARAÇÃO-1

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1 
 
TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em-
presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradua-
ção e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua forma-
ção contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, ci-
entíficos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de for-
ma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma 
base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das ins-
tituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação 
tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO .................................................................................. 1 
NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................ 2 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 
2. MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO ................................................................. 11 
3. ORIGEM DOS MEDICAMENTOS USADOS EM HOMEOPATIA ............... 11 
4. TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO ....................................................................... 12 
5. IDENTIFICAÇÃO DE UMA DROGA ................................................................ 19 
6. FARMÁCIA HOMEOPÁTICA ............................................................................ 25 
7. A MANIPULAÇÃO HOMEOPÁTICA ............................................................... 27 
8. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 29 
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/carolina/Desktop/TÉCNICAS%20DE%20PREPARAÇÃO/MODELO%20NOVO%20-%20técnicas%20de%20preparação.docx%23_Toc58149677
 
 
 
4 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Desde o seu surgimento no inicio do século XIX, em 1810 a Homeopatia 
difundiu-se para outros países, sendo introduzida no Brasil pelo médico fran-
cês, Benoit Mure (discípulo de Hahnemann). Entretanto, outros homeopatas já 
haviam se instalado no Brasil, sendo que o primeiro médico homeopata brasi-
leiro foi o Dr. Duque-Estrada. 5 
 Benoit Mure chegou ao Brasil em 1840. Conheceu o médico João Vicen-
te Martins, o qual se tornou seu discípulo e juntos, disseminaram e praticaram 
a medicina homeopática (Filho, 2008) 5 Com o passar do tempo, foram criados 
ambulatórios e fundados institutos e escolas homeopáticas brasileiras, voltados 
para profissionais já formados. 
 Os mesmos eram preparados e habilitados a exercerem a Homeopatia. 
Uma das mais importantes instituições fundadas na época foi a Escola Homeo-
pática do Brasil, a qual tinha como presidente Benoit Mure, e como secretários, 
João Vicente Martins e Francisco Alves de Moura. Entretanto, somente após 
algum tempo de existência é que foi concedida por parte do Governo Imperial, 
a autorização para que a Escola conferisse os certificados aos homeopatas 
que concluíssem o curso, reconhecendo assim a Homeopatia. 8 
 Foi fundada também a primeira farmácia homeopática, denominada Bo-
tica Homeopática Central. Inicialmente, no Brasil, a Homeopatia teve sua ima-
gem denegrida por alguns doutores da medicina, embora outros a defendes-
sem. O objetivo de Benoit Mure era que houvesse a divulgação e a prática da 
medicina homeopática, de modo que a mesma se tornasse o método terapêuti-
co de preferência dos brasileiros, assim como já ocorria em outros países. 
Além da fundação de instituições de ensino, centros ambulatoriais e dispensá-
rios, ele formou mais de 500 alunos na prática médica homeopática e teve mais 
de 10.000 exemplares vendidos de sua obra "Prática Elementar da Homeopa-
tia". 1 
 O Dr. Benoit Mure deixou o Brasil em 1847, porém, a doutrina homeopá-
tica continuava a ser difundidos por João Vicente Martins, além de outros mé-
dicos homeopatas brasileiros. Em 1859, devido ás divergências entre Duque 
 
 
 
5 
Estrada e João Vicente Martins ocorreu a ruptura do Instituto Homeopático e 
foram fundadas duas novas instituições: o Instituto Hahnemanniano do Brasil e 
a Congregação Médico Homeopática Fluminense. 8 
 Os medicamentos homeopáticos ainda eram preparados por médicos e 
durante os primeiros anos da Homeopatia no Brasil, as tinturas e substâncias 
utilizadas como ponto de partida eram todas oriundas da Europa, as quais já 
haviam passado por estudos de utilização e comprovação na terapêutica ho-
meopática. Em 1851, a Escola Homeopática do Brasil jâ tinha aprovado a se-
paração da prática médica da prática farmacêutica. Porém, somente no ano de 
1886, pelo decreto 9.554, a manipulação de medicamentos homeopáticos pas-
sou a ser uma atribuição exclusiva dos farmacêuticos. 7 
 Ao longo do século XIX, os países que adotaram a Homeopatia como 
método terapêutico também criaram e elaboraram as suas respectivas Farma-
copéias Homeopáticas; na Europa e os Estados Unidos, sendo que os países 
que não possuíam a sua própria Farmacopéia Homeopática, como o Brasil, por 
exemplo, utilizavam a Farmacopéia Norte-Americana e/ou a Francesa. Assim 
prosseguiu-se no Brasil tanto a prática da medicina homeopática quanto a ma-
nipulação de medicamentos homeopáticos (nas farmácias). por mais de um 
século. Inicialmente, os medicamentos homeopáticos eram manipulados so-
mente em farmácias que atendiam apenas prescrições homeopáticas. 1 
 No entanto, posteriormente, as farmácias de manipulação alopática pas-
saram a ter o direito de também manipular medicamentos homeopáticos, desde 
que as mesmas dispusessem de um laboratório separado dos outros, e exclu-
sivo para esta finalidade. E que também possuíssem um farmacêutico respon-
sável técnico habilitado em Homeopatia. 1 
 Em 1965, o decreto 57.477 criou o Código Homeopático Brasileiro. Onze 
anos depois, em 1976, pelo decreto 78.841, foi aprovada a parte geral da 1ª 
edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. 7 Esta é constituída em duas 
partes: Parte Geral (Generalidades e Farmacotécnica) e Parte Especial (Mono-
grafias, Parte Analítica e Formulário Homeopático Brasileiro). Com a criação da 
ABFH (Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas) em 1990, foi ela-
borado um compêndio alternativo, denominado MNT (Manual de Normas Téc-
nicas) em 1992. 7 
 
 
 
6 
 Assim, para manipular seus medicamentos homeopáticos, as farmácias 
poderiam escolher entre a adoção da FHB ou do MNT como referência de con-
sulta. Pois ambos apresentavam a descrição de métodos válidos de prepara-
ção das medicações, embora possuíssem pequenas diferenças entre si. 
 Em 1992, a Resolução 232, do CFF enfim reconheceu a Homeopatia 
como especialidade farmacêutica. A Portaria 1180, de 19 de agosto de 1997, 
aprovou apenas a parte 1 da 2ª edição da FHB. E durante o período em que 
não havia sido aprovada a parte lI da mesma (a qual cita as monografias de 
insumos ativos e inertes), poderiam ser adotadas as Farmacopéias Indiana, 
Francesa e/ou Americana. 1 
 Houve muito trabalho e dedicação para que fosse elaborada a 2ª edição 
da FHB. No entanto, foi somente em 2003 que a parte lI da 2ª edição da FHB 
foi aprovada. Assimcomo também foi publicado a 3ª edição do MNT. A 3ª edi-
ção da FHB foi publicada em 2011. 1 
 Desde a sua elaboração, em 1976, a Farmacopéia Homeopática Brasi-
leira sofreu inúmeras alterações, revisões e atualizações, de acordo com as 
modificações dos métodos de preparo dos medicamentos homeopáticos. E 
também, a inclusão de novos tipos de formulações e novos insumos farmacêu-
ticos, além de suas respectivas monografias. 2,3,4 
 Houve alterações em seus principais capítulos, como por exemplo, 
aquele que cita e descreve os métodos de preparação das tinturas-mãe, o mé-
todo de preparação das formas farmacêuticas derivadas e para a dispensação, 
tanto de uso externo como interno. Novos conceitos também foram acrescen-
tados; resultando na publicação da FHB em sua versão mais atualizada (3ª 
edição). 2,3,4 
 Coube finalmente ao médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahne-
mann (1755-1843) estabelecer as bases científicas e práticas da homeopatia, 
já anunciadas por Hipócrates, introduzindo a experimentação de medicamentos 
em indivíduos sadios, a elaboração do medicamento dinamizado (diluição se-
guida de agitação), bem como a elaboração de matérias médicas correlacio-
nando as propriedades efetivas dos medicamentos com os sintomas produzi-
dos pelas drogas experimentadas (desde os sintomas ditos mentais, até os 
físicos, com ênfase aos sintomas peculiares e raros que apareciam nas expe-
rimentações). 6 
 
 
 
7 
 Dava importância a uma anamnese cuidadosa e exigia o registro por 
escrito de cada caso em particular. Discordava dos métodos de cura baseados 
na medicina galênica, que ele achava muito especulativa.6 
 Hahnemann desenvolveu uma medicina de base experimental quando, 
em 1796, publicou no Jornal de Medicina Prática, dirigido por Christoph Wil-
helm Friedrich Hufeland, seu “Ensaio Sobre um Novo Princípio para Descobrir 
as Virtudes Curativas das Substâncias Medicinais, Seguido de Algumas Expo-
sições Sumárias Sobre os Princípios Aceitos até Nossos Dias”, no qual escre-
veu: 6 
 
Para aprofundar o conhecimento dos medicamentos, para 
adaptá-los aos males, deve confiar o menos possível no 
acaso, mas proceder sempre racionalmente(...) só nos 
resta, por conseguinte,experimentar no organismo huma- 
nos medicamentos de que se deseje conhecer o poder 
 medicinal. 
 
 O médico que queira aperfeiçoar verdadeiramente sua arte deve fixar a 
atenção em dois pontos: quais os efeitos simples produzidos por uma substân-
cia tomada individualmente no organismo humano e o que resulta das obser-
vações de seus efeitos em tal ou qual doença simples ou complicada. 1 
 Historicamente é dito que Hahnemann, ao traduzir a obra Matéria Médi-
ca, de Willian Cullen, do inglês para o alemão, e ao ver suas explicações para 
o uso da quina, ou china (Cinchona officinalis), para o tratamento de doentes 
com malária, iniciou suas experimentações. 6 
 Fez, então, em si mesmo, a experimentação patogenética da quina – 
ingeriu a casca seca de Cinchona pulverizada e observou a ocorrência de sin-
tomas semelhantes aos da malária. Desenvolveu então um raciocínio para en-
tender o que estava acontecendo, que culminou na nova terapêutica. A partir 
da china, experimentou várias outras substâncias em si, em seus familiares e 
junto a seus colaboradores, expondo seus trabalhos sob um espírito rigorosa-
mente objetivo, inaugurando o método experimental antes de Claude Bernard 
(1813-1851). 6 
 
 
 
8 
 Era conhecedor das experiências com animais, mas acreditava que, em 
matéria de terapêutica, não era lícito aplicar no homem conclusões obtidas a 
partir dos animais. Portanto, a experimentação deveria ser feita em indivíduos 
saudáveis, de maneira a conhecer os sintomas para os quais as substâncias 
poderiam então ser utilizadas. Tratava-se de uma revolução que abalaria o 
pensamento médico e farmacêutico do século XVIII, contrariando muitos hábi-
tos e situações conquistadas e tornando difícil de ser imposta sem choques. 6 
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até 2007, registrava 
apenas medicamentos homeopáticos. Com a publicação da Resolução RDC 
Anvisa n° 26/2007, além dos medicamentos homeopáticos, também foram re-
conhecidos os medicamentos antroposóficos e anti-homotóxicos, com isso, as 
três classes de medicamentos passaram a se chamar dinamizados. 1 
 Em 2018, com a publicação da Resolução RDC nº 238, a Anvisa atuali-
zou o arcabouço normativo para medicamentos dinamizados registrados no 
Brasil. Desta forma, a Resolução RDC Anvisa n° 238/2018 definiu e classificou 
(BRASIL, 2018): 
 Medicamentos dinamizados: medicamentos preparados a partir de in-
sumos ativos dinamizados ou de tintura-mãe, com finalidade preventiva, 
paliativa ou curativa, a ser administrado conforme a terapêutica homeo-
pática, homotoxicológica e antroposófica. 
 Medicamentos dinamizados homeopáticos: É aquele cuja indicação 
terapêutica seja definida com base nos fundamentos da Homeopatia e 
que sejam elaborados de acordo com a farmacotécnica homeopática. 
 Medicamentos dinamizados antroposóficos: são aqueles preparados 
conforme a farmacotécnica antroposófica ou aqueles cuja indicação te-
rapêutica seja definida com base nos fundamentos da Medicina Antro-
posófica, ainda que preparados de acordo com a farmacotécnica home-
opática. 
 Medicamentos dinamizados anti-homotóxicos: aqueles que tenham 
suas indicações terapêuticas definidas segundo os conceitos da Homo-
toxicologia e sejam elaborados de acordo com a farmacotécnica homeo-
pática ou anti-homotóxica. Vale destacar que os medicamentos dinami-
zados podem ser industrializados ou preparados em farmácia com mani-
pulação. 
 
 
 
9 
 Além disso, o medicamento homeopático pode ser derivado de plantas, 
animais ou minerais. O farmacêutico homeopata transforma essas substâncias 
em medicamentos homeopáticos, por meio de uma técnica especial chamada 
dinamização. Essa técnica libera as propriedades medicinais da substância 
original. Existem aproximadamente 2.000 substâncias cujos efeitos específicos 
no corpo foram testados. 1 
 Os medicamentos homeopáticos estão disponíveis em diferentes formas 
farmacêuticas (preparações): tabletes, glóbulos, líquidos, pós, comprimidos, 
entre outras. Não são medicamentos homeopáticos: essências florais, medi-
camentos antroposóficos, cromoterapia, aromaterápica, acupuntura, reiki, irido-
logia, shiatsu, entre outros. 1 
 Em 2011, o Ministério da Saúde publicou a terceira edição da Farmaco-
peia Homeopática Brasileira. Importante ressaltar que o conteúdo das Farma-
copeias visa orientar a produção de medicamentos e a regulamentação de se-
tores farmacêuticos envolvidos na produção e controle de fármacos, insumos e 
especialidades farmacêuticas (BRASIL, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1.1- METODOLOGIA 
 
 Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de 
pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior 
conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. 
 Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se de-
senvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação 
e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance 
dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem tam-
bém se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor públi-
co e no fundamento de sua existência. 
 A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e 
conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográfi-
cos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. 
 Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as 
principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que cha-
mamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qualpode ser 
realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras 
fontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2. MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO 
 
 O medicamento homeopático é todo medicamento fabricado por meio da 
farmacotécnica homeopática, que utiliza o princípio da similitude, que vem do 
termo similia similibus curantur, que significa semelhante cura semelhante. 
 O princípio da similitude, ou seja, do tratamento homeopático é a utiliza-
ção de um medicamento fabricado através da farmacotécnica homeopática, 
que consiste em administrar ao doente animal ou mesmo vegetal, doses ultra 
diluídas e dinamizada de substâncias que promovam a mesma enfermidade 
em um ser saudável em concentrações maiores, para que assim o próprio or-
ganismo doente seja estimulado e promova a cura. 
 Segundo Flavio Milanese “O empenho do farmacêutico em liberar a es-
sência da substância através de seu trabalho em dinamizá-la é a própria ima-
gem do homem no sentido da liberdade.” 
 
3. ORIGEM DOS MEDICAMENTOS USADOS EM HOMEOPA-
TIA 
 Os medicamentos usados em homeopatia têm origem nos diferentes 
reinos da natureza, assim como nos produtos químico-farmacêuticos, substân-
cias e/ou materiais biológicos, patológicos ou não, além de outros agentes de 
diferente natureza. 4 
 O Reino Vegetal constitui a maior fonte para a preparação de medica-
mentos homeopáticos. O vegetal pode ser usado inteiro e/ou suas partes, nas 
diversas fases vegetativas, tais como: parte supraterrânea, sumidade, folha, 
flor, pelo, casca, lenho, rizoma, fruto, e semente. Utiliza-se ainda seus produtos 
extrativos ou de transformação: suco, resina, essência, etc. A parte utilizada, o 
estado vegetal (fresco ou dessecado) são indicados na monografia. O vegetal 
deve apresentar-se em estado hígido, não deteriorado, isento de impurezas e 
contaminantes microbiológicos, conforme legislação em vigor. 4 
 O Reino Animal também é uma fonte para a preparação de medicamen-
tos homeopáticos, mas em menor quantidade. Os animais podem ser utilizados 
inteiros, vivos ou não, recentemente sacrificados ou dessecados, como tam-
 
 
 
12 
bém em partes ou ainda sob a forma de produtos de extração e/ou transforma-
ção. A parte usada e o estado do animal são indicados na monografia. 4 
 O Reino Mineral fornece substâncias em seu estado natural e/ou sintéti-
cas, decorrentes de transformações químico-farmacêuticas. Os produtos quí-
mico-farmacêuticos, soros, vacinas, culturas bacterianas, produtos opoterápi-
cos, medicamentos alopáticos, cosméticos e outros também são utilizados na 
preparação de medicamentos homeopáticos. 4 
 Todos os produtos utilizados na preparação de medicamentos homeopá-
ticos devem ser identificados, de acordo com as regras de classificação ou lite-
ratura técnica científica. 4 
 Não se faz homeopatia sem medicamentos, como pode ocorrer em al-
guns ramos da medicina, quando a cura é realizada com outras técnicas, pla-
cebo ou interação médico-paciente. Daí a importância de um profissional bem 
treinado para a elaboração de medicamentos de acordo com as regras farma-
cotécnicas e as Boas Práticas de Manipulação preconizadas para a homeopa-
tia. 1 
 Na aquisição de medicamentos homeopáticos, é indispensável que se 
recorra à farmácia de merecida reputação, conduzida por um farmacêutico ho-
meopata bem formado, que conheça não só a técnica, mas tenha consciência 
das modalidades dos medicamentos e um sólido conhecimento da filosofia 
homeopática, para fazer não só uma boa dispensação, mas também uma as-
sistência farmacêutica diferenciada. 
 
4. TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO 
 
 De acordo com a “Farmacopéia Homeopática Brasileira, 3ª edição” ou 
“FHB 3” segue abaixo as definições de alguns termos utilizados em homeopa-
tia: 4 
 
Diluição 
É a redução da concentração do insumo ativo pela adição de insumo inerte 
adequado. 
Dinamização 
 
 
 
13 
É o processo de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas 
do insumo ativo em insumo inerte adequado. 
Figura 1: 
 
 
Potência 
Potência refere-se ao número de dinamizações que foi realizado pelo medica-
mento homeopático, além de indicar o poder medicamentoso. 
Droga 
Matéria prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica, utilizada para 
preparação do medicamento homeopático. 
Escala 
É a proporção entre o insumo ativo e o insumo inerte empregada na prepara-
ção das diferentes dinamizações. As formas farmacêuticas derivadas são pre-
paradas segundo as escalas Centesimal, Decimal e Cinquenta milesimal: 
Escala Centesimal: preparada na proporção de 1/100 (uma parte do insumo 
ativo em 99 partes de insumo inerte, perfazendo um total de 100 partes); 
Escala Decimal: preparada na proporção de 1/10 (uma parte do insumo ativo 
em nove partes de insumo inerte, perfazendo um total de 10 partes); 
Escala Cinquenta Milesimal: preparada na proporção de 1/50.000. 
Fármaco 
Insumo ativo com finalidade terapêutica que, em contato ou introduzida em um 
sistema biológico, modifica uma ou mais de suas funções. 
 
 
 
14 
Formas farmacêuticas derivadas São preparações oriundas do insumo ativo 
obtidas por diluições em insumo inerte adequado, seguidas de sucussões e/ou 
triturações sucessivas, conforme a farmacotécnica homeopática. 
Insumo ativo 
É o ponto de partida para a preparação do medicamento homeopático, que se 
constitui em droga, fármaco, tintura-mãe ou forma farmacêutica derivada. 
Insumo inerte 
Substância utilizada como veículo ou excipiente para a preparação dos medi-
camentos homeopáticos. 
Matriz 
Insumo ativo de estoque para a preparação de medicamentos homeopáticos 
ou formas farmacêuticas derivadas. 
Medicamento homeopático 
É toda forma farmacêutica de dispensação ministrada segundo o princípio da 
semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa e/ou preventiva. É ob-
tido pela técnica de dinamização e utilizado para uso interno ou externo. 
Medicamento homeopático composto 
É preparado a partir de dois ou mais insumos ativos. 
Medicamento homeopático de componente único 
É preparado a partir de um só insumo ativo. Potência É a indicação quantitativa 
do número de dinamizações que uma matriz ou medicamento homeopático 
receberam. 
Sucussão 
Processo manual que consiste no movimento vigoroso e ritmado do antebraço, 
contra anteparo semirrígido, do insumo ativo, dissolvido em insumo inerte ade-
quado. Pode ser também realizado de forma automatizada, desde que simule o 
processo manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Figura 2: 
 
Tintura-mãe 
É preparação líquida resultante da ação de líquido extrator adequado sobre 
uma determinada droga de origem animal ou vegetal. 
Figura 3: 
 
 
Preparação de tintura-mãe de origem vegetal 4 
Droga: vegetal fresco ou dessecado. 
Parte empregada: vegetal inteiro, parte ou secreção. 
Líquido extrator: etanol em diferentes graduações segundo monografia da dro-
ga. Caso não haja especificação em monografias, o teor alcoólico no início da 
extração deverá ser de 60% (v/v) e ao final da extração deverá ser de 55% 
(v/v) a 65% (v/v). 
Método de extração: maceração ou percolação. 
Relação resíduo sólido/volume final da TM: 1:10 (p/v) (10%). 
 
Preparação de tintura-mãe a partir de plantas secas 4 
Podem ser preparadas por maceração ou percolação. 
 
 
 
16 
 
Preparação de tinturas-mãe a partir de plantas secas por maceração pro-
cedimento 
 Consiste em deixar o vegetal dessecado, devidamente dividido, por pelo 
menos 15 dias, em contato com o volume total do líquido extrator apropriado 
descrito na respectiva monografia, em ambiente protegido da ação direta de luz 
e calor, agitando o recipiente diariamente. A seguir, filtrar e guardar o filtrado. 
Prensar o resíduo, filtrar e juntar o líquido resultante dessa operação àquele 
anteriormente filtrado. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar earmazenar 
adequadamente. 4 
 Para tinturas-mãe cujas monografias determinem o teor de marcador 
especificado, um ajuste de concentração desse marcador pode ser realizado 
por adição de etanol de mesmo teor que aquele utilizado para a preparação da 
tintura-mãe. 4 
Embalagem e armazenamento 
Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta. 
Prazo de validade 
A ser determinado pelo fabricante, segundo a legislação em vigor. 
 
Preparação de tinturas-mãe a partir de plantas secas por percolação pro-
cedimento 
 Consiste em colocar a droga vegetal dessecada, finamente dividida e 
tamisada (tamis 40 ou 60 - Anexo A), em recipiente adequado. Adicionar o lí-
quido extrator em quantidade suficiente para umedecer o pó e deixar em conta-
to por 4 horas. 4 
 Transferir cuidadosamente para percolador de capacidade ideal, de for-
ma a se evitar a formação de canais preferenciais para o escoamento do sol-
vente. Colocar volume suficiente de líquido extrator para cobrir toda a droga e 
para a obtenção da quantidade almejada de tintura-mãe. Deixar em contato por 
24 horas. 4 
 Percolar à velocidade de oito gotas por minuto para cada 100 g da dro-
ga, repondo o solvente de forma a manter a droga imersa, até se obter o volu-
me previsto de tintura-mãe. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar e armaze-
nar adequadamente. 4 
 
 
 
17 
Embalagem e armazenamento 
Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta. 
Prazo de validade 
A ser determinado pelo fabricante, segundo a legislação em vigor. 
 
Preparação de tinturas-mãe a partir de plantas frescas 
 
 As tinturas-mãe obtidas a partir de plantas frescas são preparadas ex-
clusivamente por maceração. Para a preparação da tintura-mãe, é necessária a 
determinação do resíduo sólido do vegetal fresco, conforme descrito abaixo ou 
de acordo com a respectiva monografia. Com esse valor, pode-se calcular o 
volume total da tintura-mãe a ser obtido, assim como o volume e o teor de eta-
nol a ser adicionado. Em seguida, pode-se iniciar o processo extrativo. 4 
 
Determinação do resíduo sólido de vegetal fresco 
 Tomar uma amostra de peso definido de vegetal fresco, fracioná-la em 
fragmentos suficientemente reduzidos, deixando-a em estufa à temperatura 
entre 100 °C e 105 °C, até peso constante, salvo quando houver outra especifi-
cação na monografia. 4 
 Calcular a porcentagem do resíduo sólido na amostra. Calcular o peso 
total do resíduo sólido contido no vegetal fresco. Para se calcular o volume final 
de tintura-mãe a ser obtido, multiplicar o valor do resíduo sólido contido no ve-
getal fresco por dez (10). 4 
 O volume do líquido extrator a ser adicionado será equivalente ao volu-
me final de tintura-mãe a ser obtido subtraído do volume de água contido no 
vegetal fresco. A graduação alcoólica final do líquido extrator deve ser a espe-
cificada na monografia e resultante da mistura alcoólica acrescida do teor de 
água contido na planta. Caso não haja especificação em monografias, o teor 
alcoólico no início da extração deverá ser de 60% (v/v) e ao final da extração 
deverá ser de 55% (v/v) a 65% (v/v), obedecendo a seguinte orientação: - Utili-
zar etanol a 90% (p/p) para resíduo sólido até 29% (plantas com alto teor de 
água). Se o resíduo sólido for inferior a 20% deve-se considerá-lo igual a 20%. 
- Utilizar etanol a 80% (p/p) para resíduo sólido de 30% a 39% (plantas com 
 
 
 
18 
médio teor de água). - Utilizar etanol a 70% (p/p) para resíduo sólido igual ou 
acima de 40% (plantas com baixo teor de água). 4 
 
Processo de maceração 
 
 Consiste em deixar o vegetal fresco, devidamente dividido, por pelo me-
nos 15 dias, em contato com o volume total do líquido extrator apropriado des-
crito na respectiva monografia, em ambiente protegido da ação direta de luz e 
calor, agitando o recipiente diariamente. 4 
 A seguir, filtrar e guardar o filtrado. Prensar o resíduo, filtrar e juntar o 
líquido resultante dessa operação àquele anteriormente filtrado. Deixar em re-
pouso por 48 horas, filtrar e armazenar adequadamente. Para tinturas-mãe cu-
jas monografias determinem o teor de marcador especificado, um ajuste de 
concentração deste marcador pode ser realizado por adição de etanol de 
mesmo teor que aquele utilizado para a preparação da tintura-mãe. 4 
 
Preparação de tintura-mãe de origem animal 
 
 Droga: animal vivo, recém sacrificado ou dessecado. Parte empregada: 
animal inteiro, parte ou secreção. 4 
 Líquido extrator: etanol (65% a 70% (v/v)), mistura de etanol, água e gli-
cerina (1:1:1), mistura de água e glicerina (1:1), mistura de etanol e glicerina 
(1:1) ou outro qualquer especificado na respectiva monografia. 4 
 Relação droga/líquido extrator: 1:20 (p/v) (5%). Processo: maceração. 
Deixar a droga animal convenientemente fragmentada ou não, de acordo com 
a respectiva monografia, em contato com volume do líquido extrator equivalen-
te ao volume final da tintura-mãe, em ambiente protegido da ação direta de luz 
e calor, agitando o recipiente diariamente. 4 
 Deixar em contato por pelo menos 15 dias quando o líquido extrator for 
alcoólico e por pelo menos 20 dias quando o líquido extrator for glicerinado. 
Filtrar sem promover a expressão. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar e 
armazenar adequadamente. 4 
 
 
 
 
 
19 
Embalagem e armazenamento 
Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta. 
Prazo de validade 
A ser determinado pelo fabricante, segundo a legislação em vigor. 
 
Trituração 
Consiste na redução do insumo ativo a partículas menores por meio de proces-
so automatizado ou manual, utilizando lactose como insumo inerte, visando 
dinamizar o mesmo. 
 
5. IDENTIFICAÇÃO DE UMA DROGA 
 
 Apenas na 3ª edição, existe um capitulo que cita e descreve os métodos 
de análise e ensaios de identificação de uma determinada droga. Podem ser 
empregados métodos tais como o teste da chama, determinação do resíduo 
seco de uma tintura-mãe, densidade, pH, espectrofotometria no ultra-violeta 
e/ou no infravermelho, cromatografia a gás, HPLC, teste de gotejamento, de-
terminação de ions e muitos outros. Para as tinturas-mãe, pode ser empregado 
o teste para a determinação do título etanólico da mesma. 
 Também são descritos métodos de análise que são exclusivos para dro-
gas vegetais. 
Preparo das Formas Farmacêuticas Derivadas 
As formas farmacêuticas derivadas são preparadas nas escalas homeopáticas, 
e podem ser destinadas para estocagem e/ou para dispensação para o pacien-
te. 
 Um fármaco é considerado insolúvel quando sua solubilidade for inferior 
a 10% pN para a escala decimal, ou quando a solubilidade for inferior a 1% pN 
para a escala centesimal, em água ou etanol, nas suas diferentes graduações. 
Esta é uma informação que consta apenas na FHB 3ª edição. 
 Para os fármacos solúveis, a forma farmacêutica é líquida. Deve-se dis-
por do número de frascos necessários para que se consiga obter o medica-
mento na potência desejada. Para cada dinamização ou "passagem", usa-se o 
processo de diluição seguida de sucussão. 
 
 
 
20 
Já para os fármacos insolúveis, usa-se a técnica da trituração, cujo insumo 
inerte é a lactose. 
 
Formas Farmacêuticas Líquidas 
 A 1ª edição da FHB cita e descreve a técnica de preparo nas escalas 
centesimal e decimal, assim como o processo de Korsakov. Porém, não são 
apresentadas as escalas LM e Fluxo Contínuo. Essas últimas entraram na FHB 
a partir da 2ª edição. 
 Segundo a 1ª edição da FHB, considerando a tintura-mãe como sendo o 
ponto de partida para as diluições e as sucessivas potências, deve-se utilizar 
etanol como insumo inerte, sendo que se deve respeitar o título etanóhco da 
tintura até as potências 1CH e 2DH. Por outro lado, de acordo com a 2ª e com 
a 3ª edição da FHB, deve-se manter a alcoolatura da tintura até as potências 
3CH e 6DH. Este procedimentodeve ser realizado com a finalidade de evitar 
que ocorra a precipitação do residuo sólido da tintura. 
 A 2ª edição da FHB padronizou o grau alcoólico do medicamento como 
sendo 70% (p/p) para estocagem e 30% (p/p) para dispensação. Já a 3° edição 
da FHB define esses graus alcoólicos como sendo, respectivamente, 77% (v/v) 
e 30% (v/v); enquanto que a 1ª edição não menciona nenhum valor do grau 
alcoólico a ser utilizado. 
Dinamização das Formas Farmacêuticas Líquidas 
 Sabe-se que, para cada "passagem” (de uma potência anterior para ou-
tra seguinte), é feita uma diluição seguida de sucessivas sucussões (Seria o 
ato de sacudir o frasco várias vezes, contra um anteparo semi-rígido). Nessas 
diluições, a proporção entre insumo ativo e insumo inerte será de 1:10, para a 
escala decimal, e de 1 :100, para a escala centesimal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Figura 4: 
 
 De acordo com a 2ª edição da FHB, o volume de líquido a ser dinamiza-
do deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco. Já segundo a 3ª edição, este 
mesmo volume de líquido deverá ocupar entre Y. e 2/3 da capacidade do fras-
co, estabelecendo assim, um limite mínimo e máximo. 
 A 1ª edição da FHB padronizou o processo de dinamização como sendo 
um número de 10 sucussões, quando se trata da escala decimal, e de 20 su-
cussões para a escala centesimal. No parágrafo 270 de seu livro Organon, 
Hahnemann já citava o número padronizado de 100 sucussões para ambas as 
escalas. 
 Entretanto, isto é descrito e definido somente na FHB 2ª e 3ª edições. 
Sobre a descrição do método korsakoviano, a 1ª edição da FHB indica que, 
passando de uma potência para outra, também deverão ser aplicadas 20 su-
cussões no frasco, enquanto que a 2ª e a 3ª edição da FHB padronizaram o 
número de sucussões como sendo 100. 
 Ademais, para o método korsakoviano, a 1ª edição da FHB padronizou o 
volume de líquido no frasco único como sendo 5ml, porém, não especificou 
qual poderia ser o volume do frasco utilizado. E de acordo com a 2ª e a 3ª edi-
ções, o frasco deverá ser preenchido com 2/3 do seu volume, independente-
 
 
 
22 
mente de qual seja o volume de liquido. O método de Fluxo Continuo foi criado 
para o preparo de medicamentos homeopáticos em potências elevadas e pre-
parados por um aparelho dinamizador, o qual dispõe de uma entrada e saída 
de água, uma câmara de dinamização e uma hélice de rotação. Cada rotação 
corresponde a uma dinamização, e ocorre o processo de turbilhonamento na 
câmara. Através do aparelho, são fornecidos medicamentos homeopáticos de 
altíssimas potências, embora não haja uma escala definida. 
 Apesar de nos dias atuais ser muito utilizado e bastante prescrito pelos 
médicos homeopatas, este método não foi criado por Hahnemann, mas sim, 
pelo médico inglês James Tyler Kent. Ele cita o método em sua matéria médica 
homeopática. Porém, somente algumas décadas depois é que foram compro-
vados os efeitos terapêuticos de medicamentos preparados por este método. 
Isso explica por que o método de Fluxo Continuo não é citado e explicado na 1ª 
edição da FHB, aparecendo apenas a partir da 2ª edição. 13,4 
 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
 As formas farmacêuticas sólidas são preparadas pelo método de tritura-
ção (caso a droga seja considerada insolúvel) ou impregnação, quando a droga 
encontra-se em estado líquido. A FHB 3ª edição diz que a trituração deve ser 
realizada quando a solubilidade do insumo inerte for inferior a 10% para a es-
cala decimal e inferior a 1% para a escala centesimal. 
Em suas três edições, a FHB descreve a técnica da trituração como sendo de 
forma idêntica para as mesmas. A diferença é que a 2ª e a 3ª edições conside-
ram o fármaco puro (insolúvel) como sendo o ponto de partida para o preparo 
das triturações seguintes. Sendo que para cada " passagem·, o ponto de parti-
da sempre será o triturado do fármaco na potência anterior. Enquanto que a 1ª 
edição da FHB indica que o ponto de partida seria uma trituração-mãe, na qual 
o fármaco está diluído a 1%. Seria uma parte do fármaco para 99 partes de 
insumo inerte (lactose). Primeiramente, deve-se misturar uma parte da tintura-
mãe com uma parte de lactose, e proceder normalmente com a técnica da tritu-
ração a 1 %. 1,2,3,4 
 
 
 
 
 
23 
Figura 5: 
 
 Sabe-se que, para a maioria das Farmacopéias, este já é considerado o 
triturado 1 CH ou 2DH, dependendo da escala. A escala Cinquenta Milesimal é 
a única escala que, por pré-requisito, necessita da trituração até a potência 
3CH, seja a droga solúvel ou insolúvel. A FHB 1ª edição considera válido o 
preparo de uma trituração a partir de um fármaco líquido, desde que, ao se fi-
nalizar o processo, seja calculado o peso final do produto resultante, e se hou-
ver alguma perda da fase líquida por volatilização, este peso deve ser compen-
sado com mais lactose. Segundo a FHB 2ª e 3ª edições. caso o ponto de parti-
da para a trituração seja uma tintura-mãe, deverá ser feita uma correção em 
sua força medicamentosa. 1,2,3,4 
Figura 6: 
 
 
 
 
24 
 Haverá uma evaporação do solvente em uma temperatura inferior a 
5OºC, e posteriormente, deve-se prosseguir com o processo da trituração. Sa-
bendo-se que as tinturas de origem vegetal e animal possuem, respectivamen-
te, a força medicamentosa de 10% e 5%, é válido afirmar que, em cada 100ml 
de tintura, há 10g de droga vegetal ou 5g de droga animal. 
Figura 7: 
 
 
Conversão para a Forma Líquida 
 
As 3 edições da FHB indicam que o medicamento deverá ser triturado até as-
potências 3CH e 6DH. E que a partir de então, a continuidade do procedimento 
de dinamização seria pelo método da diluição e sucussão, para se obter as 
potências seguintes. 1,2,3,4 
A 1ª edição da FHB menciona a solução hidroalcoólica de etanol 20% como 
sendo o insumo inerte para veicular os medicamentos nas demais potências 
(ou seja, de 4CH e 7DH em diante). 2 
Por outro lado, de acordo com a 2ª edição da FHB, para solubilizar os tritura-
dos 3CH e 6DH, utiliza-se etanol 20% (20 partes de etanol para 80 partes de 
água). 3 
 
 
 
25 
 Para ambos os triturados, haverá uma proporção de 1 :100 pN (ou seja, 
um grama de triturado será solubilizado e sucussionado em 99ml de etanol 
20%). Considerando que o triturado 6DH será solubilizado em uma proporç.ão 
1 :100 pN, isto significa que a preparação homeopática passará da potência 
6DH direto para a 8DH. E em função do baixo grau alcoólico, as preparações 
nas potências 4CH e 8DH não serão estocadas. Somente a partir das potên-
cias seguintes, os medicamentos serão veiculados em etanol 70% (p/p) e serão 
estocados. 1,2,3,4 
Segundo a 3ª edição da FHB, para solubilizar o triturado 6DH, utiliza-se a água 
purificada aquecida a temperatura entre 40 e 45ºC. Neste caso, o soluto e o 
solvente estarão em uma proporção de 1 :10. E para o triturado 3CH, o veiculo 
é o etanol 20%, e a proporção será de 1:100. A partir de então, deve-se proce-
der com a diluição e sucussão, para se obter o medicamento, respectivamente, 
nas potências 7DH e 4CH, as quais não serão estocadas. E as potências se-
guintes serão dinamizadas em etanol 77%(v/v) e estocadas. 1,4 
 Os triturados 3CH e 6DH possuem a mesma concentração de insumo 
ativo, isto é, 1ppm (uma parte por milhão). Entretanto, para que seja feita a 
"passagem" respectivamente para as potências 4CH e 7DH e ambas com o 
mesmo volume, deve-se utilizar uma quantidade 10 vezes maior do tritu rado 
6DH em relação ao triturado 3CH, devido ao fato do primeiro estar em escala 
decimal, e o segundo, em escala centesimal. E por este motivo, a FHB 3ª edi-
ção preconiza a utilização de água purificada aquecida para solubilizar o tritu-
rado 6DH. E deste modo, haverá um aumento na solubilidade da maior quanti-
dade de lactose que veicula este triturado. 1,4 
 
6. FARMÁCIA HOMEOPÁTICA 
 
 A farmácia homeopática é o estabelecimento que manipula fórmulas 
magistrais e oficinais,segundo a sua respectiva farmacotécnica. Para isso, de-
ve contar com profissional farmacêutico habilitado, possuir estrutura física e 
técnica adequada e estar regularizada perante a Vigilância Sanitária para o 
exercício dessa atividade. 1 
 
 
 
26 
 Os medicamentos são aviados segundo uma prescrição médica, odonto-
lógica ou veterinária e devem ser registrados em livro de receituário. É permiti-
do às farmácias homeopáticas manter seções de vendas de correlatos e de 
medicamentos não homeopáticos quando apresentados em suas embalagens 
originais. 1 
 Assim como qualquer outro tipo de Farmácia, a Farmácia Homeopática 
deve contar com assistência farmacêutica em tempo integral (responsável téc-
nico ou substituto). As técnicas para as preparações estão descritas na Farma-
copeia Homeopática Brasileira, complementada pelo Manual de Normas Técni-
cas da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas – ABFH (que 
também é reconhecido pela Anvisa), onde estão descritas desde recomenda-
ções sobre as instalações da farmácia ou do laboratório até a dispensação do 
produto final. 1 
 Um insumo ativo é diluído sucessivamente em um insumo inerte em 
proporção definida e constante, sofrendo agitação (no caso de líquidos) ou tri-
turação (no caso de sólidos) depois de cada diluição. Este processo, chamado 
de dinamização, desperta as qualidades curativas sutis da substância medica-
mentosa, ao mesmo tempo em que uma eventual característica tóxica é miti-
gada. 1,2,3,4 
 Os medicamentos homeopáticos são mais comumente utilizados em uso 
interno, como soluções hidroalcoólicas dinamizadas, glóbulos de sacarose, 
pastilhas, comprimidos ou pós. As soluções homeopáticas podem também ser 
incorporadas em veículos apropriados para uso externo, como pomadas, géis, 
cremes, óvulos, supositórios, etc. 1,2,3,4 
 Algumas correntes homeopáticas utilizam a forma injetável. Geralmente, 
o medicamento é identificado pelo seu nome em latim, pela notação binária, 
seguindo a nomenclatura oficial, fazendo com que seja reconhecido pelo mes-
mo nome, seja na Rússia, no Brasil ou na Inglaterra. 1,2,3,4 
 O nome do medicamento é seguido por um número que indica quantas 
vezes ele sofreu o processo de dinamização e por letras que identificam por 
qual método ele foi preparado. 1,3 
 Exemplo: para a Arnica montana 12 CH, foi empregada a Arnica monta-
na L., dinamizada doze vezes, pelo método centesimal hahnemanniano ou CH 
(figura 1). 
 
 
 
27 
 
Figura 8: 
 
 
7. A MANIPULAÇÃO HOMEOPÁTICA 
 
 Para a realização da manipulação homeopática, é essencial que o esta-
belecimento cumpra o preconizado nas legislações vigentes, tais como: 1 
 Habilitação Profissional A Resolução do CFF n° 576, de 28 de ju-
nho de 2013, dá nova redação ao artigo 1º da Resolução CFF n° 
440/2005, que dispõe sobre as prerrogativas para o exercício da 
responsabilidade técnica em homeopatia: 
 Art. 1° - Considerar habilitado para exercer a responsabilidade técnica 
de farmácia ou laboratório industrial homeopático que manipule ou industrialize 
os medicamentos e insumos homeopáticos, respectivamente, o farmacêutico 
que comprovar uma das seguintes qualificações: 
a) ter cursado a disciplina de homeopatia com conteúdo mínimo de 60 (sessen-
ta) horas no curso de graduação, além de estágio obrigatório com o mínimo de 
120 (cento e vinte) horas nas farmácias de Instituições de Ensino Superior ou 
 
 
 
28 
conveniadas, em laboratórios de medicamentos e/ou de insumos homeopáti-
cos; 
b) possuir título de especialista ou curso de aprimoramento profissional em 
homeopatia que atenda as resoluções vigentes do Conselho Federal de Far-
mácia. 
 Vale ressaltar que o gerenciamento da qualidade engloba a documenta-
ção de todos os processos (elaboração de Manual de Boas Práticas, contendo 
todos os Procedimentos Operacionais Padrão), a avaliação farmacêutica das 
receitas, a qualificação de fornecedores, o controle de qualidade das matérias-
primas e produtos acabados, bem como a orientação ao paciente. 
 A farmácia homeopática como Estabelecimento de Saúde O art. 3° da 
Lei nº 13.021 estabelece que a farmácia é uma unidade de prestação de 
serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à sa-
úde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processem a 
manipulação e/ou a dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, 
farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, 
produtos farmacêuticos e correlatos. Assim, cabe ao farmacêutico ho-
meopata fundamentar e implantar todas estas ações (BRASIL, 2014a). 
 A farmacotécnica homeopática baseia-se em diluições seguidas de su-
cussões e/ou triturações e dinamização seguidas, que de acordo com a Far-
macopeia Homeopática Brasileira. 9 
 
 a) apresentam finalidade preventiva e terapêutica. 
 
Figura 9: 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
8. CONCLUSÃO 
 
 Dependendo do caso clinico de um determinado paciente, algumas ve-
zes pode ser necessário que o médico homeopata prescreva mais de um me-
dicamento. em associação, para se obter uma resposta terapêutica mais efici-
ente e/ou mais rápida. Tanto que hoje já foram desenvolvidas formulações ho-
meopáticas padronizadas, para algumas enfermidades. A FHB 1 ª Edição não 
faz menção as técnicas de preparo das formulações homeopáticas contendo 
mais de um insumo ativo. 
 Em seu livro "Organon da Arte de Curar" Hahnemann já citava a escala 
homeopática cinqüenta milesimal (LM) no parágrafo 270, e descrevia detalha-
damente as técnicas de preparo de um medicamento homeopático nesta esca-
la, que ainda hoje é um pouco menos abordada e prescrita pelos médicos do 
que as outras. Trata-se de uma escala homeopática cujas diluições e potências 
são altíssimas, e a sua descrição não consta na 1ª edição da FHB. 
 Na FHB 1ª edição também está ausente a forma farmacêutica de papéis 
de lactose, na qual o medicamento é veiculado na forma de pós em dosagens 
individuais. 
 Em se tratando de medicamentos homeopáticos cujas origens sejam 
drogas vegetais, é importante que seja estabelecido o período de coleta ideal, 
e também, a parte da planta a ser coletada (ou a planta inteira). Pois havendo 
este controle, haverá também uma garantia de que o ponto de partida para a 
forma farmacêutica básica seja sempre o mesmo. Assim, pode-se obter um 
produto com maior reprodutibilidade. Na FHB 1ª edição não há menção das-
condições a serem observadas com relação á coleta da espécie vegetal. 
 De uma forma geral, considerando e analisando os principais aspectos e 
capítulos da Farmacopéia Homeopática Brasileira e seus respectivos conteú-
dos, conclui-se que este compêndio tomou-se cada vez mais completo. Sendo 
que da 1ª para a 2ª edição, a elaboração da FHB melhorou e evoluiu em quase 
todos os tópicos, bem mais do que da 2• para a 3ª edição. Esta última mudan-
ça consistiu apenas na adição de algumas informações e monografias de ou-
 
 
 
30 
tros fármacos, além dos que já haviam sido citados. E também, consistiu na 
mudança do veículo utilizado para a solubilização de um triturado 6DH. 
 Além de algumas alterações importantes e significativas na descrição 
dos métodos farmacotécnicos homeopáticos, também foram estabelecidas e 
definidas algumas informações a respeito de teores alcoólicos e de princípios 
ativos nas formas farmacêuticas, principalmente àquelas destinadas à dispen-
sação para o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
9. REFERÊNCIAS 
 
1. ALVES, Thais Muniz Estudo da Evolução da Farmacopéia Homeopática 
Brasileira (da 1ª a 3ª edição). Rio de Janeiro. RJ. Instituto Hahnemanni-
ano do Brasil. 2014. 25 f Orientador: Ilídio Ferreira Afonso 
2. Farmacopéia Homeopática Brasileira. 1. ed. São Paulo: Andrei, 1977. 
3. Farmacopéia Homeopática Brasileira. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1997. 
4. Farmacopéia Homeopática. 3 ed. Brasília,Anvisa 2011. 
5. FILHO, A. R. A lnsütucionalização da Homeopatia no Brasil, Revista de 
Homeopatia, 71 , 1, PP 70-73, 2008. 
6. HAHNEMANN, S. Organon da Arte de Curar. 6. ed. São Paulo: GEHSP, 
2007. 
7. OLNEY, F. Farmácia Homeopática: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: 
Maneie, 2005. 
8. MEIRA, A. S.; GALLO, 1. Homeopatia no Brasil: A introdução da home-
opatia no Brasil.Disponível em: http://www.homeoint. org/articles/ meira-
lhistoria.htm. Acessado em 20/ 11/2011. 
9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 2011

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