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Técnicas anestésicas para a clínica geral É um dos três componentes essenciais do arsenal dos anestésicos locais (junto com a agulha e o cartucho). Ela é o veículo através do qual o conteúdo do cartucho anestésico é administrado ao paciente através da agulha. → Tipos de seringa: (citadas na aula) ◦ Com aspiração, metálica, de carga lateral e de tipo cartucho; ◦ Com aspiração, plástica, de carga lateral e de tipo cartucho; ◦ Auto aspiração, metálica, de carga lateral e de tipo cartucho; As seringas que não permitem aspiração não vão ser discutidas porque seu uso aumenta de maneira inaceitável o risco de administração intravascular inadvertida de drogas. O uso de seringas aspirantes constitui o padrão de cuidado. → Critérios para aceitação de seringas para anestésicos locais: 1. Elas devem ser duráveis e capazes de suportar a esterilização repetida sem danos. (Se for descartável, a unidade deve ser embalada num recipiente estéril). 2. Elas devem ser capazes de aceitar uma grande variedade de cartuchos e de agulhas de fabricantes diferentes e possibilitar o uso repetido. 3. Elas devem ser econômicas, autocontidas, leves e de uso simples com uma das mãos. 4. Elas devem proporcionar a aspiração efetiva e ser elaboradas de tal modo que o sangue possa ser observado facilmente no cartucho. A seringa metálica tipo cartucho carregada lateralmente (cartucho inserido na seringa pela lateral) é a mais comumente usada em odontologia. → Agulha é presa ao tubo da seringa pelo adaptador da agulha; → Agulha passa então ao tubo, onde penetra o diafragma do cartucho de anestésico local; → O adaptador da agulha é removível e por vezes descartado inadvertidamente junto com a agulha descartável; A seringa com aspiração possui um arpão, utilizado para penetrar a grossa tampa de borracha de silicone (tampão) do lado oposto do cartucho. Ao ser exercida pressão negativa sobre o anel do polegar por parte do administrador, o sangue entra pela agulha, desde que ela seja de calibre adequado, e fica visível no cartucho caso a ponta de agulha esteja na luz de um vaso sanguíneo. Uma pressão positiva aplicada ao anel do polegar força o anestésico local para a luz da agulha e os tecidos em qualquer lugar em que se encontre a ponta da agulha. Seringas com auto aspiração foram desenvolvidas para aumentar a facilidade da aspiração. Essas seringas usam a elasticidade do diafragma de borracha no cartucho anestésico para obter pressão negativa necessária para a aspiração. O diafragma se encontra sobre uma projeção metálica no interior da seringa que dirige a agulha para o cartucho. Agindo diretamente sobre o cartucho através do disco do polegar ou indiretamente pelo êmbolo da seringa, a pressão distorce o diafragma de borracha, produzindo pressão positiva no cartucho anestésico. Ao ser liberada essa pressão, acumula-se no cartucho pressão negativa suficiente para permitir a aspiração. O anel do polegar produz o dobro da pressão negativa produzida pelo êmbolo da seringa. → Cuidado e manuseio: 1. Após cada uso, deve ser lavada e enxaguada; 2. Depois de cada cinco autoclavagens, deve ser desmontada e devem-se lubrificar levemente todas as juntas de rosca; 3. O arpão deve ser limpo com escova após cada uso; 4. O uso prolongado do arpão acarreta diminuição do corte; → Problemas: 1. Vazamento durante a injeção; 2. Arpão torto; 3. Desprendimento do arpão do êmbolo durante a aspiração: ◦ Pressão excessiva; ◦ Agulha calibre 30; É o veículo que permite que a solução anestésica local passe o cartucho odontológico para os tecidos ao redor da ponta da agulha. → Agulha de aço inoxidável; → Agulha descartável; → Pré-esterlizadas (produzidas para injeções intraorais dentárias, descartável); → Componente mais perigoso; Agulhas reutilizáveis não devem ser usadas para injeções. → Anatomia de uma agulha: É constituída de uma peça única de metal tubular em torno da qual é colocado um adaptador plástico ou metálico para seringas e a fixação da agulha. Todas as agulhas têm em comum: 1. Bisel; 2. Corpo; 3. Fixação; 4. Extremidade; O bisel define a ponta ou a extremidade da agulha. Os biséis são descritos pelos fabricantes como longos, médios e curtos. Quanto maior dor o ângulo do bisel com o eixo longo da agulha, maior será o grau de deflexão quando a agulha atravessar o hidrocoloide (ou os tecidos moles da boca). O corpo da agulha é uma peça longa de metal, tubular que vai da ponta da agulha até a sua fixação e continua como a peça que penetra o cartucho. A fixação é uma peça plástica ou metálica pela qual a agulha é presa à seringa. A extremidade de penetração do cartucho da agulha odontológica se estende através do adaptador da agulha e perfura o diafragma do cartucho de anestésico local. → Calibre: Designa o diâmetro da luz da agulha: quanto maior for o número, menor será o diâmetro da luz. Uma agulha calibre 30 tem um diâmetro interno menor do que uma agulha calibre 25. Há uma tendência ao uso de agulhas de diâmetro menor (calibre de número mais alto), com base na suposição de que elas são menos traumáticas para o paciente do que agulhas com diâmetro maior. As agulhas de calibre maior há uma deflexão menor à passagem da agulha pelos tecidos. Isso leva a uma precisão maior durante a inserção da agulha (ela vai numa linha mais reta) e, espera-se uma frequência maior de êxito, especialmente em técnicas em que a profundidade do tecido mole penetrado é significativa. Agulhas de calibre menor tem maior resistência à aspiração: aumento na probabilidade de que o arpão metálico se desprenda do êmbolo durante a aspiração. → Técnica da inserção birrotacional (TIBR): Uma técnica em que o operador efetua a rotação da peça manual ou da agulha num movimento de rotação para diante e para trás enquanto faz a agulha avançar através do tecido mole. O desvio pela deflexão da agulha pode ser minimizado ou eliminado, independentemente do comprimento ou do calibre de uma agulha, desde que a inserção fosse efetuada usando-se a técnica de inserção birrotacional. A deflexão de uma agulha é uma consequência de forças resultantes agindo sobre o bisel da agulha durante a penetração tecidual e o avanço da agulha. → Comprimento: As agulhas odontológicas estão disponíveis em três comprimentos: longas, curtas e ultracurtas. As agulhas ultracurtas estão disponíveis unicamente de calibre 30. O comprimento de uma agulha curta situa-se entre 20 e 25 mm, com padrão em torno de 20 mm, e é de 30 a 35 mm para a agulha odontológica longa, com padrão em torno de 32 mm. As agulhas não devem ser inseridas totalmente nos tecidos até sua fixação, a não ser que isso seja absolutamente necessário para o sucesso da injeção. Uma razão para essa precaução é a quebra da agulha, que ocorre efetivamente, embora seja rara. A parte mais fraca da agulha (a mais rígida, a que recebe o maior estresse durante o avanço da agulha pelos tecidos) está na fixação, que é onde se dá a quebra da agulha. → Cuidado e manuseio: 1. As agulhas nunca devem ser usadas em mais de um paciente; 2. As agulhas devem ser trocadas depois de várias (3 ou 4) penetrações teciduais no mesmo paciente; a. Depois de 3 ou 4 inserções, as agulhas descartáveis de aço inoxidável ficam embotadas. A penetração nos tecidos se torna progressivamente mais traumática a cada inserção, produzindo dor à inserção e irritabilidade quando a sensação retorna após o procedimento; 3. As agulhas devem ser cobertas com uma bainha protetora quando não estiverem sendo usadas, para evitar a picada acidental por uma agulha contaminada; 4. Deve-se dar atenção sempre à posição da ponta da agulha não coberta, quer dentro ou fora da bocado paciente. Isso diminui muito o risco potencial da lesão ao paciente e ao administrador; 5. As agulhas devem ser descartadas de maneira apropriada após o uso para evitar uma possível lesão ou nova utilização por indivíduos não autorizados. As agulhas podem ser destruídas por qualquer uma das seguintes maneiras: a. Agulhas contaminadas devem ser descartadas em recipientes especiais para itens “contaminados” ou “pontiagudos”; b. O uso apropriado de uma agulha ou unidade de seringa autoembainhada minimiza o risco de picada acidental por agulhas; c. Em casos em que as agulhas forem ser reutilizadas em injeções subsequentes, tampar novamente a agulha usando-se a técnica de “encaixe” ou um porta-agulha; d. Agulhas contaminadas nunca devem ser descartadas em recipientes de lixo abertos; → Problemas: 1. Dor à inserção; 2. Quebra; 3. Dor à retirada; 4. Lesão ao paciente ou administrador; → Recomendações: 1. Devem ser usadas agulhas descartáveis estéreis; 2. Se múltiplas injeções vão ser administradas, deve-se trocar a agulha depois de 3 ou 4 inserções num mesmo paciente; 3. As agulhas nunca devem ser usadas em mais de um paciente; 4. As agulhas não devem ser inseridas num tecido até sua fixação, a não ser que isso seja absolutamente necessário para o sucesso da injeção; 5. Não se deve alterar a direção de uma agulha enquanto ela ainda estiver no tecido; 6. Uma agulha nunca deve ser forçada contra resistência; 7. As agulhas devem permanecer tampadas até que sejam usadas e devem ficar seguras imediatamente após a retirada; 8. As agulhas devem ser descartadas e destruídas depois do uso para evitar lesão ou reutilização por pessoas não autorizadas; É um cilindro de vidro que contém a droga anestésica local, entre outros ingredientes. Volume padrão. No Brasil, é de 1,8 ml. Vidro (melhor) ou plástico (pior). → Problemas relacionados ao cartucho de plástico: 1. Vazamento de solução durante a injeção; 2. Necessidade de que uma força considerável seja aplicada ao êmbolo da seringa; 3. O pistão não “desliza” pelo cartucho de plástico tão suavemente como faz no cartucho de vidro; 4. Ocasionando jatos súbitos de administração do anestésico local, que podem causar dor ao paciente; 5. São permeáveis ao ar; 6. A exposição ao oxigênio acarreta a degradação mais rápida do vasoconstritor no cartucho e período de vida útil mais curto; → Componentes: 1. Tubo de vidro cilíndrico; 2. Tampão (êmbolo); 3. Tampa de alumínio; 4. Diafragma; O tampão está relacionado na extremidade do cartucho que recebe o arpão de seringa aspirante. O arpão é inserido no êmbolo de borracha de silicone com uma pressão leve do dedo aplicada ao anel do polegar da seringa. O êmbolo ocupa pouco menos de 0,2 ml do volume de todo o cartucho. Uma tampa de alumínio está localizada na extremidade oposta de um cartucho em relação ao êmbolo de borracha. Ela se ajusta bem em torno do colo do cartucho de vidro, mantendo em posição o fino diafragma. Geralmente tem uma cor prateada. O diafragma é uma membrana semipermeável através da qual a agulha penetra no cartucho. Quando preparada corretamente, a perfuração da agulha se localiza centricamente e é arredondada, formando um fecho hermético em torno da agulha. A preparação incorreta da agulha e do cartucho pode produzir uma punção excêntrica e orifícios ovoides, ocasionando o vazamento da solução anestésica durante a injeção. → Conteúdo: O conteúdo depende da presença de um vasoconstrictor. A droga anestésica local é a razão de ser de todo cartucho odontológico. Ela interrompe o impulso nervoso propagado, impedindo que ele chegue ao cérebro. A droga contida no cartucho está relacionada por sua concentração percentual. Uma droga vasopressora é incluída em muitos cartuchos anestésicos locais para aumentar a segurança, a duração e a profundidade de ação do anestésico local. O pH dos cartuchos odontológicos contendo vasopressores é mais baixo (mais ácido) que aquele dos cartuchos que não contêm vasopressores (pH de 3,5 vs. 6,5). Por causa dessa diferença de pH, os anestésicos locais simples têm início de ação clínica um pouco mais rápido e são mais confortáveis. Os cartuchos que contêm vasopressores incluem também um autioxidante, mais comumente bissulfeto de sódio. O bissulfeto de sódio impede a oxidação do vasopressor pelo oxigênio, que pode ficar preso no cartucho durante a fabricação ou se difundir pelo diafragma semipermeável após o enchimento do cartucho. O cloreto de sódio é adicionado ao cartucho para tornar a solução isotônica em relação aos tecidos do corpo. A água destilada é usada como diluente para proporcionar o volume de solução no cartucho. → Cuidado e manuseio: 1. Geralmente comercializados em 5 blisters com 10 cartuchos cada; 2. Não há referência quanto a esterilidade da superfície exterior; 3. Culturas bacterianas obtidas imediatamente após a abertura não produziram crescimento; 4. Não devem ser autoclavados (desinfecção, se necessário); 5. Devem ser armazenados em seu recipiente original, sob temperatura ambiente e em local escuro; 6. Não deixar sob luz solar direta (comprometimento do vasopressor); 7. Não se deve permitir a imersão em álcool ou outras soluções. a. Diafragma semipermeável; b. Difusão para o interior do cartucho; → Problemas: 1. Bolhas no cartucho; 2. Êmbolo estruído; 3. Ardência à injeção; 4. Êmbolo pegajoso; 5. Corrosão da tampa; 6. Ferrugem na tampa; 7. Extravasamento durante a injeção; 8. Cartuchos quebrados; → Recomendações: 1. Os cartuchos odontológicos nunca devem ser usados em mais de um paciente; 2. Os cartuchos devem ser armazenados à temperatura; 3. Não é necessário aquecer os cartuchos antes do uso; 4. Os cartuchos não devem ser usados após expirar sua validade;
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