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#Carolina R. Dobrotinic AULA 02 HAM V Ombro Anatomia O ombro é formado por 4 articulações separadas. O movimento do ombro é um movimento combinado de todas as 4 articulações: 1. Articulação esternoclavicular. 2. Articulação do ombro (glenoumeral). 3. Articulação acromioclavicular. 4. “Articulação escapulotorácica” A articulação do ombro é a que possui a maior amplitude de movimento do corpo ● Flexão: 0°-170° ● Extensão: 0°-60° ● Abdução: 0°-170°/180° ● Rotação medial: até a região torácica da coluna vertebral ● Rotação lateral: até 70° “Manguito rotador”: inserção confluente “em ferradura” de 4 tendões de músculos estabilizadores que se inserem na parte proximal do úmero (tubérculos maior e menor). Músculos do MR mantêm a cabeça do úmero acomodada na cavidade glenoidal durante todos os movimentos Exame físico Inspeção estática Vestígios de lesão traumática, como edema e equimose, deformidades características como ombro em “cabide” ou em “dragona”, presentes na luxação anterior, o sinal da “tecla”, típico de luxação acromioclavicular e cicatrizes que podem indicar processo cirúrgico anterior. Deformidades das colunas cervical e torácica com repercussão no formato, posição, simetria e mobilidade da escápula (escoliose e cifoses ocasionadas por espondilose e espondilite, osteocondrose vertebral) ou por doenças congênitas como deformidade de Sprengel ou síndrome de Klippel-Feil. Alterações de postura (cifose) são também identificadas. Alterações do relevo muscular, como atrofias musculares, principalmente do supra e infraespinhal, do deltoide ou redondo menor, que possam estar relacionadas, respectivamente, com lesão dos nervos supraescapular e axilar, ou hipotrofias musculares de desuso, comuns nas lesões maciças de longa evolução do manguito rotador. Escápula alada que aparece nas lesões primárias do músculo serrátil anterior devido a lesões traumáticas ou inflamatórias do nervo torácico longo. Miopatias com comprometimento de toda a cintura escapular, como na distrofia fascioescapuloumeral. Posição anormal do membro superior livre em relação à escápula, como na paralisia obstétrica, em que há rotação interna e adução do braço. Deformidade do ventre muscular do bíceps, o conhecido sinal de “Popeye”, sugestivo de ruptura da sua cabeça longa. Inspeção dinâmica Palpação Articulação esternoclavicular – verifica-se se há dor, edema e mobilidade anormal. Clavícula – verifica-se se há deformidade palpável, dor, edema e crepitação, sinais de traumatismo recente. Articulação acromioclavicular – verifica-se se há dor, edema, crepitação e mobilidade anormal, esta última pelo “sinal da tecla”, quando a extremidade lateral da clavícula, luxada, após ter sido reduzida por compressão digital, retorna à posição anterior de luxação, como se fosse tecla de piano Região supraespinhal, infraespinhal e deltóidea – a massa muscular que deve ter consistência elástica própria do tecido muscular, sem espessamentos endurecidos, como ocorre na fibrose do deltoide por injeções intramusculares; sob a camada muscular procura-se palpar a bolsa serosa subdeltóidea que pode estar aumentada de volume e dolorosa (bursites traumáticas e não traumáticas), o tubérculo maior do úmero e os tendões dos músculos supra e infraespinhal e redondo menor nele inseridos, que estão dolorosos nas tendinites calcárias ou não, e nas rupturas do manguito rotador, o tubérculo menor onde se insere o subescapular e o sulco intertubercular do úmero, onde se aloja o tendão da cabeça longa do músculo bíceps que está doloroso nas tendinites agudas e crônicas Força muscular Os objetivos da aplicação dos testes de força para os ombros são o diagnóstico de lesões do manguito rotador, alterações neurológicas, retorno aos esportes após lesão, avaliar risco de lesão e reabilitação pós-operatória. Testes especiais ➔ Grupo 1 – Testes relacionados com síndrome do impacto e avaliação do manguito rotador (positivos se sentir dor) ❖ Teste do impacto de Neer O membro superior (MS), em extensão e rotação neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula, pelo examinador; nessa situação, o tubérculo maior do úmero (TM) projeta-se contra a face anteroinferior do acrômio e reproduz o impacto, com a dor característica provocada pela compressão da bursa e do tendão supraespinhal. ❖ Teste do impacto de Hawkins-Kennedy O MS é colocado em 90° de elevação, em rotação neutra e com o cotovelo fletido em 90° , e passivamente rodado rapidamente para dentro, pelo examinador; nessa posição, o TM é projetado contra o ligamento coracoacromial e o tubérculo menor se aproxima da ponta do processo coracoide, podendo também reproduzir o discutido “impacto coracoide” (impacto anterointerno de Gerber). ❖ Teste do impacto de Yokum O paciente coloca a mão sobre o ombro oposto, como no teste funcional “mão no ombro oposto”, e procura fletir o braço elevando ativamente o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular; nesse movimento, o TM se desloca não só sob o ligamento coracoacromial, mas também sob a articulação acromioclavicular que, se for saliente pela possível presença de osteófitos, agravará a queixa dolorosa. ➔ Avaliação domúsculo supraespinhal ❖ Teste do supraespinhal Indica alteração do SE, que é testado pela elevação ativa do MS no plano da escápula, em extensão e rotação neutra, contra a resistência oposta pelo examinador. A resposta poderá ser apenas dor na face anterolateral do ombro acompanhada ou não de diminuição da força ou mesmo da incapacidade de elevar ativamente (pseudoparalisia) o MS, que indica desde tendinites, até rupturas parciais ou completas do tendão. ❖ Teste de Jobe É semelhante ao teste do SE, mas é feito com o MS em rotação interna, posição que sensibiliza a tensão exercida no tendão do SE; as respostas são semelhantes às do teste anterior. ➔ Avaliação domúsculo infraespinhal ❖ Teste do infraespinhal É feito com o MS ao lado do tórax e o cotovelo em 90° de flexão, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a rotação externa do braço contra a resistência oposta pelo examinador e as respostas são avaliadas como nos testes anteriores ❖ Teste de Patte O paciente é instruído a realizar uma abdução de braço a 90º, flexão do cotovelo à 90º e, rotação externa do braço contra a resistência do terapeuta imposta na altura do punho do paciente. Esse teste será mais direcionado para o tendão do músculo infra-espinhoso. Sugere-se que o movimento inicie com o braço ainda em rotação interna e após realize o movimento de rotação externa contra resistência gradual ➔ Avaliação domúsculo subescapular ❖ Teste de Gerber ou lift off test O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5, como na prova funcional “mão/costas”, e procura ativamente afastá-la das costas; a incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento, se feito passivamente pelo examinador, indica grave lesão do subescapular ❖ Abdominal press test O paciente coloca a mão no abdome, mantendo o braço em alinhamento no plano coronal; ao forçar a mão contra o abdome, o cotovelo se deslocará posteriormente se o subescapular estiver lesado. ➔ Avaliação de tendinite bicipital ❖ Teste de Speed (palm up test) Realizar a flexão ativa do MS, em extensão e em rotação externa, contra a resistência oposta pelo examinador; o paciente acusa dor ao nível do sulco intertubercular com ou sem impotência funcional associada ❖ Teste de Yergason Paciente com o cotovelo em 90° e antebraço pronado. O examinador, segurando o punho do paciente, pede para ele realizar supinação contra a resistência. É positivo se o paciente relatar dor na goteira bicipital ➔ Grupo 2 – testes relacionados com a estabilidade glenoumeral ❖ Teste da instabilidade anterior ou da apreensão O examinador, colocando-se atrás do paciente, executa com uma mão a abdução, rotação externa e extensão passivas forçadas do braço do paciente, ao mesmo tempo que pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da cabeça do úmero tentando deslocá-la. Quando há instabilidade anterior, a sensação de luxação iminenteprovoca temor e apreensão do paciente. ❖ Teste da instabilidade posterior (Fukuda) O examinador faz a adução, flexão e rotação interna passivas do braço do paciente procurando deslocar posteriormente a cabeça do úmero; quando há instabilidade posterior, a cabeça do úmero resvala na borda posterior da glenoide e luxa ❖ Teste da “gaveta” anterior e posterior Colocando-se por trás do paciente que está em pé ou sentado e com o braço ao lado do corpo, o examinador fixa, com uma das mãos espalmada sobre o ombro, a escápula do paciente e com a outra segura firmemente a cabeça do úmero que procura deslocar em sentido anterior e posterior. ❖ Teste do sulco O braço do paciente que está posicionado ao lado do corpo é puxado pelo examinador em sentido caudal. O braço do paciente que está posicionado em 90° de abdução é forçado para baixo pelo examinador; o aparecimento de um sulco de 1cm ou mais entre o acrômio e a cabeça do úmero indica frouxidão capsuloligamentar
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