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RESUMO Direito Penal I - Princípios, lei penal no tempo e no espaço e teoria do crime

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Aula 03/03: 
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE / RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA – 
O princípio possui raiz constitucional (implícita), deduzindo-se do inciso LVII do art. 5º e do princípio da 
dignidade da pessoa humana. Imputação subjetiva – Não podemos ser responsáveis pelos nossos atos, desde 
que não tenha dolo ou culpa. 
Atualmente, compreende-se que o princípio possui três importantes dimensões: 
 
 a) a proibição de responsabilização penal sem dolo ou culpa; 
 
 b) a vedação de aplicação da pena sem culpabilidade, isto é, desprovida de imputabilidade, 
possibilidade de conhecimento da ilicitude do ato e exigibilidade de outra conduta (vide Título II, 
Capítulo 8, item 3.3); 
 
 c) a gravidade da pena deve ser proporcional à gravidade do fato cometido. 
 
 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – 
• Taxatividade – O tipo penal deve ser claro, preciso e determinado. A lei deve descrever a conduta 
delituosa com todos os seus elementos e circunstancias. 
Passeando pela praça você é preso por praticar atos imorais contra às pessoas e isso tem pena de 
dois a cinco anos, mas o a pergunta é o que seria atos imorais, logo isso seria ilegal, pois não é 
taxativo e nem detalhado 
Pode analogia, caso seja usada em favor do réu, caso contrário é proibido. 
• Anterioridade – A Lei deve estar vigente no momento do ato lesivo para que se possa ser utilizada. 
A lei só pode punir fatos que decorram depois do início da sua vigência. 
Uma pessoa parada na rua por um policial, que acusa ela de ter jogado lixo na rua, mas isso 
ocorreu na semana passada, e ele lhe prende por uma lei que foi criada no dia de hoje. Isso é 
ilegal, pois apenas condutas a partir da criação da lei devem ser punidas e não anteriormente 
• Reserva legal e normas penais em branca – Quando a descrição do tipo é incompleta, exigindo 
outro dispositivo para sua aplicabilidade. Somente a lei poderá legislar sobre matéria penal. (Lei de 
drogas). 
Uma pessoa ser presa por um policial, por estar cometendo um ato que o policial considera crime, 
porém aquele ato não consta na lei como crime e nem punição para ele. 
Ps: Só a lei pode punir uma conduta ou defini-la como crime 
 
Exclusiva da União. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA / BAGATELA – O direito penal não deve se preocupar com 
condutas que não lesem o bem jurídico ou que tenham baixo grau de reprovabilidade social, ou seja, as 
condutas que não lesarem minimamente um bem jurídico não poderão ser tipificadas como crime, pois há 
inexistência de tipicidade material – a lesão a um bem jurídico. 
Segundo o STF para que possamos aplicar esse princípio é preciso que haja 4 requisitos: 
- Mínima ofensividade da conduta do agente; 
- Ausência de periculosidade social da ação; 
- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
- Inexpressividade da lesão jurídica. 
Para o STJ, além dos requisitos de ordem objetiva do STF, é preciso que haja o requisito de ordem subjetiva, 
que é o valor sentimental do bem. 
Exemplo compatíveis: crimes contra o patrimônio, desde que não violentos. Crimes contra a honra. 
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE / OFENSIVIDADE – Proíbe a incriminação de conduta meramente 
interna, subjetiva e que, não lesa o bem jurídico (valores e costumes indispensáveis para a convivência 
pacifica da sociedade – vida). 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE / RAZOABILIDADE – Deriva da limitação das penas 
consideradas desumanas (art. 5º, XLVIII da CF). A dignidade da pessoa humana, aparece como um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil. A pena aplicada deverá ser proporcional ao bem lesado, a 
sua reprovabilidade perante a sociedade, bem como as condições do agente. Em matéria penal, a exigência 
de proporcionalidade deve ser determinada no equilíbrio que deve existir na relação entre crime e pena. 
• Equilibrar os direitos individuais com os anseios da sociedade. 
• Nenhuma garantia constitucional goza de valor supremo e absoluto, de modo a aniquilar outra 
garantia de valor e grau equivalente. 
Exemplos: Art. 121 do CP, “matar alguém” – pena de reclusão de 6 a 20 anos, porém são analisados os 
requisitos do ato de matar alguém. Os requisitos se encontram no § 1º do próprio artigo 121 do CP. 
Verifica-se a proporcionalidade do crime, para que ocorra a sua punibilidade. 
Observa-se em dois momentos: 
1. Criação da Lei 
Há três dimensões do Princípio da Proporcionalidade: 
1. Princípio da adequação da pena – pena criminal adequada para proteger um bem jurídico; 
2. Necessidade da pena – pena criminal como necessário para proteger um bem jurídico a partir de 
uma lesão abstrata ou concreta; 
3. Proporcionalidade em sentido estrito – a proporcionalidade em relação à natureza e extensão da 
lesão abstrata ou concreta do bem jurídico. 
 
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA – Previsão normativa constitucional no Art. 5º, 
XLVI. Vai individualizar, no caso concreto, a pena de cada sujeito ainda que os dois tenham cometido o 
mesmo crime em concurso. 
Exemplo: A e B cometem, em concurso de pessoas, o crime de roubo, enquanto A tem várias condenações, 
B é réu primário e com bons antecedentes. Não é justo que os dois sejam condenados com a mesma pena, 
e por isso existe o princípio da individualização da pena. 
O princípio tem aplicação em 3 fases distintas: 
1. Legislativa – expressa no texto constitucional; 
2. Judicial – previsão legal no Art. 59 do CP; 
3. Administrativa – diz respeito a execução da pena, com previsão legal no Art. 5º, XLVII da CF. 
 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA – O Direito penal só deve ser aplicado quando estritamente 
necessário, de forma que a sua invocação, só será necessária após o fracasso dos outros ramos do Direito e 
ainda assim, quando houver relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. 
• Caráter subsidiário: 
• Caráter fragmentário. 
 
Exemplo: Crime de furto – Um indivíduo furta um pão da padaria, em tese, ele praticou o crime de furto. 
Mas a lesão não é relevante ao patrimônio da vítima. 
PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE / PERSONALIDADE E INTRANSCENDÊNCIA – Previsão legal 
no Art. 5º, XLV da CF/88. 
A pena é pessoal e intrasferível, não pode passar da pessoa do condenado. Em se tratando de matéria penal, 
a punibilidade está extinta com a morte do condenado. No campo Cível, os herdeiros respondem pelas 
dívidas do falecido até os limites de sua herança (efeitos extrapenais). A pena de multa não se transfere aos 
sucessores por ter natureza de pena (Art. 5º, XLV, “c” da CF/88). 
Dos efeitos da Condenação: Art. 91, incisos I, II e parágrafos do CP. 
PRINCÍPIO DA VETAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO – 
 
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE - As normas penais devem sempre dispensar tratamento humanizado 
aos sujeitos ativos de infrações penais, vedando-se a tortura, o tratamento desumano ou degradante (CF, 
art. 5º, III), penas de morte, de caráter perpétuo, cruéis, de banimento ou de trabalhos forçados (CF, art. 5º, 
XLVII). Este princípio, derivado da dignidade da pessoa humana, constitui, no dizer de Luiz Luisi, 
“postulado reitor do cumprimento da pena privativa de liberdade”. Deve-se advertir, todavia, citando mais 
uma vez o saudoso penalista, que: “o indeclinável respeito ao princípio da humanidade não deve obscurecer 
a natureza aflitiva da sanção penal”. 
 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL - O Direito Penal há de ser produzido e aplicado com um 
mínimo de racionalidade. A tipificação de fato socialmente adequado deve ser repudiada e, dada sua 
incompatibilidade com o princípio da dignidade da pessoa humana, tida por inconstitucional. É importante, 
todavia, não confundir adequação social com mera leniência ou indulgência. Aquilo que pode ser tolerado 
por um setor da sociedade jamais será, só por isso, socialmente adequado. 
 
 
 
Aula 05/03 
Art. 6º do CP – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
LOCALDO CRIME 
1. TEORIA DA UBIQUIDADE OU TEORIA MISTA – É local do crime aonde praticou a ação 
e onde obteve-se o resultado. Usado para que não se tenha uma lacuna na Lei. NÃO 
ACONTECE A POSSIBILIDADE DE IMPUNIDADE. 
Exemplo: Maradona atira um míssil da Argentina, em direção ao Brasil e mata Pelé. 
 
Art. 5º do CP – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. 
1. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (REGRA) – aplica a lei penal do local do crime. 
Não importa a nacionalidade dos envolvidos ou do bem jurídico tutelado (este é o princípio regra, 
o mais utilizado). 
 
1.1 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA / RELATIVA – Algumas 
situações, a regra pode não ser aplicada. Preserva-se a aplicabilidade da lei internacional 
no Brasil. 
 
DEFINIÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO PARA QUE SE APLIQUE A LEI BRASILEIRA: 
Entende-se por território nacional a soma do espaço físico (ou geográfico) com o espaço jurídico (espaço 
físico por ficção, por equiparação, por extensão ou território flutuante). 
 
1. TERRITÓRIO FÍSICO: O espaço terrestre, marítimo ou aéreo, sujeito à soberania do Estado 
(solo, rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa – 12 milhas 
marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continente e insular – e espaço 
aéreo correspondente). 
 
2. TERRITÓRIO JURÍDICO: Expresso no § 1º do art. 5º do CP – “Para os efeitos penais, 
consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.” 
 
SITUAÇÃO: 
João, brasileiro, mata José (argentino). Ocorre que o crime foi praticado em uma aeronave brasileira, 
pública, no aeroporto de Buenos Aires. Pergunta-se: Qual legislação será aplicada no caso? 
A legislação brasileira, pois conforme o § 1º do art. 5º do CP, considera-se como extensão território 
nacional, aeronaves brasileiras de natureza pública onde quer que se encontrem (princípio da 
territorialidade). 
1. INTRATERRITORIALIDADE – O crime ocorre em territorial nacional, mas permite-se que 
aplique a lei estrangeira. 
 
 
2. EXTRATERRITORIALIDADE – O crime ocorre em território estrangeiro, mas permite-se que 
aplique a lei brasileira. 
 
Art. 7º - identificar hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, condicionada e hiper condicionada. 
 
• Extraterritorialidade incondicionada – Os casos mais graves são os de extraterritorialidade 
incondicionada, em que nossa lei se aplica aos fatos praticados no exterior, independentemente de 
qualquer condição (art. 7º, I associado ao § 1º). 
 
• Extraterritorialidade condicionada – Nas hipóteses de extraterritorialidade condicionada, a 
aplicação de nossa lei depende do concurso de diversas condições (art. 7º, II e § 2º e 3º). 
 
As condições do § 2º são cumulativas, ou seja, se uma dessas não existir, não se pode aplicar a lei 
brasileira. 
 
• Extraterritorialidade hiper / extra/ ultra condicionada – Positivada no art. 7º, § 3º, ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, além das condições previstas no §2º, para 
a aplicação da lei brasileira é preciso observar ainda: (I) não ter sido pedida ou ter sido negada a 
extradição; (II) ter havido requisição do ministro da Justiça. 
 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – aplicação da Lei nacional em crime cometido no exterior, quando atrai 
a tutela do bem jurídico nacional. 
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE – aplicação da lei penal brasileira em qualquer localidade e 
independentemente da nacionalidade do sujeito. 
PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU PERSONALIDADE ATIVA – aplica a lei penal da 
nacionalidade do agente. Não importa a nacionalidade da vítima, do bem jurídico ou o local do crime. (Art. 
7º, II, b e § 3º) 
PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU PERSONALIDADE PASSIVA - A doutrina diverge sobre 
este princípio. 
• 1ª corrente – Aplica-se a lei da nacionalidade da vítima; não importa a nacionalidade do agente, do 
bem jurídico ou o local do crime. Posicionamento adotado por Bitencourt. É a corrente que 
prevalece. 
• 2ª corrente - Aplica-se a lei da nacionalidade do agente quando ofender um concidadão. Não 
importa o bem jurídico ou o local do crime. Posicionamento adotado por Capez. 
 
PRINCIPIO DA DEFESA OU REAL - Justifica a aplicação da lei penal brasileira sempre que no exterior 
se der a ofensa a um bem jurídico nacional de origem pública. O Código Penal os adotou nas letras a, b e 
c do inciso I do art. 7º. 
 
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL – Refere-se a hipóteses em que a gravidade do crime 
ou a importância do bem jurídico violado justificam a punição do fato, independentemente do local em que 
é praticado e da nacionalidade do agente. Adotado na hipótese mencionada no art. 7º, I, d, e II, a, do CP, 
isto é, nos crimes de genocídio, definido na Lei n. 2.889/56 (desde que o agente seja brasileiro ou tenha 
domicílio no País), e naqueles em que nosso país se obrigou a reprimir por força de tratado ou convenção 
internacional. 
 
PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO, PAVILHÃO OU DA BANDEIRA – Trata-se de um princípio 
subsidiário, e, quando houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem deveria reprimir, aplica-se a 
lei do Estado em que está registrada a embarcação ou a aeronave ou cuja bandeira ostenta aos delitos 
praticados em seu interior. (Art. 7º, I, d). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de crime segundo a Teoria Tripartite: O crime é representado por três elementos. Se faltar um 
desses elementos NÃO é crime, é conduta atípica. 
 
Os penalistas, em regra, compartilham as diferentes concepções sobre “teoria geral do delito” em teorias 
penais, das quais se destacam a Teoria clássica, a neoclássica, a finalista e a funcionalista. 
TEORIA BIPARTIDA – Fato típico + ilícito. 
TEORIA TRIPARTITE – Se tem fato típico + ilicitude, tem-se um injusto penal, mas não é um crime. 
Para ser crime é necessário ter também a culpabilidade. 
TEORIA CAUSALISTA – Dolo e culpa eram elementos da culpabilidade. A teoria finalista mudou isso. 
(Adotamos a Teoria Finalista da ação). 
 
 
1. FATO TÍPICO – 
 
➢ CONDUTA: a ação ou omissão, humana livre e consciente, destinada a um fim (exterioridade do 
pensamento, consciência e voluntariedade). (André Estefam, Gonçalves). O Dolo e a Culpa 
(elemento subjetivo) vão estar na finalidade. 
➢ 
• A regra do art. 18, é que só tenhamos crime quando agir dolosamente, mas pode 
recepcionar a culpa. 
• Hipóteses de exclusão da conduta: Caso fortuito, força maior, involuntário 
(inconsciência completa, hipnose, sonambulismo, movimento reflexo), embriaguez 
completa e involuntária. 
 
→ DOLO – Consiste na vontade de concretizar os elementos subjetivos e normativos 
do tipo. Nosso Código Penal adotou a teoria da vontade (dolo direto) e a teoria do 
consentimento (dolo eventual). 
❖ Teoria da Vontade – Dolo é a vontade dirigida ao resultado. Age 
dolosamente a pessoa que, tendo consciência do resultado, pratica sua 
conduta com a intenção de produzi-lo. 
❖ Teoria do Consentimento / Assentimento – Consentir na produção do 
resultado é o mesmo que o querer. Aquele que, prevendo o resultado, 
assume o risco de produzi-lo age dolosamente. 
Possui os seguintes elementos – 
a) Cognitivo ou intelectual que corresponde à consciência da conduta, do 
resultado e do nexo causal entre eles; 
b) Volitivo, vontade de realizar a conduta e produzir o resultado; 
 
Espécies de dolo – 
a) Dolo direto ou imediato: quando o sujeito quer produzir o resultado 
(subdivide-se em dolo de primeiro e segundo grau); 
b) Dolo indireto ou mediato: subdivide-se em eventual (o agente não quer 
produzir o resultado,mas, com sua conduta assume o risco de fazê-lo) e 
alternativo (o agente quer produzir um ou outro resultado – ex. matar ou 
ferir). 
c) Dolo de dano: quando o agente pratica a conduta visando lesar o bem 
jurídico tutelado na norma penal; 
d) Dolo de perigo: o sujeito visa somente expor o bem jurídico a perigo, 
sem intenção de lesioná-lo. 
 
→ CULPA – 
a) Imprudência: A culpa manifestada de forma ativa, que se dá com a quebra 
de regras de conduta ensinadas pela experiência; consiste no agir sem 
precaução, precipitado, imponderado. 
b) Negligência: Quando o sujeito se porta sem a devida cautela. Culpa que se 
manifesta de maneira omissiva. 
c) Imperícia: Falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. 
d) Consciente: Culpa com a previsão do resultado; 
e) Inconsciente: Culpa sem a previsão do resultado. 
 
➢ RESULTADO: (pág. 452) 
 
• JURÍDICO / NORMATIVO – Reside na lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico 
tutelado pela conduta. 
 
• NATURALISTÍCO / MATERIAL – Modificação do mundo externo provocada pela 
conduta. 
 
a) Crime formal ou de consumação antecipada – Ex.: Art. 317 (corrupção passiva). 
(consumação antecipada) O tipo descreve uma conduta que possibilita a 
produção de um resultado naturalístico, mas não exige a realização deste. 
Praticada a conduta prevista em lei, o delito estará consumado. Ex.: no crime de 
extorsão mediante sequestro (art. 159) o tipo descreve a conduta de sequestrar, 
bem como descreve o resultado, que é o recebimento da vantagem, mas para a sua 
consumação basta o sequestro com fim de alcançar o resultado. 
 
→ Se consumam na execução. 
 
Art. 159 – Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, 
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
 
Art. 317 – Solicitar (formal) ou receber (material), para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem. 
 
b) Crime material ou de resultado – O tipo descreve a conduta e o resultado 
naturalístico. Para consumar o delito é necessário o resultado naturalístico. 
Ex.: homicídio (art. 121), furto, roubo. 
 
→ As quatro etapas 
 
Art. 121 – Matar alguém. 
 
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. 
 
c) Crime de mera conduta ou simples atividade – O tipo descreve apenas a 
conduta, da qual não decorre nenhum resultado naturalístico externo a ela. 
Ex.: porte ilegal de arma de fogo, omissão de socorro (art. 135). Praticada a 
conduta em lei, o delito estará consumado. 
 
→ Se consumam na execução da ação. 
 
Art. 233 – Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto 
ao público. 
 
▪ ITER CRIMINIS: (pág. 554) O “caminho” do crime. 
 
I. Cogitação – É a fase da mentalização (Impunível); 
 
II. Preparação – Quando a ideia extravasa a esfera mental e se manifesta mediante condutas 
voltadas ao cometimento do crime. (Impunível, em regra); 
 
III. Execução – Nessa fase o agente inicia a realização do tipo penal. São penalmente típicos, 
tanto que, se o sujeito os iniciar, será punido ainda que haja a interrupção de seu agir (art. 
14, II). (Punível). 
→ Ex.: Disparar o tiro em direção à vítima; ministrar veneno no alimento 
ofendido; sacar a faca e correr em direção à vítima; agarrar a vítima do 
estupro e etc. 
 
IV. Consumação – É o momento da conclusão do delito, se faz presente todos os elementos 
da definição legal do delito (art. 14, I). (Punível) 
 
▪ DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA – Art. 15, primeira parte. 
 
▪ ARREPENDIMENTO EFICAZ – Art. 15, segunda parte. O agente já exauriu os atos de 
execução, mas o resultado ainda não aconteceu, adota medidas para que o resultado não se 
concretize. 
 
▪ ARREPENDIMENTO POSTERIOR – Art. 16. “Nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”. 
 
 
 
▪ CRIME CONSUMADO: 
 Art. 14 – Diz-se o crime: 
 I. consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 
▪ CRIME TENTADO: A tentativa constitui a realização imperfeita do tipo penal. Dá-se quando o 
agente põe em prática o plano delitivo engendrado e, iniciado os atos executórios, vê frustrado seu 
objetivo de consumar o crime por motivos independentes de sua vontade. 
 
II. tentado, quando, inicia a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
 
Natureza jurídica da tentativa – Causa de diminuição de pena. 
 
▪ CRIME IMPOSSÍVEL: Baseado na noção realística do crime, proclama a impunidade da tentativa 
quando, ao se pôr em prática o plano delituoso, vê-se impossível a consumação, em face da absoluta 
ineficácia do meio empregado ou da absoluta impropriedade do objeto material. 
 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
 
➢ TIPICIDADE: 
 
A relação de subsunção entre um fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e a lesão ou 
perigo de lesão ao bem penalmente tutelado (tipicidade material). 
 
 Junção da tipicidade formal (descrição da conduta na norma) + tipicidade material ou 
conglobante. 
 
Tipicidade conglobante/material – Verifica-se se o fato, que aparentemente viola uma norma 
penal proibitiva, é permitido ou incentivado por outra norma jurídica (como no caso das 
intervenções médico-cirúrgicas e da violação desportiva). Se existir referida autorização ou 
incentivo em norma extrapenal, o fato será penalmente atípico (em razão da atipicidade 
conglobante). (Princípio da adequação social). 
 
 
Há duas modalidades de adequação típica: 
 
→ Adequação típica por subordinação imediata ou direta: quando a adequação entre o 
fato e a norma penal incriminadora é imediata, direta; não é preciso que se recorra a 
nenhuma norma de extensão do tipo. Exemplo: alguém efetua dolosamente vários disparos 
contra a vítima – esse fato se amolda diretamente ao tipo penal incriminador do art. 121 do 
CP; 
 
→ Adequação típica por subordinação mediata ou indireta: o enquadramento fato/norma 
não corre diretamente, exigindo-se o recurso a uma norma de extensão para haver 
subsunção total entre fato concreto e lei penal. 
 
 
 
 
➢ NEXO CAUSAL: (pág. 455) Entende-se por relação de causalidade o vínculo que une a causa, 
enquanto fator propulsor, a seu efeito, como consequência derivada; é o elo que une a causa ao 
resultado que produziu. O art. 13, constitui o nexo de causalidade como requisito expresso do fato 
típico. Só se fará necessário no âmbito dos crimes materiais. 
 
Nexo causal – É o vínculo entre conduta e resultado, é a relação de produção entre a causa eficiente 
e o efeito ocasionado pouco importando seja imediato ou meditado. 
Causa – Conduta que sem ela não teria chagado ao resultado. 
 
→ Teoria da condição simples ou da EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES 
CAUSAIS: Trata-se daquelas que não fazem qualquer distinção entre os fatores que 
antecederam o resultado, ou seja, todo fator que exercer influência em determinado 
resultado, ainda que minimamente, será considerado sua causa (teoria da conditio sine 
qua non). 
A imputação objetiva limita. 
 
Desenvolveu-se no âmbito dessa teoria o estudo das causas. A doutrina distingue em: 
 
a) Causas dependentes – Têm origem na conduta do sujeito e inserem-se dentro 
da linha de desdobramento causal natural, esperada). De acordo com a teoria 
da equivalência e seu juízo de eliminação hipotética, quando o resulto for 
produto de causas dependentes, o agente por ele responderá; 
 
b) Causas independente – Originando-se ou não da conduta, produzem por si sós 
o resultado, não pertencem ao âmbito do que normalmente acontece. 
 
 
 
Concausas 
absolutamente 
independentes– o 
resultado ocorreria de 
 
 
 
Exemplos 
 
Concausas 
relativamente 
independentes – 
agregadas à conduta, 
 
 
 
Exemplos 
qualquer modo, com ou 
sem o comportamento 
realizado (o agente 
responde apenas pela 
tentativa) 
conduzem à produção 
do resultado. 
 
 
Preexistentes (anteriores 
à conduta). 
Efetuar disparos 
de arma de fogo, 
com intenção 
homicida, em 
uma pessoa que 
falecera minutos 
antes. 
 
Preexistentes (o 
agente responde pelo 
resultado) 
Efetuar 
ferimento leve, 
com 
instrumento 
cortante, num 
hemofílico, que 
sangra até a 
morte. 
 
 
 
 
 
Concomitantes (ocorrem 
ao mesmo tempo). 
 
 
 
Enquanto João 
está tentando 
estrangular 
Pedro, José 
chega e mata 
Pedro com um 
tiro. 
 
 
 
 
 
 
Concomitantes (o 
agente responde pelo 
resultado) 
Disparar tiro 
contra a vítima 
que, ao ser 
atingida pelo 
projétil, sofre 
ataque 
cardíaco, vindo 
a morrer, 
apurando-se a 
soma desses 
fatores 
produziu a 
morte. 
 
 
 
Supervenientes (se 
verificam após a conduta 
praticada). 
 
Colocar veneno 
na comida de 
uma pessoa, que, 
antes que a 
peçonha faça 
efeito, é morta 
em decorrência 
de um 
atropelamento. 
 
 
Supervenientes (o 
agente responde 
somente pela 
tentativa, o art. 13, § 
1º do CP, exclui a 
responsabilidade 
penal). 
 
Após um 
atropelamento, 
a vítima é 
socorrida com 
algumas lesões; 
no caminho do 
hospital, a 
ambulância 
capota, 
ocorrendo a 
morte. 
 
 
 
QUESTÕES: 
a) X desfere 3 tiros em Y, mas este faleceu em face de envenenamento de sua comida, que ingeriu 
uma hora antes dos tiros serem disparados. Como X será responsabilizado penalmente? A causa 
morte foi absolutamente ou relativamente independente? Preexistente, concomitantemente ou 
superveniente? 
X será responsabilizado somente pela tentativa de homicídio, tendo em vista que o resultado se 
efetivou por causa absolutamente independente e preexistente. 
 
b) X efetua disparos em Y com a finalidade de matar, este é atingido, levado à um hospital e lá, por 
conta de um defeito estrutural, as paredes da ala em que Y está internado desabam, levando este a 
óbito. Como X será responsabilizado penalmente? A causa morte foi absolutamente ou 
relativamente independente? Preexistente, concomitantemente ou superveniente? 
X será responsabilizado pela tentativa de homicídio, pois a causa da morte de Y foi relativamente 
independente e superveniente. 
 
c) X desfere uma facada em Y, hemofílico, sendo que a facada não tinha capacidade letal. Ocorre que, 
em virtude do sangramento que se iniciou e não foi estancado, agravado pela causa preexistente, a 
condição de hemofílico terminou por gerar a morte da vítima. Como X será responsabilizado 
penalmente? A causa morte foi absolutamente ou relativamente independente? Preexistente, 
concomitantemente ou superveniente? 
X será responsabilizado pelo resultado, ou seja, pelo homicídio consumado. Afinal, eliminando-se 
seu comportamento do processo causal, Y não morreria. A causa foi relativamente independente e 
preexistente. 
 
d) X dispara contra Y no exato instante em que este sofre um colapso cardíaco fatal, sem nenhuma 
relação com o tiro desferido, de forma independente, causando o resultado morte de Y. Como X 
será responsabilizado penalmente? A causa morte foi absolutamente ou relativamente 
independente? Preexistente, concomitantemente ou superveniente? 
X será responsabilizado penalmente somente pela tentativa de homicídio. A causa foi absolutamente 
independente e concomitante. 
 
e) X envenenou Y e uma hora depois, antes de o envenenamento produzir seu efeito letal, Y foi 
atingido por disparos de arma de fogo na região craniana e teve morte instantânea. Como X será 
responsabilizado penalmente? A causa morte foi absolutamente ou relativamente independente? 
Preexistente, concomitantemente ou superveniente? 
X será responsabilizado por tentativa homicídio. A causa é absolutamente independente e 
superveniente. 
 
f) X dispara tiros de revólver em direção a outrem para matar e no mesmo instante em que a vítima 
recebe os tiros é atropelada, sendo que os ferimentos produzidos pelo atropelamento conjuntamente 
com nos efeitos do disparo levaram à produção do resultado morte. Como X será responsabilizado 
penalmente? A causa morte foi absolutamente ou relativamente independente? Preexistente, 
concomitantemente ou superveniente? 
X responderá pelo homicídio consumado. A causa da morte foi relativamente independente e 
concomitante. 
 
2. ILÍCITO OU ANTIJURÍDICO – (591) Conduta que se PRESUME contrária a Lei. Presunção relativa, 
pois pode haver uma excludente de ilicitude: 
Normalmente o fato típico é ilícito. “Presume-se”. 
 
EXCLUDENTES DE ILICITUDE – 
 
→ Causas Legais – Estão na lei. 
• Gerais: legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e 
exercício regular de direito (Art. 23 do CP); 
 
• Especiais: vinculadas a um tipo penal. (Ex.: Aborto). 
(Prevalece a norma especial – princípio da especialidade). 
 
→ Causas Supralegais – Não estão na Lei. 
• Consentimento do ofendido de forma antecipada, na hipótese de bem jurídico disponível. 
 
O médico que realiza uma cirurgia regulamente e o desportista que, durante a prática de sua atividade, lesa 
adversário observando as regras do jogo praticam condutas que expõem bens jurídicos alheios a risco 
permitidos. Sendo assim, os atos praticados são atípicos, por falta de imputação objetiva. 
 
Excessos – Desnecessária intensificação de uma conduta a princípio legítima (art. 23, parágrafo único): 
“O agente, em qualquer das hipóteses desse artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo”. 
 
→ Exagero consciente/voluntário – quando o agente tem a plena noção de que intensifica 
desnecessariamente sua conduta de início legítima. 
 
→ Exagero inconsciente/involuntário – o qual deriva da má apreciação da realidade (erro de tipo). 
O sujeito ultrapassa os limites da excludente sem se dar conta disso. Para determinar sua 
responsabilidade penal, será preciso avaliar se o erro (de tipo) por ele cometido foi evitável ou 
não. 
 
 
I. ESTADO DE NECESSIDADE: 596 (art. 24) Pressupõe antes de tudo a existência de um perigo 
(atual) que ponha em conflito dois ou mais interesses legítimos, que, pelas circunstâncias, não 
podem ser todos salvos. Ocorre uma “situação limite”, que demanda uma atitude extrema e, por 
vezes, radical. 
 
Requisitos vinculados à situação de necessidade: 
 
a) exigência de um perigo atual – se o perigo não era real, mas fruto da imaginação do sujeito, 
fica afastada a ocorrência do estado de necessidade real, podendo cogitar-se, entretanto a 
presença do estado de necessidade putativo (art. 20, § 1º). 
 
b) perigo que ameace direito próprio ou alheio; (salvar um direito) 
 
c) não provocação voluntária da situação de perigo – o provocador do perigo não pode se 
beneficiar da excludente, a não ser que o tenha gerado involuntariamente. 
 
d) conhecimento da situação justificante (requisito subjetivo) – é fundamental que o sujeito 
tenha plena consciência da existência do perigo e atue com o fim de salvar direito próprio 
ou alheio. 
 
 
Requisitos ligados à reação do agente: 
 
a) Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado (princípio da ponderação de bens); 
 
b) Inevitabilidade da lesão ao bem jurídico em face do perigo – Podendo-se salvaguardar o 
direito de outra maneira, seja qual for, como um pedido de socorro ou a fuga do local, o fato 
não se considerará justificado. 
 
c) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo – (art. 24, § 1°). 
 
II. LEGÍTIMA DEFESA: 603 (art. 25). “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
 
Requisitos: 
 
a) existência de agressão injusta – condutahumana que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos 
tutelados, a mera provocação não dá ensejo à defesa legítima; 
b) atualidade ou iminência da agressão – indispensável requisito temporal. 
c) agressão contra direito próprio ou alheio; 
d) conhecimento da situação justificante (animus defendendi) (requisito subjetivo); 
e) uso de meios necessários para repeli-la; 
f) uso moderado desses meios. 
 
Excesso: desnecessária intensificação de uma conduta incialmente legítima. 
 
a) Intencional, voluntário ou consciente – o agente tem plena consciência de que a agressão 
cessou e, mesmo assim, prossegue reagindo, visando lesar o bem do agressor; nesse caso 
responderá pelo resultado excessivo a título de dolo (excesso doloso). 
b) Não intencional, involuntário ou inconsciente – o agente supõe que a agressão ainda persiste 
e continua reagindo sem se dar conta do excesso que comete. 
 
 
III. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: 612. Todo aquele que exerce um direito assegurado por lei 
não pratica ato ilícito. Quando o ordenamento jurídico, por meio de qualquer de seus ramos, autoriza 
determinada conduta. 
 
O fundamento destas excludentes encontra-se em outras normas jurídicas, de regra extrapenais. 
Todo aquele que exerce um direito assegurando por lei (art. 23, III). 
 
→ O agente que inicialmente exerce um direito, mas o faz de modo irregular, excedendo os 
limites permitido, comete o abuso de direito e responde pelo excesso, doloso ou culposo. 
 
IV. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: A própria lei obriga um agente público a 
realizar condutas, dando-lhe poder até de praticar fatos típicos para executar o ato legal. 
 
Requisitos: 
 
a) Existência prévia de um dever legal, ou seja, é preciso que haja uma norma que impõe a 
obrigação; 
 
b) Atitude pautada pelos estritos limites do dever; 
 
c) Conduta, como regra, de agente público e, excepcionalmente, de particular. 
 
 
 
 
 
 
EXCESSO 
 
 
 
PUNÍVEL 
 
Doloso (o agente tem consciência do exagero). 
 
 
Culposo (o agente não possui consciência do exagero, cometendo um erro na 
interpretação dos fatos, que uma pessoa mediana teria evitado – erro inescusável). 
 
 
IMPUNÍVEL 
 
Exculpante: não há dolo ou culpa (decorre de um exagero inconsciente, que uma 
pessoa mediana não teria notado (erro escusável). 
 
 
Acidental: A modalidade que se origina de caso fortuito ou força maior, eventos 
imprevisíveis e inevitáveis. 
 
 
➢ ILICITUDE FORMAL: Contrariedade do fato com o ordenamento jurídico; 
 
➢ ILICITUDE MATERIAL: A exposição a perigo de dano ou lesão a um bem jurídico tutelado. 
 
 
 
3. CULPÁVEL – 629 
 
Juízo de reprovação que recai sobre o autor culpado por um fato típico e antijurídico. 
 
3.1 Princípio da coincidência, da congruência ou da simultaneidade: É a exigência de que todos os 
elementos do crime, encontrem-se presentes, ao mesmo tempo, no instante da conduta delitiva 
(realização típica do ato delitivo + antijuridicidade + culpabilidade do ato). 
 
➢ IMPUTABILIDADE: (Art. 26, caput, interpretando a contrario sensu) Conjunto de condições de 
maturidade e sanidade mental, a ponto de permitir ao sujeito a capacidade de compreensão e de 
autodeterminação (capacidade de sofrer a reprovação). 
 
• Causas legais da exclusão da imputabilidade (culpabilidade) - TAXATIVO 
→ Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26, 
caput) – Anomalia psíquica. 
→ Embriaguez completa e involuntária, decorrente de caso fortuito ou força maior 
(art. 28, § 1º) – Embriaguez acidental. 
→ Dependência ou intoxicação involuntária decorrente do consumo de drogas 
ilícitas (Lei n. 11.343/2006, art. 45, caput); 
→ Menoridade (art. 27 do CP e art. 228 da CF) – a idade do agente deve ser aferida 
no instante da conduta, isto é, da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado (teoria da atividade). – Sistema biológico. 
 
 
➢ CONSCIÊNCIA POTENCIAL DA ILICITUDE: Art. 21. Consciência do caráter ilícito de sua 
conduta. Quando o indivíduo carecer por completo da noção de que seu agir se mostrava ilícito, 
desconhecendo a existência de uma proibição reguladora de sua conduta, não deverá ser apenado. 
 
• Exclusão da culpabilidade – A falta de possibilidade de conhecer a ilicitude do ato 
praticado (análise cultural): investigar se o conjunto de informações recebidas pelo 
agente ao longo de sua vida, até o momento da conduta, dava-lhe condições de 
entender que a atitude por ele praticada era socialmente reprovável. 
 
• Erro de proibição evitável e inevitável – Evitável, quando apesar da falta de 
consciência da ilicitude, constata-se que o agente possuía condições de ter adquirido 
tal conhecimento (diminui a pena de um sexto a um terço); inevitável, quando além 
de não dispor da consciência da ilicitude, verifica-se que o agente nem sequer teria 
tido condições de alcançar tal compreensão (isenta de pena). 
 
• Erro de proibição direto ou indireto – Direito, quando o sujeito age desconhecendo 
que sua conduta é ilícita, quando na verdade ela configura um crime; indireto, quando 
o sujeito sabe que sua conduta é proibida, mas acredita equivocadamente, que no caso 
concreto haveria alguma excludente de ilicitude em seu favor. 
 
• Erro mandamental – refere-se a um comportamento omissivo, não fazer algo na crença 
sincera de que não devia agir. 
 
 
➢ EXIGIBILIDADE DE CONDUTA: Na situação em que o fato foi cometido, seja lícito concluir 
que o agente possuía uma alternativa válida de conduta. 
 
• Causas legais de exclusão da exigibilidade de outra conduta – 
→ Coação moral irresistível: (art. 22 do CP). A coação a que alude o dispositivo 
é, somente, a coação moral, pois o ato praticado sob coação física irresistível 
representa um fato atípico. A coação moral dá-se quando uma pessoa for alvo 
da ameaça de inflição de um mal grave e injusto. 
 
→ Obediência hierárquica: Quando alguém cumpre ordem de autoridade superior, 
revestida de caráter criminoso, desconhecendo a ilicitude de tal comando que, 
ademais, não pode ser manifestadamente ilegal. 
 
a) Relação de direito público (hierarquia); 
b) Ordem superior de cunho ilícito; 
c) Ilegalidade da ordem não manifesta; 
 
1. Crime formal ou de consumação antecipada – Ex.: Art. 317 (corrupção passiva). (consumação 
antecipada) O tipo descreve uma conduta que possibilita a produção de um resultado 
naturalístico, mas não exige a realização deste. Praticada a conduta prevista em lei, o delito estará 
consumado. Ex.: no crime de extorsão mediante sequestro (art. 159) o tipo descreve a conduta de 
sequestrar, bem como descreve o resultado, que é o recebimento da vantagem, mas para a sua 
consumação basta o sequestro com fim de alcançar o resultado. 
 
→ Se consumam na execução. 
 
Art. 159 – Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate. 
 
Art. 317 – Solicitar (formal) ou receber (material), para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
 
2. Crime material ou de resultado – O tipo descreve a conduta e o resultado naturalístico. Para 
consumar o delito é necessário o resultado naturalístico. Ex.: homicídio (art. 121), furto, roubo. 
 
→ As quatro etapas. 
 
Art. 121 – Matar alguém. 
 
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. 
 
3. Crime de mera conduta ou simples atividade – O tipo descreve apenas a conduta, da qual não 
decorre nenhum resultado naturalístico externo a ela. Ex.: porte ilegal de arma de fogo, omissão 
de socorro (art. 135). Praticada a conduta em lei, o delito estará consumado. 
 
→ Se consumam na execução da ação. 
 
Art. 233 – Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. 
 
4. Crime privilegiado – Quando ao tipo básico a leiacrescentada circunstância que o torna menos 
grave, diminuindo, em consequência, suas sanções. São crimes privilegiados, por exemplo, o 
homicídio praticado por relevante valor moral (eutanásia, por exemplo), previsto no artigo 121, § 
1º, o furto de pequeno valor praticado por agente primário (art. 155, § 2º); o estelionato que causa 
pequeno prejuízo, desde que primário o autor (art.171, § 1º) etc. 
 
Art. 121 – Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena – 
 
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação 
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
 
5. Crime qualificado – Aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que agrava a 
sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge a formação de um novo tipo penal, mas 
apenas uma forma mais grave de ilícito. exemplo o homicídio qualificado, por exemplo, aquele 
praticado ‘’mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe’’ (art. 121, § 2º, 
I). 
Art. 121 – Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Homicídio qualificado – 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: I – Mediante paga ou promessa de recompensa, ou 
por outro motivo torpe. 
 
 
6. Crime comum – É aquele que não exige nenhuma qualidade específica do sujeito ativo para sua 
prática. São exemplos os delitos de homicídio, de furto e de estupro. 
 
Art. 213 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso. 
 
7. Crime próprio – É aquele que exige determinada qualidade do sujeito ativo para sua prática. A 
doutrina admite a autoria mediata, a coautoria e a participação nos crimes próprios. São exemplos 
o peculato, no qual se exige a qualidade de funcionário público (crime funcional); o autoaborto, que 
só pode ser praticado pela própria grávida; e o delito de entrega de filho menor a pessoa inidônea, 
o qual só pode ser praticado pelos genitores. 
 
8. Crime de mão própria – é aquele que somente pode ser praticado pela própria pessoa, por si 
mesma. Só se admite a participação em crime de mão própria, ressalvado o caso de perícia assinada 
por dois profissionais, caso em que a doutrina entende excepcionalmente cabível a coautoria. 
Também denominado de delito de conduta infungível. São exemplos o falso testemunho e a falsa 
perícia. 
 
9. Crime de dano – É aquele em que se exige, para sua configuração, a efetiva ocorrência de lesão ou 
de dano ao bem jurídico protegido pela norma penal São exemplos o crime de dano, o crime de 
vilipêndio a cadáver, o próprio crime de dano e o infanticídio. 
 
10. Crime de perigo – É aquele que, para que se considere consumado, exige apenas que o bem seja 
exposto a perigo. Portanto, a efetiva ocorrência de dano ao bem jurídico protegido pela lei penal é 
desnecessária para que o crime se consume. São exemplos os crimes de omissão de socorro e de 
tráfico ilícito de entorpecentes. 
 
• De perigo concreto: é o crime de perigo cuja configuração requer a demonstração de 
que o bem jurídico efetivamente foi posto em perigo. É exemplo o crime de incêndio, 
em que o perigo deve ser demonstrado. 
• De perigo abstrato (ou puro):é o crime de perigo em que a sua consumação não 
depende da demonstração de que tenha colocado o bem jurídico em risco. O risco é 
presumido, de forma absoluta, pela lei. É o caso do crime de associação criminosa e 
crime de posse irregular de munição de uso permitido ou restrito, dos artigos 12 e 14 da 
Lei 10.826/2003[1]. 
• De perigo abstrato de “perigosidade” ou periculosidade real: cuida-se de 
denominação nova trazida por alguns doutrinadores. Seria o crime de perigo em que 
deve ser demonstrado o risco, mas não a pessoa certa e determinada. 
• De perigo individual: é o delito que causa perigo a uma pessoa ou a um grupo 
determinado de pessoas. Pode-se apontar como exemplo o delito de perigo de contágio 
de moléstia grave. 
• De perigo comum ou coletivo: é aquele cujo perigo de dano atinge um número 
indeterminado de pessoas. Temos como exemplos o crime de fabrico, fornecimento, 
aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante (artigo 253 do 
CP) e o de incêndio (artigo 250 do CP). 
• De perigo atual: é aquele cujo perigo causado é contemporâneo à conduta do agente. 
O crime de desabamento ou desmoronamento do artigo 256 do CP tende a ser de perigo 
atual, pois o desabamento de um prédio, no momento em que ocorre, já coloca em perigo 
a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. 
• De perigo iminente: é aquele cujo perigo está prestes a acontecer. O abandono de 
incapaz, do artigo 133 do CP, na prática, pode se mostrar um crime de perigo iminente, 
já que, ainda que a pessoa sob cuidado não fique em perigo imediatamente, pode ficar 
depois de algum tempo sem cuidado. 
• De Perigo futuro ou mediato: é aquele que produz um risco futuro. Os exemplos são 
a associação criminosa ou o porte de munição de uso permitido. 
 
11. Crime monofensivo – São aqueles que constituem lesão (ofensa) ou exposição a perigo de 
lesão de apenas um bem jurídico. É o caso do crime de furto (art. 155, CP), em que o bem jurídico 
agredido será a posse ou propriedade (o patrimônio, para utilizar a terminologia empregada 
pelo Código Penal). 
12. Crime Pluriofensivo – São aqueles que constituem lesão ou exposição a perigo de lesão de 
mais de um bem jurídico. É o caso do crime de roubo (art. 157, CP), circunstância em que haverá 
a lesão ao bem jurídico patrimônio e ao bem jurídico integridade física (no caso do roubo 
praticado mediante violência) ou higidez psíquica (para a hipótese do roubo praticado mediante 
grave ameaça). 
13. Crime Unissubjetivo – São aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, 
admite-se a coautoria e a participação. Tem-se como exemplo o crime de homicídio, do art. 121 do CP. 
14. Crime Plurissubjetivo – São aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática do delito em 
virtude de sua conceituação típica. Tem-se como exemplo o crime de associação criminosa, prevista no 
art. 288 do CP. 
15. Crime de ação livre – É aquele que admite variadas formas para a prática da conduta típica, como o 
homicídio (art. 121 do CP), cometido por golpes de faca, disparo de arma de fogo, envenenamento, 
esganadura etc. 
16. Crime de ação vinculada – São aqueles em que o tipo penal descreve a forma de execução 
configuradora da infração penal. É o que ocorre, por exemplo, no crime de perigo de contágio venéreo 
(art. 130 do CP). 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619340/artigo-157-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
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