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1 MANDADO DE SEGURANÇA - Lei n. 12.016/2009 – mandado de Segurança – individual e coletivo “Writ” – “Mandamus” Art. 5º, inciso LXIX da CF MS Individual - Previsto na CF de 1934 – Retirado da CF de 1937 - Reintegrado na CF de 1946 MS Individual e Coletivo – CF/1988 Conceito: Remédio constitucional e está devidamente regulamentado por norma infraconstitucional e se constitui em garantia fundamental e pela sua natureza visa a proteger de forma preventiva ou repressiva os danos causados aos direitos fundamentais. É uma ação constitucional de viés civil, independente da natureza do ato impugnado, seja ele administrativo, jurisdicional, criminal, eleitoral ou trabalhista. Possui por objetivo a “proteção de direitos líquidos e certos contra ato de autoridade ou de quem exerça funções públicas”. Artigo 1º da Lei n. 12.016/2009 prevê as hipóteses de cabimento do Mandado de Segurança: Art. 1º - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455467/artigo-1-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 2 de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Direito líquido e certo - pode ser compreendido aquele que não exige dilação probatória para ser comprovado, podendo ser demonstrado de plano, mediante prova pré-constituída. Assim, trata-se de direito perfeitamente determinado, podendo ser exercido prontamente, uma vez que é incontestável. Vale dizer, o direito líquido e certo é um direito induvidoso, advindo de fatos que podem ser demonstrado através da apresentação de documentos inequívocos, sem necessidade de comprovação ulterior. Há que se observar que a apresentação da prova pré-constituída obrigatoriamente deverão acompanhar a peça exordial, em razão do princípio da celeridade estar presente no Mandado de Segurança, ressalvada a exceção trazida pelo artigo 6º, § 10 da LMS. O caput do artigo 1º da Lei n. 12.016/2009 determina o cabimento do Mandado de Segurança por exclusão, de modo que será cabido para questionar ato que não seja defendido por habeas corpus ou habeas data. Habeas Data - exibição de dados da Administração Pública por via jurisdicional se dá através de habeas data. Habeas Corpus - O meio processual adequado quando cerceada a liberdade de locomoção é o habeas corpus, no entanto se tal liberdade configura apenas um meio para a obtenção de outra pretensão é indiscutível a adequação do mandado de segurança. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455467/artigo-1-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 3 Outro requisito imposto para o cabimento do mandado de segurança pelo artigo 1º é que este seja impetrado para impugnar prática de ato ou omissão por parte da autoridade que esteja eivado de ilegalidade ou abuso de poder. Ressalte-se que o mandado de segurança também terá cabimento no caso de ação ou omissão praticada por particular no exercício de função pública em decorrência de delegação. O caput do artigo 1º da Lei n. 12.016/2009 prevê, ainda que o mandado de segurança poderá ser impetrado antes ou depois da prática do ato ou omissão da autoridade que se pretende impugnar. No último caso estar-se-á diante do denominado Mandado de Segurança preventivo, oque exige a comprovação de risco objetivo e fundado de ilegalidade ou abuso de direito esteja na iminência de ocorrer. Por fim, o artigo 1º admite que o Mandado de Segurança seja impetrado tanto por pessoa fisica como por pessoa jurídica que busque a proteção de seu direito líquido e certo. Art. 1º - § 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. O § 1º do artigo 1º da referida lei equipara os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455467/artigo-1-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 4 exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições, às autoridades. “Art. 1º - § 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público” No § 2º a lei expressamente determina o não cabimento do Mandado de Segurança contra ato de gestão comercial, de modo que seu cabimento será contra atos referentes às suas atribuições institucionais, conforme redação do artigo. Percebe-se que a lei inovou ao consagrar a distinção entre atos de império e os atos de gestão praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionária de serviço público, seguindo entendimento do STJ. “Art. 1º - § 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança”. O § 3º, artigo 1º, da lei em análise, no caso de se encontrar ameaçado ou violado direito de várias pessoas, qualquer delas poderá se valer do mandado de segurança. “Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada”. 5 O artigo 2º cumpre esclarecer que a entidade será considerada federal não apenas quando a União ou autarquia estiver em juízo, mas sempre que a autoridade coatora for vinculada a fundação federal, empresa pública federal ou sociedade de economia mista federal, independentemente de estas últimas serem prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica. De acordo com o disposto no artigo 4º: Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. § 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. § 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes. § 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O mandado de segurança poderá ser impetrado por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada em casos de urgência, desde que observados os requisitos legais elencados no artigo 1º. 6 Sob a mesma ótica, reza o § 1º que também o juiz poderá notificar a autoridade coatora por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade em caso de urgência. Tanto na hipótese do caput deste artigo, como de seu § 1º, no prazo de cinco dias úteis deverá ser apresentado o texto original da petição. O artigo 5º trata das hipóteses em que não será concedido mandado de segurança: Art. 5o Não se concederámandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. Parágrafo único. (VETADO) O artigo 5º trata das hipóteses em que o mandado de segurança não será concedido como sucedâneo/substituto ao recurso originalmente cabível. Inciso I – esgotamento das vias ordinária de impugnação à decisão com a interposição de recurso administrativo se com efeito suspensivo, desnecessário será provocar o judiciário, vez que não existirá lesão ou grave ameaça ao direito que está sendo discutido administrativamente. Ausente o interesse de agir, ante a ausência de prejuízo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Msg/VEP-642-09.htm 7 Inciso II - não será concedido contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo, uma vez que, tal como ocorre na hipótese do inciso I, faltaria interesse de agir. Inciso III - Súmula 268 do STF – contra decisão judicial transitada em julgado cabe ação rescisória A petição inicial: - Requisitos dos artigos 319 e 320 do CPC; - Apresentação em 2 vias com os documentos que a instruírem a primeira reproduzidos na segunda; - Indicará além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. Art. 6o - A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. § 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e 8 marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. § 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação. § 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática; § 4o (VETADO); § 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil (art. 485 do CPC/2015); § 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. Pelo novo código, esse prazo correrá em dias úteis, posto ser um prazo processual. Será denegado o mandado de segurança quando se amoldar aos dispositivos do art. 485, como indeferimento da inicial, processo negligenciado pelas partes por mais de um ano, perempção, litispendência ou coisa julgada etc. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Msg/VEP-642-09.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art267 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art267 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 9 O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. No despacho da inicial, além da notificação do coator do conteúdo da inicial para prestar as informações dentro de 10 dias, o juiz ordenará que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito. O Juiz poderá, ainda, determinar se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, desde que haja fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. Se a liminar for concedida ou denegada, caberá agravo, conforme art. 1.015 do novo Código. Não será concedida medida liminar que tenha por objeto: (i) a compensação de créditos tributários, (ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, (iii) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença e, quando deferida, o processo terá prioridade para julgamento. Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 10 I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. § 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Art; 1015 do CPC/2015) § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. § 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. § 4o http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 11 Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. § 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Arts. 294 e 300 e 311 e 498 do CPC/2015). Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art273 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art273 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10691084/artigo-461-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 12 contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Prazo 120 dias - A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. Do indeferimento cabe apelação, na primeira instância, e agravo, quando julgado originariamente nos tribunais. Com a nova disposição do Código atual, que trata da contagem em dias úteis dos prazos processuais, tem surgido divergência de entendimento sobre ser processual o prazo de 120 (cento e vinte) dias para impetração do mandado – não se aplica Dias corridos – regra de contagem do prazo decadencial - classificação de Chiovenda, que em analogia ao direito civil, “encontrou a natureza jurídica do direito de ação” na classe dos direitos potestativos. E exatamente por estarem, no âmbito do direito civil, os direitos potestativos vinculados sempre a prazos decadenciais, a doutrina brasileira passou a qualificar como decadenciais também os prazos estabelecidos pela lei processual, para a propositura de determinadas demandas, como o mandado de segurança. Assim, o prazo do mandado não seria processual, devendo ser contado, portanto, em dias corridos. Entretanto, há entendimento de que seria sim um ato processual da parte, uma vez que o mandado de segurança (dai contar-se-ia em dias uteis, na regra do CPC/2015), não importa se é previsto pela Constituição ou pela Lei Federal, nada mais é do que um procedimento legal, uma técnica processual diferenciada. E exatamente por este motivo, possui requisitos de admissibilidade diferenciados, dentre os quais prazo para sua utilização, assim como o http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 13 possuem outros procedimentos especiais, como as ações possessórias, por exemplo. Não se admite o ingresso de litisconsorte ativo após o despacho da petição inicial. Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre. § 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. Após o termo final do prazo de 10 dias para que a autoridade coatora preste informações (Lei 12.016/2009 art. 7º, I), o Ministério Público deverá opinar, também no prazo de 10 dias, contudo, se nesse prazo não haver manifestação do órgão ministerial, os autos deverão ir conclusos ao Juiz para proferir a decisão, no prazo de 30, dias nos termos do artigo 12 parágrafo único da Lei 12.016/2009: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455085/artigo-7-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455071/inciso-i-do-artigo-7-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454798/artigo-12-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454782/par%C3%A1grafo-1-artigo-12-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 14 Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do do art. 7odesta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. Após a concessão da segurança (julgamento do MS acolhendo o pedido do impetrante), deverá o juiz expedir ofício, através de oficial do juízo, ou por meio do correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença para a autoridade coatora e também à pessoa jurídica interessada (art. 13, caput, Lei 12.016/2009). Em situações de urgência, o juiz poderá enviar a sentença, por telegrama, radiograma, ou qualquer outro meio que garanta a autenticidade do documento e a rápida ciência pela autoridade (art. 13, parágrafo único e art. 4º, Lei 12.016/2009). Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4º desta Lei. Da sentença que denegar (não acolher o pedido do impetrante) ou conceder (acolher o pedido do impetrante) a segurança caberá recurso de apelação (art. 14, caput, Lei 12.016/2009). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454762/artigo-13-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454762/artigo-13-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454748/par%C3%A1grafo-1-artigo-13-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23455337/artigo-4-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454730/artigo-14-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 15 Ainda em caso de concessão da segurança, a sentença, obrigatoriamente, estará sujeita ao duplo grau de jurisdição (art. 14, § 1º, Lei 12.016/2009). Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. § 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. § 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. § 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. § 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. O artigo 15 e seus parágrafos da LMS, definem que o Presidente do Tribunal competente para o conhecimento do recurso interposto poderá suspender os efeitos da decisão liminar, quando requerido pela pessoa jurídica interessada, ou pelo Ministério Público, “para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança, a economia públicas” (art. 15, caput, Lei 12.016/2009), dessa decisão caberá agravo, o qual http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454730/artigo-14-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454710/par%C3%A1grafo-1-artigo-14-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454710/par%C3%A1grafo-1-artigo-14-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454635/artigo-15-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 16 haverá julgamento na próxima sessão após sua interposição, o prazo é de 5 dias. Sobreesse ponto, traz a súmula 626 do Superior Tribunal Federal que vigorará a suspensão da liminar até o trânsito em julgado da concessão definitiva de segurança, salvo determinação contrária a decisão: “626. A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva da concessão de segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração”. Nos casos em que o Tribunal tiver competência originária para o recebimento do mandado de segurança, a instrução caberá ao relator, e a defesa é garantida, também, a sustentação oral (art. 16, caput, Lei 12.016/2009), da decisão dada pelo relator caberá agravo interno conforme dispõe o parágrafo único do artigo 16, da Lei 12.016/2009, a cerca disso também leciona o artigo 1.021 do atual Código de Processo Civil (Lei n 13.105/2015): “Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento as regras do regimento interno do tribunal”. O art. 18 da Lei 12.019/2009 traz a previsão do cabimento de recursos especial e extraordinário, em face das decisões proferidas em única instância no mandado de segurança. Regulamentando o disposto na CF/1988, nos arts. 102, III e 105, III. Além disso, dispôs sobre o cabimento de recurso ordinário contra as decisões que denegam a ordem pleiteada, o que também encontra previsão no texto constitucional (arts. 102, II e 105, II da CRFB/1988). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454546/artigo-16-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454533/par%C3%A1grafo-1-artigo-16-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454546/artigo-16-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622431/artigo-1021-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818717/lei-12019-09 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10688723/artigo-102-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10687838/inciso-iii-do-artigo-102-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10685354/artigo-105-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10684673/inciso-iii-do-artigo-105-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10688723/artigo-102-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10687969/inciso-ii-do-artigo-102-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10685354/artigo-105-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10684866/inciso-ii-do-artigo-105-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 17 “Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada”. “Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais”. Mandado de segurança coletivo, o art. 21 da lei 12.019/2009 regulamenta a previsão constitucional do art. 5º, LXX. Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818717/lei-12019-09 18 titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Admite-se expressamente o uso de mandado de segurança por partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou por associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos direitos da totalidade ou parte de seus membros ou associados. Assim, o mandado de segurança também está destinado a tutela dos direitos coletivo, e deverá ser impetrado na defesa de interesse de uma categoria, classe ou grupo, independentemente da autorização dos associados. Neste sentido a Súmula 629 do Supremo Tribunal Federal, prevê que “a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.” Trata-se aqui de uma substituição processual, bastando a previsão em lei para que seja exercitada. Legitimidade ativa - Súmula 630 do Supremo Tribunal Federal, que diz: “a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”. 19 Nas ações coletivas, a coisa julgada limita-se aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante, é o que determina o art. 22 da lei 12.019/2009. Ou seja, evita-se a atribuição de efeito erga omnes às decisões em mandado de segurança coletivo. IMPORTANTE - O § 1º do art. 22 da lei 12.019/2009 determina que não há litispendência entre as ações individuais. No entanto, os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual, se este não requerer a desistência de seu mandado de segurança individual, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. Os honorários de sucumbência nas ações de mandado de segurança sempre foram negados aos advogados, tomando como fundamento a súmula nº 512 editada do Supremo Tribunal Federal (STF) “Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança”. Entretanto, o Estatuto da OAB dispõe em sentido contrário, garantindo aos advogados sem distinção à modalidade de ação na qual tais serviços foram prestados: “Art. 22: A prestação de serviço profissiona l assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência”. Destarte, o novo código de Processo Civil prevê o cabimento de honorários sucumbenciais nas três fases distintas do processo: fase de conhecimento, fase recursale fase de cumprimento, conforme artigo 85, parágrafo 1º: “Art. 85, § 1º: São devidos honorários advocatícios na http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818717/lei-12019-09 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818717/lei-12019-09 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 20 reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos”. Frisa-se, que o mandado de segurança é regido pela Lei nº 12.016/2009 e segue um rito especial até fase de conhecimento. Depois de proferida a sentença de primeiro grau ou acórdão (ação de competência originária dos Tribunais), as fases seguintes, como a recursal e o cumprimento são regidas pelo novo código de Processo Civil que permitem a admissibilidade dos honorários, até mesmo nas ações de mandado de segurança. Justificava- se o não cabimento de honorários nos mandados de segurança em razão da parte impetrada ser a autoridade coatora (pessoa física) pertencente ou vinculada a um ente público (pessoa jurídica) que praticou ato ou omissão do objeto, não devendo responder, com seu próprio patrimônio, pelas despesas de honorários de sucumbência, pois havia praticado o ato em nome do ente público que representa. O pressuposto de pagamento dos honorários também desaparecia nas fases de recurso e de cumprimento, pois a legitimidade recursal e de cumprimento de sentença passa a ser do ente público a que pertence a autoridade impetrada. Destarte, o ente público participa de toda a instrução, e é quem responderá efetivamente pela execução de parcelas que porventura tenham sido deferidas. Diante da vigência do CPC/2015, a súmula do STF torna-se sem efeito. Os honorários de sucumbência em mandado de segurança, nas fases de recurso e de cumprimento, atendem ao princípio genérico dos ônus da sucumbência: se vencedor o impetrante, serão devidos honorários pelo ente público interessado; se vencido o impetrante, esse responderá pela sucumbência em favor dos advogados do ente público. É o que preceitua o artigo 85, § 19, CPC/2015: “Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei”. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895700/par%C3%A1grafo-19-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 21 Sobre o art. 26, a Lei nº 12.016/09 prevê: Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. O tipo penal abordado no artigo supracitado configura-se quando a autoridade a que é dirigida a ordem não a cumpri. “Art. 330, CP/1940 Desobediência: Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa”. Ademais, esclarece outras punições de natureza civil, penal e administrativa diante do descumprimento de ordens emanadas. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/23454259/artigo-26-da-lei-n-12016-de-07-de-agosto-de-2009 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/818583/lei-do-mandado-de-seguran%C3%A7a-lei-12016-09 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art330 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art330 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1079.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1079.htm http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597531/artigo-330-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
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