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O dimensionamento de pavimentos engloba uma série de tarefas, sendo a determinação da espessura de cada camada da via e a seleção dos materiais a serem utilizados os aspectos mais destacados. O objetivo é garantir que o pavimento seja resistente o suficiente para suportar as pressões decorrentes da passagem de veículos. Considere que você foi contratado para dimensionar um pavimento com as seguintes especificações: N= 7x106 Subleito: CBR = 12% Sub-base: CBR = 20% Base: CBR = 80% Revestimento = Concreto Asfáltico Faça o dimensionamento do pavimento por meio do método do DNER, apresente seu memorial de cálculo de forma organizada e apresente graficamente as camadas e suas espessuras. R: As informações necessárias à aplicação do método encontram-se expostas nas tabelas e na figura em sequência: Tabela 1 – Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso N Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso N ≤ 106 Tratamentos superficiais betuminosos com 2,5cm espessura 106 < N ≤ 5 x106 Revestimentos betuminosos com 5,0 cm de espessura 5 x106 < N ≤ 107 Concreto betuminoso com 7,5 cm de espessura 107 < N ≤ 5 x107 Concreto betuminoso com 10,0 cm de espessura N > 5 x107 Concreto betuminoso com 12,5 cm de espessura Fonte: BRASIL, 2006 Tabela 2 – Coeficiente de Equivalência Estrutural Componentes do Pavimento Coeficiente K Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00 Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70 Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40 Base ou revestimento betuminoso por penetração 1,20 Camadas granulares 1,00 Solo cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a 45 kg/cm2 1,70 Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 45 kg/cm2 e 28 kg/cm2 1,40 Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 28 kg/cm2 e 21 kg/cm2 1,20 Fonte: BRASIL, 2006 Figura 1 – Ábaco ou gráfico para determinação de espessura de pavimento Fonte: BRASIL, 2006. Para facilitar a referência aos parâmetros para o dimensionamento do pavimento em questão, foram utilizados os seguintes símbolos: 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆𝑆𝑆 ∶ CBR do sub-leito (%) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆 ∶ CBR da sub-base (%) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐵𝐵 ∶ CBR da base (%) 𝐾𝐾𝑅𝑅 ∶ Coeficiente Estrutural do revestimento 𝐾𝐾𝐵𝐵 ∶ Coeficiente Estrutural da base 𝐾𝐾𝑠𝑠 ∶ Coeficiente Estrutural da sub-base 𝐶𝐶 ∶ Espessura da camada de revestimento (cm) 𝐶𝐶 ∶ Espessura da camada da base (cm) ℎ20 ∶ Espessura da camada da sub-base (cm) 𝐻𝐻20 ∶ Espessura das camadas do revestimento e da base (cm) 𝐻𝐻𝑛𝑛 ∶ Espessura das camadas do revestimento, da base e da sub-base (cm) Ressalta-se a necessidade de se verificar inicialmente a consistência dos CBR da sub-base e base por meio das seguintes relações como condição de validade de tais parâmetros (BRASIL, 2006): 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆 ≥ 20,00% (𝟏𝟏) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐵𝐵 ≥ 80,00% (𝟐𝟐) O dimensionamento do pavimento flexível envolve a resolução sucessiva de 3 (três) inequações, quais sejam (BRASIL, 2006): 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝑅𝑅 + 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝐵𝐵 ≥ 𝐻𝐻20 (𝟑𝟑) 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝑅𝑅 + 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝐵𝐵 + ℎ20 . 𝐾𝐾𝑠𝑠 ≥ 𝐻𝐻𝑛𝑛 (𝟒𝟒) 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝑅𝑅 + 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝐵𝐵 + ℎ20 . 𝐾𝐾𝑠𝑠 + ℎ𝑛𝑛 . 𝐾𝐾𝑛𝑛 ≥ 𝐻𝐻𝑚𝑚 (𝟓𝟓) Todavia, como o pavimento em questão não possui a camada de reforço de sub- leito, a inequação (5) não foi utilizada. Os valores para os parâmetros previamente informados foram os seguintes: 𝑁𝑁 = 7 . 106 (𝟔𝟔) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆𝑆𝑆 = 12,00% (𝟕𝟕) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆 = 20,00% (𝟖𝟖) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐵𝐵 = 80,00% (𝟗𝟗) 𝐾𝐾𝑆𝑆 = 1,00 (𝟏𝟏𝟏𝟏) 𝐾𝐾𝐵𝐵 = 1,00 (𝟏𝟏𝟏𝟏) Apenas para melhor referenciar os parâmetros associados, deve ser considerada a seguinte igualdade, em função de (7): 𝐻𝐻𝑛𝑛 = 𝐻𝐻12 (𝟏𝟏𝟐𝟐) Com o intutito de se determinar a espessura da camada referenciada, utilizou-se a fórmula a seguir relacionada, ao invés de consulta ao ábaco da Figura 1 (BRASIL, 2006): 𝐻𝐻𝑖𝑖 = 77,67 . 𝑁𝑁0,0482. 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑖𝑖−0,598 (𝟏𝟏𝟑𝟑) Procedendo-se aos cálculos, inicialmente constatou-se a consistência dos CBR dos materiais utilizados na sub-base e base por meio da validação das relações (1) e (2): 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑆𝑆(20,00%) ≥ 20,00% 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐵𝐵 (80,00) ≥ 80,00% Como 𝑁𝑁 = 7 . 106, então pela Tabela 1 tem-se que o revestimento do pavimento compõe-se de concreto betuminoso com 𝑹𝑹 = 𝟕𝟕, 𝟓𝟓𝟏𝟏 𝒄𝒄𝒄𝒄; já pela Tabela 2, tem-se que 𝑲𝑲𝑹𝑹 = 𝟐𝟐, 𝟏𝟏𝟏𝟏. Ademais, foram consideradas camadas granulares para sub-base e base. Na sequência, foram determinadas as seguintes espessuras das camadas correspondentes por meio da aplicação da fórmula (13): 𝐻𝐻20 = 27,68 𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝟐𝟐𝟖𝟖, 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒄𝒄𝒄𝒄 𝐻𝐻12 = 37,57 𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝟑𝟑𝟖𝟖, 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒄𝒄𝒄𝒄 Com isso, as inequações (4) e (5) adaptada, considerando ainda a igualdade (12), tomaram as formas seguintes, a partir das quais foram calculadas as camadas da base e da sub-base, lembrando ainda que a norma utilizada prescreve a camada com espessura mínima de 15 cm (BRASIL, 2006): 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝑅𝑅 + 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝐵𝐵 ≥ 𝐻𝐻20 7,5 . 2,00 + 𝐶𝐶 . 1,00 ≥ 28,00 15,00 + 𝐶𝐶 . 1,00 ≥ 28,00 𝐶𝐶 . 1,00 ≥ 28,00 − 15,00 𝑩𝑩 ≥ 𝟏𝟏𝟑𝟑, 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒄𝒄𝒄𝒄 ou 15 cm 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝑅𝑅 + 𝐶𝐶 . 𝐾𝐾𝐵𝐵 + ℎ20 . 𝐾𝐾𝑠𝑠 ≥ 𝐻𝐻12 7,5 . 2,00 + 15,00 . 1,00 + ℎ20 . 1,00 ≥ 38,00 15,00 + 15,00 + ℎ20 . 1,00 ≥ 38,00 ℎ20 . 1,00 ≥ 38,00 − 15,00 − 15,00 𝒉𝒉𝟐𝟐𝟏𝟏 ≥ 𝟖𝟖, 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝒄𝒄𝒄𝒄 ou 15 cm Conforme os valores apurados, têm-se: 𝐶𝐶 ∶ Espessura da camada de revestimento = 7,50 cm 𝐶𝐶 ∶ Espessura da camada da base = 15,00 cm ℎ20 ∶ Espessura da camada da sub-base = 15,00 cm Ante o exposto, o pavimento apresenta camadas com espessura total de: 7,50 + 15,00 + 15,00 = 37,50 cm ou 38,00 cm, cuja representação gráfica é a seguinte: Figura 2 – Representação gráfica do pavimento dimensionado Fonte: Elaboração própria Bibliografia: BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT: Manual de Pavimentação. Brasília, 2006. Disponível em: < https://www.gov.br/dnit/pt- br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de- manuais/vigentes/ipr_719_manual_de_pavimentacao_versao_corrigda_errata_1.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2023. Tabela 1 – Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso Fonte: BRASIL, 2006 Tabela 2 – Coeficiente de Equivalência Estrutural Fonte: BRASIL, 2006 Fonte: BRASIL, 2006.
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