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HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA

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HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
HIPERSENSIBILIDADE
A hipersensibilidade dentinária pode
produzir graus variados de dor; trazendo
impactos negativos para o
desenvolvimento das atividades diárias do
indivíduo, levando-o a procurar tratamento
com profissionais da Odontologia.
Portanto, é importante que a equipe
odontológica esteja ciente dos diferentes
tratamentos disponíveis e decida sobre o
momento da indicação.
DEFINIÇÃO DE
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
Dor curta e aguda após vários estímulos
(raramente como dor contínua e
espontânea), que surge da dentina
exposta em resposta a estímulos não
nocivos ou potencialmente nocivos,
tipicamente térmicos, evaporativos, táteis,
osmóticos ou químicos, e que não podem
ser atribuídos a nenhuma outra forma de
defeitos dentários ou doenças, e deve
desaparecer imediatamente após a
remoção do estímulo externo.
ESTÍMULOS NÃO NOCIVOS
CAPAZES DE DESENCADEAR
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
Tipicamente térmicos, evaporativos,
táteis, osmóticos ou químicos. Toque
suave, leve frio ou quente, químico (frutas
ácidas ou doces, alimentos, bebidas) e
estímulos de fluxo de ar podem induzir
uma dor aguda e curta
ETIOLOGIA DA
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
DHS está associado à exposição da
dentina (túbulos dentinários abertos) e à
resposta do nervo pulpar a estímulos
ambientais externos. Esta pode ser
causada por desafios físicos, químicos,
patológicos, biológicos e/ou
anormalidades de desenvolvimento que
resultam em danos ou defeitos dentários
e/ou periodontais. Várias condições
clínicas que desempenham um papel no
desenvolvimento de DHS incluem
desgaste do esmalte e erosão, corrosão,
abrasão e abfração, perda de tecido
periodontal ou recessão gengival (uma
vez que leva à exposição da dentina
cervical e radicular). Outros fatores, como
envelhecimento, deiscência de tecidos
moles, incluindo escovação agressiva,
também podem causar deslocamento
apical das margens gengivais, levando à
exposição da dentina que pode levar ao
desenvolvimento de DHS
MECANISMO MAIS ACEITO
PROPOSTO PARA EXPLICAR A
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
A teoria hidrodinâmica, proposta por
Brännström, afirma que alterações
ambientais, mecânicas, térmicas e
químicas causam o movimento do fluido
dentro dos túbulos dentinários, que
estimulam os terminais das fibras
nervosas pulpares localizadas nas
paredes de entrada dos túbulos,
induzindo assim dor aguda transitória.
Ademais, destaca o conceito de que
vários estímulos diferentes podem evocar
respostas semelhantes. Estímulos
evaporativos, como jato de ar , estímulos
térmicos (frio) e osmóticos (açúcar, ácido),
aumentam o fluxo externo do fluido
tubular. Estímulos mecânicos, como um
instrumento dentário ou uma escova de
dentes passando por uma superfície de
dentina exposta, comprimem o tecido da
superfície, com a expansão após a
liberação desencadeando um aumento
no fluxo externo de fluido. O Aβ
mielinizado intradentário e algumas fibras
Aσ que enviam terminais para os túbulos
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
dentinários respondem aos movimentos
do fluido dentro do túbulo, resultando na
dor curta e aguda característica do DHS.
Como esses estímulos mecânicos
essencialmente não nocivos dos
movimentos do fluido dos túbulos
dentinários induzem a transdução
nociceptiva nas fibras nervosas da
polpa dentária permanece um enigma.
CONDIÇÕES QUE DEVEM SER
CONSIDERADAS COMO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DA HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
Qualquer condição que cause exposição
da dentina, hiperemia da polpa dentária,
sensibilização do nervo dentário e
neuropatia pode induzir dor aguda e curta.
Outras condições com sintomas
semelhantes incluem estágios iniciais do
envolvimento pulpar carioso, dentes
trincados, restaurações defeituosas ou
fraturadas, preparo (geralmente recente)
do dente para restaurações, hiperemia
pulpar induzida por restauração,
clareamento dental, traumatismo dentário,
trauma oclusal, placa cervical e gengivite,
doença periodontal e seu tratamento e
problemas pulpares/endodônticos. A
perda de esmalte, bem como a presença
de exposição de dentina, decorrentes de
bruxismo, hábitos alimentares ácidos,
refluxo gástrico e bulimia, são
considerados fatores predisponentes que
podem levar à DHS. Outros fatores
predisponentes são a recessão gengival,
gengivite, periodontite (e seu tratamento)
e escovação excessiva dos dentes.
EXAME PARA DIAGNÓSTICO DA
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
Protocolos propostos para o diagnóstico
diferencial de DHS: Queixa principal e
investigação de sintomas, revisão do
histórico da doença atual, exame clínico e
testes diagnósticos. A presença de
dentina exposta deve ser identificada por
exame visual/tátil dos dentes e
documentada no prontuário do paciente.
Algumas indicações das dimensões de
exposição e/ou fotografias ou moldes são
recomendadas para avaliar a progressão
da exposição ao longo do tempo como um
indicador de fatores etiológicos (atrito,
atividades erosivas ou abrasivas de
desgaste dentário). Recessão gengival
levando à exposição e desgaste do
cemento é outro sinal predominante.
Pequenas facetas erosivas ou sulcos
rasos na margem gengival são os
achados mais comuns em pacientes com
DHS. Além da inspeção visual, é
essencial evocar ou induzir a
característica dor aguda transitória
aplicando um estímulo ao dente afetado
para imitar a queixa ou sintoma do
paciente. Não importa se a exposição da
dentina é detectável visualmente ou não,
um estímulo mecânico suave com um
explorador dental desenhado ao longo do
dente (especialmente na área indicada
pelo paciente como sensível) pode
provocar a dor transitória e confirmar o
diagnóstico. Um estímulo que evoca DHS
é geralmente leve e normalmente não se
espera que cause dor (algo semelhante à
descrição de alodinia) em dentes
saudáveis. Dependendo da queixa do
paciente, mecânica, estímulos táteis e
térmicos ou jato de ar com jato de ar
podem ser aplicados no local de suspeita
de exposição de dentina. Ao soprar ar ou
aplicar outros estímulos a uma superfície
radicular exposta, onde há recessão
gengival mínima ou exposição radicular,
deve-se cobrir os tecidos moles, que não
devem ser estimulados junto com a
dentina exposta. Na ausência de outras
doenças ou condição patológica, DHS
pode ser confirmada se o resultado do
teste for uma dor aguda transitória que
corresponda à queixa do paciente.
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Estimulação fria e quente também pode
ser aplicada para distinguir um
diagnóstico de DHS de pulpite reversível e
irreversível (apresentam dor persistente).
DHS geralmente não é induzido por forças
oclusais ou percussão, a menos que o
local de exposição dentinária seja na
superfície oclusal. Dente trincado ou
restauração rachada, defeituosa ou
malfeita pode, quando estimulado de
certas maneiras, produzir dor um pouco
semelhante à do DHS e pode ser
distinguida da DHS instruindo o paciente
a morder e depois 'rolar' a mordida sobre
um cotonete ou Tooth Slooth®, ajudando
a identificar ou descartar uma fratura de
cúspide. A transiluminação e a ampliação
óptica podem ajudar significativamente na
visualização de rachaduras. A avaliação
radiográfica é necessária para descartar
outras condições patológicas (cárie,
fraturas dentárias evidentes, restaurações
defeituosas).
ESTRATÉGIAS PARA MANEJO
DA HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
Tratamentos não invasivos para alívio da
dor: Aplicação de agentes
dessensibilizantes (caseiros ou de
consultório) ou tratamentos analgésicos,
que visam suprimir os impulsos nervosos
por bloqueio mecânico ou químico dos
túbulos dentinários ou interrompendo
diretamente a transdução/transmissão
nociceptiva ocorrida no complexo
dentina-odontoblastos-terminal nervoso
da polpa dentária.
Adesivos dentais e selantes de resina
podem ser usados para selar os túbulos
dentinários, formando uma barreira
física, bloqueando o fluxo de fluido
dentinário e evitando a estimulação direta
dos processos odontoblásticosdentro dos
túbulos dentinários por estímulos
externos.
Ionômeros de vidro também podem
levar à oclusão dos túbulos dentinários
abertos pela precipitação de uma camada
de apatita de hidroxicarbonato sobre as
aberturas dos túbulos anteriormente
patentes.
O tratamento a laser, tanto laser de baixa
saída quanto a de alta saída foram
relatadas como eficazes para o
tratamento de DHS. Alguns experimentos
sugerem que o laser de baixa saída pode
operar suprimindo a excitabilidade dos
nervos pulpares. Acredita-se que o laser
de saída mais alta reduza os sintomas de
DHS induzindo a oclusão dos túbulos
dentinários.
Tratamentos restauradores ou correção
de defeitos de tecidos duros e moles em
DHS: Restauração direta de defeitos de
tecido duro ou correção cirúrgica para
recessão gengival deve fornecer um
tratamento alternativo para DHS, pois
existem indicações para restaurações ou
cirurgias. Para DHS relacionada à erosão
ou abrasão, a restauração direta com
compósito à base de resina ou ionômero
de vidro e a restauração indireta com uma
coroa ou faceta devem fornecer
tratamento eficaz e duradouro para DHS.
Procedimentos cirúrgicos periodontais,
como regeneração tecidual guiada,
cirurgia de retalho avançado coronal,
enxerto de tecido conjuntivo e tratamentos
com enxerto gengival livre, foram
propostos para o tratamento de DHS
relacionada à recessão gengival.
ORIENTAÇÕES QUE DEVEM
SER APRESENTADAS AO
PACIENTE PARA A PREVENÇÃO
OU CONTROLE DA
HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Educação, instrução e engajamento de
higiene oral para prevenção de DHS,
desgaste dentário erosivo e abrasivo e
da recessão gengival: Ácidos do vinagre,
frutas e sucos, refrigerantes (p. ex, ácido
cítrico, málico e fosfórico) são a principal
causa de erosão dentária e seu consumo
deve ser regulado. Outros alimentos ou
bebidas, embora não ácidos, podem
contribuir para diminuir o pH da cavidade
oral por conter vários açúcares ou amidos,
que quando decompostos em seus
açúcares constituintes por amilases
salivares, podem levar à produção ácida
bacteriana. Consumir tais alimentos ou
bebidas antes da remoção do biofilme oral
pode elevar a suscetibilidade das
superfícies de dentina expostas à abrasão
mecânica, mesmo com uma escovação
suave dos dentes. Pacientes devem ser
instruídos a escovar os dentes antes do
consumo desses alimentos e bebidas,
sendo enfatizadas técnicas adequadas de
escovação dentária, seleção de escova
de cerdas macias, creme dental não
abrasivo, e o uso de movimentos de
varredura vertical que minimizam lesões
nos tecidos dentários moles e duros.
Controle comportamental e eliminação
de fatores predisponentes para DHS:
No desgaste dentário causado por
bruxismo ou dentição comprometida,
recomenda-se o uso de protetor oclusal
ou restauração da dentição desgastada e
da dimensão vertical. Escovação
excessiva e outras causas mecânicas de
recessão gengival, p. ex, a presença de
anéis linguais e pinos, devem ser
consideradas para eliminação ou
remoção. Refluxo gástrico, liberação e
retenção de ácidos gástricos na cavidade
oral, pode corroer tanto o esmalte quanto
a dentina de forma agressiva, levando ao
amolecimento da dentina superficial,
predispondo-a a um desgaste acelerado.
Constrição/atresia esofágica devido a
lesão (p.ex, química) ou doença (p.ex,
esclerodermia) também pode levar ao
aumento dos níveis de ácidos gástricos
na boca. Transtornos psiquiátricos
associados com comportamento de
compulsão/purga (p.ex, bulimia nervosa)
sujeitam os dentes a níveis destrutivos de
exposição ao ácido gástrico.
CLASSIFICAÇÃO DA TERAPIA
COM DESSENSIBILIZANTES
Aplicação de agentes dessensibilizantes
ou tratamentos analgésicos, que visam
suprimir os impulsos nervosos por
bloqueio mecânico ou químico dos
túbulos dentinários ou interrompendo
diretamente a transdução/transmissão
nociceptiva ocorrida no complexo
dentina-odontoblastos-terminal nervoso
da polpa dentária. Uso de
dessensibilizantes caseiros e/ou
dessensibilizantes de consultório podem
ser encontrados na forma de géis,
soluções, vernizes, seladores de resina,
ionômeros de vidro, adesivos dentinários
e técnicas de laser mais sofisticadas.
INDICAÇÕES PARA
TRATAMENTO DA
HIPERSENSIBILIDADE COM
DESSENSIBILIZANTES NÃO
INVASIVOS
- Nenhum defeito detectável
visualmente no tecido dentário duro.
- Defeito de tecido duro superficial ou
mínimo, onde o tecido dentário
normal deve ser removido se a
restauração for fornecida.
- O defeito do tecido duro é
esteticamente aceitável e não existem
fatores predisponentes para a perda
contínua de tecidos dentários.
- Recessão gengival mínima e sem
fatores predisponentes para perda
contínua de gengiva e tecidos
dentários.
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Nenhuma outra contra-indicação para
o tratamento de dessensibilização
INDICAÇÕES PARA
TRATAMENTO DA
HIPERSENSIBILIDADE COM
RESTAURAÇÕES
Restauração direta de defeitos de tecido
duro ou correção cirúrgica para recessão
gengival são um tratamento alternativo
para DHS. DHS relacionada à erosão ou
abrasão, a restauração direta com
compósito à base de resina ou ionômero
de vidro e restauração indireta com uma
coroa ou faceta devem fornecer
tratamento eficaz e duradouro para DHS.
Indicações para reposição do volume
dentinário perdido com restaurações:
- Defeito do tecido duro é visível e
requer restauração para estética e
integridade estrutural;
- Falha em resolver DHS usando
tratamento não restaurador;
- Alto risco de perda contínua de tecido
dentário se não for coberto com
restauração (por exemplo,
incapacidade de interromper o
desgaste dentário abrasivo ou
erosivo);
- Pouca ou nenhuma remoção da
estrutura do dente é necessária para
a restauração
INDICAÇÕES PARA
TRATAMENTO DA
HIPERSENSIBILIDADE COM
CIRURGIAS DE
RECOBRIMENTO RADICULAR
Procedimentos cirúrgicos periodontais,
incluindo regeneração tecidual guiada,
cirurgia de retalho avançado coronal,
enxerto de tecido conjuntivo e tratamentos
com enxerto gengival livre, foram
propostos para o tratamento de DHS
relacionada à recessão gengival.
Indicações para cirurgia mucogengival:
- Falha em resolver DHS usando
dessensibilização densa em
pacientes com recessão gengival
- Quando a recessão gengival é
esteticamente inaceitável para o
paciente.

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